segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O retorno de Schumacher... será que agora vai?

Michael Schumacher está de volta.

Ao menos, é isso o que informam a conceituada revista alemã Focus e o respeitado jornal inglês Daily Mirror.

Não é mera especulação. O retorno do alemão já é, nessa altura, uma hipótese bastante provável.

Mas ainda é cedo para comemorar - ou lamentar, dependendo do ponto de vista - a presença de Schumacher no grid de 2010.

Há alguns meses, quando Massa foi tirado de combate e a Ferrari precisou encontrar um substituto, o heptacampeão já mostrou que realmente tem vontade de voltar à Fórmula 1.

Na época, não teve condições de sentar no cockpit de Massa e precisou cancelar (ou adiar?) o retorno às pistas.

Mas agora a situação é outra. E Schumacher pode assinar com a Mercedes para 2010.

Seria uma voltas às origens para o alemão, que iniciou sua carreira na Fórmula 1 apoiado pela montadora de Stuttgart.

O heptacampeão já provou que ainda tem motivação para correr na categoria.

A capacidade técnica também continua ali - uma prova disso foi a fácil vitória que Schumacher conquistou no Desafio das Estrelas de Kart, em Florianópolis.

Schumi não perdeu nada de seu talento, nem sua vontade incansável de vencer a qualquer custo. Mas há dois obstáculos que ele precisa superar se quiser fechar com a Mercedes.

O primeiro é o aspecto físico. Quando esteve no auge, esse era um ponto forte do alemão, um piloto que sempre teve um preparo atlético exemplar.

Após três anos de aposentadoria, porém, é natural que Schumacher não esteja mais na melhor da forma física. E isso é algo que conta cada vez mais na Fórmula 1 atual.

Além disso, há também a provável barreira familiar. Corinna, a esposa de Schumacher, foi a principal razão que levou à saída do alemão da Fórmula 1 no fim de 2006. Por que motivo teria mudado de ideia depois disso?

Resta saber até que ponto a influência da mulher pesa sobre o heptacampeão...

Se desistir do retorno, Schumacher deixaria livre um cockpit na Mercedes que provavelmente seria ocupado pelo compatriota Nick Heidfeld.

Mas, caso contrário...

Para Heidfeld, sobraria um lugar na equipe Sauber. E na Mercedes... lá estaria, de novo, o alemão.

Seria espetacular para a Fórmula 1. Um ganho de mídia que a categoria mal poderia sonhar.

Gostando ou não de Schumacher, o fato é que o alemão seria uma atração à parte no campeonato de 2010.

Se a possibilidade de retorno realmente existe, o poderoso Bernie Ecclestone deve estar trabalhando de maneira incessante a favor dela.

O capítulo final da novela não deve demorar muito para acontecer.

Schumacher de volta à Fórmula 1... será que agora vai?

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Quem já está garantido no grid de 2010 é Lucas di Grassi.

O talentoso piloto brasileiro finalmente vai ganhar sua chance na Fórmula 1 e correrá no ano que vem pela novata equipe Virgin Racing.

O anúncio oficial deve ser feito nesta terça-feira, mas tudo indica que Di Grassi já assegurou a vaga.

Ao lado do alemão Timo Glock, o brasileiro vai formar uma dupla de pilotos forte e equilibrada. Os dois já brigaram juntos pelo título da GP2 em 2007 - na ocasião, Glock levou a melhor por muito pouco - e devem travar uma disputa muito parelha dentro da Virgin.

Difícil dizer qual dos dois vai levar a melhor.

Quem ganha nisso é a equipe, que terá à disposição uma dupla que ainda precisa se estabelecer na Fórmula 1. Tanto Glock como Di Grassi iniciam o campeonato altamente motivados.

Bem estruturada, a escuderia pode ser a grande surpresa entre as equipes estreantes.

Na escolha dos pilotos, ao menos, a Virgin já começou bem.

Por sua vez, a também novata Lotus anunciou que vai correr em 2010 com dois nomes bem experientes: Jarno Trulli e Heikki Kovalainen.

O italiano e o finlandês, sem dúvida alguma, formam a dupla mais sem graça do grid até agora.

Em 2009, os dois fizeram uma temporada abaixo do esperado, sendo ambos superados com boa frequência pelos companheiros de equipe.

Precisam, no ano que vem, provar que ainda merecem um lugar na Fórmula 1.

Trulli, depois de tanto tempo, já parece perto de uma despedida. A Lotus, muito provavelmente, será sua derradeira equipe na categoria.

Por outro lado, Kovalainen ganha sua terceira e última chance para dar certo na Fórmula 1. Não deu na Renault, muito menos na McLaren.

Agora, se falhar de novo, não terá mais outras opções.

E, assim, a Lotus começa 2010 com dois pilotos extremamente pressionados a conquistar bons resultados. O problema é que tanto Trulli como Kovalainen não costumam reagir bem nesse tipo de situação.

Ao optar pelos dois, a equipe mostrou uma postura conservadora, sem querer arriscar a entrada de um piloto estreante.

Nesse caso, porém, mais valia a pena lançar um novato agressivo como Kobayashi ou um veterano carismático como Sato ou até mesmo Villeneuve.

Trulli e Kovalainen não chamam muita atenção. Foram contratados mais por falta de opção do que por qualquer outro motivo.

Na escolha dos pilotos, ao menos, a Lotus já não começou muito bem.

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Mudança no sistema de pontuação para 2010.

A princípio, radical: o vencedor passa a ganhar 25 pontos - 15 a mais do que no modelo que valia até este ano.

Na sequência, o segundo colocado leva 20; o terceiro, 15; o quarto, 10; e depois 8, 6, 5, 3, 2 e 1 até o décimo colocado.

Algumas considerações.

A primeira delas: por algum motivo estralho, o sétimo colocado vai levar 5 pontos, ao invés de 4.

Observe bem: do sexto para o sétimo colocado, a diferença é de apenas um ponto (6 para 5). Depois, do sétimo para o oitavo, ela voltar a crescer para dois pontos (5 para 3). Então, nas posições seguintes, volta a ser de apenas um ponto (3 para 2, e 2 para 1).

Simplesmente não faz muito sentido. Será que a FIA não prestou muita atenção?

Outro ponto importante: embora pareça radical, a mudança não proporciona uma alteração significativa na briga pelo campeonato.

O cálculo é simples. Até este ano, os três primeiros levaram 10, 8 e 6 pontos. Agora, levam 25, 20 e 15.

A proporção, portanto, segue a mesma. O segundo colocado vai continuar levando 80% dos pontos do primeiro. O terceiro, 60%.

O que muda realmente é o peso das três primeiras posições. Terminar no pódio, a partir de agora, vale muito mais. Mas a "importância da vitória" continua basicamente a mesma...

No mais, o novo sistema de pontuação serve para enterrar de vez as comparações históricas entre pilotos que correram em épocas diferentes.

Se antes já era difícil, agora fica impossível comparar nomes como Hamilton e Alonso com lendas do porte de Fangio e Ascari levando em conta apenas fatos estatísticos.

Antigamente, o número de corridas era menor e o sistema de pontuação já era diferente - até 1960, por exemplo, a vitória valia apenas 8 pontos. Isso sem falar nos variados modelos de descartes usados até 1990, quando a regra foi definitivamente abolida.

Para quem gosta de números, o novo sistema de pontuação é uma lástima. Mas, de certa forma, o modelo de 2010 será mais justo e mostrará, com mais exatidão, quem são os melhores pilotos do meio e do fim do grid.

As equipes novatas agradecem.

No ano em que fazem sua estreia na Fórmula 1, dificilmente vão passar a temporada toda em branco.