sábado, 5 de dezembro de 2009

Raikkonen assina com a Citroën e vai correr de rally em 2010

O grid da Fórmula 1 em 2010 não terá Kimi Raikkonen.

Nesta sexta-feira, o campeão mundial de 2007 anunciou que vai correr a próxima temporada no Mundial de Rally, junto com a Citroën.

O finlandês vai pilotar pela equipe "B" da marca francesa, sem sofrer maiores pressões para conquistar bons resultados. A pura presença de Raikkonen e toda a publicidade que isso vai gerar já são motivos suficientes para a Citroën contratar o "Homem de Gelo".

A Fórmula 1 perde assim uma de suas maiores estrelas, mas ainda é muito cedo para afirmar que o futuro de Raikkonen nunca mais estará atrelado à categoria.

Para começar, o contrato do finlandês com a Citroën é de apenas um ano, o que claramente deixa uma porta aberta para um retorno em 2011.

E, segundo a imprensa europeia, ele já estaria planejando a volta junto com a Red Bull - que, coincidência ou não, é a principal patrocinadora da Citroën no Mundial de Rally...

Quando decidiu não correr na Fórmula 1 em 2010, Raikkonen levou em conta dois motivos principais.

O primeiro: à exceção da Mercedes, que não ofereceu o salário desejado por ele, nenhuma outra equipe ainda com vagas disponíveis poderia garantir o nível de performance esperado por um campeão mundial.

Raikkonen não é piloto para fazer mera figuração. Mais vale a pena tirar um ano sabático da Fórmula 1 do que passar a temporada toda correndo na parte de trás do grid.

Além disso, ao decidir se afastar da Fórmula 1, também pesou a cláusula contratual com a Ferrari que vai render vários milhões de dólares a mais em sua conta corrente.

Dizia o contrato com o time de Maranello: se Raikkonen fosse dispensado e assinasse com outra equipe, teria direito a ganhar uma indenização de "apenas" 10 milhões de euros.

Como o piloto não vai correr por nenhum outro time, vai acabar recebendo os mesmos 10 milhões e mais tudo o que ganharia de salário se ainda estivesse com a Ferrari em 2010.

No total, os valores chegam a cerca de 18 milhões de euros, quase o dobro do montante inicial.

Talvez "mordido" pela demissão da Ferrari, Raikkonen quis dar um prejuízo um pouquinho maior à escuderia italiana. E, enquanto isso, vai procurando outra equipe para um possível retorno em 2011.

O contrato de Mark Webber com a Red Bull termina no fim do ano que vem. A tendência é que a equipe das bebidas energéticas procure um novo companheiro para Sebastian Vettel.

Nesse contexto, Raikkonen - sem dúvida alguma - seria uma opção bastante interessante.

Tirando a Red Bull, é complicado apontar alguma outra equipe que poderia atrair o "Homem de Gelo" em 2011. Talvez a Mercedes, ou a Renault, ou quem sabe até uma Virgin Racing.

Raikkonen é um sujeito imprevisível, alguém que poderia surpreender todo mundo na hora de escolher a melhor opção para o futuro.

Certo mesmo, porém, é que ele não estará na Fórmula 1 em 2010.

E, por mais que Raikkonen mantenha uma postura calada e pouco simpática, sua ausência será muito sentida.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Testes em Jerez marcam tímido início de pós-temporada

Começou só nesta terça-feira o período de pós-temporada da Fórmula 1.

Na verdade, o teste coletivo realizado com nove equipes em Jerez de la Frontera não sinaliza o início "para valer" dos preparativos do campeonato de 2010.

De qualquer maneira, já é a primeira vez que os motores roncam após a última corrida do ano, em Abu Dhabi.

Em ação, apenas pilotos "novatos" - nenhum tem experiência em corridas e apenas alguns poucos, como Gary Paffett e Lucas di Grassi, já andaram distâncias razoáveis em carros de Fórmula 1.

Trata-se, portanto, de um pequeno aquecimento para o que vem por aí nos próximos meses.

Ao menos, os testes servem para avaliar nomes que certamente estarão no grid num futuro não muito distante.

Um deles - o brasileiro Di Grassi - parece bem próximo de assinar com a nova Virgin GP, onde seria o companheiro de Timo Glock.

O currículo e as conquistas de Lucas na GP2 já são bem conhecidos pelo fã mais apaixonado da Fórmula 1, então os testes não devem acrescentar muito.

Por outro lado, pelo menos mais três jovens pilotos têm em Jerez a chance de mostrar seus cartãos de visitas ao público da categoria.

O chinês Ho-Pin Tung fez duas temporadas absolutamente apagadas na GP2 e também não apareceu com muito destaque nas corridas que disputou na Fórmula Superliga, mas ganhou força nos últimos dias na briga para levar a segunda vaga na equipe Renault.

Sua ligação com o time francês pode indicar, inclusive, a venda da estrutura da escuderia para uma firma de capital de risco chamada Mangrove - parceira da empresa que cuida dos interesses de Tung, a Gravity Sports Management.

Parece um cenário um tanto mirabolante, mas o chinês tem lá suas chances de alinhar em 2010 como companheiro de Robert Kubica. Seria uma presa fácil para o polonês, sem dúvida um piloto bem mais completo que o inexperiente e instável Tung.

Em compensação, dois outros jovens pilotos merecem mais respeito e atenção de quem está em busca de novos talentos.

O australiano Daniel Ricciardo venceu o tradicional campeonato da Fórmula 3 Inglesa neste ano e é a nova menina dos olhos da Red Bull.

Não seria surpresa alguma se ganhar uma chance na Toro Rosso em 2011 - ou até antes disso, dependendo do desempenho do pouco brilhante Jaime Alguersuari.

Outro nome que merece destaque é o do francês Jules Bianchi. Um piloto que, desde já, aparece como o grande favorito ao título da GP2 no ano que vem.

Herdeiro de uma família de pilotos - o pai Mauro foi três vezes campeão mundial na categoria GT e o tio Lucien venceu as 24 Horas de Le Mans em 1968, além de correr 18 provas da F-1 entre 1959 e 1968 - Jules conquistou o título da concorrida F-3 Europeia neste ano e tem padrinhos bem fortes.

O principal deles é Nicholas Todt, filho do recém-empossado presidente da FIA, Jean Todt, e empresário mais badalado do paddock da Fórmula 1.

Pela equipe de Todt filho - a fortíssima ART - Jules Bianchi vai disputar a GP2 Asia neste fim de ano e o campeonato principal em 2010. Deve alcançar bons resultados, suficientes para que ganhe uma chance na Fórmula 1 dentro de pouco tempo.

Em Jerez, Bianchi testa pela Ferrari ao lado de outros jovens pilotos italianos, cuja importância para a escuderia de Maranello é reduzida. A atenção da Ferrari está concentrada mesmo é no francês.

Se for bem, Bianchi se credencia para ganhar uma vaga na Sauber, que deve alinhar no grid em 2010 com apoio e motores da Ferrari.

Mesmo se não for escolhido de pronto, o francês vai seguir na lista de possíveis contratados de Peter Sauber. E, não demora muito, tem tudo para receber uma oportunidade.

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A FIA divulgou no início da semana a lista de equipes e pilotos para a temporada de 2010.

Nenhuma grande surpresa, apenas algumas confirmações.

A Manor vai mudar de nome mesmo para Virgin GP. A Brawn também deve se tornar Mercedes, mas até agora a mudança não foi oficializada.

O espanhol Alguersuari ainda não está confirmado na Toro Rosso, mas tudo indica que será ele mesmo o companheiro do suíço Buemi.

Na Campos, Bruno Senna vai aproveitar a chance de usar o número 21, o mesmo da sua patrocinadora Embratel.

Felipe Massa vai com o 7 e Rubens Barrichello, com o 9.

Como todos já sabiam, Jenson Button será o 1 e Lewis Hamilton vai usar o 2.

Das 24 vagas do grid, nove ainda precisam ser preenchidas. Com a Sauber, seriam 26 vagas e 11 lugares ainda disponíveis.

Restam muitas opções, portanto.

Na "dança das cadeiras" da Fórmula 1, ainda não dá para prever com exatidão quem vai ficar de pé quando a música parar de tocar.