quinta-feira, 16 de julho de 2009

Bourdais é demitido e Nelsinho resiste

A Fórmula 1 teve hoje a primeira troca de piloto com a temporada em andamento desde que Alexander Wurz deixou a Williams às vésperas do GP Brasil de 2007.

O longo período de um ano e meio de estabilidade chegou ao fim com a demissão de Sebastien Bourdais da Toro Rosso.

Uma notícia que já era esperada, mas que a equipe demorou para confirmar.

Tetracampeão da antiga ChampCar, Bourdais simplesmente não deu certo na Fórmula 1. Teve alguns lampejos, é verdade. Mas, no geral, foi um piloto que quase sempre correu no escuro.

Sem um padrinho forte na equipe e sem o apoio da Red Bull, o francês perdeu o emprego.

Seu substituto ainda não foi definido, mas muito provavelmente será o espanhol Jaime Alguersuari, de apenas 19 anos, prestes a se tornar o mais jovem da história a correr na Fórmula 1.

Uma escolha caseira da Toro Rosso, promovendo um piloto do programa de novos talentos da Red Bull.

Alguersuari é talentoso, obviamente, mas ainda parece ser muito pouco experiente para a Fórmula 1. Sua entrada na categoria não passa muito de uma jogada de marketing.

Enquanto isso, Nelsinho Piquet segue resistindo na Renault.

Após ter sua demissão anunciada por Galvão Bueno na segunda, o brasileiro desmentiu o locutor e garantiu que correr no GP da Hungria.

Uma boa notícia, mas a pressão sobre Nelsinho continua muito forte. Sem dúvida, seu emprego permanece em risco.

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Max Mosley confirmou que não permanece na FIA em 2010 e dois nomes já aparecem como os favoritos à sucessão: Jean Todt e Ari Vatanen.

Dois homens que sempre foram ligados ao esporte e que representariam um grande avanço em relação a Mosley, seja qual deles for o eleito.

Apesar disso, ainda é muito cedo para prever como a eleição vai terminar. Muita gente que pode concorrer age só nos bastidores, por enquanto.

Como em qualquer eleição, as cartas ainda não estão todas na mesa.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Fim da linha para Nelsinho Piquet na Renault?

Nelsinho Piquet já foi demitido da Renault. Ao menos, é isso o que afirma Galvão Bueno.

A notícia ainda não se confirmou. Mas, se o anúncio da equipe francesa for feito já pela manhã, não será surpresa nenhuma.

Não dá para negar: o desempenho de Nelsinho, desde o ano passado, está muito abaixo do que se esperava dele.

Mas isso não é culpa só do piloto.

Se for confirmada a demissão de Nelsinho, a culpa principal é de um sujeito chamado Fernando Alonso. Óbvio que o espanhol não jogou nos bastidores pela saída do brasileiro. Mas foi quem, indiretamente, provocou o inferno astral do brasileiro.

Em 2007, quando acertou sua entrada na F-1, Nelsinho ainda não sabia quem seria seu companheiro na Renault. Alonso disputava o título na McLaren e pouca gente, naquela altura, projetava uma volta do espanhol à Renault.

Alguns meses e um escândalo de espionagem depois, o bicampeão assinava contrato para retornar à equipe francesa. Uma equipe que, após a sua saída, havia caído em franco declínio.

A Renault, naquela época, ainda era considerada uma escuderia de ponta. Que vivia somente um mau momento. Quando Alonso voltou, a equipe já entrou na temporada 2008 favorita a, no mínimo, disputar vitórias.

No fim, foram dois triunfos. Abaixo da expectativa. Mais uma frustração para uma equipe que se julgara ao nível de Ferrari e McLaren.

Pressão, pressão, pressão. A Renault precisava voltar a brigar pelo título.

Veio 2009. E, com a nova temporada, uma nova decepção.

Sem condições de oferecer um carro de ponta a Alonso, a equipe passou a empregar suas forças para evitar, ao menos, um vexame maior. Não deu muito certo, mas o talento do espanhol tratou de mascarar parte da incompetência da equipe.

Qualquer novidade era logo depositada no carro de Alonso. Não mudou muito até agora. E, no meio da pressão interminável por melhores resultados, Nelsinho acabou esquecido.

Se desde o ano passado o brasileiro já não era prioridade, nesta temporada ficou com um status ainda menor na equipe.

Erro da Renault priorizar somente Alonso? Nem tanto. A equipe francesa, na posição em que está desde o ano passado, precisa mesmo jogar suas fichas no espanhol, um piloto experiente e duas vezes campeão mundial.

Nelsinho tem motivos para reclamar do tratamento da equipe. Dos privilégios dados a Alonso. E da sorte, já que parece ter escolhido o lugar errado, na hora errada, para entrar na Fórmula 1.

Mas também tem sua parcela de culpa na provável demissão.

Sua passividade, talvez resultado da personalidade bastante tímida, contribuiu bastante para que a Renault concentrasse atenções em Alonso.

Os erros na classificação, uma constante desde o ano passado, foram outro defeito que Nelsinho não conseguiu solucionar.

O brasileiro ficou um ano e meio na Renault, mas falhou em cavar seu lugar na equipe. Falhou em conquistar a confiança de Flavio Briatore. E isso deve selar a sua demissão.

Talvez até seja bom que Nelsinho deixe a Renault desde já. Ele e a equipe francesa simplesmente não deram certo.

Jovem como ainda é, merece uma segunda chance na Fórmula 1.

Mas, depois de fracassar na tentativa inicial, será olhado com muito mais ceticismo daqui para frente.

Resta a torcida para que Nelsinho repita a trajetória do compatriota Felipe Massa, que também falhou em sua fase de novato, mas deu a volta por cima.

Talento, Nelsinho tem de sobra. Falta um pouco mais de tranquilidade, de bom ambiente.

E falta estar no lugar certo, na hora certa. Um detalhe que não depende totalmente do piloto, mas é fundamental para se formar um vencedor.

domingo, 12 de julho de 2009

Análise do Grande Prêmio - Alemanha/Nurburgring (12/07/2009)

Análise dos pilotos:

Mark Webber. Vitória muito merecida. Só não leva a nota máxima por causa da largada. Nota 9
Sebastian Vettel. Batido claramente por Webber. Nota 7
Felipe Massa. Tática certeira e um pódio bastante suado. Nota 9
Nico Rosberg. Largou do meio do grid e terminou num ótimo quarto lugar. Nota 9
Jenson Button. O quinto posto até que não foi tão ruim assim. Nota 6
Rubens Barrichello. Largada ótima, ritmo de corrida lento, estratégia desastrosa. Nota 6
Fernando Alonso. Chegaria mais à frente se não fosse a posição de grid tão ruim. Nota 8
Heikki Kovalainen. Ao menos, salvou um pontinho. Nota 7
Timo Glock. Saiu de último no grid e quase pontuou. Nota 6
Nick Heidfeld. Como de costume, quase não foi notado. Nota 4
Giancarlo Fisichella. Combativo, lutou bastante e merecia melhor sorte. Nota 7
Kazuki Nakajima. Mais uma corrida medíocre para o japonês. Nota 4
Nelsinho Piquet. Depois da ótima classificação, apagou-se na corrida. Nota 5
Robert Kubica. Parece desmotivado. Na casa da BMW, não fez nada. Nota 3
Adrian Sutil. Chegou a andar em segundo, mas foi ingênuo no toque com Raikkonen. Nota 7
Sebastien Buemi. Andou no limite do carro e não comprometeu. Nota 5
Jarno Trulli. Uma péssima corrida. Não poderia ter sido muito pior. Nota 2
Lewis Hamilton. Brilhante quinto lugar no grid, estragado pela afobação na largada. Nota 5
Kimi Raikkonen. Vinha no embalo de Massa quando quebrou. Nota 6
Sebastien Bourdais. Em sua provável despedida, um desempenho melancólico. Nota 2

Análise das equipes:

Brawn. Com uma estratégia equivocada, teve a pior corrida do ano. **
Red Bull. Uma dobradinha para não deixar dúvidas sobre a capacidade do carro. *****
Toyota. Para variar, vai ficando para trás. **
Ferrari. Vai evoluindo aos poucos, mas ainda não é capaz de brigar por vitórias. ***
Williams. Rosberg continua levando a equipe nas costas. ***
McLaren. O carro melhorou, mas o erro de Hamilton tirou as chances de um bom resultado. **
Renault. Permanece incapaz de sonhar com as primeiras posições. **
BWM. Em casa, quase não apareceu. A equipe é o grande mico da temporada. *
Toro Rosso. Tem o carro mais lento do grid. *
Force India. Já faz por merecer marcar alguns pontinhos. ***

Análise da corrida:

Mesmo sem a chuva, o GP da Alemanha teve muitas disputas por posição, inclusive entre os líderes. Embora não tenha sido a corrida mais emocionante do ano, a prova de Nurburgring foi bem mais animada do que os sonolentos GPs de Turquia e Inglaterra, por exemplo.
Nível da corrida: Boa

Análise do campeonato:

Parecia que Jenson Button já era o campeão virtual da temporada, mas a Red Bull vai se tornando uma ameaça concreta ao domínio do inglês. Sebastian Vettel e Mark Webber, sem dúvidas, ainda podem sonhar com o título.
Nível do campeonato: Bom

Balanço dos palpites:

Vitória: Rubens Barrichello. O vencedor foi Mark Webber
Pole Position: Sebastian Vettel. O pole position foi Mark Webber
Melhor Volta: Jenson Button. A melhor volta foi de Fernando Alonso
Grid aleatório (10º lugar): Robert Kubica. O décimo no grid foi Nelsinho Piquet
Tempo da pole: 1:30.975. O tempo da pole foi 1:32.320
Primeiro abandono: Sebastien Bourdais. Na mosca!
Zona de pontuação:
1. Rubens Barrichello (Mark Webber)
2. Sebastian Vettel (PALPITE CORRETO)
3. Jenson Button (Felipe Massa)
4. Kimi Raikkonen (Nico Rosberg)
5. Mark Webber (Jenson Button)
6. Timo Glock (Rubens Barrichello)
7. Robert Kubica (Fernando Alonso)
8. Adrian Sutil (Heikki Kovalainen)
Placar da temporada:
Austrália - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Rubens Barrichello (segundo)
Malásia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
China - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Rubens Barrichello (quarto)
Bahrein - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Espanha - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Sebastian Vettel (quarto)
Mônaco - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Mark Webber (quinto)
Turquia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Inglaterra - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Jenson Button (sexto)
Alemanha - Vencedor: Mark Webber. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)

Rubens Barrichello até sonhou com a vitória, mas não chegou lá de novo. Mais um palpite furado do Blog. Quase acertei a Force India de Sutil nos pontos, só que também não deu. Ao menos, o segundo lugar de Vettel e o chute em Bourdais para "primeiro abandono" foram na mosca.
Nível dos palpites: Ruim
Placar da temporada: Três acertos em nove possíveis

Por hoje, é só. Até a próxima!

Vitória merecida de Mark Webber no GP da Alemanha

Mark Webber não foi perfeito e esteve perto de jogar a corrida fora numa manobra precipitada na largada, mas conquistou um merecido triunfo no GP da Alemanha.

A vitória em Nurburgring premia um piloto batalhador e persistente, que sempre teve mais azar do que sorte ao longo da carreira.

Agora que está num carro de ponta, porém, Webber não desperdiçou a chance de quebrar a barreira que o separava do lugar mais alto do pódio.

Neste domingo, a corrida começou mal para o australiano. Na largada, saindo da desconhecida posição de pole position, Webber fez zigue-zague pela pista e quase bateu com Rubens Barrichello e Lewis Hamilton.

Com o brasileiro, houve, de fato, um contato. Por sorte, nenhum dos dois perdeu o controle e o acidente foi evitado.

Barrichello tomou a ponta, mas Webber se mantinha por perto. Nem mesmo um drive-through, aplicado de forma rigorosa pelo zigue-zague na largada, tirou o australiano da disputa.

Mantendo o ritmo forte, Webber se aproximou de Rubinho e assumiu a liderança quando o brasileiro parou pela segunda vez nos boxes.

Daí para a frente, o piloto da Red Bull apenas passeou. Uma vitória tranquila, que poderia ter sido ainda mais fácil se não fosse o pequeno deslize na primeira volta.

Completando a dobradinha da equipe, Sebastian Vettel terminou em segundo.

A corrida do alemão não foi nada brilhante, mas pelo menos Vettel não perdeu o controle quando esteve em situação adversa.

O jovem piloto da casa largou mal, ficou preso no tráfego e perdeu a chance de lutar pela vitória.

Quando Webber precisou pagar o drive-through, Vettel já havia ficado para trás. O alemão era o único que poderia ameaçar a vitória do companheiro.

Não deu para vencer, mas o segundo lugar foi um bom resultado em termos de campeonato. A distância para Button caiu para 21 pontos.

Em terceiro, Felipe Massa fez uma corrida brilhante.

Com uma tática certeira, o piloto da Ferrari se manteve sempre entre os líderes e aproveitou os erros da Brawn para conquistar um terceiro lugar, seu primeiro pódio no ano.

No campeonato, Massa já é o quinto colocado. O "melhor do resto", um posto que ele merece bastante.

Outro que também tem de ganhar elogios é Nico Rosberg.

Neste domingo, o alemão da Williams pontuou pela quinta corrida consecutiva, em mais uma atuação precisa e consistente.

Na sequência, veio o líder do campeonato, Jenson Button.

Pela segunda corrida consecutiva, totalmente afastado da briga pela vitória. Assim como Vettel, Button largou mal e teve de minimizar o prejuízo.

No fim, até que o quinto lugar não ficou tão mal assim. Ruim e frustrante mesmo foi a sexta posição de Rubens Barrichello.

Quando Webber recebeu o drive through, parecia que Rubinho venceria pela primeira vez no ano. Líder, ele ficou isolado na ponta e aparentemente tinha a corrida sob controle. Mas era cedo demais para comemorar.

A prova de Rubinho começou a se estragar quando ele fez a primeira parada e retornou logo atrás de Massa. Bem mais rápido, Barrichello chegou a ameaçar a ultrapassagem, mas não conseguiu tomar a posição do compatriota.

Perdeu, aí, a vitória.

Em cerca de cinco voltas, nas quais Barrichello ficou preso atrás de Massa, Webber tirou a distância e encostou no piloto da Brawn.

Rubinho foi para o box e o australiano assumiu a liderança. Ainda poderia restar um pódio para Barrichello, mas hoje não era o seu dia.

Um pequeno problema na mangueira de reabastecimento - o que, não custa nada lembrar, é um problema que foge da responsabilidade da equipe e pode acontecer com qualquer um, em qualquer momento - arruinou a prova do veterano.

Barrichello retornou dos boxes já tendo perdido a batalha para Webber e Vettel. Ainda poderia ficar à frente de Massa e Rosberg, mas o fraco ritmo de corrida não deixou.

Com óbvias dificuldades para aquecer os pneus, Rubinho foi ficando para trás. Até que Button colou nele.

Os dois pilotos da Brawn precisavam, então, fazer a última parada de reabastecimento. Button vinha sempre parando uma volta antes de Rubinho, mas a tendência se inverteu no pit stop derradeiro.

O brasileiro parou antes e o inglês, que ficou um giro a mais na pista, tomou a posição.

Será que a Brawn está favorecendo Button? Talvez. E não dá para reclamar da equipe. Nessa altura do campeonato, com a Red Bull se tornando uma ameaça concreta, já estava mesmo na hora de Button receber alguns pequenos privilégios.

Rubinho terminou em sexto, atrás do inglês. Um pontinho a mais para Button, pontinho que pode fazer uma grande diferença mais para frente.

Atrás da dupla da Brawn, Fernando Alonso completou em sétimo. Um resultado dentro dos padrões da Renault, certamente ainda muito abaixo do que o bicampeão espera.

Heikki Kovalainen, que chegou a andar em terceiro no início da corrida, lutou muito para salvar um oitavo posto. Ao menos, não foi impaciente como o companheiro Lewis Hamilton, que errou na largada, furou o pneu e perdeu qualquer chance de bom resultado.

Nelsinho Piquet, naquela que talvez tenha sido sua última corrida na Fórmula 1, quase não foi notado. Terminou somente em 13º e não teve chance de entrar na disputa por pontos.

Daqui a duas semanas, o GP da Hungria é a próxima parada no calendário. Na pista onde venceu pela primeira vez, Button vai ter de suar muito para acompanhar os carros da Red Bull.

A partir de agora, já não há mais dúvidas: a turma das bebidas energéticas tem o equipamento mais rápido de todo o pelotão.