sábado, 13 de dezembro de 2008

E a Fórmula 1 sobreviveu... mais uma vez


É bastante coisa, então vamos por partes.

Para começar, os motores.

A partir de 2010, serão padronizados entre as equipes independentes. E, já no ano que vem, terão vida útil prolongada e mil giros a menos para evitar gastos para as escuderias.

De fato, mudanças que vão proporcionar uma bela economia.

É de se lamentar, porém, a perda de relevância dos motores num carro de Fórmula 1.

São todos iguais e inquebráveis. Até o barulho é rigorosamente o mesmo.

Enzo Ferrari dizia que considerava o motor mais importante do que o próprio carro. Pelo visto, os dirigentes da Fórmula 1 não compartilham da mesma opinião.

Mas criticar é muito fácil.

Se a F-1 precisava economizar, é no motor que se fazem os cortes mais imediatos.

As medidas realmente não agradam, mas foram necessárias.

Agora, será que vai fazer diferença?

Ainda é cedo para saber. Em termos de motor, as equipes sempre acham um "jeitinho" de mudar uma coisa aqui, outra ali...

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Luca Badoer, Pedro de la Rosa, Marc Gene e companhia que se preparem.

Os treinos coletivos dos intervalos das corridas foram totalmente proibidos.

Acabaram os testes, acabaram os pilotos de testes.

Se é para cortar gastos, proibir os treinos coletivos era uma das soluções mais óbvias.

Apesar disso, a medida é para ser lamentada.

Primeiro porque esvazia o noticiário da F-1, especialmente nos períodos de férias.

E segundo porque reduz ainda mais o universo de pilotos que faz parte da categoria.

Tanto o veterano que ainda se agarra à F-1 quanto o novato que tenta fazer sua estréia perdem a única vitrine para mostrar serviço.

A partir de agora, testes só nas sextas-feiras de GP.

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Para 2010, dá-lhe padronização.

Os sistemas de rádio e telemetria serão iguais.

Informações de pneus e combustíveis passam a ser compartilhados.

Até o ''Kers'', que mal estreou, pode ser idêntico para todo mundo.

A Fórmula 1 vai ficando mais parecida com a GP2, mas ainda está muito acima da categoria-escola.

Por mais que vários elementos estejam padronizados, a F-1 ainda é o berço da tecnologia no esporte a motor.

Os dirigentes sabem disso, e já indicaram que vão tentar preservar a vocação que a F-1 tem para ser um desafio tecnológico.

Tomara.

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Os reabastecimentos serão proibidos em 2010.

Mas os pit stops, na teoria, continuam liberados.

Ou seja: quem quiser trocar pneus, ainda pode.

Voltamos a meados da década de 8o.

Uma época em que, como dizia Nelson Piquet, o piloto fazia sua estratégia durante a corrida, e não antes dela.

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Você prefere o sistema de "medalhas" ou o atual sistema de pontuação?

O modelo de classificação baseado em "nocautes" ou aquele que vigorava até o ano de 2002?

Corridas mais curtas, com 75 minutos, ou mais longas, chegando aos 90 atuais?

Pois bem: a FIA quer saber.

Através de uma "pesquisa de mercado", a entidade vai determinar quais propostas levam a melhor.

O Blog vota no atual sistema de pontuação, na classificação em "nocautes" e nas corridas de 90 minutos.

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No fim das contas, a Fórmula 1 está próxima de superar mais uma de suas crises cíclicas.

Dessa vez, detonada por fatores externos, mas originada no modelo insustentável que a própria categoria criou.

Há quem duvide do próprio futuro da F-1.

Se mais uma ou duas equipes seguirem o exemplo da Honda, sabe-se lá o que pode ocorrer.

Mas isso muito dificilmente vai acontecer.

O pacote de medidas chega como remédio para as equipes que pensavam em deixar a F-1.

Ao menos por enquanto, a categoria está a salvo.

A Fórmula 1 sobreviveu, mais uma vez.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Sebastien Loeb quer ir para a Fórmula 1 em 2010... será que dá?

Por motivo de viagem, este Blog ficará sem atualizações até o próximo sabado

Ele é o atual pentacampeão do Mundial de Rally.

Recordista de vitórias e de títulos na categoria.

No último domingo, venceu o Rally da Grã-Bretanha e completou sua coleção de troféus, já que a etapa britânica era a única onde ele nunca havia triunfado antes.

Para Sebastien Loeb, está começando a perder a graça.

Nesta quarta-feira, o piloto francês confessou numa entrevista a um jornal de seu país que sonha com uma transferência para a Fórmula 1 em 2010.

Em 2009, já está sob contrato com a Citroen.

Mas para o ano seguinte... quem sabe?

Loeb pilotou o carro da Red Bull em Barcelona, há duas semanas, e teve um desempenho impressionante.

Ficou em oitavo, entre 17 pilotos.

Com um programa de testes, como ele mesmo ressalta, daria para estrear na F-1 em 2010.

O problema é a idade.

Loeb já tem 34 anos, muito além do que o normal para os novatos da F-1.

Se Sebastien Bourdais já era considerado velho ao estrear pela Toro Rosso com 28 anos, imagine então o que os chefes de equipe pensam de Loeb.

O francês, porém, é realmente um talento excepcional.

Se forçar uma ida para a Fórmula 1, será que alguma equipe topa?

Vale registrar, apenas como curiosidade, que o argentino Juan Manuel Fangio disputou sua primeira corrida de F-1 aos 38 anos e se aposentou aos 47.

Eram outros tempos. Corridas mais longas, é verdade, mas exigência física bem menor.

Capacidade para correr na F-1, Loeb tem.

Resta saber se alguma equipe terá coragem de apostar nele.

Quer saber? Valia a pena arriscar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Três carros por equipe: uma idéia interessante, mas inviável

A Williams quer radicalizar.

Nesta terça-feira, o chefe executivo da escuderia inglesa, Adam Parr, lançou uma idéia bastante polêmica em entrevista ao jornal The Guardian.

De acordo com Parr, a F-1 deve perder mais uma equipe até o início da próxima temporada.

Como a Honda já saiu, ficariam apenas 16 carros no grid, um dos mais reduzidos da história da categoria.

Para resolver o problema, é aí que entra a sugestão de Parr: liberar as equipes para disputar as corridas com três carros cada uma.

Dá para acreditar nisso?

Por enquanto, não.

Para começar, a idéia de Parr parece contraditória.

Num momento em que as equipes fazem de tudo para cortar gastos, colocar um terceiro carro na pista seria garantia de mais despesas.

A Red Bull, por exemplo, precisaria alinhar seis bólidos - três da equipe principal e outros três da Toro Rosso.

Além disso, não há a menor garantia de que outra equipe vá deixar a F-1 até 2009.

Apesar de todos os boatos, as cinco montadoras restantes reafirmaram o compromisso com a categoria, assim como Force India, Red Bull, Toro Rosso e a própria Williams.

O regulamento da F-1 estabelece que o número máximo de carros é 24.

Ou seja: com nove equipes, não dá para incluir o terceiro bólido porque, nesse caso, seriam 27 pilotos em cada corrida.

Delírio ou não do diretor da Williams, a idéia do terceiro carro é daquelas que logo dão início a um festival de cogitações.

E aí, qual seria o terceiro piloto da Ferrari?

E o da McLaren?

Na Renault, será que Lucas di Grassi formaria o trio com Alonso e Nelsinho?

Bruno Senna encontraria um espaço? E Rubens Barrichello?

Enfim, perguntas que não podem ser respondidas.

O mais provável é que o plano do terceiro carro, embora tenha sido realmente incluído na pauta da Associação das Equipes, não receba o aval da entidade e nem da FIA.

Uma pena, porque seria bem interessante ter um grid lotado de carros e recheado de novas caras.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ex-dirigente da BAR é a esperança para comprar a Honda

Em tempos de crise, toda cautela é pouca.

Mas, pelo visto, a Honda já tem alguns compradores em potencial negociando para adquirir o time nos próximos dias.

O mais forte e conhecido deles é David Richards, ex-chefão da BAR, que admitiu nesta segunda-feira que está considerando a compra da estrutura da Honda.

Um homem de competência inegável, Richards transformou a BAR numa equipe de ponta em 2004, antes de se afastar a partir do momento que a Honda desejou ter mais controle.

Depois disso, ensaiou uma volta à F-1 com a Prodrive, mas desistiu porque a FIA não cumpriu as promessas que fizera sobre mudanças de regulamento.

Agora, é a bola da vez para assumir o controle da Honda.

Na verdade, Richards não seria exatamente o comprador da escuderia.

O inglês ocuparia a posição de chefe de equipe, indicado pelo grupo que comprar a estrutura da Honda.

Quem pode ser? Aí, sim, é que está a dúvida.

Dizem que o Magma Group, que tentou adquirir a Super Aguri no início do ano, e o empresário Trever Carlin, dono de equipe na F-3, seriam os nomes que estariam negociando com Richards para dar prosseguimento ao projeto de compra da Honda.

O problema é justamente convencer Richards.

Porque o esperto inglês sabe que o difícil não é adquirir a estrutura da Honda, e sim mantê-la.

De que adianta ter uma fábrica gigantesca e computadores super modernos se não há dinheiro e profissionais para tocar o barco?

Por tudo isso, Richards mantém a cautela.

Não há dúvida de que o inglês deseja realmente voltar à F-1.

Mas só vai fazer isso se tiver garantias de sucesso.

Para os ex-funcionários da Honda, Richards é uma luz no fim do túnel.

Se o dirigente desistir do negócio, dificilmente haverá outro comprador.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Título merecido para Ricardo Maurício na Stock Car

A temporada da Stock Car encerrou-se neste domingo com a consagração de Ricardo Maurício.

Piloto de grande talento, Ricardinho foi um entre vários brasileiros que tentaram a sorte na Europa no início da década e tiveram que desistir da aventura por falta de apoio financeiro.

Retornou ao Brasil e, logo em sua segunda temporada na Stock, já levou o primeiro título na categoria.

Uma conquista realmente muito merecida.

Com cinco vitórias ao longo do ano, Ricardinho igualou a marca de Chico Serra, em 2001, de maior número de triunfos num só campeonato.

É verdade que Ricardinho não teve a mesma regularidade do rival Marcos Gomes, que terminou mais provas e somou mais pódios, mas contou com a ajuda de algo sempre indispensável nas corridas de automóvel.

A sorte.

Na oitava volta, dois carros rodaram à frente de Marcos Gomes, que não teve como desviar e bateu.

Abandonou duas voltas depois e o título caiu no colo de Ricardinho.

Que, naquela altura, perdia terreno em virtude de um choque com Antonio Pizzonia, mais cedo na corrida.

Não fosse o azar de Marcos Gomes, e o campeonato certamente teria outro destino.

Mas, da maneira como terminou, veio a coroar o esforço e a perseverança de um digno campeão.

Vale registrar também o espetacular pódio de Ingo Hoffmann, que finalizou na terceira posição em sua despedida da Stock.


Um momento emblemático, que representa uma mudança de era na Stock.

A partir do ano que vem, a categoria vem com um novo carro, mais bonito, seguro e moderno.

A tendência é que o crescimento da Stock continue a pleno vapor, embora a época seja de crise em todos os cantos.

Muitos não gostam da Stock e a criticam, com razão, pelo excesso de preocupação com o "espetáculo" e a grande diferença dos carros para os modelos usados na rua.

Apesar disso, é preciso reconhecer o peso que a Stock ganhou no passado recente.

O automobilismo brasileiro já é recheado de problemas e não dá para menosprezar aquilo que dá certo.

Que a Stock permaneça crescendo em força e importância nos próximos anos.

Com Ricardinho Maurício, Marquinhos Gomes e os diversos talentos que o esporte a motor brasileiro, apesar de tudo, continua sempre a produzir.