sábado, 12 de janeiro de 2008

FIA deseja estabelecer teto de orçamento para as equipes da Fórmula 1

Representantes das onze escuderias da Fórmula 1 estiveram reunidos na última sexta, em Londres, para discutir as mais novas tentativas da FIA para reduzir os gastos da categoria. Dessa vez, a proposta do presidente da entidade, Max Mosley, é radical: impôr um limite de orçamento para todas as equipes, que ficaria em torno de 150 milhões de dólares.

Segundo a revista Auto Motor und Sport, apenas os custos relativos aos motores ficariam livres de limite, já que nem todas os times fabricam os seus próprios propulsores. Além disso, o plano de Mosley também inclui a criação de um órgão independente, responsável por fiscalizar o orçamento de cada uma das equipes.

Ainda de acordo com a reportagem, somente a Ferrari teria manifestado-se contra a idéia de Mosley. Não é segredo para ninguém que a escuderia de Maranello tem um dos melhores suportes financeiros da Fórmula 1, ao lado de Toyota, Honda e McLaren. Desde já, a primeira tarefa de Mosley é convencer os principais dirigentes da Ferrari, uma equipe que costuma fazer a diferença na política dos bastidores.

O problema é que a proposta do presidente da FIA fere o princípio da livre competição, uma das "leis básicas" da Fórmula 1. Considerada um absurdo há alguns anos, a tentativa de estabelecer um limite de orçamento na categoria ganhou força nos últimos tempos, mas continua sendo bastante radical. As equipes de ponta - incluindo, obviamente, a Ferrari - dificilmente vão querer apoiar a medida.

Outro assunto da reunião de hoje foi o pacote de restrições ao desenvolvimento de vários setores dos carros, mais uma cartada de Mosley para "cortar custos". Entre as áreas que seriam afetadas pelo plano estão freios, amortecedores, suspensão, sistema hidráulico e de distribuição de peso, que passariam a ter um limite de gasto.

Para variar, Mosley e os dirigentes dos times não chegaram num entendimento. De qualquer maneira, o presidente da FIA disse desejar que o seu plano entre em vigor já em março, quando as equipes estão em fase inicial de planejamento para a temporada de 2009 e precisam já estar a par de alterações no regulamento técnico.

Será que Mosley consegue não se enrolar dessa vez?



Giancarlo Fisichella foi confirmado como titular da Force India há dois dias e, desde então, parece estar se sentindo mais à vontade do que deveria. Após se auto-proclamar o "número um" do time indiano, Fisico soltou outra pérola hoje. "Estou decepcionado com a Renault. O carro campeão que eles prometeram nunca chegou...", reclamou o italiano à Gazzetta dello Sport. Nesse caso, caro Fisico, o problema era naquela peça que fica entre o volante e o motor...

Falando em Renault, a equipe francesa foi apontada hoje como forte candidata a vitórias pelo ex-piloto Jean Alesi, que conversou com a imprensa num evento da Autosport. "Tenho certeza de que o talento e a motivação de Fernando Alonso vão levar a Renault de volta ao topo. Em 2008, o time não vai ter facilidade para ganhar o título, mas deve vencer algumas corridas sim", falou Alesi.

Ao mesmo tempo, Jenson Button mostrou-se bastante animado em relação às chances da Honda para os próximos anos, especialmente após a contratação do engenheiro Ross Brawn. "Estou muito feliz com a chegada dele. Brawn se entrosou rápido no time, e sua influência já pode ser notada. Neste ano, a Honda vai ficar mais perto do grupo da frente, e em 2009 vamos lutar pelo título", garantiu o inglês. Pode parecer otimista demais, é verdade. Mas a capacidade de Brawn nunca deve ser subestimada...

Para terminar o giro pelas notícias da Fórmula 1, vale mencionar que a Force India recebeu uma considerável injeção financeira em relação ao orçamento da Spyker na última temporada. Agora, o time indiano deve contar com cerca de 120 milhões de dólares, contra 70 mi da sua antecessora. "A Force India veio para ficar", disse o empresário Vijay Mallya há alguns dias.

Pelo visto, o chefão da Force India não estava mentindo...



Após o fiasco de 2008, o Rally Dacar está perto de abandonar os desertos da África. Neste sábado, o presidente da empresa organizadora da competição, Patrice Clerc, afirmou que o continente africano deixou de ser prioridade, e que o evento deve ser levado para outras regiões a partir do ano que vem. Por enquanto, a América do Sul e o Leste Europeu aparecem mais bem cotadas. Segundo Clerc, "a decisão será tomada o mais rápido possível".

Também hoje, o governo da França negou ajuda financeira aos organizadores do Dacar, amplicando ainda mais a crise da competição. Logo após o cancelamento da edição 2008 do evento, nenhuma seguradora dispôs-se a cobrir os prejuízos, estimados em 200 milhões de dólares. Até agora, equipes, pilotos e patrocinadores ainda esperam por indenizações...

Na MotoGP, o principal fato do dia foi uma entrevista que o chefe administrativo da Ducati, Claudio Domenicali, concedeu ontem aos jornalistas presentes ao evento "Wrooom". "Nossa maior rival em 2008 vai ser a Honda", falou Domenicali, ignorando completamente Valentino Rossi e a Yamaha. Agora, o heptacampeão tem mais uma motivação para voltar com tudo na próxima temporada...

Por fim, vale registrar a possibilidade de Cristiano da Matta voltar às competições automobilísticas no fim do mês. Segundo a revista Auto Week, o ex-piloto da Toyota pode correr as 24 horas de Daytona, prova marcada para o próximo dia 28 de janeiro, e válida para o campeonato da Grand-AM. Desde já, o Blog deseja toda a sorte do mundo para o mineirinho...


O vídeo do dia é para quem não acompanhou o anúncio dos pilotos da Force India, na última quinta, em evento transmitido ao vivo pela internet. Pelas imagens abaixo, já dá para perceber que o estilo do time indiano é, digamos, diferente. Alguns classificam de "brega" mas, por favor, vamos dar um desconto. Eles estão só começando...:



Neste domingo, o Blog volta comentando as principais notícias do mundo da velocidade. Até amanhã!

Crédito das fotos:
Max Mosley, Ferrari, Jenson Button e Ducati - http://www.gpupdate.net/
Giancarlo Fisichella e Dacar - http://www.motorsport.com/

Montezemolo: "McLaren é uma Ferrari prateada"

O escândalo de espionagem já foi oficialmente encerrado pela FIA, mas o caso continua a repercutir nos bastidores da Fórmula 1. Neste sábado, o imbróglio voltou ao noticiário da categoria depois que o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, fez novas acusações contra a McLaren, dando a entender que o novo carro da equipe inglesa foi desenvolvido a partir de dados secretos do time de Maranello.

"Esse novo carro da McLaren é uma Ferrari prateada", cravou Montezemolo ao jornal alemão Express. "Quando o ano terminar, o campeão vai ser a autêntica Ferrari ou uma equipe que também tem um pouco da Ferrari", completou ele. Na mesma reportagem, o chefe da McLaren, Ron Dennis, rebateu com veemência as acusações de Montezemolo:

"Tudo o que há de novo no nosso carro é resultado da evolução do modelo do ano passado. Todos os componentes são originais", garantiu Dennis. A Ferrari, porém, não parece satisfeita com as explicações da McLaren. Na visão do diretor técnico da equipe vermelha, Aldo Costa, o time prateado pode, sim, ter se aproveitado dos dados confidenciais da Ferrari:

"As informações que chegaram à McLaren eram claras e permitiam entender com facilidade algumas das nossas inovações técnicas", disse Costa. Desde que estourou, em maio de 2007, o caso de espionagem que abalou as estruturas da Fórmula 1 parece não ter fim. Apesar dos esforços da McLaren e da FIA para encerrar de vez o assunto, o escândalo permanece ganhando bastante destaque na mídia especializada.

É compreensível a indignação da Ferrari, mas o destino do caso dificilmente vai mudar nessa altura. Após escrever uma carta pública pedindo desculpas pelo escândalo, a McLaren ganhou o perdão da FIA. Agora, a entidade só mudaria de posição se alguma evidência realmente concreta resolvesse aparecer. E, ao que tudo indica, não há mais nenhuma vontade política para conduzir investigações.

Em relação ao carro do ano passado, a McLaren aumentou a distância entre-eixos, seguindo uma tendência do Ferrari F2007. Apesar disso, não existe a menor prova de que a mudança foi feita por causa das informações que o ex-projetista chefe da McLaren, Mike Coughlan, recebeu ilegalmente do então diretor de desenvolvimento de performance da Ferrari, Nigel Stepney. Por mais que a equipe vermelha reclame, a FIA não vai mais punir a McLaren.

De qualquer maneira, as farpas da Ferrari continuam representando um grave dano à imagem já combalida do time de Ron Dennis.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Schumacher confirmado como "terceiro piloto" da Ferrari

Levou um tempo, mas Michael Schumacher finalmente definiu sua nova função na Ferrari. A partir deste ano, o heptcampeão será uma espécie de "terceiro piloto" da equipe vermelha, participando do desenvolvimento do F-2008 em testes esporádicos. O anúncio foi feito pelo próprio Schumacher, em entrevista ao jornal Gazzeta dello Sport:

"Meu papel na Ferrari agora está claro. Se o time precisar de mim, vou ter enorme prazer em pilotar, mas não de forma tão freqüente", disse o alemão. A experiência de Schumi com carros sem controle de tração - aliada à sua incrível capacidade de transmitir informações - são fundamentais para a Ferrari. A hipótese de Schumacher retornar como titular, porém, continua totalmente descartada:

"Eu, um piloto em tempo integral de novo? É claro que não!", assegurou Schumi aos jornalistas presentes no evento "Wrooom", que a Ferrari promove anualmente na cidade italiana de Madonna di Campiglio. Para terminar, o alemão também arriscou algumas previsões para a próxima temporada da Fórmula 1: "Ferrari e McLaren são as principais candidatas ao título, mas Renault e BMW não devem ficar tão distantes assim. E a Honda contratou Ross Brawn, a pessoa certa para recuperar o time".

Além de Schumacher e de toda a cúpula da escuderia do cavalinho, Kimi Raikkonen, Felipe Massa e o campeão da MotoGP, Casey Stoner, também participaram do "Wrooom". O finlandês, inclusive, falou um pouco sobre a nova função de Schumacher: "Ele tem total consciência do que está fazendo. Eu não me sinto nem um pouco incomodado com a presença de Schumacher", garantiu Raikkonen.

Enquanto isso, a McLaren finalizou em Jerez os primeiros testes com seu modelo para 2008, o MP4/23. No terceiro e último dia de atividades no circuito espanhol, Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen foram os responsáveis em conduzir os trabalhos. O inglês completou um total de 86 voltas, estabelecendo seu melhor tempo em 1:19.691s. A marca é cerca de um segundo e meio mais lenta do que a de Sebastian Vettel, o líder dos testes de dezembro, também em Jerez.

Por sua vez, Kovalainen cravou 1:19.752s no mais rápido de seus 93 giros. Ao longo da semana, a McLaren rodou exatos 1.999 quilômetros, sendo 800 deles apenas hoje. Na segunda que vem, o time prateado volta à pista de Jerez para mais uma bateria de testes, que deve contar com a presença de todos os quatro pilotos da equipe: Hamiton, Kovalainen, Pedro de la Rosa e Gary Paffet. De tudo isso, resta apenas uma conclusão.

A McLaren começou 2008 trabalhando para valer. Mas superar a Ferrari, que conta com a "mãozinha" providencial de Michael Schumacher, vai ser um desafio e tanto.



Assim como no ano passado, a Renault deve colocar seu novo carro na pista antes mesmo da festa de lançamento dele. Segundo o site F1 Technical, o R208 vai estrear nos ensaios de Valência, marcados para 21 de janeiro. A apresentação oficial da máquina, vale lembrar, será apenas dez dias depois. De qualquer maneira, a notícia é boa para Fernando Alonso: ao contrário do que vinha parecendo, a Renault não largou tão atrás de suas rivais assim.

Por outro lado, a Williams não conseguiu aprontar seu FW30 a tempo, e o primeiro teste do novo carro da equipe precisou ser atrasado em uma semana. Agora, o modelo 2008 do time de Frank Williams vai estrear junto com o R208 da Renault, também no próximo dia 21, em Valência. Nos ensaios de Jerez - marcados para 14 de janeiro - a Williams deve participar com o antigo FW29, já incorporando algumas mudanças do regulamento deste ano.

Outra equipe que vai correr em Jerez com um carro híbrido é a Force India. O principal assunto no time indiano, porém, é a polêmica entrevista que o recém-contratado Giancarlo Fisichella concedeu hoje ao Gazzetta dello Sport. "Eu sou a referência, o número 1 do time. Adrian Sutil vem depois disso", falou Fisico. Mais tarde, o alemão evitou entrar no bate-boca, limitando-se a afirmar que "a Force India ainda não tem essa de primeiro ou segundo piloto".

Para terminar o giro pelas notícias da Fórmula 1, vale registrar que o Autódromo de Imola praticamente encerrou as obras de reformulação da área do paddock e do trecho final da pista. Agora, os dirigentes locais esperam um contato de Bernie Ecclestone para tentar recolocar o G.P. de San Marino no calendário da categoria. As fotos da reforma de Imola - divulgadas nesta semana pelo site Motorsport - estão logo abaixo:







Pelo visto, os boxes deixaram de ser tão apertados como antes. Mas a área de escape da pista, que já era reduzida, ficou menor ainda...



O Futebol Clube do Porto se tornou hoje o nono integrante da Fórmula Superliga, categoria que visa colocar na pista carros pintados nas cores de times de futebol de todo o mundo. Nas palavras do presidente do Porto, "as corridas vão ser importantes para divulgar a marca do clube no planeta". Até agora, o Flamengo é o único time brasileiro confirmado na Superliga, mas o Corinthians diz também ter recebido um convite.

No mundo off-road, a novidade do dia é que o Brasil aparece, sim, como um dos principais candidatos para receber o Rally Dacar a partir do ano que vem. De acordo com João Lagos, presidente da empresa que organiza a competição em Portugal, a edição 2009 pode ter uma largada simbólica em Lisboa, para depois ser disputada em vários países sul-americanos, incluindo o Brasil. Segundo os organizadores do Dacar, os planos para o evento do próximo ano serão anunciados até o fim de janeiro.

Na MotoGP, chama atenção nesta sexta uma entrevista do diretor de competições da Kawasaki, Michael Bartholemy. Mostrando bastante otimismo, o dirigente não escondeu o objetivo da equipe para os próximos anos: "Quero dizer que estamos prontos para disputar o título em 2009. Estou apostando muito nessa possibilidade". Para a temporada deste ano, a Kawasaki trouxe o americano John Hopkins, ex-Suzuki, que vai formar dupla com o australiano Anthony West.

Por fim, vale mencionar que a Nascar finalizou hoje sua primeira semana de testes de pré-temporada. Nos últimos três dias, os pilotos que terminaram o campeonato de 2007 em posição ímpar (1º, 3º, 5º...) estiveram na pista de Daytona na abertura dos trabalhos da categoria neste ano. Confirmando seu favoritismo, o atual campeão Jimmie Johnson foi o mais rápido, superando Casey Mears e o surpreendente Jacques Villeneuve, que vieram na seqüência. Ao mesmo tempo, Juan Pablo Montoya não passou de 12º.

Na próxima semana, entre os dias 14 e 16, é a vez dos pilotos que encerraram o ano passado em posição par. Entre eles, o tetracampeão Jeff Gordon e o superpopular Dale Earnhardt Jr.


Excepcionalmente, o vídeo do dia é dividido em duas partes dessa vez. As imagens abaixo são do shakedown do MP4/23 - o carro da McLaren para a temporada 2008 da Fórmula 1 - realizado no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, incluindo ótimas entrevistas com os pilotos da equipe. O primeiro vídeo foca o trabalho de Heikki Kovalainen, que estreou pelo time prateado na última terça:



Já este aí debaixo concentra-se em Lewis Hamilton:



Neste sábado, o Blog volta comentando as principais notícias do mundo da velocidade. Até amanhã!

Crédito das fotos:
Michael Schumacher, Giancarlo Fisichella e Imola - http://www.motorsport.com/
Shakedown da McLaren, Renault e Kawasaki - http://www.gpupdate.net/

Projeto Prodrive prestes a ser abandonado

Agora, parece que acabaram de vez as esperanças da Prodrive. Na última quinta, o principal dirigente do time, David Richards, anunciou em entrevista ao site Autosport que o projeto da 12ª equipe da Fórmula 1 está muito próximo de ser abandonado. A provável desistência é conseqüência direta da decisão da FIA de voltar atrás na aprovação da regra que libera a compra e venda de chassis entre as escuderias da categoria.

"Sem essa mudança no regulamento, a Prodrive fica inviável", disse Richards, que reclamou da postura da FIA: "Desde o início, nosso projeto se baseava na aquisição de uma chassis de outra equipe, como sempre deixamos claro. Infelizmente, parece que a FIA não quer mais fazer essa mudança, mas ainda esperamos por uma definição".

Anunciada em meados de 2006 como a 12ª equipe da Fórmula 1 para 2008, a Prodrive tinha como plano comprar um chassis da McLaren e, ao mesmo tempo, fechar uma parceira com a Mercedes para ingressar na Fórmula 1. O projeto começou a ruir, porém, quando um movimento das equipes independentes - lideradas pela Williams - fez a FIA desistir de liberar o comércio de carros entre os times.

Quando tornou-se claro que as regras não iriam mudar, as negociações com a McLaren fracassaram, e a Prodrive viu-se sem um "plano B". Nos últimos meses, David Richards ainda reafirmou algumas vezes a vontade de entrar na Fórmula 1 em 2009, mas o projeto não avançou mais. As derradeiras esperanças da Prodrive devem se dissolver hoje, quando representantes de onze equipes se encontram em Londres para discutir os regulamentos dos próximos dois anos.

O foco principal da reunião é debater o plano de "corte de custos" imposto pelo presidente da FIA, Mas Mosley, em dezembro. De acordo com Mosley, o objetivo é limitar as pesquisas numa série de áreas aerodinâmicas, além de impôr restrições no calendário de testes. A parte que interessa à Prodrive, porém, é a discussão em torno do novo "Pacto da Concórdia", que nem foi assinado ainda.

Para quem não sabe, o "Pacto da Concórdia" é uma espécie de tratado entre as equipes, incluindo regras e acordos que não podem ser alterados. Um dos pontos estabelece a proibição da compra e venda de chassis entre as equipes, exatamente aquilo que a Prodrive não deseja. O novo "Pacto da Concórdia" entra em vigor neste ano, com validade até 2011. Caso seja assinado nos termos atuais, portanto, a Prodrive só teria uma chance de entrar na Fórmula 1 a partir de 2012.

Se for assim, como já admite David Richards, o melhor é jogar a toalha mesmo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Toyota apresenta TF108 com discurso de "agora vai"

Atualizado às 23:22 hs, com os comentários sobre o anúncio dos pilotos da Force India e as demais notícias do dia. O post da seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix está logo abaixo deste. Peço desculpas pelo atraso, mas o servidor do Blogger esteve realmente lento na noite de hoje...

A Toyota realizou na manhã desta quinta-feira, na cidade alemã de Colônia, uma bem produzida festa de lançamento para o TF108, o modelo da equipe japonesa para a temporada 2008 da Fórmula 1. As primeiras fotos do novo carro e do evento de hoje estão logo abaixo:












A seguir, uma rápido comparativo entre o TF108 e o carro que a Toyota utilizou no ano passado, o 107. O modelo novo é o da esquerda:




Como de costume, a Toyota inicia a temporada repleta de otimismo. "Nosso principal objetivo é estar no podium", disse o diretor técnico da escuderia japonesa, Tadashi Yamashima. Para o chefe de equipe Pascal Vasselon, porém, a Toyota ainda tem um longo caminho a percorrer antes de lutar pelo título: "Ganhar o campeonato está fora de cogitação, mas esperamos uma evolução significativa em 2008".

Prestes a iniciar sua quarta temporada completa pela Toyota, Jarno Trulli mudou a pintura do capacete mais uma vez, mas continua com o mesmo discurso de "agora vai". "Estou confiante de que posso conseguir belíssimos resultados na próxima temporada. Conseguir alguns podiuns não é uma possibilidade remota", falou o italiano. A próxima temporada, vale lembrar, é decisiva para Trulli, já que o seu contrato com a Toyota termina no fim deste ano.

Em relação ao antecessor, o TF108 apresenta várias mudanças. O bico do carro, por exemplo, apresenta a chamada "ponte", um conceito aerodinâmico que a Toyota parece ter adotado com estusiamo. A distância entre-eixos aumentou, o que levou toda a parte de suspensão a ser redesenhada. Por fim, o TF108 exibe um cockpit reforçado - como mandam as regras deste ano - e uma pintura levemente atualizada.

Segundo a Toyota, o carro desta temporada foi concebido em torno de uma "nova filosofia", ficando longe de ser uma mera evolução do modelo de 2007. Para o novo titular da equipe japonesa, Timo Glock, a Toyota precisa aproveitar todo o seu potencial: "Vou tentar ser consistente para fazer o carro evoluir. Ganhei muita experiência nos últimos anos, e espero provar que mereço um lugar na Fórmula 1", falou o alemão, que também trocou a pintura do seu capacete.

Nesse momento, a pergunta que a maioria se faz é a mesma: "Será que agora a Toyota vai?". Aí vai a resposta do Blog: ainda não. Embora não falte estrutura e recursos, a Toyota não parece em condições de dar um salto de performance em 2008. No cenário atual, tudo leva a crer que a equipe japonesa vai ter outro ano "mais-ou-menos". A capacidade e o potencial da Toyota não devem ser subestimados mas, por enquanto, a montadora ainda está longe de chegar ao título.

A ficha técnica do novo TF108 está aí embaixo. Os dados são do site Grande Prêmio:

Carro

Monocoque: Construído com fibra de carbono, em formato de colméia. Suspensão: triângulos com pushrod e trackrod em fibra de carbono. Amortecedores: Penske. Rodas: BBS, feitas em magnésio. Pneus: Bridgestone. Freios: Brembo, feitos em carbono. Volante: Toyota, em conjunto com a Magneti Marelli. Cinto de segurança: Takata. Hans: Hubbard-Downing. Eletrônica: Toyota, Magneti Marelli, além do ECU produzido pela McLaren. Transmissão: sete marchas, mais a ré. Comprimento: 4.636 mm. Altura: 950 mm. Largura: 1.800 mm. Peso: 605 kg.

Motor

Modelo: RVX-08. Cilindros: oito. Capacidade: 2.398 cc. Potência: aproximadamente 740 hp. Rotações por minuto: máximo de 19 mil. Atuação das válvulas: pneumáticas. Atuação do acelerador: hidráulica. Velas de ignição: Denso. Combustível e lubrificantes: Esso.

Agora, a próxima equipe a apresentar seu modelo 2008 é a BMW, no dia 14 de janeiro.


Sem surpresas, a Force India finalmente anunciou sua dupla de pilotos para a temporada 2008 da Fórmula 1. Numa cerimônia em Mumbai, que teve transmissão ao vivo pela internet, o empresário Vijay Mally confirmou Adrian Sutil e Giancarlo Fisichella como os titulares de sua equipe na próxima temporada. Além deles, Vitantonio Liuzzi foi apresentado para o cargo de piloto de testes. O italiano, inclusive, deve ser o primeiro a rodar com o novo carro da equipe, que vai para a pista semana que vem em Jerez.

De certa forma, o acerto com a o time indiano representa uma volta no tempo para Giancarlo Fisichella. Afinal de contas, o veterano correu pela antiga Jordan em 1997, 2002, e 2003, antes que a equipe inglesa se transformasse em Midland, Spyker e finalmente Force India. "Penso que podemos sacudir as coisas neste ano. A Force India não era minha única opção. Era a melhor", garantiu Fisichella.

Por sua vez, Adrian Sutil mostrou-se bastante animado para a próxima temporada. "Estou muito motivado para trabalhar com Fisichella. Espero que ele me ajude a evoluir como piloto", falou o alemão". Para terminar, o chefe Vijay Mallya resumiu as aspirações da Force India em uma só frase: "Viemos para ficar". Ao que parece, o objetivo do time é chegar ao podium no primeiro G.P. da Índia, marcado para 2010. Será que dá? A conferir...

A quinta-feira também teve o surpreendente anúncio da contratação de Alexander Wurz pela Honda. Após dizer que estava se aposentando da Fórmula 1, o austríaco resolveu aceitar o cargo de piloto de testes na equipe japonesa, e já começa a trabalhar na próxima semana. Experiência, portanto, não vai faltar à Honda, que também conta com os bastante rodados Jenson Button e Rubens Barrichello.

Assim como no caso da Toyota, a pergunta é a mesma: "Será que agora vai?". Com Ross Brawn no comando técnico, um salto de qualidade da Honda não seria uma surpresa tão grande assim...


Lewis Hamilton experimentou hoje pela primeira vez o MP4/23, o modelo da McLaren para a temporada 2008 da Fórmula 1. O inglês completou 55 voltas no circuito de Jerez, estabelendo seu melhor tempo em 1:19.132s. A marca é cerca de um segundo mais lenta do que a de Sebastian Vettel, o mais rápido dos ensaios coletivos do início de dezembro. Apesar disso, Hamilton saiu bastante satisfeito:

"O teste foi fantástico. Minhas primeiras impressões foram ótimas, embora tenha andado tão pouco com o carro. De maneira geral, estou com uma sensação positiva", disse o inglês. Agora, Hamilton descansa alguns dias e volta ao trabalho semana que vem, quando todas as equipes da Fórmula 1 reunem-se em Jerez para uma esperada bateria de testes coletivos. Além de Hamilton, Heikki Kovalainen e Pedro de la Rosa também devem representar a McLaren.

Enquanto isso, continuam fortes as críticas ao regulamento técnico da próxima temporada. Se não bastasse o desconforto com a regra que o obriga o uso do ECU - acessório eletrônico produzido pela Microsoft, parceira da McLaren - a Ferrari também vem reclamando bastante das restrições às pesquisas aerodinâmicas. "Não há mais espaço para inovação", disse ontem ao jornal Die Welt o diretor-técnico da equipe vermelha, Aldo Costa.

Seu colega Luca Baldisseri fez coro: "Em termos técnicos, voltamos dez anos no tempo". Importante esclarecer que a Ferrari não é a única a reclamar do pacote de mudanças para 2008. Em entrevista ao site Autosport, o principal diretor da Honda, Ross Brawn, garantiu ter a mesma opinião de Costa e Baldisseri: "Se continuar assim, a Fórmula 1 vai se tornar uma mera categoria de fórmula a partir da metade do ano".

Infelizmente, isso pouco importa aos dirigentes máximos da Fórmula 1. Para eles, vale mais o show do que a competição.


O vídeo do dia é curto, mas espetacular. Trata-se de uma corrida realizada no antigo autódromo de Interlagos em 1958, que contou com a participação de ninguém menos do que Juan Manuel Fangio. Na época, o argentino já havia ganho todos os seus cinco títulos na Fórmula 1. Sua presença numa prova no Brasil, portanto, foi uma atração à parte. Vale a pena conferir:


Esse eu vi no Blog do Ico

Nesta sexta, o Blog volta comentando as principais notícias do mundo da velocidade. Até amanhã!

Crédito das fotos:
Lançamento do carro da Toyota - http://www.gpupdate.net/ e http://www.motorsport.com/
Lewis Hamilton e Ross Brawn - http://www.motorsport.com/

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Corridas Mais Caóticas da História - Número 8

Continuamos, hoje, a primeira lista do ano da seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix. Dessa vez, o assunto são corridas animadas, confusas e emocionantes, que certamente ficaram marcadas na memória dos fãs da velocidade. Sem perder mais tempo, vamos em frente:

10. Europa/1999
9. Mônaco/1982
OITAVA COLOCADA - Grande Prêmio de Mônaco de 1984

Não dá para negar: mesmo considerando todo o seu charme, a maioria das corridas em Mônaco ultrapassa a fronteira da monotonia. Troca de posições são quase inexistentes, e a prova acaba se tornando uma insuportável procissão. Quando a corrida nas ruas do Principado fica mais animada, porém, ela fatalmente entra para a história. Ainda mais quando chove...

Em 1972, uma forte chuva atingiu Mônaco pouco antes da largada para a corrida daquele ano. "Deveriam cancelar o G.P. e promover uma regata", disse o bicampeão Graham Hill na oportunidade. A visibilidade era nula, e a prova se tornou uma loteria. No fim, um completo azarão - Jean Pierre Beltoise - levou sua primeira e única vitória. Os pilotos reclamaram bastante da chuva, dizendo ser impossível correr naquelas condições.

Doze anos depois, seria muito pior. Do grid de 1972 não restava ninguém, a não ser Niki Lauda. O austríaco era o segundo colocado no campeonato, com 18 pontos, seis a menos do que o seu companheiro de equipe na McLaren, Alain Prost. Desde o início do ano, já estava claro que a briga pelo título iria se restringir aos dois pilotos do time de Ron Dennis. Os outros eram meros figurantes.

Em Mônaco, porém, dois jovens estreantes roubariam a cena, com duas das maiores performances que a Fórmula 1 já viu. Quando chove nas ruas do Principado, a corrida fica imprevisível. E o talento, é claro, faz a diferença. Foi esse o caso do G.P. de 1984, a prova que apresentou Ayrton Senna e Stefan Bellof ao mundo e que ficou para sempre lembrada como uma das mais confusas da história da Fórmula 1.

O fim de semana já começou agitado quando Martin Brundle bateu de maneira muito violenta na Curva do Tabaco, durante a classificação. A Tyrrell do inglês capotou e Brundle saiu meio desorientado, mas conseguiu se recuperar para a corrida. No domingo, nuvens negras tomaram conta de Mônaco, e a chuva começou a cair já na parte da manhã. Durante todo o dia, o sol ficou bem longe do Principado.

As condições eram realmente péssimas. Os organizadores adiaram a largada durante 45 minutos, sem que a chuva desse trégua. Finalmente - após bastante pressão das emissoras de TV e do impaciente público nas arquibancadas - a corrida foi autorizada. Prost era o pole, com o obscuro Nigel Mansell num excelente segundo lugar no grid. Senna era apenas o 13º, enquanto Bellof saía apenas da 20ª e última posição.

Já de cara, a primeira curva foi a cena de um típico acidente de Mônaco. Derek Warwick tocou-se com Rene Arnoux e atingiu o guard rail, fechando uma parte da pista. O companheiro do inglês na Renault, Patrick Tambay, não conseguiu desviar e bateu também. Mais atrás, Riccardo Patrese e Elio de Angelis ficaram presos na confusão, caindo para os dois últimos lugares.

Ao mesmo tempo, Prost saiu bem e assumiu a liderança, com Mansell logo a seguir. Lauda ganhou três posições na largada e pulou para quinto, atrás das Ferrari de Arnoux e Michele Alboreto. A chuva obrigava os pilotos a andar num ritmo incrivelmente lento: os tempos de volta eram, em média, trinta segundos mais lentos do que o normal. Mesmo para uma prova em pista molhada, era muito.

No meio do pelotão, as confusões aconteciam uma atrás da outra. O francês François Hesnault, por exemplo, acertou o guard rail e perdeu o bico, mas resolveu continuar na corrida como se nada tivesse acontecido. Não satisfeito, ele ainda tentou uma otimista manobra de ultrapassagem sobre Patrese, que rodou e ficou atravessado no meio do grampo Loews. Em apenas duas voltas, era o segundo acidente do pobre italiano....

Lá na frente, a corrida também estava agitada. Lauda superou a dupla da Ferrari e passou para terceiro. Ao mesmo tempo, Mansell aproveitou um descuido de Prost e tomou a ponta, pela primeira vez na sua carreira. Talvez animado demais com a novidade, o inglês errou logo depois, batendo na subida do Cassino. Desesperado, Mansell ainda tentou continuar com o carro todo desalinhado, mas precisou desistir. Mais tarde, ele diria que o acidente foi causado pela faixa branca no asfalto, que teria ficado muito escorregadia com a chuva.

Nessa altura, Senna já ocupava a terceira posição, atrás apenas da dupla da McLaren. Na volta 19, o brasileiro executou uma magnífica manobra sobre Lauda, por fora, no Saint-Devote. E, para surpresa geral, começou a tirar a diferença para Prost. Enquanto Senna se aproximava do líder, era Bellof quem dava seu show. O alemão ultrapassou Keke Rosberg na saída do túnel, numa tentativa bastante arriscada. Deu certo, e agora ele já era o quinto.

Algumas voltas depois, Bellof passou para quarto, quando Lauda errou na Curva do Cassino e rodou. O motor da McLaren do austríaco apagou, e Lauda - o futuro campeão de 1984 - estava fora. A chuva começou a piorar e os acidentes foram se sucedendo. Com menos de metade das voltas completadas, a direção de prova precisava tomar uma decisão. Será que valeria a pena abortar a corrida?

Senna e Bellof, certamente, não se importavam com os riscos. O brasileiro virava uma média de três a quatro segundos mais rápido do que Prost por volta. A vantagem do francês já havia sido de meio minuto, mas era questão de tempo até que Senna chegasse. Enquanto isso, Bellof passou Arnoux e, para espanto de todos, começou a andar ainda mais rápido do que os dois líderes. Ajudado pelo motor aspirado de sua Tyrrell - ideal para as condições - o alemão vinha voando no aguaceiro de Mônaco.

Poderia ter sido um dos finais mais emocionantes da história, mas a corrida precisou ser interrompida. Jacky Ickx - o "rei da chuva" dos anos 60 e 70 - foi quem tomou a decisão de parar a prova, para alívio de Prost, irritação de Senna e desapontamento de Bellof. O francês comemorou a decisão, mal sabendo que ela teria enorme influência no destino do campeonato.

Pela vitória em Mônaco, Prost recebeu apenas 4,5 pontos, já que a corrida foi abortada antes da metade das voltas previstas. Se tivesse sido o segundo em condições normais, teria ganho 6. Considerando que Lauda derrotou Prost no fim do ano por apenas meio ponto, o encerramento precoce da prova foi fatal para as pretensões de título do francês. Por outro lado, há relatos que Senna ficou "furioso" com o fim da prova, mas nada disso chegou a ser comprovado.

Certo, mesmo, é que o brasileiro havia danificado sua suspensão ao errar na Chicane, ainda no início da prova. Se a prova tivesse continuado, é provável que Senna nem tivesse conseguido receber a bandeirada. Da maneira como foi, o G.P. de Mônaco foi perfeito para ele: Senna não venceu a corrida, mas saiu como um dos grandes heróis do dia.

O brasileiro só não foi a única estrela da corrida porque a performance de Bellof também foi assombrosa. Infelizmente, a prova seria o ponto alto da carreira do alemão na Fórmula 1. Apenas um ano depois, Bellof perderia a vida num acidente em Spa-Francorchamps, durante uma corrida de endurance. De qualquer maneira, fica o consolo de que Bellof teve uma oportunidade de mostrar seu real talento, exatamente naquele confuso, emocionante e atípico G.P. de Mônaco de 1984.

Por ter sido disputado nas piores condições possíveis - chuva fortíssima justamente no mais apertado dos circuitos do mundo - pelo festival de acidentes e rodadas e por ter colocado em igualdade de condições todos os pilotos do grid, o que abriu espaço para as espetaculares atuações de Senna e Bellof, o Grande Prêmio de Mônaco de 1984 leva o oitavo lugar na lista das Corridas Mais Caóticas da História.

Infelizmente, são poucos os vídeos disponíveis na Internet que destaquem o G.P. de Mônaco de 1984. Escolhi esse aí debaixo: um breve resumo da corrida, incluindo a maioria dos principais lances do dia. E o melhor (ou pior, dependendo do ponto de vista) : a narração é de Galvão Bueno:


A seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta amanhã, com o número sete da lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História. E hoje, até o fim do dia, comentários sobre as principais notícias do mundo da velocidade, incluindo o lançamento do novo carro da Toyota. Nos vemos por aí!

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Quarta e nona imagens do post - http://www.f1-facts.com/
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Demais - FIA review

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Fisichella praticamente certo na Force India

Giancarlo Fisichella venceu o "vestibular" da Force India e será anunciado amanhã como titular do time indiano para 2008, ao lado do alemão Adrian Sutil. Pelo menos, é essa a versão que circula com muita força na imprensa internacional, especialmente após as declarações de Roldán Rodríguez à agência EFE nesta quarta.

O espanhol - candidato declarado a uma das vagas da Force India - admitiu ter perdido a disputa, dando a entender que a equipe já teria optado por Fisichella. "O time decidiu apostar na experiência ao invés de investir num piloto jovem, infelizmente. Desde o momento em que Fisichella deixou a Renault, minhas possibilidades de acertar com a Force India diminuíram bastante", disse Rodríguez.

Agora, tudo indica que Fisichella será anunciado amanhã ou, no máximo, até sexta-feira. Além do italiano, Adrian Sutil deve ser confirmado como o outro titular do time indiano, já que ainda tinha mais um ano de contrato com a antiga Spyker. Ao mesmo tempo, Vitantonio Liuzzi é o grande favorito para a vaga de piloto de testes, segundo revelou ontem o Blog Victal.

Por sua vez, Roldán Rodríguez parece condenado a mais uma temporada na GP2, onde ele passou longe de brilhar em 2007. De acordo com o site Grande Prêmio, o destino do espanhol deve ser, ironicamente, a FMS International, equipe controlada por Giancarlo Fisichella. Ex-piloto de testes da antiga Spyker, Adrian Vallés é o mais cotado para fazer dupla com Rodríguez.

Com o provável confirmação de Fisichella e Sutil na Force India, encerra-se a dança das cadeiras da Fórmula 1 para 2008. Além do time indiano, a Super Aguri também não anunciou seus pilotos ainda, mas Takuma Sato e Anthony Davidson são nomes quase garantidos. Por conta do atraso na definição de seus pilotos, aliás, Force India e Super Aguri receberam uma multa da FIA, que obriga todas as escuderias a escolherem seus representantes até o fim de dezembro.

Começaram bem as chamadas equipes pequenas em 2008, hein?


A Ferrari realiza nesta semana, na cidade italiana de Madonna di Campliglio, seu tradicional evento de abertura de temporada. Nas diversas entrevistas dos membros da escuderia vermelha, um ponto foi defendido por todos: a igualdade de tratamento aos pilotos. De acordo com o chefe de equipe Stefano Domenicali, por exemplo, "Felipe Massa e Kimi Raikkonen começam o ano em condições iguais". Agora, é esperar para ver qual dos dois vai se sobressair. O Blog aposta em Raikkonen...

Enquanto isso, a McLaren fez hoje, em Jerez, o shakedown do MP4/23, o modelo do time prateado para 2008. O piloto de testes, Pedro de la Rosa, foi o primeiro a ir para a pista com o novo carro, que ganhou uma "ponte" no aerofólio dianteiro. À tarde, Heikki Kovalainen estreou pela McLaren, cravando sua volta mais rápida em 1:20.559s, quase um segundo mais lento do que de la Rosa (1:19.655s). Só como referência: o melhor tempo dos testes de dezembro, também em Jerez, foi 1:18.213s, de Sebastian Vettel.

O dia também viu uma série de reclamações de dirigentes, que foram unânimes em criticar vários pontos do novo regulamento. Nos próximos dias, o Blog vai falar com mais calma deste assunto. Infelizmente, o tempo hoje é um pouco mais curto do que o habitual...


Como vem acontecendo ultimamente, o dia foi de notícias quase irrelevantes nas demais categorias do automobilismo mundial. De importante, apenas o anúncio do calendário de pré-temporada da IRL, que vai realizar duas semanas de testes coletivos. Entre os dias 27 e 28 de fevereiro, as atividades serão no oval de Homestead. Mais tarde, de 03 a 06 de março, os ensaios acontecem no circuito misto de Sebring.

Vale mencionar também que a Argentina se ofereceu oficialmente para receber o Rally Dacar em 2008. Segundo o diretor do trecho argentino do Rally Patagônia-Atacama, David Ely, o país será o primeiro a ser ouvido pelos organizadores. "Até terça-feira que vem teremos uma decisão", garantiu Ely. Pelo visto, o Rally Dacar deve resistir à extinção.

Mas, se abandonar a África, vai perder completamente a sua identidade.



O vídeo do dia é um compacto do Grande Prêmio do Brasil de 1986, uma das corridas mais lendárias que o quase-extinto Autódromo de Jacarepaguá já sediou. Na pista, nomes como Nelson Piquet, Ayrton Senna, Nigel Mansell e Alain Prost. A prova terminou com uma dobradinha histórica para o Brasil: Piquet em primeiro e Senna em segundo. Vale a pena relembrar:


Esse eu vi no Blog F-1. Como lá fala o Felipe Maciel, "história é algo que não se pode demolir". O Autódromo de Jacarepaguá está perto de desaparecer, mas sua trajetória jamais será esquecida.

Nesta quinta, o Blog volta coma seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix, apresentando o número oito da lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História. E, ao longo do dia, comentários sobre as principais notícias do mundo da velocidade. Até amanhã!

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Fisichella e Rodriguez - http://www.gpupdate.net/
Ferrari e McLaren - www.globoesporte.com/motor

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Corridas Mais Caóticas da História - Número 9

Continuamos, hoje, a primeira lista do ano da seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix. Dessa vez, estamos falando de corridas animadas, confusas e emocionantes, que certamente ficaram marcadas na memória dos fãs da velocidade. Sem perder mais tempo, vamos em frente:

10. Europa/1999
NONA COLOCADA - Grande Prêmio de Mônaco de 1982

Qual é a primeira coisa que você faz quando liga a televisão e percebe que a corrida já começou? Fácil: procura saber quem está na liderança da prova, não é mesmo? Na grande maioria das vezes, não é difícil descobrir o piloto que aparece na ponta. Em raríssimas oportunidades, porém, os fatos acontecem de maneira tão rápida que qualquer um perde a referência.

Esse foi o caso do Grande Prêmio de Mônaco de 1982, uma prova absolutamente normal durante 74 das suas 76 voltas. As duas últimas, entretanto, valeram pela corrida inteira. Certamente, a Fórmula 1 nunca teve um final de G.P. tão confuso, com tantas mudanças de liderança e um número inacreditável de reviravoltas, num espaço de tempo tão limitado.

Em meados de 1982, a Fórmula 1 vivia uma fase de transição. Saíam de cena os motores Ford Cosworth, que vinham dominando a categoria há quinze anos, para a entrada dos "turbo". Ao mesmo tempo, uma série de intrigas de bastidores - causadas por diferentes interpretações do regulamento e pela escalada dos custos - tornava o clima do paddock bastante pesado.

Para piorar, Gilles Villeneuve morreu durante os treinos do G.P. da Bélgica, causando um impacto semelhante às perdas de Jim Clark e Ayrton Senna, por exemplo. A Fórmula 1 realmente precisava de melhores notícias quando chegou a Monte Carlo, para a sexta corrida daquela temporada. Na tabela de classificação, a briga pelo título continuava totalmente aberta.

O líder naquela altura era Alain Prost, que somava apenas 18 pontos. Além dele, havia pelo menos outra dezena de pilotos com esperanças concretas de conquistar o troféu de campeão. Não eram poucos os que encaravam aquele G.P. de Mônaco como um início de campeonato. Para esses, a corrida do Principado poderia servir como ponto de partida para uma candidatura de título.

Surpreendentemente, as Renault mostravam um excelente ritmo nas apertadas ruas de Mônaco. Com apenas quatro pontos no campeonato, Rene Arnoux marcou a pole, enquanto seu companheiro Alain Prost estabeleceu o quarto melhor tempo. Entre eles, Riccardo Patrese largava de segundo - sua melhor posição em grids até ali - com Bruno Giacomelli em terceiro.

Desde o início, parecia claro que o dia seria um passeio das Renault. Arnoux saiu bem e não demorou a disparar na liderança, enquanto Prost subia sem dificuldades para a vice-liderança. Com apenas quatro pontos somados, Arnoux se enquadrava perfeitamente no grupo dos pilotos que precisavam de recuperação no campeonato. Durante as treze primeiras voltas, ele comandou a prova com autoridade. Mas aí, como de costume, errou.

Chegando no Complexo da Piscina pela 14ª vez, Arnoux acelera forte demais antes do tempo e roda. Seu motor morre e ele, sem ter alternativa, é obrigado a abandonar a corrida. Prost assume a liderança e repete o script do companheiro de Renault, mas sem cometer erros. Na parte final da prova, sua distância para o segundo colocado é bastante tranqüila. Então, com a vitória praticamente garantida, Prost relaxa.

E o G.P. de Mônaco, a pouquíssimas voltas do fim, se transforma no caos. Primeiro, uma fina garoa começa a cair sobre o Principado. Não era o suficiente para molhar o circuito, mas a pista fica um pouco escorregadia. Prost entra na Chicane do Porto sem aliviar, e paga o seu preço. A Renault sai de seu controle e ele bate forte no guard rail de Mônaco. Incrivelmente, Prost estava fora da corrida.

Riccardo Patrese assume a liderança, e parece próximo de sua primeira vitória na Fórmula 1. O italiano abre a penúltima volta, recebendo sinais de incentivo dos fiscais de pista. Ao chegar no grampo de Loews, porém, Patrese perde a traseira do carro e roda. Sem acreditar na própria sorte, Didier Pironi passa para a ponta, faltando apenas uma volta e meia para a bandeirada.

Mas também não era para ser. Pironi começa a diminuir, sendo ultrapassado até pelos retardatários. Logo depois, quando chega no túnel, já na última volta, estaciona de vez. Inacreditável: um problema elétrico havia roubado a sua vitória. A televisão foca a Ferrari parada de Pironi durante vários segundos, talvez enquanto alguém não descobre o novo líder. Quem era ele?

De acordo com a cronometragem, Andrea de Cesaris vinha logo atrás de Pironi. Mas o italiano nem chega a superar a Ferrari do francês: na subida do Cassino, de Cesaris fica sem gasolina e abandona também. E agora? Hora de consultar a classificação mais uma vez: atrás de Prost, Patrese, Pironi e de Cesaris, era Derek Daly quem aparecia como o piloto melhor colocado. O inglês, porém, também não seria o vencedor.

Empolgado com a oportunidade de vencer em Mônaco, Daly comete um erro logo antes do grampo de La Rascasse, destrói seu bico e entorta a suspensão. Ele, também, estava fora. Os comentaristas de televisão nem podem acreditar. Na transmissão para a Inglaterra, o campeão James Hunt perde a paciência: "Isso é ridículo! Estamos aqui na reta de chegada esperando o vencedor, mas não parece que teremos um!".

Restam apenas quatro pilotos na pista: a dupla da Lotus - Nigel Mansell e Elio de Angelis - além de Brian Henton e Marc Surer, todos várias voltas atrasados. Seria um deles o ganhador? Nada disso. Discretamente, Patrese havia conseguido colocar o motor para funcionar de novo na descida do grampo Loews. O italiano passa o carro estacionado de Pironi - que, embora parado, era o líder de fato há vários minutos - e vence pela primeira vez na carreira. Depois, na volta de desaceleração, ainda dá uma carona ao francês.

Embora não tenham completado a prova, Pironi e de Cesaris ainda são classificados em segundo e terceiro. Os dois sobem ao podium sem saber se, realmente, eram eles quem deviam estar ali. Mais atrás, Mansell e de Angelis são quarto e quinto, enquanto Daly ainda fica em sexto. A vitória, incostestável, era mesmo de Patrese. Atrás dele, porém, ninguém tinha certeza de nada. Aqueles duas últimas voltas do G.P. de Mônaco, sem dúvida, confundiram a cabeça de todos ali...

Pelo festival de erros e azares, que resultaram numa maluca sucessão de troca de líderes durante os dois giros finais, pelo curioso e sortudo triunfo de Riccardo Patrese, que "ganhou-perdeu-ganhou" a corrida num espaço de apenas alguns minutos, e pela imensa confusão causada aos cronometristas depois do encerramento da prova, o Grande Prêmio de Mônaco de 1982 leva o nono lugar na lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História.

A seguir, um curto vídeo com o resumo das incríveis duas últimas voltas do G.P. de Mônaco de 1982:



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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Autódromo de Jacarepaguá muito perto de ser completamente desativado

O ano de 2008 começou definitivamente mal para os fãs da velocidade. Se não bastasse o cancelamento do Rally Dacar, outra péssima notícia veio à tona nesta terça. Agora, é iminente a desativação completa do Autódromo de Jacarepaguá, que deve ser substituído por quatro pavilhões planejados para os Jogos Olímpicos de 2016.

A cidade do Rio de Janeiro ainda não ganhou a disputa pelo direto de sediar as Olimpíadas, mas o destino de Jacarepaguá já parece estar selado. "Independente de vitória ou não na briga para ser sede dos Jogos, um Centro Olímpico será construído na área onde atualmente se encontra o Autódromo de Jacarepaguá", disse hoje o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Artur Nuzman.

De acordo com Nuzman, a Confederação Brasileira de Automobilismo aceitou negociar a construção de um novo circuito, que seria bancado pela prefeitura do Rio. O problema é que a cidade ainda não tem orçamento suficiente para erguer um autódromo de primeiro nível, como ressaltou hoje o secretário especial do Rio-2016, Ruy Cezar. Ao que parece, dois terrenos estão sendo estudados na Zona Oeste, nas regiões de Deodoro e Santa Cruz.

Segundo o presidente da CBA, Paulo Scaglione, o Autódromo de Jacarepaguá só poderá ser desativado após a construção da nova pista. Além disso, a CBA exige uma estrutura capaz de sediar eventos importantes - como a Fórmula 1 - e a inclusão de um kartródromo no projeto. Na versão de Scaglione, Carlos Arthur Nuzman teria assinado uma carta de intenções com a CBA, que estaria em discussão no Departamento Jurídico da entidade.

No panorama atual, qualquer esperança de ver o Autódromo de Jacarepaguá de volta ao seu antigo nível parece perdida. Pelo visto, nenhum dos dois lados (CBA e prefeitura) tem interesse em ver a pista recuperada. Por isso mesmo, a opção de construir um circuito completamente novo - vista com bastante ceticismo pela comunidade automobilística - precisa começar a ser tratada com mais seriedade. É a única esperança.

Considerando que Jacarepaguá já é um caso perdido, o melhor mesmo é lutar por uma alternativa. O problema é que não há como garantir o compromisso do COB e da prefeitura, que já passaram por cima de acordos firmados no passado. Mas, se o projeto do novo circuito for realmente concreto, o melhor é trabalhar para torná-lo realidade, mesmo considerando os problemas de localização e de falta de segurança.

Porque Jacarepaguá, infelizmente, já está fadado à completa destruição.


São cada vez mais consistentes os rumores que colocam Giancarlo Fisichella como companheiro de Adrian Sutil na Force India em 2008. O time indiano marcou para a próxima quinta o anúncio de sua dupla de pilotos, mas a maior parte da imprensa internacional já dá a decisão como certa. Além de confirmar Fisichella para o posto de titular, a Force India também deve anunciar a contratação de Vitantonio Liuzzi para o cargo de piloto de testes.

Outro boato que ganhou força nos últimos dias garante a compra da McLaren pela parceira Mercedes. Nesta terça, o diário inglês The Guardian assegurou que a montadora alemã tem, sim, interesse em se tornar a sócia majoritária do time prateado. O principal dirigente da McLaren, porém, fez questão de desmentir as especulações. "Não há nenhuma mudança ou decisão a ser anunciada por nós no momento", disse ontem o chefão Ron Dennis.

Ao mesmo tempo, a Super Aguri marcou para o dia 19 de fevereiro o lançamento de seu novo modelo, o SA08. O evento deve ser realizado em Barcelona, segundo confirmou hoje a equipe japonesa em comunicado distribuído à imprensa. A Super Aguri não fala em nomes de pilotos, mas a expectativa é que o time anuncie Takuma Sato e Anthony Davidson como titulares para 2008 na apresentação do SA08.

Para terminar o giro pelas notícias da Fórmula 1, vale mencionar uma pesquisa divulgada ontem pela empresa de consultoria Initiative Sports Futures. De acordo com os dados da instituição, o Grande Prêmio do Brasil foi o segundo evento esportivo mais assistido do ano passado, perdendo apenas para o Superbowl, a final da Liga de Futebol Americano.

Um resultado, sem dúvida alguma, animador para Bernie Ecclestone e companhia...


A Ducati apresentou hoje em Madonna di Campiglio, na Itália, sua máquina para a temporada 2008 da MotoGP. Batizada de GP8, a moto vai ser utilizada pelo italiano Marco Melandri e pelo atual campeão da categoria, Casey Stoner. O australiano, aliás, deve correr com a moto de número 1, uma honraria que o heptacampeão Valentino Rossi nunca fez questão de aceitar. Rossi, para quem não sabe, não abre mão do seu número 46 da sorte.

Falando sobre a próxima temporada, Stoner mostrou-se bastante otimista: "Não temo Rossi. Vimos os últimos testes dele, e não foram nada demais. Vamos fazer como em 2007: trabalhar no nosso acerto, sem se preocupar com o nível dos outros". De fato, Stoner entra como o grande favorito para o título da próxima temporada. Mas o australiano, certamente, não terá a mesma facilidade do ano passado.

Enquanto isso, a Chevrolet tirou a terça para confirmar, mais uma vez, que continua com seu time de pilotos na temporada 2008 do Mundial de Turismo. Em press-release, a montadora anuncia que o suíço Alain Menu, o italiano Nicola Larini e o inglês Robert Huff permanecem na equipe neste ano. Assim como a Chevrolet, as rivais BMW e SEAT também optaram por não fazer mudanças entre os seus pilotos titulares.

Por fim, vale registrar que o Chile iniciou conversas para sediar o Rally Dacar a partir do ano que vem. Após o cancelamento da competição deste ano, os organizadores do evento buscam novas alternativas para as próximas edições. A América Latina surgiu como uma boa opção, e os desertos da Patagônia e do Atacama - localizados no Chile e na Argentina - podem servir como rota num futuro próximo.

Se a possibilidade vier a se concretizar, o Rally Dacar vai perder grande parte de sua identidade. Mas, pelo menos, fica mais longe da extinção.


O vídeo do dia é mais uma cortesia do Blog (a última). Dessa vez, o tema são "Dez Grandes Duelos da História da Fórmula 1", uma lista que o Blog lançou no ano passado, mas que já está um pouco desatualizada. Afinal, a disputa entre Felipe Massa e Robert Kubica, no G.P. do Japão de 2007, merecia um lugarzinho. De qualquer maneira, vale a pena relembrar algumas das batalhas mais empolgantes que a Fórmula 1 já teve:


Com esse vídeo dos duelos, encerra-se a série de filmes baseada em listas antigas da seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix. Tentei editar também o ranking das Dez Melhores Performances Individuais, mas a falta de imagens atrapalhou bastante. De qualquer maneira, espero que vocês tenham gostado dos vídeos! No futuro, vem mais por aí...

Nesta quarta, o Blog volta com a seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix, apresentando o número nove da lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História. E depois, ao longo do dia, comentários sobre as principais notícias do mundo da velocidade. Até amanhã!

Crédito das fotos:
Jacarepaguá - www.diariodorio.com
Super Aguri - www.gpupdate.net
Giancarlo Fisichella - www.motorsport.com
Ducati e Stoner - www.globoesporte.com/motor
Chevrolet - www.motorsport.com

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Corridas Mais Caóticas da História - Número 10

Começamos, hoje, mais uma lista da seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix. O primeiro tema do ano - escolhido pelos amigos do Blog - será o das Dez Corridas Mais Caóticas da História. Vamos reviver provas confusas, animadas e emocionantes, que certamente ficaram marcadas nos fãs da velocidade. Sem perder mais tempo, é hora de iniciar a contagem:

DÉCIMA COLOCADA - Grande Prêmio da Europa de 1999

A Fórmula sempre foi dominada por um número reduzido de pilotos e equipes. Quem acompanha a categoria sabe que as chamadas "zebras" são bastante raras. Mas, quando elas acontecem, são absolutamente memoráveis. Esse foi o caso do Grande Prêmio da Europa de 1999, quando um completo azarão venceu uma corrida recheada de acidentes, reviravoltas e trapalhadas dos líderes do campeonato.

Johnny Herbert havia marcado apenas dois pontos antes de chegar ao circuito de Nurburgring, para aquela que seria a antepenúltima corrida da temporada de 1999. Ninguém ousaria apostar no inglês para a vitória, mas Herbert surpreendeu a todos com uma performance absolutamente perfeita.

Antes da largada, a atenção estava voltada para a briga pelo título da temporada. Na ponta da tabela de classificação, Mika Hakkinen e Eddie Irvine estavam empatados com 60 pontos. Não muito atrás, Heinz-Harald Frentzen (50) e David Coulthard (48) também alimentavam esperanças de título. A expectativa era grande, até porque o treino de classificação já havia sido bastante emocionante.

Aproveitando-se muito bem de um típico cenário de chove-não-molha, Frentzen conquistou sua primeira pole de 1999, usado uma estratégia perfeita. O alemão assumiu um grande risco ao ficar nos boxes nos minutos iniciais do treino - quando a chuva era apenas fraca - apostando que a pista secaria no final de qualquer maneira. Deu certo. Frentzen estabeleceu o tempo mais rápido, com Coulhard, Hakkinen e Ralf Schumacher logo atrás. Irvine era apenas o nono, com Herbert num discretíssimo 14º.

A corrida, sem dúvida alguma, prometia bastante. E ela já começou confusa logo de cara. Ao alinharem no grid, Alex Zanardi e Marc Gené se confundiram e trocaram de posição, causando um atraso de vários minutos. Para os pilotos, um tremendo anti-clímax. As equipes, porém, tinham outra preocupação: nuvens negras vinham chegando e, com o adiamento da largada, ficou claro que a chuva era apenas questão de tempo...

Quando o pelotão finalmente largou, Frentzen manteve a ponta, enquanto Hakkinen superou Coulthard e passou para segundo. Mais atrás, Damon Hill teve um problema elétrico e diminui subitamente. Alexander Wurz precisou desviar no reflexo e atingiu em cheio a Sauber de Pedro Paulo Diniz, que saiu capotando de maneira espetacular. Sem alternativa, a direção de prova acionou o safety car.

Durante alguns minutos, a condição de Diniz levou preocupação aos boxes: o santo-antônio de seu carro havia se quebrado na colisão com Wurz, e ele se encontrava imóvel dentro do cockpit da Sauber virada ao contrário. No fim das contas, porém, o brasileiro saiu ileso, embora uma ambulância tenha chegado a entrar na pista. Aquele G.P. da Europa, definitivamente, já começava de forma atípica.

Na relargada, Frentzen segurou-se na liderança, com Hakkinen colado. Ao mesmo tempo, Ralf Schumacher pressionava Coulthard, e Irvine conseguia superar Giancarlo Fisichella para ganhar o quinto lugar. Foi aí que o panorama da prova mudou completamente. Começou a chover, mas a pista não parecia molhada o suficiente para obrigar uma troca de pneus. A primeira rodada de pit stops se aproximava, e cada piloto precisaria tomar uma decisão.

Hakkinen é o primeiro a visitar os boxes. A McLaren coloca pneus de chuva no carro do finlandês, o que se revelaria um tremendo erro de cálculo. Voltas depois, Irvine e a Ferrari devolvem a "gentileza", com uma pataquada ainda pior: o irlandês entra nos boxes apenas alguns segundos depois de seu companheiro Mika Salo, que havia furado um pneu. A Ferrari é pega de surpresa, e se atrapalha completamente.

Pelo rádio, Irvine pede pneus de pista seca. A Ferrari se complica porque Salo, que havia acabado de sair, optara por compostos de chuva. Resultado: Irvine fica com o carro levantado durante 28 segundos, apenas com três rodas no carro, enquanto a Ferrari procura desesperadamente pelo pneu que está faltando. No fim, o cinegrafista da FOCA TV é quem indica onde estava o pneu, esquecido pela equipe durante a troca de Salo.

Com a confusão, Irvine retorna em 13º, uma volta atrás dos líderes. Hakkinen também perde muito tempo quando precisa trocar de novo para pneus de pista seca. Os dois principais candidatos ao título agora estão completamente fora da briga pela vitória. Ponto para Frentzen, Coulthard e Ralf. Os três fazem suas paradas juntos, colando pneus de seco. Na saída dos boxes, porém, tudo dá errado para Frentzen.

O alemão tem um problema hidráulico e pára na pista, sendo obrigado a abandonar. Assim, Coulthard assume a liderança, com Ralf já um pouco mais para trás. Seria a oportunidade perfeita para o escocês encostar em Hakkinen e Irvine no campeonato, mas um erro põe tudo a perder. Apenas duas voltas após tomar a ponta, Coulthard sai da pista e bate na barreira de proteção, também desistindo da prova.

Agora é Ralf quem aparece em primeiro, mas o piloto da Williams está em apuros. Começa a chover mais forte, e Ralf precisa visitar os boxes para colocar pneus de chuva. Com isso, Giancarlo Fisichella - já com os chamados "biscoito" - passa para a liderança. Mas o momento de glória dura pouco para Fisico: logo depois, ele erra e roda no trecho mais molhado do circuito. Sem conseguir voltar, Fisichella é mais um a abandonar o G.P.

A sorte parece sorrir para Ralf, que recupera a primeira posição. O alemão lidera por um tempo, mas um pneu furado estraga seu dia. Ele precisa percorrer praticamente uma volta inteira com apenas três rodas, perdendo um tempo imenso. Após parar nos boxes, Ralf retornar em quarto, já sem chances de vitória. Quem era o líder agora? Johnny Herbert.

Largando de 14º, o inglês fez uma corrida discreta e eficiente. Quando a chuva apertou, Herbert colocou pneus de chuva no momento certo, e se aproveitou dos problemas do outros para subir na classificação. Com o pneu furado de Ralf, Herbert assume a ponta com cerca de quinze voltas para o final, contando com uma vantagem confortável de vinte segundos para outro azarão - Jarno Trulli - que aparece na vice-liderança.

No meio do pelotão, a corrida continua animada. Luca Badoer, de Minardi, chega a andar em quarto antes de ter um câmbio quebrado a treze voltas da bandeirada. Desconsolado, o italiano chora copiosamente ao sair do carro. Seu companheiro Marc Gené, porém, resiste de forma heróica aos ataques de Irvine, completando em sexto e marcando o primeiro e único ponto da Minardi em 1999.

Lá na frente, Herbert mantém-se seguro e vence até com relativa tranqüilidade. Trulli fecha em segundo e Rubens Barrichello completa o podium. Companheiro de Herbert na Stewart, Rubinho havia se destacado muito mais ao longo do ano, mas na hora da verdade foi Herbert o primeiro a vencer com um carro da Stewart.

Ralf Schumacher ainda termina em quarto, com Hakkinen em quinto e Gené em sexto. Irvine fecha em sétimo, fora da zona de pontuação. Para o campeonato, os dois pontos que Hakkinen abriu para Irvine terminariam sendo decisivos. O Grande Prêmio da Europa de 1999, porém, vai ser lembrado por vários outros motivos também.

Pelo emocionante treino classificatório e pelo acidente espetacular de Pedro Paulo Diniz, pelas sucessivas e alucinantes trocas de liderança na segunda metade da corrida, pelas pataquadas dos líderes do campeonato e pela surpreendente e magnífica vitória do azarão Johnny Herbert, o Grande Prêmio da Europa de 1999 leva o décimo lugar na lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História.

O vídeo a seguir é um rápido resumo do G.P. da Europa de 1999, mostrando a maioria das principais cenas da prova:



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Crédito das fotos:
Podium, largada e Herbert - http://www.f1-facts.com/
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