quarta-feira, 24 de junho de 2009

Guerra chega ao fim e Fórmula 1 se salva novamente

E terminou aquela que talvez tenha sido a maior crise de bastidores que a Fórmula 1 já teve em sua história.

A FIA e a Fota chegaram a um acordo. O cachimbo da paz, enfim.

A briga se encerra sem um vencedor claro, embora uma das figuras centrais da briga saia muito enfraquecida.

Max Mosley, presidente da FIA desde 1991, estará fora da entidade após este ano.

Respeitando uma condição básica da Fota, Mosley aceitou deixar o comando da federação máxima do automobilismo.

Sai de cena pela porta dos fundos. Ainda permanece na presidência até outubro, mas não terá nem sombra do poder e da influência que tinha até agora.

A saída de Mosley foi uma grande vitória da Fota. Mas as equipes terminam a guerra sem alcançar sua principal reivindicação: uma nova divisão dos lucros na Fórmula 1.

A maior fatia do bolo, para variar, vai continuar com um homem baixinho e de cabelos grisalhos.

Bernie Ecclestone, sempre ele, foi quem se deu melhor ao fim da disputa FIA-Fota. Permaneceu como coadjuvante na guerra para, no momento decisivo, sair das sombras e resolver a parada.

As equipes se comprometeram a ficar na Fórmula 1 de 2010 a 2012. Até lá, Ecclestone continua a ter o controle quase total sobre os lucros da categoria.

Quando chegar 2012, talvez a equipe travem nova batalha para derrubar Ecclestone do comando.

Por mais três anos, porém, a paz na F-1 está garantida.

Ainda bem. Quem gosta realmente de esporte a motor não aguentava mais essa interminável briga de bastidores.

Agora, finalmente, as corridas vão voltar a ser a atração principal.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Bernie Ecclestone ressurge das sombras

E Bernie Ecclestone resolveu romper o silêncio...

Ofuscado pela FIA de Max Mosley e pela Fota de Luca di Montezemolo e Flavio Briatore, o grande chefão da F-1 vinha assistindo calado à disputa entre as duas entidades.

Nesta segunda-feira, Ecclestone ressurgiu das sombras.


Ao menos, é isso o que ele afirma.

Numa entrevista franca e direta ao jornal The Times, Ecclestone afirmou que perdeu o próprio casamento por causa da Fórmula 1 e que já dedicou 35 anos de sua vida à categoria. Não será agora que ele vai desistir dela...

Ecclestone não deu maiores explicações sobre como pretende encerrar a guerra Fia-Fota. Mas, se há alguém pode acabar com a disputar, é ele mesmo.

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Esta quarta-feira será o próximo dia decisivo na briga entre FIA e Fota.

Em Paris, o Conselho Mundial da FIA se reúne para definir se dá ou não um "voto de confiança" ao presidente Max Mosley.

Se ganhar respaldo dos delegados, Mosley permanece no comando. Caso contrário, uma nova votação, a ser realizada em outra data, pode levar à sua saída da presidência.

Há também a possibilidade de Mosley renunciar ao mandato já no encontro desta quarta. De qualquer maneira, o cargo do presidente da FIA está, de fato, ameaçado.

Um dia após a reunião do Conselho Mundial, a Fota faz um encontro na quinta-feira para discutir os rumos do suposto campeonato que pretende lançar no ano que vem.


É claro que a declaração do chefe da Renault pode ser um grande blefe.

O mais provável, porém, é que o encontro da Fota tenha uma de duas versões: na primeira, os chefes de equipe se encontram para brindar com champagne a saída iminente de Max Mosley da presidência da FIA.

Na outra hipótese, com Mosley prestigiado pelo Conselho, os dirigentes se reúnem pressionados a apresentar novidades sosobre o campeonato que supostamente pretendem organizar em 2010.

A reunião do Conselho Mundial provavelmente vai ditar a pauta do encontro da Fota no dia seguinte. As equipes ainda parecem procurar um acordo para correr na Fórmula 1 no ano que vem.

Mas, como muitos - até este Blog - já se enganaram antes ao duvidar da possibilidade de racha na categoria, é bom não ignorar as palavras de Briatore. Talvez a Fota esteja mesmo decidida a proclamar sua independência.

Com ou sem Mosley no comando da FIA.

domingo, 21 de junho de 2009

Análise do Grande Prêmio - Inglaterra/Silverstone (21/06/2009)

Leia também: Vettel passeia em Silverstone

Análise dos pilotos:

Sebastian Vettel. Um fim de semana perfeito para o impressionante alemão. Nota 10
Mark Webber. Jamais ameaçou a vitória do companheiro, mas também foi bem. Nota 8
Rubens Barrichello.
Corrida consistente e sem erros, embora sem muito brilho. Nota 7
Felipe Massa.
Largada excelente, tática certeira e um resultado promissor. Nota 8
Nico Rosberg. Pontuou pela quarta corrida seguida, em mais um bom desempenho. Nota 8
Jenson Button. Justo em casa, perdeu o encanto e fez prova muito discreta. Nota 4
Jarno Trulli. Foi eficiente e salvou mais dois pontinhos. Nota 7
Kimi Raikkonen. A tática não funcionou e o finlandês ficou preso no tráfego. Nota 6
Timo Glock. Chegou perto dos pontos, mas amargou um frustrante nono lugar. Nota 6
Giancarlo Fisichella. Mesmo sem pontuar, foi um dos grandes destaques da prova. Nota 8
Kazuki Nakajima. Fez ótima classificação, mas não manteve o ritmo na corrida. Nota 6
Nelsinho Piquet. Mais um fim de semana mediano. Ao menos, superou Alonso. Nota 5
Robert Kubica. Quase não foi notado. Culpa principal do carro, não do piloto. Nota 6
Fernando Alonso. Corrida apática. Largou mal e não conseguiu se recuperar. Nota 3
Nick Heidfeld. Combativo, mas pouco eficaz. Prejudicado por um toque na largada. Nota 4
Lewis Hamilton. Largou lá de trás e fez corrida desastrada, chegando a rodar sozinho. Nota 2
Adrian Sutil. Só foi percebido quando um falha de freio causou uma pancada no sábado. Nota 5
Sebastien Buemi. Saiu de último e por lá ficou. Nota 3
Sebastien Bourdais. Arriscou uma manobra sobre Kovalainen e tirou os dois da prova. Nota 2
Heikki Kovalainen. Corrida destruída por Bourdais. Mas já não faria muito mesmo. Nota 3

Análise das equipes:

Brawn. O pior fim de semana do ano para a equipe-sensação. ***
Red Bull. No seco, a maior demonstração de força de sua história na F-1. *****
Toyota. Um desempenho bem mais-ou-menos. **
Ferrari. Ao menos, não está dando vexame como a McLaren. ***
Williams. Rosberg, sozinho, traz os pontos da equipe. ***
McLaren. Em casa, não poderia ter ido muito pior. *
Renault. Performance medíocre, bem longe dos pontos. *
BMW. A equipe alemã quase não foi percebida na pista. *
Toro Rosso. No momento, tem o carro mais lento do pelotão. *
Force India. Está melhorando aos poucos. Já merece marcar um pontinho. ***

Análise da corrida:

Mais uma vez, a corrida pouco empolgou. Embora as disputas no meio do pelotão não tenham sido tão raras assim, os líderes só trocaram de posição nos boxes. As mudanças aerodinâmicas do início da temporada pouco aumentaram as ultrapassagens.
Nível da corrida: Ruim, mas já vimos outras piores

Análise do campeonato:

Jenson Button tem um rival de peso na disputa do título? Ainda não. Sebastian Vettel parece ter o melhor carro agora, mas está muito atrás do inglês. De qualquer maneira, Button ainda vai precisar suar um pouco para levar o troféu.
Nível do campeonato: Sem graça, mas nem tanto

Balanço dos palpites:

Vitória: Jenson Button. O vencedor foi Sebastian Vettel
Pole Position: Mark Webber. O pole position foi Sebastian Vettel
Melhor Volta: Rubens Barrichello. A melhor volta foi de Sebastian Vettel
Grid aleatório (9º lugar): Nico Rosberg. O oitavo no grid foi Kimi Raikkonen
Tempo da pole: 1:20.325. O tempo da pole foi 1:19.509
Primeiro abandono: Adrian Sutil. O primeiro abandono foi Heikki Kovalainen.
Zona de pontuação:
1. Jenson Button (Sebastian Vettel)
2. Sebastian Vettel (Mark Webber)
3. Rubens Barrichello (PALPITE CORRETO)
4. Mark Webber (Felipe Massa)
5. Fernando Alonso (Nico Rosberg)
6. Jarno Trulli (Jenson Button)
7. Kimi Raikkonen (Jarno Trulli)
8. Nelsinho Piquet (Kimi Raikkonen)
Placar da temporada:
Austrália - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Rubens Barrichello (segundo)
Malásia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
China - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Rubens Barrichello (quarto)
Bahrein - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Espanha - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Sebastian Vettel (quarto)
Mônaco - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Mark Webber (quinto)
Turquia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Inglaterra - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Jenson Button (sexto)

Não adianta comemorar ter acertado o terceiro lugar de Barrichello. Na verdade, isso só evitou um vexame total. Dessa vez, a bola de cristal do Blog errou feio. Coitado de Jenson Button. Minha apostou secou o inglês.
Nível dos palpites: Ruim
Placar da temporada: Três acertos em oito possíveis

Por hoje, é só. Até a próxima!

Vettel passeia em Silverstone

O GP da Inglaterra foi um passeio para Sebastian Vettel. Nada mais do que isso.

O alemão venceu fácil, de ponta a ponta, com vantagem incontestável para todos os adversários. Superou seu companheiro Mark Webber com tranquilidade e deixou a dupla da Brawn GP bem para trás.

Não dá para saber ainda se a Red Bull tomou a dianteira sobre a Brawn GP em termos de carros mais rápido, mas a superioridade dos bólidos de Vettel e Webber em Silverstone foi impressionante.

Jenson Button ganhou seis das oito provas do ano e ainda lidera o campeonato com folga. Mas, no próximo GP da Alemanha, já não será considerado o principal favorito à vitória.

Neste domingo, Vettel largou bem e aumentou rápido sua vantagem sobre Rubens Barrichello, à média de um segundo por volta.

A corrida acabou aí. No décimo giro, Vettel já havia liquidado a oposição.

Restou a briga pelo segundo lugar. Que Webber venceu logo, também superando Barrichello sem maiores problemas.

O terceiro era o máximo que Rubinho poderia conseguir. Um resultado longe de ser espetacular, mas bom para as circunstâncias. Pela primeira vez no ano, o veterano bateu Button numa corrida.

Em quarto, Felipe Massa teve um ótimo desempenho. Compensou o erro da classificação de sábado e também chegou ao limite do que o carro permitia.

Largada excelente, tática certeira e cinco pontinhos importantes. A Ferrari não briga por vitórias, mas pelo menos não dá mais vexame como a rival McLaren.

Também muito boa foi a performance do alemão Nico Rosberg. O piloto da Williams finalizou em quinto lugar e igualou seu melhor resultado da temporada.

Por outro lado, o líder do campeonato teve um dia para lá de discreto.

Na largada, Button deu o azar de ficar preso atrás de Jarno Trulli. O italiano - talvez o pior largador de todo o pelotão - estava logo à frente do inglês no grid e a consequência não poderia ter sido outra.

Como de costume, Trulli saiu mal e prendeu Button, que nada pôde fazer e perdeu três posições para pilotos que o ultrapassaram por fora.

A partir daí, restou minimizar o prejuízo. Na parte final da prova, Button ainda superou Kimi Raikkonen e o próprio Trulli, mas não passou de um fraco sexto lugar.

Pelo menos, Button mostrou maturidade para manter o carro na pista e marcar os pontos que podia. Quando estiveram em apuros este ano, outros pilotos - como Vettel e Rubinho - não tiveram a mesma tranquilidade.

Numa pista onde o carro da Toyota teve desempenho mediano, Trulli salvou dois pontinhos. Timo Glock também quase chegou lá: foi o nono, colocado em Raikkonen, que ficou somente em oitavo.

Mesmo fora da zona de pontuação, Giancarlo Fisichella foi um dos destaques da corrida. Terminou em décimo com a Force India e poderia ter pontuado se tivesse tido um pouco mais de sorte.

O italiano concluiu a prova à frente de vários pilotos de equipes bem mais gabaritadas.

A dupla da Renault, por exemplo, fez mais uma corrida medíocre. Nelsinho Piquet, ao menos, teve o consolo de terminar melhor do que o companheiro Fernando Alonso.

O brasileiro foi o 12º. Alonso, só o 14º.

O bicampeão estava num dia apático. Mesmo com um carro mais rápido, não conseguiu superar Nick Heidfeld no início da prova. Sua corrida foi estragada aí mesmo.

Outro que também sai de Silverstone lamentando é Lewis Hamilton. O fim de semana foi horroroso para o atual campeão.

Há quatro corridas sem pontuar, Hamilton esteve longe de um bom resultado correndo em casa. Largando lá de trás, jamais conseguiu uma recuperação.

Ainda rodou sozinho no meio da corrida - um erro bobo, banal, e que só pode ser cometido por um piloto que perdeu a concentração. Hamilton, de fato, vive o pior momento da carreira na Fórmula 1.

Daqui a três semanas, no dia 12 de julho, o GP da Alemanha é a próxima parada do calendário.

Jenson Button é o favorito? Não mais.

Agora, são todos contra Sebastian Vettel.