sábado, 15 de novembro de 2008

Helinho Castroneves enfrenta possibilidade de encerrar carreira

Não é só Rubens Barrichello que parece próximo de encerrar a carreira.

Enquanto o veterano ainda negocia com a Honda, do outro lado do Atlântico há um piloto em situação bem mais complicada.

É claro que estamos falando de Helio Castroneves.

Acusado de sonegação fiscal pela Corte da Flórida, Helinho corre risco de ficar preso por até 35 anos.

O julgamento foi marcado para março de 2009, o piloto tentou adiar para novembro e não conseguiu.

Agora, espera-se que a Penske interrompa o contrato de Helinho a qualquer momento.

Se o brasileiro for condenado - o que é o mais provável - não disputaria nem as primeiras corridas da próxima temporada da F-Indy.

A Penske já corre atrás de um substituto para Helinho, que enfrenta a forte possibilidade de ser obrigado a suspender a carreira por causa dos problemas fiscais.

Livrar-se da Receita Federal dos Estados Unidos não é nada fácil.

Helinho muito dificilmente vai receber a pena máxima de 35 anos, mas deve encarar algum tempo atrás das grades.

Toda a nossa torcida é para que isso não aconteça.

As evidências, porém, sugerem que Helinho foi negligente ou conivente com as artimanhas de seu advogado, que montou uma empresa de fachada para esconder ganhos com salários e patrocinadores.

Resta esperar pelo veredito da Corte da Flórida.

Mas, infelizmente, Helinho jamais terá a mesma credibilidade com o público e os patrocinadores.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ferrari e McLaren com hegemonia ameaçada?

Na temporada recém-encerrada da Fórmula 1, o campeonato foi disputado entre Ferrari e McLaren.

Há dez anos, em 1998, o título também ficou entre Ferrari e McLaren.

Há vinte anos, em 1988, somente estas duas equipes venceram corridas na temporada.

Desde 1979, ou seja, nos últimos 30 campeonatos da Fórmula 1, Ferrari e McLaren dividiram entre si 18 Mundiais de Construtores.

Excluindo a ''intrusa'' Williams, que venceu nove vezes o campeonato das equipes, apenas Benetton (1995) e Renault (2005-06) ameaçaram a hegemonia de Ferrari e McLaren.

Não é exagero dizer que a história moderna da Fórmula 1, que começa ali em meados dos anos 70, se resumiu a um quase eterno duelo entre as duas grandes potências da F-1.

Se não fosse a Williams, McLaren e Ferrari teriam conquistado mais de 90% de vitórias e títulos neste período.

Agora, pela primeira vez em muito tempo, o duopólio corre risco de ficar ameaçado.

Em 2009, o novo regulamento vai promover uma revolução na F-1.

É fato que as regras têm mudado bastante.

Mas, dessa vez, as mudanças vão realmente ''bagunçar'' a hierarquia da categoria.

Fernando Alonso resumiu este pensamento hoje: a Fórmula 1 será uma total incógnita em 2009.

E nem mesmo Ferrari e McLaren, as grandes dominadoras, estão garantidas no grupo das equipes que vão lutar pelo título na próxima temporada.

Vale lembrar que a disputa pelo campeonato deste ano atrasou ambas as escuderia no desenvolvimento de seus modelos para 2009.

Portanto, uma queda de rendimento não seria lá grande surpresa.

Os testes de pós e pré-temporada, como sempre, não vão servir de muita referência.

Só será possível ter uma noção real do que vai ser o campeonato de 2009 no dia 27 de março, quando os carros entram na pista para os treinos de sexta-feira na Austrália.

Até lá, a F-1 vai ficar rodeada por dúvidas. Mais dúvidas do que o usual, inclusive.

Será que McLaren e Ferrari vão realmente perder a hegemonia?

Será que BMW, Toyota, Red Bull e Toro Rosso vão, enfim, dar o salto de qualidade para disputar o título?

Será que a Renault vai voltar a ser o que já foi um dia?

Será que Honda e Force India vão se livrar das últimas posições do grid?

Será que a Williams, no meio de todo este turbilhão de acontecimentos, vai conseguir sobreviver a crise econômica mundial?

Não adianta nem fazer alguma previsão agora, porque não há nenhuma base para isso.

Ainda falta muito para que qualquer uma dessas perguntas seja respondida.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Uma esperança para a Williams

O grid da Fórmula 1 atual tem dez equipes.

Seis delas são bancadas por montadoras. Conte aí: Ferrari, McLaren-Mercedes, BMW, Renault, Toyota e Honda.

Outras três são de propriedade de multimilionários. Dietrich Mateschitz, o criador da Red Bull, mantém a equipe de mesmo nome e também a Toro Rosso.

Vijay Mallya, o magnata indiano, é o dono da Force India.

Sobra a Williams, a última equipe independente da F-1.

Desde que a crise financeira mundial estourou, a escuderia inglesa é aquela que, nos bastidores, mais vai sofrendo as conseqüências da recessão.

Os jornais deram pouco destaque, mas a possibilidade de o Royal Bank of Scotland (RBS) deixar a Williams não é pequena.

O RBS tem contrato com a equipe até 2010 e é o principal patrocinador da Williams.

Paga US$ 14 milhões por ano, uma quantia que a Williams não conseguiria arrumar em nenhum outro lugar neste momento.

Para piorar, a Williams não tem o suporte de uma grande montadora - a Toyota, vale lembrar, apenas fornece motores e impõe pilotos.

Também não existe o apoio de um negócio rentável como os que sustentam Red Bull, Toro Rosso e Force India.

Neste momento de crise, atrair mais patrocinadores fica cada vez mais difícil. E a Williams, equipe com o orçamento mais limitado da F-1, poderia ser a primeira a realmente acusar o golpe.

Seria o início do fim para a tradicional escuderia de Frank Williams?

Não. Pelo menos, ainda não.

Nesta quinta-feira, a Williams anunciou a renovação de contrato com a seguradora Allianz. A parceria, que já tinha dez anos de duração, foi prolongada por mais uma década.

Não é o suficiente para levar a Williams de volta ao topo. Longe disso.

Mas já é um começo.

Além disso, a Williams já assegurou o apoio da Saudia Airlines para o ano que vem. A mesma empresa que, em 1977, apostou no aventureiro Frank Williams quando ele apareceu com um plano de uma nova equipe de Fórmula 1.

Apenas três anos depois, em 1980, a Williams e a Saudia eram campeãs juntas com o australiano Alan Jones.

Na realidade atual, a equipe vive, talvez, o pior momento de sua trajetória.

Não vence desde 2004, ficou em oitavo dentre dez escuderias no Mundial de Construtores deste ano e, mais importante, não vislumbra a possibilidade de uma parceria de peso para os próximos anos.

Chances para uma virada, porém, existem.

A Williams saiu na frente, junto com a Honda, no desenvolvimento do carro de 2009.

Se vai fazer diferença ter começado todo o planejamento antes, ainda não dá para saber.

Mas, se há uma equipe da qual não se deve duvidar na F-1, esta equipe é a Williams.

Sem que ninguém tenha percebido, a Williams pode ter sido a escuderia que mais se beneficiou com as mudanças no regulamento.

Muitos já disseram que as regras do ano que vem vão ''embaralhar as cartas'' na F-1.

Será que a Williams saiu com um ''ás'' na mão?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Rubinho muito próximo do adeus

Vai ficando cada vez mais claro que Rubens Barrichello caminha para a aposentadoria no fim deste ano.

O brasileiro não renovou contrato com a Honda e, ao que tudo indica, não vai mais.

A equipe japonesa já deu sinais de que não tem interesse em Rubinho. Em 2009, a Honda muito provavelmente vai alinhar com um piloto brasileiro, mas será Bruno Senna ou Lucas di Grassi.

Infelizmente para Rubinho, não parece haver mais espaço para ele na Honda.

A esperança para continuar na F-1 seria a Toro Rosso, mas o próprio Rubinho indicou nesta quarta-feira que suas chances no time italiano são pequenas.

Durante a entrega do prêmio ''Capacete de Ouro'', o veterano confirmou que vai se aposentar se ficar fora da F-1 e revelou que sua melhor chance de permanecer na categoria é através da renovação com a Honda.

Como o acordo com a equipe parece bem longe, Rubinho vai ficando próximo de pendurar o capacete.

Um piloto indiscutivelmente talentoso, que tropeçou várias vezes em declarações extra-pista, mas que teve o mérito de ser o elo entre Ayrton Senna e a geração liderada por Felipe Massa.

Se Rubinho optar pela aposentadoria, não há nada a lamentar.

Sua trajetória na F-1 foi sempre contestada, é verdade.

Mas Rubinho encerra a carreira como um piloto muito vitorioso.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bernie Ecclestone e equipes em conflito novamente

A Fórmula 1 não consegue viver sem uma briga de bastidores.

Se não bastasse a queda-de-braço entre a FIA e as equipes sobre a questão da padronização dos motores, agora as escuderias ameaçam enfrentar o todo-poderoso Bernie Ecclestone.

Segundo o jornal The Guardian, os chefes de equipe estão insatisfeitos com a divisão dos lucros da F-1 e querem uma parte da ''fatia'' atualmente destinada à empresa CVC, ligada a Ecclestone.

De acordo com a reportagem, a CVC gasta US$ 230 milhões por mês para pagar um empréstimo que foi necessário para comprar os direitos comerciais da F-1.

Os chefes de equipe querem que parte desta quantia seja destinada às escuderias para evitar uma corrida descontrolada para cortar custos na Fórmula 1.

Ecclestone se defende e diz que as equipes ''nunca receberam tanto como agora''.

Mas as escuderias da F-1, desde que conseguiram se organizar na forma da Associação das Equipes (Fota), ganharam bastante força política.

Unidas, as equipes estão em condição bem melhor para ''peitar'' Ecclestone.

O problema é que o dirigente inglês, raposa felpuda da F-1, não vai abrir mão facilmente da sua ''fatia do bolo''.

Talvez seja o início de um processo que marque a perda progressiva de poder de Ecclestone, o homem-forte da F-1 há mais de duas décadas.

Mas também pode ser mais um episódio que venha a fortalecer o astuto ''Tio Bernie''.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vem aí o ''time B'' da McLaren

A Force India confirmou nesta segunda-feira que chegou a um acordo com a McLaren e será parceira da escuderia prateada pelos próximos cinco anos.

De 2009 em diante, o time indiano vai correr com motores Mercedes e receberá amplo suporte técnico da McLaren.

Tirando isso, a equipe de Ron Dennis também irá fornecer sistemas hidráulico e de câmbio, além do dispositivo ''Kers''.

Em suma: a Force India será um ''time B'' da McLaren a partir de 2009.

É claro que Ron Dennis e sua trupe não vão ter a palavra final nas decisões da Force India.

Mas, sem dúvida alguma, a McLaren passa a exercer grande influência sobre o time indiano.

Na pista, a Force India não deverá ser capaz de superar a McLaren, mas certamente vai dar um grande salto de competitividade em 2009.

Suficiente, talvez, para que a equipe passe a ser figura comum na zona de pontuação.

Quando comprou a falida Spyker, no fim do ano passado, o bilionário Vijay Mallya avisou que não estava entrando na Fórmula 1 por brincadeira.

O ano de estréia foi modesto como esperado e o melhor resultado da Force India não passou de um décimo lugar com Fisichella no GP da Espanha.

Apesar disso, o futuro da equipe é realmente promissor.

A parceria com a McLaren não deve demorar a render frutos e o mais provável é que - sem trocadilho - a Force India já comece a mostrar sua força nos testes de pós-temporada.

Em 2009, a Force India não vem para fazer mera figuração.

Massa encarou a derrota de maneira exemplar

Antes que o assunto se esgote de vez, vale um último comentário sobre a postura de Felipe Massa depois do GP Brasil.

Em artigo publicado na revista Época desta semana, o vice-campeão mundial afirma que se sente ainda mais próximo dos brasileiros e diz que ''foi a melhor maneira de perder o título, na última curva''.

Além disso, Massa garante que a derrota ''já é página virada'' e não culpa Glock pela ultrapassagem que deu o campeonato a Hamilton.

É fácil criticar os pilotos quando eles soltam uma declaração precipitada ou uma crítica desnecessária.

Nesse caso, é preciso exaltar Massa pela maneira exemplar como encarou a derrota.

Desde o domingo do GP, Massa vem mantendo uma postura serena e equilibrada, mais uma prova do seu profundo amadurecimento.

Até pouco tempo, o brasileiro não conseguiu fazer duas ou três corridas seguidas sem cometer erros.

Neste ano, passou a segunda metade inteira do campeonato sem absolutamente nenhum deslize.

Assim como suas performances dentro da pista melhoraram de forma considerável, também sua postura fora dela evoluiu sensivelmente.

Massa nunca foi de arrumar briga ou polêmica, mas no início da carreira passava a impressão de ser meio... ''bobão'', talvez.

Agora, está aprendendo a se impor, a mostrar mais personalidade.

E, aos poucos, vai cativando um número cada vez maior de torcedores.

Muita gente redescobriu o prazer de ver Fórmula 1 no domingo passado.

Finalmente, Massa vai começando a reunir os ingredientes que são precisos para se tornar um ídolo.