sexta-feira, 20 de março de 2009

FIA quebra a cara e volta atrás

E eis que a FIA - quem diria! - voltou atrás na infeliz decisão de substituir pontos por vitórias para definir o campeão deste ano.

Surpresa e alívio geral. Realmente, ninguém havia gostado da novidade.

Na manhã desta sexta, a Associação das Equipes (Fota) soltou um comunicado em que afirmava serem "ilegais" as mudanças impostas para o campeonato de 2009.

A FIA, segundo o próprio regulamento da Fórmula 1, não pode mexer nas regras a tão pouco tempo do início da temporada.

A menos, é claro, que contasse com o apoio de todas as partes envolvidas - incluindo as equipes, que foram radicalmente contra o sistema de vitórias para definir o campeão.

Apenas algumas horas após a divulgação do comunicado da Fota, a turma de Max Mosley reconheceu que errou e adiou a implantação do sistema de vitórias para 2010.

Mas a tendência é que este modelo, para alegria de quase todo mundo, seja abandonado de vez.

A justificativa da FIA para ter criado toda essa confusão é constrangedora.

A entidade garantiu que só tomou a iniciativa de trocar o sistema de pontução porque pensava ter o apoio das equipes.

Como assim, "pensava"?

Para se fazer uma mudança tão radical como essa, é preciso ter certeza absoluta e irrestrita de que ela é apoiada por todo mundo que faz parte da Fórmula 1.

Bernie Ecclestone, em sua cruzada para implantar o ridículo "sistema de medalhas", deve ter influenciado os dirigentes da entidade e garantido que as mudanças tinham o aval das equipes.

Evidentemente, não era verdade.

E a FIA, por conivência ou ingenuidade, embarcou na proposta de Ecclestone, apenas com alguns pequenos retoques.

Quebrou a cara.

Porque todo mundo - pilotos, chefes de equipe e torcedores - rejeitou o "sistema de vitórias".

Menos mal que a FIA teve um mínimo de sensibilidade para perceber que o ideal era voltar atrás.

Agora, tomara que a ideia seja enterrada de vez.

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Felipe Massa está sendo bombardeado por causa de um comentário em entrevista a uma emissora de televisão italiana.

Entrevistado pelo jogador Kaká, Massa afirmou que Michael Schumacher seria o "Pelé da Fórmula 1", enquanto Ayrton Senna se parece mais com Maradona.

No Brasil, a frase de Massa gerou forte reação por parte dos torcedores mais fanáticos de Senna, que se sentiram ofendidos ao ver o tricampeão comparado com o argentino.

Pior ainda, é claro, foi ver Massa colocar Schumacher no posto de "melhor piloto da história".

"Puxa-saco" foi o termo mais leve dos que foram usados para classificar o atual titular da Ferrari.

Mas será que Massa errou mesmo?

As comparações são discutíveis, é claro. E daí?

Massa tem todo o direito de expressar sua opinião sobre quem foi o melhor na Fórmula 1.

O debate sobre quem andava mais - Senna ou Schumacher? - não leva a lugar algum.

Errado mesmo é acreditar que a pergunta tem uma resposta correta.

Não tem.

Para cada um, um ponto de vista diferente.

Massa pensa que Schumacher foi melhor.

Que a sua opinião seja respeitada e ponto final.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pré-temporada chega ao fim. Quem arrisca palpites?

Acabou a pré-temporada.

Nesta quinta-feira, Williams e McLaren colocaram oficialmente um ponto final na fase de preparação para o próximo campeonato da Fórmula 1.

Em Jerez de la Frontera, no duelo particular entre as duas tradicionais equipes, o japonês Kazuki Nakajima venceu o finlandês Heikki Kovalainen e marcou o melhor tempo.

A marca de Nakajima foi também a mais rápida de toda a semana, baixando em quatro décimos a volta que Jenson Button havia estabelecido na terça-feira.

O desempenho da Brawn GP, entretanto, ainda é claramente superior ao da Williams e, portanto, melhor também que o da McLaren.

A pré-temporada acabou, mas fazer prognósticos sobre a temporada que está para começar continua sendo muito complicado.

Certamente, o GP da Austrália vai apresentar surpresas que ninguém poderia prever.

Apesar disso, já dá para ter uma vaga ideia do que pode acontecer em Melbourne.

O melhor carro do grid, por exemplo, é sim o da Brawn GP.

Se a equipe de Button e Rubinho vai confirmar o favoritismo, é outra história.

Mas começa o ano sendo, de fato, a escuderia a ser batida.

Na sequência, há três equipes que parecem estar praticamente no mesmo nível: BMW, Ferrari e Toyota.

Desse trio, a que teve o desempenho mais discreto na pré-temporada foi a BMW.

O que não significa muito, já que a equipe alemã adora esconder o jogo - basta observar a classificação dos treinos de sexta-feira ao longo da última temporada. Heidfeld e Kubica aparecem, quase sempre, da décima posição para trás.

Ferrari e Toyota tiveram uma performance um pouco mais destacada, mas devem estar no mesmo patamar da BMW.

Por outro lado, Renault e McLaren começam a temporada enfraquecidas em relação ao ritmo que terminaram o ano passado.

As duas equipes, entretanto, têm em Alonso e Hamilton seus grandes trunfos.

O carro pode até não ser tão bom, mas o talento dos pilotos compensa.

Mais atrás, Williams e Red Bull também estão mais ou menos no mesmo degrau, enquanto Toro Rosso e Force India parecem ser as favoritas às últimas posições do grid.

Tudo isso, porém, não passa de mera especulação.

O pelotão está muito equilibrado mesmo - de acordo com o site Autosport, a diferença da primeira para a última equipe não deve passar de dois segundos.

Fazer previsões é realmente complicado.

Mas, se este Blog precisasse apostar na hierarquia das equipes, a ordem seria esta daí:

1. Brawn GP
2. BMW
3. Ferrari
4. Toyota
5. Renault
6. Williams
7. McLaren
8. Red Bull
9. Toro Rosso
10. Force India

Os erros e acertos dessa tabela começarão a ser checados dentro de exatamente uma semana, com os primeiros treinos para o GP da Austrália.

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Desde o fim do campeonato do ano passado, este Blog está devendo um post no estilo "mea culpa", sobre os palpites que dei para a temporada 2008 antes da primeira corrida daquele ano.

Em breve, esta dívida será encerrada.

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A todos os amigos que enviaram mensagens sobre o encerramento do site Pit Stop, meu muito obrigado.

Vou tentar responder de forma indivudual a cada um, mas o tempo anda bem corrido.

De qualquer maneira, valeu mesmo pelos elogios, pela compreensão e pelas mensagens de boa sorte.

Obrigado!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sobre o fim do site Pit Stop

Em agosto do ano passado, assumi sem tantas pretensões um site que pretendia unir informação e curiosidades sobre esporte a motor, com destaque inevitável para a Fórmula 1.

A página, batizada de Pit Stop, ficou hospedada no portal do jornalista Sidney Rezende desde o dia 31 de julho do ano passado.

Foram sete meses e meio de muita dedicação e vários fins de semana sem folga, mas o esforço valeu a pena.

O carinho dos leitores e a experiência que ganhei com profissionais da área superaram todas as minhas expectativas.

Apesar disso, precisei tomar uma decisão difícil e encerrar o site no início desta semana.

Recentemente, disputei uma vaga no jornal Destak e fui o escolhido entre outros candidatos que, confesso, tinham currículos aparentemente superiores ao meu.

Começo já na próxima semana, e conciliar o trabalho lá com o Pit Stop ficaria impossível.

O site poderia até continuar, mas perderia muito da sua qualidade. E isso, honestamente, eu não conseguiria suportar.

O jornal Destak não é muito conhecido fora do Rio e de São Paulo, mas vai me proporcionar uma experiência que é muito necessária nessa altura da minha carreira.

Enquanto há tempo, preciso aprender a fechar uma página de capa, conhecer novas pessoas, fazer novas fontes e saber o que significa trabalhar no Centro do Rio e perder algumas horas por dia até chegar lá.

Tudo isso, em maior ou menor escala, me motivou a tomar a difícil decisão de encerrar o Pit Stop.

Foi uma escolha um tanto "egoísta", já que certamente vai decepcionar os leitores que acompanhavam o site, mas eu não poderia recusar o convite.

A você que gostava do Pit Stop, meu mais profundo agradecimento pela audiência e um sincero pedido de desculpas por não mais continuar com o site.

No Destak, começo um novo desafio. Não faço ideia de onde irei parar.

Este Blog, por enquanto, mantém o mesmo formato.

Vou fazer o máximo para continuar com as postagens diárias, no estilo que vem sendo feito atualmente.

A diferença é que os links para as notícias completas, a partir de agora, vão redirecionar para outros sites de notícia, que não sejam o Pit Stop.

Nos fins de semana de Fórmula 1, a cobertura segue o padrão do ano passado, com o "Palpitão" nas quintas-feiras pré-GP e as notas dos pilotos aos domingos.

Se houver qualquer necessidade de mudança, vou comunicar aqui.

Por hora, gostaria de reforçar o meu agradecimento a todos que ajudaram o Pit Stop a se tornar um sucesso.

De coração, muito obrigado.

Um PS: o email do Pit Stop (pitstop@srzd.com) provavelmente será desativado num curto tempo. Como não consegui dar conta de conciliar as mensagens que chegavam para o Pit Stop e o Blog, também não uso mais o antigo blogf1grandprix@hotmail.com. A partir de agora, se interessar, o meu email de contato é gvscoelho@hotmail.com.

terça-feira, 17 de março de 2009

FIA planta a semente da discórdia

O Conselho Mundial da FIA se reuniu nesta terça-feira e revelou as decisões da entidade sobre a próxima temporada da Fórmula 1.

Lamentáveis, para dizer o mínimo.

Para começar, a FIA rejeitou a proposta de pontuação lançada pela Associação das Equipes (Fota) e preferiu uma espécie de adaptação do modelo de "medalhas", ideia de Bernie Ecclestone.

A partir deste ano, o campeão da Fórmula 1 será o piloto que tiver o maior número de vitórias, independente de quantos pontos somou.

Se houver empate em triunfos, aí sim, os pontos vão servir para definir o título.

Além disso, a FIA também estabeleceu um teto orçamentário de 30 milhões de euros e praticamente ignorou o programa de corte de custos elaborado pelas equipes.

Nos dois casos, as regras já são, em si, cheias de defeitos.

Mas isso não é o pior.

Ruim mesmo é que a FIA escolheu o caminho da intriga e da política ao do diálogo.

Em meados do ano passado, a entidade avisou: ou as equipes se organizavam e propunham medidas ou a própria FIA escolheria sozinha as regras de 2009.

Pois bem: as equipes se uniram, formaram a Fota e conduziram uma pesquisa de mercado em mais de 20 países.

Depois de muita análise e conversa, elaboraram o plano que foi entregue à FIA no inicio do mês.

E o que faz a entidade?

Esquece a promessa que havia feito, descarta todo o esforço da Fota e impõe mudanças que não agradaram a ninguém: nem à Fota, nem aos pilotos e muito menos aos torcedores.

A mudança no sistema de pontuação, principalmente, foi recebida em tom de reprovação e até de revolta em fóruns da internet.

Agora, porém, a decisão já foi tomada.

Numa canetada, a FIA decidiu constranger as equipes e plantar a semente da discórdia.

Tudo com a devida bênção de Bernie Ecclestone.

Enfraquecidas, as equipes podem perder a união e serem obrigadas a se submeter aos desmandos da FIA.

Mas, se mantiverem a unidade, prometem uma reação.

Nesta mesma terça-feira, o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, anunciou que o francês Jean Todt está deixando a Ferrari por completo, de forma oficial.

Será que vem por aí um rival para Max Mosley nas eleições deste ano na FIA?

Tomara.

Depois do que a entidade fez hoje, já dá para temer pelo futuro da Fórmula 1.

A antiga associação que unia as montadoras e ameaçou criar uma categoria rival já não tem a menor relevância.

Mas a Fota, que reúne todas as escuderias do grid atual, poderia muito bem iniciar um levante parecido.

Agora, a insatisfação não é só em relação à divisão dos lucros.

As equipes estão irritadas com tudo, especialmente com a arrogância e com o autoritarismo de Ecclestone e da FIA ao mexer nas regras ano após ano.

Das mudanças no treino classificatório, passando pela introdução do KERS e chegando ao novo sistema de pontuação, quase nada agradou aos times.

O fantasma de um "racha" na Fórmula 1 pode reaperecer.

Agora com uma diferença: todas as equipes estão do mesmo lado.

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Se você é daqueles que acompanha o Pit Stop diariamente, deve ter percebido que o site não foi atualizado durante todo do dia de hoje.

Em breve, prometo explicar o motivo.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Alonso, um nome que jamais deve ser descartado

No post de ontem, este Blog listou as três equipes que seriam as favoritas para acabar com a hegemonia de Ferrari e McLaren.

BMW, Toyota e Brawn.

Deixei de fora a Renault.

O que já se revelou, em apenas um dia, uma previsão ingênua e precipitada.

Porque a escuderia francesa pode não ter o melhor carro, a melhor estrutura ou o melhor orçamento do grid.

Mas tem aquele que é o melhor piloto do mundo.

E, nesta segunda-feira, Fernando Alonso deu mais uma amostra de sua incrível capacidade.

Em seu último dia de testes na pré-temporada, o espanhol desbandou Rubinho e a Brawn GP para liderar os ensaios em Jerez de la Frontera.

A diferença foi de apenas cinco centésimos e Alonso, muito provavelmente, ainda está em desvantagem em relação à equipe novata.

Apesar disso, o desempenho do espanhol foi promissor.

Como não aconteceu em nenhuma outra equipe neste ano, a Renault concentrou quase todo o esforço de pré-temporada nas costas de apenas um dos titulares, simplesmente porque sabe o valor que ele tem.

Pior para Nelsinho Piquet, que treinou apenas um dia em Barcelona - enquanto Alonso andou três - e também teve papel reduzido nos ensaios de Jerez.

A escolha da Renault ao priorizar o bicampeão, entretanto, é bastante compreensível.

Não que Nelsinho não tenha capacidade de testar, mas a equipe deve aproveitar ao máximo a presença de Alonso.

Em condições normais, a Renault nem estaria sendo considerada candidata a alguma coisa em 2009.

Só que Alonso faz diferença.

O espanhol pode até não disputar o título deste ano.

Mas, sem dúvida nenhuma, é um nome que jamais deve ser descartado na luta por vitórias.

domingo, 15 de março de 2009

Mesmo sem forçar, Brawn comanda testes em Jerez

Seis das dez equipes da Fórmula 1 já concluíram todo o programa de pré-temporada.

As outras quatro saíram de Barcelona e viajaram direto para Jerez de la Frontera, onde testam ao longo desta semana.

Enquanto a McLaren resolveu tirar o dia de folga, Brawn, Renault e Williams entraram na pista para mais uma bateria de ensaios.

E o resultado seguiu a lógica de Barcelona: apesar da troca de circuito, a Brawn manteve a liderança e comandou a sessão com Rubinho.

Alonso, o vice-líder, bateu pela manhã e ficou a meio segundo de Barrichello.

Também entrou na pista o piloto de testes da Williams, Nico Hulkenberg, que ficou na terceira e última posição.

Para a Brawn GP, mais um resultado expressivo.

E a equipe, neste domingo, nem deu pinta de forçar o carro ao máximo.

O melhor tempo de Rubinho ficou na casa de 1:19.2, dois décimos atrás da marca estabelecida por Sebastian Vettel no dia 1º de março.

Considerando que a Red Bull não vem sendo citada entre as possíveis candidatas a vitória, o mais provável é que a Brawn GP não tenha andado como realmente pode.

No comunicado à imprensa, a equipe revela que apenas testou acertos e fez avaliações com os pneus.

Nada de simulações de corrida ou treinos classificatórios, quando os tempos mais rápidos costumam aparecer.

Enquanto isso, Alonso saiu da pista pela manhã num momento em que "tentava encontrar o limite" do novo carro da Renault.

Andou com tanque vazio e, mesmo assim, ficou a meio segundo de Rubinho.

A diferença, pelo visto, é ainda maior do que essa que foi vista neste domingo...