Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: Os Dez Erros Mais Constrangedores da História - Número 10

Começamos, hoje, uma nova lista na seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix. Nada de louvar belas performances, magníficas ultrapassagens ou empolgantes duelos. Agora, é o oposto. Pela primeira vez, o ranking não é dedicada não a acertos, mas a besteiras. Sem mais delongas, vamos lá:

DÉCIMO COLOCADO - Juan Pablo Montoya no Grande Prêmio da Austrália de 2006

O erro: Rodar sozinho na volta de apresentação

Desde os tempos de Fórmula 3000, Juan Pablo Montoya era conhecido como um piloto win or wall. Explicando para quem não entendeu: ou vencia a prova de forma dominante, ou terminava fora da pista por um bobagem qualquer. Não havia meio termo.

Como qualquer piloto top, o colombiano amadureceu ao longo do tempo. Mas não o suficiente. Quando estreou na Fórmula 1, dava mostras de que ainda conservava o estilo franco-atirador. Assim, alternava feitos sensacionais - como a famosa ultrapassagem sobre Michael Schumacher no G.P. Brasil de 2001 - com besteiras inacreditáveis.

Após quatro anos com a Williams, Montoya mudou-se para a McLaren em 2005. Uma troca que se revelaria catastrófica. Logo no seu ano de estréia na equipe inglesa, o colombiano perdeu uma dupla de corridas por estar machucado. As circunstâncias, até hoje, são desconhecidas: a versão oficial diz que foi jogando tênis, mas há quem garanta que o acidente aconteceu com mountain bike.

De qualquer forma, o fato é que Montoya perdeu a disputa interna com Kimi Raikkonen. O finlandês, sem dúvidas, foi muito superior no primeiro ano dos dois como companheiros de equipe. No fim da temporada, o colombiano até conseguiu três vitórias. Mas não passou de quarto no campeonato, muito pouco para quem queria estar disputando o título.

Se 2005 foi ruim, 2006 seria ainda pior. Logo de cara, no primeiro G.P. do ano, no Bahrein, Raikkonen saiu de último no grid para terceiro no fim da corrida. Enquanto isso, Montoya largou e terminou em quinto, sendo incontestavelmente batido pelo finlandês.

Na prova seguinte, na Malásia, o colombiano reagiu: fechou em quarto, enquanto Raikkonen abandonou. Seria, porém, um dos últimos bons momentos de Montoya na Fórmula 1. O próximo Grande Prêmio seguinte, o da Austrália, veria uma das maiores bobagens já acontecidas na categoria. Precisa dizer quem foi o autor?

Kimi Raikkonen classificou-se em quarto lugar no grid, com seu companheiro de equipe uma posição atrás. Enquanto percorriam a volta de apresentação, os pilotos, como de costume, balançavam os carros para manter alta a temperatura dos pneus. A televisão foca o ballet da Fórmula 1, no momento em que todos preparam-se para tomar suas posições no grid. De repente, um susto.

Alguém rodou. Inacreditável! Era Montoya, para desespero de sua equipe. Ross Brawn - o estrategista da Ferrari - é flagrado pelas câmeras dando uma risada descarada. Os mecânicos da McLaren assistem ao replay, tentando entender o que aconteceu. Não há muito o que explicar: o colombiano perdeu a traseira quando aquecia os pneus, no momento em que chegava à reta principal. Agora, precisaria largar de último.

Tentando consertar a pataquada, Montoya tenta reacelerar rápido. Só consegue piorar a situação. Seu carro não faz a curva, o motor morre e, então, o colombiano se vê numa posição ridícula. A McLaren torta, obstruindo metade da pista e sem possibilidade de sair dali.

Para ser justo com o colombiano, não foi a primeira vez que um piloto rodou na volta de apresentação. Porém, inédita foi a posição em que Montoya se encontrou depois do erro. Parado, no meio da pista, ele obriga os outros pilotos a desviar. Então, só depois que todos passam, o colombiano deixa o carro deslizar para trás, conseguindo religar o motor.

Sorte de Montoya que o carro de Giancarlo Fisichella morreu antes da largada. Assim, a saída pôde ser abortada e o colombiano voltou à sua posição do grid. O seu dia, porém, não melhoraria em nada. Na volta 46, ele passou muito forte sobre uma zebra. Com tanta raiva, aliás, que o sistema eletrônica fez uma leitura errada e cortou o motor, interpretando ter havido uma quebra.

Sem opção, Montoya encosta o carro na reta dos boxes e abandona. Aquele G.P. não poderia ter sido muito pior. E a temporada também. Na verdade, o colombiano não chegaria nem a completá-la. Demitido após causar um múltiplo acidente na corrida dos Estados Unidos, ele não demorou a assinar um contrato na Nascar (à direita), onde está até hoje.

De todos os pilotos que chegaram à Fórmula 1 durante o período de dominação de Michael Schumacher, Juan Pablo Montoya certamente foi um dos mais promissores. Ele é um talento genuíno, alguém que tem o gene da velocidade do sangue. Mas que perdeu suas maiores chances de sucesso por causa do instinto, digamos assim, selvagem demais.

Por ter cometido o erro no pior momento possível - justamente quando precisava de afirmação na McLaren - por ter se prestado ao ridículo frente a milhões de espectadores e, principalmente, por ter perdido o emprego antes do fim do ano graças a essa e outras besteiras, Juan Pablo Montoya leva o décimo lugar na lista dos Dez Erros Mais Constrangedores da História.

A seguir, o vídeo da bobagem, narrado em inglês:

A seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta amanhã, com o número nove da nossa lista. Hoje, ao longo do dia, o Blog retorna comentando as principais notícias do mundo da velocidade. Até mais!

Crédito das fotos (na ordem):

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