Representantes das onze escuderias da Fórmula 1 estiveram reunidos na última sexta, em Londres, para discutir as mais novas tentativas da FIA para reduzir os gastos da categoria. Dessa vez, a proposta do presidente da entidade, Max Mosley, é radical: impôr um limite de orçamento para todas as equipes, que ficaria em torno de 150 milhões de dólares.
Segundo a revista Auto Motor und Sport, apenas os custos relativos aos motores ficariam livres de limite, já que nem todas os times fabricam os seus próprios propulsores. Além disso, o plano de Mosley também inclui a criação de um órgão independente, responsável por fiscalizar o orçamento de cada uma das equipes.
Ainda de acordo com a reportagem, somente a Ferrari teria manifestado-se contra a idéia de Mosley. Não é segredo para ninguém que a escuderia de Maranello tem um dos melhores suportes financeiros da Fórmula 1, ao lado de Toyota, Honda e McLaren. Desde já, a primeira tarefa de Mosley é convencer os principais dirigentes da Ferrari, uma equipe que costuma fazer a diferença na política dos bastidores.
O problema é que a proposta do presidente da FIA fere o princípio da livre competição, uma das "leis básicas" da Fórmula 1. Considerada um absurdo há alguns anos, a tentativa de estabelecer um limite de orçamento na categoria ganhou força nos últimos tempos, mas continua sendo bastante radical. As equipes de ponta - incluindo, obviamente, a Ferrari - dificilmente vão querer apoiar a medida.
Outro assunto da reunião de hoje foi o pacote de restrições ao desenvolvimento de vários setores dos carros, mais uma cartada de Mosley para "cortar custos". Entre as áreas que seriam afetadas pelo plano estão freios, amortecedores, suspensão, sistema hidráulico e de distribuição de peso, que passariam a ter um limite de gasto.
Para variar, Mosley e os dirigentes dos times não chegaram num entendimento. De qualquer maneira, o presidente da FIA disse desejar que o seu plano entre em vigor já em março, quando as equipes estão em fase inicial de planejamento para a temporada de 2009 e precisam já estar a par de alterações no regulamento técnico.
Será que Mosley consegue não se enrolar dessa vez?
Giancarlo Fisichella foi confirmado como titular da Force India há dois dias e, desde então, parece estar se sentindo mais à vontade do que deveria. Após se auto-proclamar o "número um" do time indiano, Fisico soltou outra pérola hoje. "Estou decepcionado com a Renault. O carro campeão que eles prometeram nunca chegou...", reclamou o italiano à Gazzetta dello Sport. Nesse caso, caro Fisico, o problema era naquela peça que fica entre o volante e o motor...
Falando em Renault, a equipe francesa foi apontada hoje como forte candidata a vitórias pelo ex-piloto Jean Alesi, que conversou com a imprensa num evento da Autosport. "Tenho certeza de que o talento e a motivação de Fernando Alonso vão levar a Renault de volta ao topo. Em 2008, o time não vai ter facilidade para ganhar o título, mas deve vencer algumas corridas sim", falou Alesi.
Ao mesmo tempo, Jenson Button mostrou-se bastante animado em relação às chances da Honda para os próximos anos, especialmente após a contratação do engenheiro Ross Brawn. "Estou muito feliz com a chegada dele. Brawn se entrosou rápido no time, e sua influência já pode ser notada. Neste ano, a Honda vai ficar mais perto do grupo da frente, e em 2009 vamos lutar pelo título", garantiu o inglês. Pode parecer otimista demais, é verdade. Mas a capacidade de Brawn nunca deve ser subestimada...
Para terminar o giro pelas notícias da Fórmula 1, vale mencionar que a Force India recebeu uma considerável injeção financeira em relação ao orçamento da Spyker na última temporada. Agora, o time indiano deve contar com cerca de 120 milhões de dólares, contra 70 mi da sua antecessora. "A Force India veio para ficar", disse o empresário Vijay Mallya há alguns dias.
Pelo visto, o chefão da Force India não estava mentindo...
Após o fiasco de 2008, o Rally Dacar está perto de abandonar os desertos da África. Neste sábado, o presidente da empresa organizadora da competição, Patrice Clerc, afirmou que o continente africano deixou de ser prioridade, e que o evento deve ser levado para outras regiões a partir do ano que vem. Por enquanto, a América do Sul e o Leste Europeu aparecem mais bem cotadas. Segundo Clerc, "a decisão será tomada o mais rápido possível".
Também hoje, o governo da França negou ajuda financeira aos organizadores do Dacar, amplicando ainda mais a crise da competição. Logo após o cancelamento da edição 2008 do evento, nenhuma seguradora dispôs-se a cobrir os prejuízos, estimados em 200 milhões de dólares. Até agora, equipes, pilotos e patrocinadores ainda esperam por indenizações...
Na MotoGP, o principal fato do dia foi uma entrevista que o chefe administrativo da Ducati, Claudio Domenicali, concedeu ontem aos jornalistas presentes ao evento "Wrooom". "Nossa maior rival em 2008 vai ser a Honda", falou Domenicali, ignorando completamente Valentino Rossi e a Yamaha. Agora, o heptacampeão tem mais uma motivação para voltar com tudo na próxima temporada...
Por fim, vale registrar a possibilidade de Cristiano da Matta voltar às competições automobilísticas no fim do mês. Segundo a revista Auto Week, o ex-piloto da Toyota pode correr as 24 horas de Daytona, prova marcada para o próximo dia 28 de janeiro, e válida para o campeonato da Grand-AM. Desde já, o Blog deseja toda a sorte do mundo para o mineirinho...
O vídeo do dia é para quem não acompanhou o anúncio dos pilotos da Force India, na última quinta, em evento transmitido ao vivo pela internet. Pelas imagens abaixo, já dá para perceber que o estilo do time indiano é, digamos, diferente. Alguns classificam de "brega" mas, por favor, vamos dar um desconto. Eles estão só começando...: