sábado, 30 de junho de 2007

É por isso que o chamam de O Doutor

"Minha corrida amanhã vai ter de ser perfeita". Foi com essas palavras que Valentino Rossi definiu, após o treino de classificação de ontem, sua tarefa na corrida deste sábado. Largando de décimo-primeiro no circuito de Assen, na Holanda, The Doctor foi passando um a um, até colar no líder e rival do campeonato Casey Stoner.

Não deu outra. Ao sinal de um pequeno erro, o australiano perdia a posição. E Valentino seguia para mais uma vitória consagradora. Não vi a corrida, mas posso imaginar a performance do italiano. Certamente, aqueles que o subestimaram tiveram sua lição hoje.

Outro destaque da prova foi o americano Nicky Hayden, que recuperou a velha forma e salvou o primeiro podium da temporada. Muito merecido, depois de todas as dificuldades que o atual campeão enfrentou na adaptação à moto 2007 da Honda. Ele superou seu companheiro de equipe, Daniel Pedrosa, o quarto.

A pixotada da corrida ficou por parte de Randy de Puniet. O francês, que havia largado numa excelente terceira posição, colocou ele e Chris Vermeulen, o pole, para fora da pista. O australiano ainda continuou mas foi o último dos classificados, em décimo-sexto, sem chegar à zona de pontuação.

Alexandre Barros largou lá atrás, caiu para penúltimo na largada e foi se recuperando, como sempre. Terminou em sétimo, bom resultado, logo na frente de seu parceiro na Pramac D'Antin, Alex Hofmann. O alemão derrotou Anthony West, Marco Melandri e Carlos Checa numa dura batalha pela oitava posição.

Depois da derrota de hoje, Casey Stoner deve ter sentido um frio na espinha. Se Valentino repetir a atuação ao longo do resto do ano, não há nada que o australiano possa fazer. A não ser apreciar o show, é claro.
A classificação da corrida de hoje:

1. Valentino Rossi/Itália/Fiat Yamaha, 42:37.149
2. Casey Stoner/Austrália/Ducati Marlboro, + 1.909
3. Nicky Hayden/Estados Unidos/Repsol Honda, + 6.077
4. Daniel Pedrosa/Espanha/Repsol Honda, + 10.465
5. John Hopkins/Austrália/Rizla Suzuki, + 13.138
6. Colin Edwards/Estados Unidos/FiatYamaha, + 15.139
7. Alex Barros/Brasil/Pramac d'Antin, + 36.075
8. Alex Hofmann/Alemanha/Pramac d'Antin, + 41.768
9. Anthony West/Austrália/Kawasaki, + 43.605
10. Marco Melandri/Itália/Honda Gresini, + 43.796
11. Carlos Checa/Espanha/Honda LCR, + 43.826
12. Shinya Nakano/Japão/Konica Minolta Honda, + 47.896
13. Makoto Tamada/Japão/Yamaha Tech 3, + 54.068
14. Sylvain Guintoli/França/Yamaha Tech 3, + 57.718
15. Kurtis Roberts/Estados Unidos/KR212V, + 1:28.637
16. Chris Vermeulen/Austrália/Rizla Suzuki, + 1:34.808

Amanhã, o Blog comenta a corrida da Fórmula 1 e estréia a sessão Análise do Grande Prêmio. Além disso, ao longo do dia, teremos as primeiras edições do Weekend Update. Agora, termino a cobertura de hoje. O resto do dia, perdoem-me, está dedicado ao clássico do Engenhão.

A bruxa está solta na GP2...

Que corrida estranha a primeira da rodada dupla de Magny-Cours! Estranha não, bizarra. Teve de tudo um pouco: comédia, confusão e um acidente tremendamente pavoroso. No fim, prevaleceu o "veterano" Giorgio Pantano.

O italiano soube se aproveitadar dos azares - e bobagens - alheias para alcançar a liderença logo na segunda volta. Antes disso, porém, muita coisa já havia acontecido. A começar pela largada.

Companheiros de equipe na iSport International, Timo Glock e Andreas Zuber não conseguiriam executar o que fizeram nem se tivessem combinado sabotar a equipe. Em apenas algumas dezenas de metros, antes mesmo de fazerem a tomada da primeira curva os dois estavam fora. Por causa de um incidente bizarro, beirando ao ridículo.

Momentos antes da luz verde, já se podia perceber as intenções da dupla de pilotos. Propositadamente alinhados de maneira torta, ambos pensaram o mesmo: pegar a linha do meio o mais rápido possível para bloquear quem vem atrás. Na hora em que partiram, foi o segundo no grid, Zuber, quem deu a melhor arrancada.

Não deu nem tempo de reagir. Dois segundos depois, um carro já estava sobre o outro. Timo Glock, como era de se prever, fechou o companheiro. Só que Zuber, nesse ponto, já aparecia quase ao seu lado. Como conseqüência, os dois se tocaram e o carro do austríaco voou sobre o do alemão.

Antes que os espectadores pudessem levantar os queixos, uma dupla de brasileiros assumiu a ponta. Lucas di Grassi, da ART, liderava, seguido por Bruno Senna, da Arden. Os carros contornaram o hairpin Adelaide. Alguns momentos depois, veio o acidente mais aterrorisador da curta história da GP2.

Animado após ter feito uma excelente largada, o venezuelano Ernesto Viso foi para cima do alemão Michael Ammermüller e de um outro carro que, pela imagem, parecia ser o do francês Nicolas Lapierre. Antes de chegarem à rápida chicane que inaugura o segundo trecho do circuito de Magny-Cours, os três estavam colados.

Então, subitamente, Viso toca a traseira do carro de Ammermüller e simplesmente decola. Seu carro atinge um extintor de incêndio que estoura. Uma dupla de fiscais que trabalhavam naquele ponto também passa perto da morte. De maneira pavorosa, o carro rola sobre o muro da pista, antes de, finalmente, cair do lado oposto ao traçado.

Imediatamente, o safety car é acionado. A televisão, por recomendação estúpida e covarde, não mostra a reprise do acidente do venezuelano nem seu resgate. Concentra-se nas expressões de desalento da equipe iSport International, enquanto sua dupla de pilotos paspalhões volta aos boxes.

A corrida é interrompida por bandeira vermelha na terceira volta. Antes disso, na segunda, a maioria do pelotão restante aproveita para fazer a parada única regulamentada. Na confusão, Giorgio Pantano supera a dupla de brasileiros que liderava e pega a ponta entre os que foram para os boxes. Lucas di Grassi cai para segundo, Bruno Senna para terceiro e Xandinho Negrão, o último dos brazucas, sobe para sexto neste grupo.

Na transmissão, outra imagem chamava atenção: o atrapalhado Nicolas Lapierre, reprovado no teste da baliza, erra o traçado e simplesmente isola um mecânico seu. A bruxa continuava solta.

Depois de cinquenta minutos de paralisação, a pista é liberada. Levado ao hospital, constata-se que Ernesto Viso fraturara um braço. Na corrida, seus adversários não se intimidam com o acidente do venezuelano e continuam a travar uma batalha ferrenha.

Duas voltas depois da relargada, o então líder Kohei Hirate é obrigado a fazer a prestar um drive-through por ter mexido no carro durante a bandeira vermelha. Uma besta. Quando se vê na ponta, o indiano Karun Chandhok se entusiasma e sai da pista imediatamente.

Tentando imitar a dupla da iSport, os dois pilotos da SuperNova se tocam e quem leva a pior é Mike Conway. O inglês roda e cai para último. Seu parceiro de equipe, Luca Filippi, acaba não prejudicado mas é o grande culpado pelo acidente.

Até o fim da corrida, ainda sobrariam bandeiras amarelas. Christian Bakkerud foi abalroado por Kohei Hirate e abandonou. Algumas voltas mais tarde, Roldán Rodríguez errou na curva Estoril e saiu da pista. O mexicano ainda conseguiria voltar para terminar em décimo-sexto e penúltimo, a frente, apenas, de Kazuki Nakajima.

Por fim, na volta 31, Xandinho Negrão e o companheiro de Bruno Senna, Adrian Zaugg, se tocam e o brasileiro da Minardi Piquet leva a pior, sendo obrigado a abandonar. Não vi esse acidente e não posso julgar Negrão, mas é impressionante o número de vezes em que ele sai do corrida por batidas e rodadas. Zaugg, por sua vez, ainda seria sexto.

Na frente, Giorgio Pantano e Lucas di Grassi mantiveram suas posições até o fim. Bruno Senna errou e perdeu posições para Pastor Maldonado e Luca Filippi. Antes da bandeirada, porém, o brasileiro se recuperou e garantiu seu lugar no podium.

Filippi foi quarto enquanto Maldonado se atrasou e fechou apenas em décimo. Completando a zona de pontuação, depois do italiano, vieram o russo Vitaly Petrov, o austríaco Adrian Zaugg, o espanhol Javier Villa e o piloto da casa e atropelador de mecânicos Nicolas Lapierre.

Amanhã, o francês largará na ponta. O grid, entre os oito primeiros, é invertido. Garantia de uma corrida movimentada, visto que, por exemplo, o líder do campeonato, Timo Glock, estará largando do último lugar. O único a ficar de fora vai ser Ernesto Viso, que, agora, deve ficar um bom tempo de molho.

Por uma dessas ironias do destino, pode ser que o brasileiro Sérgio Jimenez volte à GP2 a partir da próxima etapa. Piloto da Racing Engineering até a etapa de Mônaco, ele é o substituto natural de Viso. A não ser que apareça alguém com dinheiro de patrocínio - o que, infelizmente, faz muita falta na carreira de Sérgio.

Como são duas corridas na GP2, apostei em dois pilotos diferentes. Meu primeiro palpite foi furado. Andreas Zuber, embora rápido, ainda não tem cabeça. O outro, porém, passou perto do triunfo: Lucas di Grassi foi segundo. Amanhã, o brasileiro sai de sétimo e o austríaco da rabeira do grid.

Às 11 horas de amanhã, um olho no post de análise sobre o Grande Prêmio da França e o outro na corrida da Gp2.

A seguir, a classificação final da categoria-escola da Fórmula 1:

1. Giorgio Pantano/Itália/Campos, 1h52:32.513
2. Lucas Di Grassi/Brasil/ART, + 8.777
3. Bruno Senna/Brasil/Arden, + 22.476
4. Luca Filippi/Itália/Super Nova, + 24.585
5. Vitaly Petrov/Rússia/Campos, + 40.162
6. Adrian Zaugg/Áustria/Arden, + 40.699
7. Javier Villa/Espanha/Racing Engineering, + 41.206
8. Nicolas Lapierre/França/DAMS, + 48.246
9. Mike Conway/Inglaterra/Super Nova, + 52.431
10. Pastor Maldonado/Venezuela/Trident, + 55.890
11. Sakon Yamamoto/Japão/BCN, + 59.032
12. Borja Garcia/Espanha/Durango, + 1:01.960
13. Andy Soucek/Espanha/DPR, + 1:04.692
14. Ho-Ping Tung/China/BCN, + 1:08.394
15. Jason Tahinci/Turquia/FMS, + 1:27.103
16. Roldan Rodriguez/México/Minardi Piquet, + 1 volta
17. Kasuki Nakajima/Japão/DAMS, + 1 volta

O vídeo da batida na largada e do terrível vôo de Viso segue logo abaixo:


O blogueiro, agora, vai fazer um pequeno lanche. Depois, o comentário sobre a MotoGP.

Agora, é Lewis contra as Ferrari. A não ser que chova

Sábado é um dia complicado para o blogueiro que vos fala. Cheguei só meio dia em casa e, para minha surpresa, a corrida da GP2 ainda não tinha acabado. Isso atrasou um pouco mais os comentários sobre a classificação da Fórmula 1, que já chegariam depois do normal.

Perto do que aconteceu nas corridas da GP2 e da MotoGP, o treino da principal categoria do automobilismo foi até morno. Na primeira parte, Hamilton mostrou seu cartão de visitas logo de cara, marcando o melhor tempo do fim de semana. Entretanto, Massa, Kimi e até Kubica se mantinham por perto.

Logo de cara, ficaram de fora as duas Spyker, as Super Aguri, Alexander Wurz e Vitantonio Liuzzi. Nenhuma surpresa, portanto. O italiano foi batido por Speed durante todo o fim de semana, o austríaco continua uma lástima em treinos e os pilotos das equipes japonesa e holandesa não tinha mais o que fazer.

Ao mesmo tempo, Rubens Barrichello era o décimo-sexto, escapando por pouco da primeira degola. Na segunda, porém, não teve jeito. Tanto ele quanto Jenson Button ficaram pelo caminho, tendo por companhia a dupla da Red Bull, Mark Webber e David Coulthard, além de Scott Speed e Ralf Schumacher.

De todos, o único que tinha realmente algo a lamentar era o escocês. Vencedor em Magny-Cours no ano 2000, Coulthard era uma das apostas desse Blog para a corrida. Teve problemas de câmbio e nem chegou a fazer voltas na segunda parte da classificação. Assim, foi jogado ao décimo-sexto lugar do grid.

Finalmente, na superpole, teríamos a esperada batalha entre o quarteto de Ferrari e McLaren. Que logo ganhou o desfalque de Fernando Alonso. O espanhol, ao passar pela mesma curva Chateau D'Eau, onde havia escapado nos treinos de ontem, viu uma fumacinha sair da parte de trás do seu carro.

Tratava-se de um defeito no câmbio, que o tirou de combate pelo resto do dia. Alonso, que já havia participado pouco do treino da manha por problemas na sua McLaren, teve de se contentar com o décimo lugar. Está fora da luta pela vitória amanhã. A não ser que chova.

Deixado sozinho na luta contra as Ferrari, Lewis Hamilton ainda conseguiu encaixar o melhor último trecho do dia. O suficiente para bater Kimi Raikkonen, mas não Felipe Massa. Para o brasileiro, foi um pole crucial para manter em ordem sua candidatura ao título.

Há de se ressaltar que ele deve estar um pouquinho mais leve do que seus adversários. Mesmo assim, largar na frente é muito importante para Felipe. Até agora, ele só venceu corridas saindo de primeiro. Amanhã, em circunstâncias normais, ele é o maior favorito.

A seguir, o grid de largada para o Grande Prêmio da França de amanhã, com os análise das equipes logo depois:
1 - Felipe Massa/Brasil/Ferrari, 1min15s034
2 - Lewis Hamilton/Inglaterra/McLaren, 1min15s104
3 - Kimi Räikkönen/Finlândia/Ferrari, 1min15s257
4 - Robert Kubica/Polônia/BMW, 1min15s493
5 - Giancarlo Fisichella/Itália/Renault, 1min15s674
6 - Heikki Kovaläinen/Finlândia/Renault, 1min15s826
7 - Nick Heidfeld/Alemanha/BMW, 1min15s900
8 - Jarno Trulli/Itália/Toyota, 1min15s935
9 - Nico Rosberg/Alemanha/Williams, 1min16s328
10 - Fernando Alonso/Espanha/McLaren, sem tempo
11 - Ralf Schumacher/Alemanha/Toyota, 1min15s534
12 - Jenson Button/Inglaterra/Honda, 1min15s584
13 - Rubens Barrichello/Brasil/Honda, 1min15s761
14 - Mark Webber/Austrália/Red Bull, 1min15s806
15 - Scott Speed/Estados Unidos/Toro Rosso, 1min16s049
16 - David Coulthard/Escócia/Red Bull, sem tempo
17 - Vitantonio Liuzzi/Itália/Toro Rosso, 1min16s142
18 - Alexander Wurz/Áustria/Williams, 1min16s241
19 - Takuma Sato/Japão/Super Aguri, 1min16s244
20 - Anthony Davidson/Inglatera/Super Aguri, 1min16s366
21 - Christijan Albers/Holanda/Spyker, 1min17s826
22 - Adrian Sutil/Alemanha/Spyker, 1min17s915
Antes considerado o carro mais confiável do grid, o MP4/22 da McLaren vai dando sinais de fraqueza. Em dois dias, duas quebras - ontem foi Hamilton, hoje, Alonso. O espanhol é o maior prejudicado e vê sua má fase ainda mais estendida. Lewis, a princípio, é o único piloto da equipe com possibilidade de vitória, a não ser que a chuva embaralhe as coisas.

Na Ferrari, é evidente que Massa está um pouco mais leve do que Raikkonen. Os dois estiveram juntos durante todo o fim de semana, mas Felipe bateu Kimi em dois décimos na classificação. Mesmo assim, não deve ser uma diferença muito grande de combustível. O brasileiro tem todos os méritos em largar não só na frente do finlandês mas também de todo o resto do grid.

Excelente retorno de Robert Kubica na BMW. Pressionou as duas equipes principais, e terminou numa ótima segunda fila. Atrapalhado por dores nas costas, Nick Heidfeld não passou de sétimo. Amanhã, o polonês é a esperança da equipe em conseguir um podium ou, quem sabe, algo a mais.

Os dois pilotos da Renault continuam muito equilibrados entre si. Dessa vez, quem ficou com a vantagem foi Giancarlo Fisichella. Heikki Kovalainen, porém, está apenas uma posição atrás do italiano. Largando, respectivamente, de quinto e sexto, a dupla tem boas chances de pontuação na casa da equipe francesa.

Mais uma vez, Nico Rosberg estabeleceu seu domínio na Williams sobre o companheiro Alexander Wurz. Em classificações, trata-se de uma surra de oito a zero para o alemão. Amanhã, o filho de Keke vai ter de lutar para conseguir pontos. Quanto aos austríaco, resta torcer por pista molhada.

A disputa interna da Toyota é semelhante a da Williams. No caso da equipe japonesa, Jarno Trulli tem a hegemonia sobre Ralf Schumacher. O alemão, porém, mostrou reação ao conseguir uma boa classificação em décimo. O italiano é o oitavo, mas, considerando sua típica queda de rendimento em corridas, é provável que termine atrás do companheiro de equipe.

Classificação abaixo do esperado na Red Bull. Dessa vez, nem Mark Webber, o leão de treino, alcançou a superpole. Para piorar, David Coulthard não participou da segunda parte por problemas de câmbio. A equipe das bebidinhas energéticas talvez seja, hoje, a equipe mais irregular do grid. Dessa vez, estão por baixo.

Como era de se esperar, a Super Aguri não bateu a Honda. E, seguindo a tendência, vai voltando, lentamente, ao fundo do grid. Na largada, só estarão a frente da dupla da Spyker. Uma pena, mas Takuma Sato e Anthony Davidson dificilmente vão almejar pontos na corrida.

E também seguindo o script, a Toro Rosso voltou à parte de baixo da tabela. Scott Speed demonstrou evolução e foi décimo-quinto, após quase ter ficado entre os dez primeiros na primeira fase. Nela, aliás, seu companheiro Vitantonio Liuzzi foi eliminado, em décimo-sétimo. Mais um domingo sem grandes perspectivas para a dupla de jovens pilotos.

Nenhuma novidade na Honda. A nova rodada de testes coletivos, que trouxe esperança à equipe japonesa, não mudou muita coisa. Jenson Button larga em décimo-segundo e Rubens Barrichello uma posição atrás do companheiro. Em classificações, um empate de quatro a quatro entre os companheiros. A melhor chance da dupla é na pista molhada, condição em que o inglês conquistou sua única vitória e na qual o brasileiro já fez belíssimas exibições.

Por fim, a Spyker está totalmente fora do ritmo das outras equipes. O melhor piloto do time, Cristijan Albers, ficou a 1,5 segundos de Davidson, o pior piloto do resto. Essa foi, aliás, a mesma diferença do inglês ao melhor tempo do dia, de Massa. De novidade, apenas o fato de Adrian Sutil ter sido finalmente superado por seu companheiro. O alemão, porém, ainda dá uma goleada de seis a dois nas disputas de posição do grid.

O Blog volta ao longo do dia para comentar a corrida da MotoGP e a bizarra etapa da GP2. Até daqui a pouco.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Na MotoGP, Rossi em apuros; na GP2, Glock numa boa

A MotoGP e a GP2 definiram, hoje, suas posições de largada para as etapas deste sábado. A primeira corre em Assen, na Holanda. Um circuito que até o ano passado era de altíssima velocidade mas que teve seu traçado impiedosamente descaracterizado em reformas recentes.

Por sua vez, a escolinha da Fórmula 1 faz, como de costume, a preliminar da principal categoria do automobilismo mundial. No sábado, teremos a sexta etapa e, no domingo, a sétima, sempre às 11 horas da manhã aqui do Brasil. Vamos a uma rápida análise do grid das duas categorias.
É complicado o momento que vive Valentino Rossi. Se não bastasse a excelente forma de seu rival no campeonato, Casey Stoner, o italiano teve sérios problemas no treino de classificação. Disputado, aliás, sob chuva, que tem 90% de chance de voltar amanhã na corrida.

Na pole, um azarão. Chris Vermeulen mostrou seu cartão de visitas no Grande Prêmio da França, quando largou na frente e venceu uma corrida de clima instável e bastante confusão, em Le Mans. Agora, já conseguiu, na Holanda, o primeiro lugar no grid. Será que na corrida de amanhã teremos outro repeteco?

O australiano vem se revelando um autêntico ás na pista molhada. Hoje, colocou um segundo para todos os outros pilotos, exceto Stoner, que ficou apenas a 17 centésimos de distância. Casey, aliás, teve mais um desempenho excepcional e, em condições normais, é o franco-favorito de amanhã.

Em terceiro, aparece a Kawasaki de Randy de Puniet, com outro bom desempenho em classificações. Antes, ele já havia feito bonito no G.P. da Espanha, quando largou em segundo. Seu companheiro de equipe, Anthony West, também fez um bom treino e sai em sétimo.

Atrás do francês da moto verdinha, vem o renegado Marco Melandri. O piloto italiano, em situação pouco confortável na Honda após suas críticas à moto japonesa, conseguiu uma bela quarta posição. Assim, é o piloto da marca mais bem colocado no grid.

A melhor Yamaha é a do companheiro de Rossi, Colin Edwards, pole na última etapa de Donington e sexto agora em Assen. E Valentino não passou de décimo-primeiro. Amanhã terá de fazer, como ele mesmo disse após o treino, uma "corrida perfeita". Mais uma vez, repito: em se tratando de The Doctor, não duvido de nada.

Alexandre Barros larga em décimo-segundo com sua Ducati da Pramac D'Antin. Seu parceiro de equipe, Alex Hofmann, foi um bom oitavo. Mais uma vez, o brasileiro precisará fazer uma corrida de recuperação.

Só para constar, segue o grid de largada completo:

1. Chris Vermeulen/Austrália/Rizla Suzuki, 1:48.555
2. Casey Stoner/Austrália/Ducati Marlboro, + 0.017
3. Randy de Puniet/França/Kawasaki, + 1.024
4. Marco Melandri/Itália/Honda Gresini, + 1.124
5. John Hopkins/Austrália/Rizla Suzuki, + 1.129
6. Colin Edwards/Estados Unidos/Fiat Yamaha, + 1.136
7. Anthony West/Austrália/Kawasaki, + 1.252
8. Alex Hofmann/Alemanha/Pramac d’ Antin, + 1.372
9. Daniel Pedrosa/Espanha/Repsol Honda, + 1.577
10. Loris Capirossi/Itália/Ducati Marlboro, + 1.614
11. Valentino Rossi/Itália/Fiat Yamaha, + 1.837
12. Alex Barros/Brasil/Pramac d’ Antin, + 1.847
13. Nicky Hayden/Estados Unidos/Repsol Honda, + 2.026
14. Kurtis Roberts/Estados Unidos/Team Roberts, + 2.704
15. Shinya Nakano/Japão/Konica Minolta, + 3.272
16. Carlos Checa/Espanha/Honda LCR, + 4.716
17. Sylvain Guintoli/França/Dunlop Yamaha, + 5.698
18. Makoto Tamada/Japão/Dunlop Yamaha, + 8.970

Se a chuva aparecer, amanhã, não há como garantir qualquer resultado. A única certeza é que a corrida será emocionante. Pena que coincide com o treino da Fórmula 1. Pelo menos dessa vez, terei de me reduzir ao que sair na Internet.
Posso até não ver a corrida da MotoGP, mas a da GP2 não perco de jeito nenhum. Amanhã, às onze horas, teremos a largada para a sexta etapa da categoria-escola da Fórmula 1. Na pole, o líder do campeonato, Timo Glock, da iSport International.

Foi uma sessão equilibrada e que viu, em diferentes momentos, Lucas di Grassi, Giorgio Pantano e Andreas Zuber na frente. No fim, quem sorriu foi mesmo Glock, o grande dominador da temporada 2007 da GP2. Amanhã, porém, o alemão não terá vida fácil.

A começar pelo seu companheiro de equipe. Nascido na Áustria, mas correndo sob licença dos Emirados Árabes Unidos - alguém por favor me explique por que! - Andreas Zuber tinha sido o mais rápido no primeiro treino e mostrou ter um carro bem acertado. É, também, a aposta do Blog. O que não muda nada mas pelo menos ganha a minha torcida.

Os meus palpites, aliás, foram muito bons. Porque o outro piloto em quem botei minhas fichas, Lucas di Grassi, larga numa promissora quarta colocação. Ao seu lado está Bruno Senna, cada vez mais Bruno e menos sobrinho de Ayrton.

Os dois brasileiros não são os principais favoritos para a vitória, mas podem surpreender. Se chover, então, tornam-se fortes candidatos. Especialmente Bruno, que correu dois anos na Fórmula 3 Inglesa, categoria notória por ter várias corridas com pista molhada.

Na quinta posição, larga Giorgio Pantano. Perto dos rivais, o italiano é quase um veterano. Ex-piloto da Jordan em 2004, ele dividirá a terceira fila com o mexicano Roldán Rodríguez, talvez a maior surpresa do treino.

Completando os dez primeiros, vêm Pastor Maldonado - vencedor da última etapa, em Mônaco - Adrian Zaugg, o companheiro de Bruno Senna, e a dupla da DAMS, Kazuki Nakajima e Nicolas Lapierre. O japonês, aliás, tem evoluindo bastante desde que se tornou piloto de testes da Williams. Nada, porém, que o credencie a lutar por vitória, ainda.

De resto, vale destacar a volta do alemão Michael Ammermüller, reserva da Red Bull. O alemão perdeu as últimas duas rodadas da categoria e agora volta ao segundo carro da ART. Ele larga em décimo-segundo.

Já Luca Filippi, que já foi líder do campeonato após as etapas do Bahrein, sai em décimo-sexto após uma classificação caótica. Antes de abrir sua primeira volta, o italiano conseguiu a proeza de bater com Vitaly Petrov. Os dois voltaram aos boxes mas seus desempenhos ficaram prejudicados. O russo, por sua vez, larga uma posição atrás, em décimo-sétimo.

Para terminar, o medíocre Xandinho Negrão foi décimo-quinto. É uma pena constatar que o mesmo patrocínio que faltou a Sérgio Jimenez sobra ao seu compatriota. Hoje, Negrão ficou a nove posições do seu companheiro de equipe, Roldán Rodríguez. Vamos esperar seu próximo press-release para ouvir as desculpas da vez.

Enquanto isso, segue a tabela de tempos da classificação:

1. Timo Glock/Alemanha/iSport International, 1:21.895
2. Andreas Zuber/Emirados Árabes Unidos/iSport International, + 0.102
3. Bruno Senna/Brasil/Arden, + 0.360
4. Lucas Di Grassi/Brasil/ART, + 0.400
5. Giorgio Pantano/Itália/Campos, + 0.546
6. Roldan Rodriguez/México/Minardi Piquet, + 0.641
7. Pastor Maldonado/Venezuela/Trident, + 0.656 15
8. Adrian Zaugg/África do Sul/Arden, + 0.827
9. Kasuki Nakajima/Japão/DAMS, + 0.861
10. Nicolas Lapierre/França/DAMS, + 0.863
11. Mike Conway/Inglaterra/Super Nova, + 0.901
12. Michael Ammermuller/Alemanha/ART, + 0.903
13. Javier Villa/Espanha/Racing Engineering, + 0.914
14. Adam Carroll/Irlanda/FMS, + 0.932
15. Alexandre Negrao/Brasil/Minardi Piquet, + 1.000
16. Luca Filippi/Itália/Super Nova, + 1.037
17. Vitaly Petrov/Rússia/Campos, + 1.062
18. Andy Soucek/Espanha/DPR, + 1.116
19. Ernesto Viso/Venezuela/Racing Engineering, + 1.133
20. Borja Garcia/Espanha/Durango, + 1.136
21. Sakon Yamamoto/Japão/BCN, + 1.136
22. Kohei Hirate/Japão/Trident, + 1.566
23. Karun Chandhok/Índia/Durango, + 1.623
24. Ho-Ping Tung/China/BCN, + 1.797 12
25. Christian Bakkerud/Dinamarca/DPR, + 2.027
26. Jason Tahinci/Turquia/FMS, + 2.259

Esperemos pela corrida amanhã. Se chover, vamos ter um carro após o outro voando para fora da pista. Mas, caso a corrida seja no seco, Timo Glock está numa boa.
Depois da análise dos treinos de sexta, pensei que não voltaria mais à Fórmula 1 no dia de hoje. Só que, segundo alguns rumores, o alemão Nick Heidfeld teria machucado as costas nos treinos coletivos de Silverstone, na semana passada. Estaria, assim, com sua participação no Grande Prêmio da França ameaçada.

É bem provável que nada aconteça. Mas se ele realmente precisar ser trocado, o substituto será, inevitavelmente, o alemãozinho Sebastian Vettel. Eis aí um cara de sorte.

Ainda adolescente, foi descoberto pelo mesmo olheiro que achou Michael Schumacher. Conseguiu se encaixar numa equipe promissora - a BMW - e estréiou antes do tempo porque um dos titulares havia se acidentado. Assim, de repente, tornou-se o piloto mais jovem a marcar pontos na Fórmula 1.

E não é que, de novo, a mesma história pode estar se repetindo? Na Fórmula 1 atual, são raras as substituições por causa de acidentes. Gente como Anthony Davidson, Alexander Wurz e Luca Badoer, por exemplo, gastaram anos da carreira como pilotos de testes, sem ter quase nenhuma chance de mostrar serviço em corridas.

Com Sebastian Vettel, porém, a história pode se repetir. E numa equipe em excelente fase. Tem estrela o alemão. Esse, quando nasceu, tinha a bunda virada para a lua.
Amanhã, o escriba sai cedo e só volta para casa perto de meio dia. Agora, é torcer para que entendam direitinho o que eu quero gravar. Fórmula 1 às nove horas e GP2 às onze. MotoGP, infelizmente, só vejo se passar a reprise.

Ferrari ensaia a reação

Contrariando a expectativa geral, foi a Ferrari quem liderou os dois treinos da Fórmula 1 no primeiro dia de atividades em Magny-Cours, França. Ainda é cedo, porém, para decretar que os carrinhos vermelhos tiraram a diferença para a McLaren. Prova disso é que um surpreendente Scott Speed terminou o dia em terceiro.

É provável que a maioria das equipes ainda tenha espaço para melhoras. De qualquer forma, o desempenho ferrarista já mostra que a corrida tem tudo para ser muito competitiva. Mas, ferrenho mesmo, será o treino de amanhã, que definirá as posições do grid.

O dia começou frio e nublado. Este Blog acompanhou apenas os vintes minutos finais da primeira sessão, mas pôde pescar o que de melhor aconteceu. De mais importante, os problemas que pararam Lewis Hamilton no meio da pista, impedindo-o de participar de boa parte do treino.

Apesar de toda a sua capacidade, o inglês precisa usar sempre os dias de sexta para se adaptar às pistas onde a Fórmula 1 anda. Em nenhuma delas ele andou com um carro da principal categoria do automobilismo. Veremos mais tarde se o tempo fora de ação vai lhe fazer falta, mas a julgar pelo seu melhor tempo do dia, mais rápido que o de Alonso, Lewis já se adaptou ao circuito francês.

O tempo mais rápido de toda a sexta saiu da primeira sessão. E foi de Kimi Raikkonen. Aliás, apenas ele, Massa, Heidfeld, Sato e Albers fizeram suas melhoras voltas na primeira parte do dia. Uma prova de que, desde o começo, a Ferrari já quis mostrar suas garras.

Exatamente às nove horas de Brasília, começava a segunda sessão de treinos, que o Blog acompanhou de perto. Logo de cara, um acidente bizarro na saída do pit lane. Anthony Davidson esqueceu de botar seta ao sair dos boxes e acertou Vitantonio Liuzzi por trás, perdendo o bico do carro.

Ao longo da sessão, vários pilotos deram suas escapadas. A maioria, por querer andar mais do que o carro. Entre os que erraram, estavam a dupla da Spyker, Sutil e Albers - nenhuma surpresa, portanto, além de Button e Liuzzi.

Os líderes, porém, também fizeram das suas. O dia de Fernando Alonso foi completamente errático. O espanhol parecia não conseguir acertar duas curvas seguidas. Quase perdeu o carro várias vezes, e em duas oportunidades chegou a sair da pista. Na segunda delas, deu um belo passeio na curva Chateau D'Eau.

Quase no mesmo ponto, aliás, Kimi Raikkonen faria uma bela excursão no último minuto do treino. O finlandês forçou muito durante todo o dia, sendo o piloto que passava com mais voracidade nas zebras que antecedem a reta de largada. Tentando igualar o tempo de Massa na segunda sessão - apenas três centésimos melhor - Kimi errou na chicane Imola e só parou fora da pista.

Antes da saída do finlandês, porém, o brasileiro já havia cometido seu erro. Nada de mais, porém: apenas um rodada na entrada do hairpin Adelaide. Felipe passou um pouquinho do ponto de frenagem e não conseguiu segurar o carro.

A sessão também viu outros pequenos acontecimentos, mais ou menos importantes. Num certo ponto, Kimi vinha atrás de Alonso e um fiscal gaiato deu bandeira azul para o espanhol sem necssidade alguma, já que os dois andavam no mesmo ritmo. O piloto da McLaren, definitivamente, não está em boa fase.

Vamos aos tempos combinados do dia e à análise equipe por equipe:

1.Kimi Raikkonen/Finlândia/Ferrari, 1:15.382
2.Felipe Massa/Brasil/Ferrari, 1:15.447
3.Scott Speed/Estados Unidos/Toro Rosso, 1:15.773
4.Lewis Hamilton/Inglaterra/McLaren,1:15.780
5.Vitantonio Liuzzi/Itália/Toro Rosso,1:15.952
6.David Coulthard/Escócia/Red Bull,1:15.958
7.Nico Rosberg/Alemanha/Williams,1:16.003
8.Fernando Alonso/Espanha/McLaren,1:16.049
9.Anthony Davidson/Inglaterra/Super Aguri,1:16.162
10.Ralf Schumacher/Alemanha/Toyota,1:16.184
11.Giancarlo Fisichella/Itália/Renault,1.:16.205
12.Robert Kubica/Polônia/BMW,1:16.236
13.Alexander Wurz/Áustria/Williams,1:16.260
14.Jarno Trulli/Itália/Toyota,1:16.285
15.Nick Heidfeld/Alemanha/BMW,1:16.338
16.Jenson Button/Inglaterra/Honda,1:16.395
17.Mark Webber/Austrália/Red Bull,1:16.562
18.Heikki Kovalainen/Finlândia/Renault,1:16.735
19.Rubens Barrichello/Brasil/Honda,1:16.950
20.Takuma Sato/Japão/Super Aguri,1:16.967
21.Cristijan Albers/Holanda/Spyker, 1:18.178
22.Adrian Sutil/Alemanha/Spyker,1:18.213

Na McLaren, Hamilton continua botando tempo em Alonso. O espanhol errou seguidamente. Já o inglês, mesmo perdendo boa parte da primeira sessão, terminou com uma melhor volta três décimos mais rápida que a de Fernando. Parece que o palpite do Blog, dessa vez, foi meio furado.

Enquanto isso, na rival Ferrari, parece que finalmente Kimi Raikkonen se adaptou ao carro, apesar de ainda cometer alguns erros. Agora, ele e Massa estão praticamente no mesmo nível. Amanhã, na classificação, a luta particular entre os dois vai ser decidida nos detalhes, devendo ser levemente influenciada pelas táticas de parada.

Desempenho discreto e eficiente da BMW. Os pilotos da equipe alemã andaram bastante e ficaram no meio do pelotão, provavelmente testando acertos para a corrida. E Robert Kubica mostrou que está recuperado, tanto que superou seu parceiro Heidfeld.

A Renault foi outra que se preocupou com setup-ups para o domingo. Giancarlo Fisichella bateu Kovalainen em meio segundo, um diferença significativa. Amanhã, o objetivo da equipe deve ser colocar os dois na superpole, o que não é uma tarefa tão fácil.

Mais uma vez, Nico Rosberg não teve dificuldades para superar Alexander Wurz. Em circunstâncias normais, o alemão é grande favorito a chegar na zona de pontuação. Se chover, entretanto, o filho de Keke enfretará problemas, enquanto o austríaco pode se beneficiar de sua experiência para tentar repetir o belo resultado do Canadá.

Como sempre, a Toyota não chamou a menor atenção. Ralf Schumacher, dessa vez, bateu Jarno Trulli, mas a diferença entre os dois foi pequena. Na classificação, o italiano pode surpreender e ficar entre os dez primeiros de novo. Já o alemão é forte candidato à guilhotina logo na primeira parte.

Uma boa e uma má notícia na Red Bull. De positivo, o ritmo de David Coulthard, que pode confirmar o chute do Blog e ser um dos destaques da corrida. Pelo lado ruim, a quebra com Marl Webber, mostrando que os problemas de confiabilidade da equipe ainda não foram solucionados.

Por sua vez, Takuma Sato foi o piloto que mais andou no dia, com 49 voltas só na segunda sessão. Seu companheiro Anthony Davidson provavelmente ficou responsável pelo acerto de classificação, superando o japonês em quase um segundo. De qualquer forma, a Super Aguri parece não ter forças para conseguir mais do que uma posição mediana na classificação.

Vexame da temporada até aqui, a Honda trabalhou muito para reverter sua situação. Rubens Barrichello e Jenson Button deram muitas voltas, sendo o inglês um pouco mais rápido do que o brasileiro. Apesar de tudo, é improvável que a equipe japonesa consiga sair de Magny-Cours com pontos, a não ser que conte com a sorte. Em pista molhada, por exemplo, seus pilotos já provaram que são bons.

Sem dúvida nenhuma, a grande surpresa do treino foi a Toro Rosso. Scott Speed foi um brilhante terceiro, com seu parceiro Vitantonio Liuzzi um não menos notório quinto. Os dois, entretanto, devem ter andado no limite máximo do carro. Colocar os dois carros na segunda parte da classificação já seria uma vitória para a sucursal da Red Bull.

Por fim, a caçula da Fórmula 1, a Spyker, ficou na rabeira da tabela de tempos mais uma vez. No primeiro treino, Adrian Sutil teve problemas e foi superado por Cristijan Albers. A situação se inverteu na segunda parte, quando o holandês deu só nove voltas e acabou batido pelo alemão. Nessa disputa particular está a única motivação dos pilotos, os prováveis dois últimos grid de amanhã.

Mais tarde, o Blog volta com a análise das classificações da MotoGP e da GP2.

Agenda do Fim de Semana (29/06 a 01/07)

Os próximos três dias marcam a estréia deste Blog na cobertura de um Grande Prêmio da Fórmula 1. Melhor não fazer feio. Depois de dois acertos em sete possibilidades totais no último fim de semana - um resultado bastante digno - vamos ver como me saio nesse fim de semana. De olho na agendinha:

Sábado, 30 de junho de 2007

GP2: Primeira bateria da rodada de Magny-Cours (Preciso descobrir o horário em que vai passar)
IRL: Etapa de Richmond (Vou perder por causa do clássico de estréia do Engenhão)
MotoGP: Grande Prêmio da Holanda em Assen (Coincide com o treino da Fórmula1. O acompanhamento vai ter de ser pela Internet mesmo)

Domingo, 1º de julho de 2007

ChampCar: Etapa de Mont-Tremblant (Vale uma espiadinha para conferir essa pista que já foi palco da Fórmula 1 nas décadas de 60 e 70)
FÓRMULA 1: Grande Prêmio da França em Magny-Cours (Não perco de jeito nenhum)
Fórmula Truck: Etapa de Fortaleza (Será às duas da tarde. Se não estiver ocupado, vejo)
GP2: Segunda bateria da rodade de Magny-Cours (Mais uma vez, descobrindo o horário assisto)
Nascar: Etapa de Loudon (Como sempre, ligar a TV só nas vinte voltas finais)

No última fim de semana, foram sete corridas. Agora, serão oito. De longe, a mais importante é o Grande Prêmio da França, é claro. A Fórmula 1 sempre terá mais atenção, mesmo que a FIA continue a fazer as suas bobagens.

Depois do domínio mostrado na rodada norte-americana da categoria, a McLaren chega com franca-favorita. Lewis Hamilton e Fernando Alonso são, a princípio, os dois maiores candidatos à vitória. É possível que, após os treinos coletivos em Silverstone, a Ferrari tenha encurtado a diferença.

Entretanto, provavelmente não será suficiente. O Blog aposta em boas participações de Nico Rosberg e Heikki Kovalainen, que vêm em ascensão e conhecem bem a pista francesa. Nada, porém, que ameace a BMW como terceira força da Fórmula 1.

Entre os demais, Jarno Trulli vai fazer uma excelente classificação e cair ao longo da corrida. Pode ser que pontue se o número de abandonos for razoável. Outro que tem chance de aparecer na zona de pontuação é David Coulthard, um piloto que gosta de Magny-Cours e, inclusive, já venceu lá em 2000.

Por sua vez, a Honda não deve avançar muito, mas pelo menos a Super-Aguri será superada. Nenhuma grande novidade na Toro Rosso nem na Spyker, que devem continuar onde estão. O meu troféu Bundão - iniciativa da Comunidade F1 Brasil do Orkut - vai para Ralf Schumacher e Cristijan Albers. A corrida francesa pode selar o destino dos dois em caso de má atuação.

Para a vitória, o palpite é simples. Ele quer reagir. Mais do que isso: ele precisa reagir. Caso contrário, corre sério de risco de não mais conseguir alcançar Hamilton no campeonato. As Ferrari estão melhor, Lewis continua surpreendendo, mas Alonso vai para a vitória.
Palpite do Blog para a corrida: Fernando Alonso.



Se chover, é claro, a história é outra. Aí, não há prognósticos nem remotamente confiáveis.

No mesmo cenário e no mesmo fim de semana, a GP2 faz sua quarta etapa do campeonato, com a sexta e sétima corridas do ano. O líder do campeonato, Timo Glock, esteve em todos os podiums até agora e tem se caracterizado pela regularidade.

Seu companheiro de equipe, entretanto, não vem tendo a mesma sorte. Austríaco que corre sob a licença dos Emirados Árabes Unidos (não me pergunte por que), Andreas Zuber nem chegou a largar em Mônaco por um defeito antes da partida. Precisa mostrar serviço e tem competência para isso.

Além dele, o Blog aposta em Lucas di Grassi, brasileiro da ART, escuderia campeã nos dois únicos anos da categoria. Ele vem se mantendo entre os primeiros e é o quarto na tabela, com uma dupla de terceiros lugares como melhor resultado. Tem potencial para mais, e pode desencantar em Magny-Cours.
Palpites do Blog para as corridas: Andreas Zuber e Lucas di Grassi.

Recuperada do caos de Iowa, a IRL ruma para outro oval curto. Dessa vez, Richmond. Mordido até agora pela decepção de Indianapolis e pelo do acidente na última etapa, Tony Kanaan dá a volta por cima e vence pela terceira vez no ano.
Palpite do Blog para a corrida: Tony Kanaan.


A MotoGP, por sua vez, realiza sua nona corrida do ano na Holanda, em Assen. Casey Stoner já demonstrou que vai com tudo para outra vitória. Só que seu adversário não deve ser subestimado. Valentino Rossi começa a arrancada para o título aqui.
Palpite do Blog para a corrida: Valentino Rossi.

O principal interesse da corrida da ChampCar, em Mont-Tremblant, é conhecer o estado atual da pista. Um circuito histórico, sede da Fórmula 1 nas décadas de 60 e 70, confesso que nem sabia de seu funcionamento até hoje. Sobre a aposta para a etapa, trata-se de um trabalho fácil: dá Sebastien Bourdais na cabeça, pela quarta vez em seis corridas.
Palpite do Blog para a corrida: Sebastien Bourdais.

Juan Pablo Montoya finalmente desencantou, mas agora terá vida difícil na volta aos ovais. O próximo, agora, é o de Loudon, New Hampshire, uma pista de médio porte. Vence o bi-campeão Tony Stewart, que fez cinco top 5 nas últimas seis corridas no circuito.
Palpite do Blog para a corrida: Tony Stewart.

Por fim, confesso que não acompanho muito a Fórmula Truck. Mas, com o Blog, vou passar a acompanhar os resultados, ao menos, pela Internet. Na corrida de Fortaleza, com o autódromo provavelmente lotado, ganha Beto Monteiro, piloto local e o favorito da Ford na luta pelo título da categoria.
Palpite do Blog para a corrida: Beto Monteiro.

Ao longo do fim de semana, teremos a cobertura completa da Fórmula 1. Ela tem total prioridade. E, ao final do G.P. da França, haverá a estréia da sessão Análise do G.P., com as notas e a cotação das equipes.

Mas, na noite de domingo ou na segunda de manhã - dependendo do humor do escriba - temos o Weekend Update, com os resultados e a análise das outras categorias. Por fim, vamos conferir juntos os resultados dos pitacos do Blog. Semana passada, dois acertos em sete possíveis.

E você, quais são os seus palpites para o fim de semana?

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Kubica pode ajudar João Paulo II a virar santo

Por essa nem os torcedores do Fluminense podiam esperar. Segundo informações que chegam da desconhecida agência polonesa PAP, o piloto Robert Kubica vai ser convocado a testemunhar no Vaticano. A razão: sua sobrevivência ao acidente sofrido no Grande Prêmio do Canadá está sendo ligada a uma intervenção do Papa João Paulo II, morto há dois anos.

Para se tornar santo, João de Deus - como ficou conhecido em grande parte do Brasil na época de suas visitas - tem de ter dois milagres comprovadas pela Igreja Católica. Um deles, ao que parece, já foi aceito. O outro poderia ser a escapada de Kubica, que saiu de sua pancada com nada mais do que uma torção no tornozelo.

Perguntado sobre a possibilidade, Robert afirmou que "nem todas as coisas noticiadas na Polônia são verdades". Disse, também, que não sabe por quem foi salvo, nem se alguém, de fato, o ajudou. Para o piloto da BMW, o importante, nesse momento, é "estar inteirinho".

O capacete de Kubica levava inscrito no G.P. canadense, como sempre, o nome do antigo sumo-pontífice. Fora isso, não existe a menor evidência de efetiva intervenção por parte de João Paulo II. Mesmo assim, o processo está sendo apoiado por clérigos poloneses, que acreditam numa possível milagre.

Vale ressaltar que a chance real do acidente de Kubica ajudar seu compatriota a se tornar santo são mínimas. A Igreja Católica é extremamente lenta e cuidadosa nesse tipo de processo, ainda mais envolvendo um figura tão imporante quanto João Paulo II. Trata-se mais, portanto, de pura especulação.

Mas não deixa de ser divertido observar a reação à notícia. O que salvou Kubica, todos concordam, inclusive este Blog, foi a célula de segurança de seu BMW, aliada à area de escape de Montreal, mais a existência de uma equipe médica capacitada e presente no momento do acidente, além de vários outros fatores de igual importância. Sim, isso tudo é verdade.

Só que não há como provar que foi apenas isso. Depois de se tornar ídolo na torcida do Fluminense por causa de seus supostos milagres em jogos decisivos, João Paulo II - diga-se de passagem, um grande fã de esportes enquanto vivo - teria ampliado a sua área de atuação? E logo na Fórmula 1, que de santa não tem nada?

Robert Kubica não foi salvo por causa de uma interferência divina, vamos ser razoáveis. Mas João de Deus - por que não? - pode ter dado uma pequena mãozinha. Será?
Este Blog avisou na segunda-feira. Nunca se deve confiar completamente num metereologista. E o que vemos nas manchetes hoje? Aumenta a possibilidade de chuva no Grande Prêmio da França.

Ela, que já foi nula, passou a 20 e agora está em 60%. E a tendência, dizem os especialistas (fiquei tentado a botar aspas nesta última palavra, mas achei que seria pura maldade) é que a chance cresça ainda mais. Se, de fato, chover, podemos nos preparar para uma corrida espetacular.

Mas não são só os metereologistas que falam bobagens. Jornalistas - que grande surpresa! - também. A prova disso é a entrevista do diretor-técnico da Williams, Sam Michael, que taxou de "absolutamente estúpido" o boato de que Nico Rosberg, da equipe inglesa, vai substituir Kimi Raikkonen na Ferrari em 2008.

Isso ele nem precisava dizer. Todo mundo já sabia.



Casey Stoner continua ditando o ritmo na MotoGP. Sua superioridade, porém, ficou ofuscada, hoje, com o acidente de Toni Elias nos treinos de quinta para o Grande Prêmio da Holanda, em Assen. O espanhol, vencedor do G.P. de Portugal do ano passado, quebrou o fêmur e ficará fora de combate, no mínimo, pelos próximos três meses.

Segundo o site Autosport, Elias caiu no trecho final da pista holandesa, logo antes da última chicane. Exatamente um região de altíssima velocidade. O espanhol perdeu o controle da moto, atrapalhado pelo frio excessivo que deixou a pista sem muita aderência, e, na queda, foi atingido por partes de sua própria Honda.

Para os médicos que o atenderam, o espanhol ainda teve sorte. O acidente poderia ter sido bem pior. Não vi o vídeo até agora e espero pela ajuda dos amigos internautas - pesquisei pela internet mas, até agora, nada.

Na tabela de tempos, melhor para Stoner, o único a virar na casa de 1min37s. Entre os dez primeiros, deve-se destacar Randy de Puniet, levando a Kawasaki a um excelente segundo, Nicky Hayden, parecendo voltar à velha forma, em terceiro, e Makoto Tamada, conseguindo terminar o dia numa ótima sexta posição. O japonês da Yamaha é apenas um de dois pilotos da MotoGP que usam pneus Dunlop.

Stoner, aliás, reclamou bastante da pista de Assen, que foi recentemente reformada. Para ele, "o novo traçado ficou um pouco chato. Uma excelente pista foi destruída. Não sei onde eles estavam com a cabeça". Nem eu, Casey.

Valentino Rossi foi quarto e Alexandre Barros, o décimo. Amanhã, teremos a definição do grid para a corrida que acontece no sábado. Infelizmente, no mesmo horário do treino da Fórmula 1 em Magny-Cours.
Uma péssima notícia para quem gosta de esporte a motor. Se não bastassem as bobagens que faz na Fórmula 1, agora a FIA parece disposta a destruir o Mundial de Rally. As mudanças do regulamento anunciadas deixam absolutamente estarrecidos os fãs de Loeb, Grönholm e companhia.

A partir de 2009, o calendário da categoria terá reduzido o número de etapas de 16 para 12. Ou seja, um impiedoso corte em um quarto da temporada. A desculpa? Como sempre a mesma: contenção de custos.

É difícil acreditar que não haja nenhuma outra solução mais inteligente. Da FIA, porém, não se pode esperar muito bom-senso. Uma pena para todos os pilotos do WRC, considerados os melhores do mundo por bastante gente, já que pilotam não só no asfalto, mas também no cascalho, na terra e até no gelo.
Ainda neste ano, será lançada a biografia oficial de Bernie Ecclestone. O livro escrito por Susan Watkins, esposa do Doctor Sid, o antigo médico da Fórmula 1, não deve ser o último sobre a vida do todo-poderoso da categoria, porém.

Bernie comprou os direitos da Fórmula 1 pelos próximos cem anos. Certamente, no futuro, terá muitas outras histórias para contar. Alguém duvida?

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Maiores Manobras de Ultrapassagem - Número 8

Devido ao sucesso da seção Os Dez+ do Blog F1 Grand Prix, ela está sendo ampliada de dois para três dias na semana. Dessa forma, a Agenda do Fim de Semana volta para a sexta-feira, em posts que deverão vir logo após a análise dos treinos do dia da Fórmula 1, se a categoria estiver em atividade. Com tudo isso, é garantia de que o Blog F1 Grand Prix será atualizado diariamente.

Agora, sem atrasar mais, vamos ao número 8 da lista das Dez Maiores Manobras de Ultrapassagem de Todos os Tempos:

10.Alonso sobre Schumacher - Hungria/2006
9.Villeneuve sobre Schumacher - Portugal/1996
OITAVA COLOCADA - Mansell sobre Piquet, G.P. da Inglaterra de 1987

Depois da ferrenha batalha pelo campeonato de 1986, os quatro titãs da Fórmula 1, Prost, Senna, Piquet e Mansell, repetiam a luta pelo título do ano seguinte. Depois das seis primeiras corridas inicias, cada um tinha duas vitórias, exceto Nelson, que, entretanto, tinha quatro segundos lugares. A corrida de número sete seria realizada em Silverstone, Inglaterra.

Era território de Nigel Mansell. As Williams, que a partir desse ponto do campeonato não deram mais chances aos rivas - só perderiam outros três Grandes Prêmios até o fim de 1987 - fizeram uma fácil dobradinha no grid. Piquet era pole com o inglês logo atrás dele. O terceiro, Ayrton Senna, tinha ficado a um segundo de distância. Considerando-se uma pista curta, como aquela de Silverstone, era muito.

A corrida prometia ser um duelo singular entre Mansell e Piquet. Com a torcida toda, no autódromo, ao lado de Nigel. Na largada, porém, quem tomou a liderança foi o Alain Prost, num pulo perfeito da quarta posição no grid.

Sua liderança, como era de se esperar, não durou muito. Antes mesmo de chegar à segunda curva do circuito, Beckets, Piquet já estava na frente de novo. E, antes do fim da primeira volta, Mansell tinha recuperado o segundo posto também.

Com as Williams na frente, a ação ficou para os carros de trás. Senna, Prost, Michele Alboreto e Thierry Boutsen travavam um bela batalha. O francês e o brasileiro chegaram a trocar de posições algumas vezes.

A corrida ia se arrastando e Mansell não conseguia desafiar Piquet. Até que na volta 35, de um total de 65, tudo mudou. O inglês teve de fazer uma parada nos boxes por problemas no balanço do carro, aproveitando para trocar os pneus.

Quando saiu, nove segundos e meio depois, Piquet já tinha mais de trinta de vantagem. Mansell teria, portanto, que tirar exatamente um segundo por volta se quisesse vencer. Pois bem, o inglês fez melhor ainda.

Naquela que provavelmente foi a corrida de sua vida, Nigel foi recuperando a distância, passando os retardatários como se eles fossem obstáculos de um jogo de Enduro. A quatro voltas do final, alcançou seu companheiro de equipe. Passando pela Copse, contornando a Beckets em altíssima velocidade e chegando à reta Hangar, Mansell planejou sua manobra.

Primeiro, o inglês pegou o vácuo do brasileiro. Então, num movimento sutil, fez que ia por fora. Piquet caiu na dele e abriu sua trajetória. Mansell, então, rapidamente inverteu sua linha. Colocou seu carro por dentro, à direita do brasileiro.

Quando Piquet percebeu, já era tarde demais. Chegou a ameaçar uma fechada suicida, que provavelmente colocaria os dois fora da corrida. Mas recolheu. Vitorioso, Mansell concluiu a manobra e foi rumo ao triunfo do Grande Prêmio.

Anos mais tarde, Nelson Piquet alegou que não ofereceu tanta resistência porque achou que Mansell, após a louca perseguição, ficaria sem gasolina. De fato, Nigel parou por falta de combustível na volta da vitória.

Mesmo assim, por causa da exibiçao de gala do inglês, pela bela plasticidade da manobra e, principalmente, por envolver numa batalha direta pela corrida dois dos maiores rivais da história da Fórmula 1, Nigel Mansell ganha o oitavo lugar entre as Dez Maiores Manobras de Ultrapassagem de Todos os Tempos.

Como sempre, o video da ultrapassagem:



Agora sim, depois de um pequeno intervalo, os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta na semana que vem. A partir de terça, a sétima, a sexta e a quinta colocadas da lista.

Post em OFF - A pseudo-seleção brasileira

Amigos do Blog, vocês sabem que futebol não é minha especialidade. Nem pretendo perder muito tempo, aqui, debatendo um assunto que também não é de seu principal interesse. Mas hoje preciso desabafar.

O que foi aquilo ontem? Que seleção foi aquela? Medrosa, sem-graça, apática, desentrosada e ruim - ruim! - a ponto de tomar um baile de futebol do México! Tenho dezoito anos e não vivi para ver Pelé, Garrincha, Didi e outros que, nas décadas de 50 e 60, transformaram os mexicanos em fregueses de carteirinha dos brasileiros.

Jogo com eles era sinônimo de goleada. E agora? Por incrível que pareça, somos nós os fregueses! E a imagem da seleção, bastante arranhada pela eliminação pífia na Copa de 2006, fica ainda mais prejudicada.

Nem tudo, porém, está perdido. Nas últimas Copa América e das Confederações o filme foi exatemente esse. Derrota para o México e, mais tarde, o título. Só que, nas outras ocasiões, nós tínhamos jogadores que faziam a diferença.

Quem vai salvar a gente agora? Um Robinho só não faz verão. Os argentinos devem estar rolando de rir.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Poucos acertos e uma série de erros na nova proposta da FIA

A Federação Internacional de Automobilismo propôs, hoje, um novo pacote de mudanças para a Fórmula 1 a partir de 2011. Entre as sugestões, estão algumas que devem ser muito louvadas, como o reaproveitamento de energia durante as frenagens. Essa tecnologia pode reduzir o combustível gasto no total e, se levada para as ruas, deixaria Al Gore dando pulos de alegria.

Por outro lado, continuam as velhas idéias de Max Mosley e sua turma, dispostos cada vez mais a acabar com a Fórmula 1 como a conhecemos. Se levado a frente, o plano da FIA tende a transformar a categoria cada vez mais, aí sim, num circo. Automobilismo? Adeus.

Com a padronização total de equipamentos técnicos, diminui o grau de competitividade. Fica menor o esforço para a vitória, exatamente o fator essencial na Fórmula 1 e que a diferencia de todas as outras categorias do mundo. Antes considerada a top, ela se rebaixaria ao nível de algumas de suas rivais, que prezam mais o espetáculo do que o esporte.

Max Mosley pensa exatamente dessa maneira. Deve concordar, inclusive, com asneiras como as que Flávio Britore andou dizendo ultimamente, incluindo a sugestão de colocar duas baterias num fim de semana da Fórmula 1. Uma idéia absolutamente estúpida, de um homem que não tem formação no automobilismo e pousou na categoria por puro acaso.

Não dá para entender como algumas soluções simples, apontadas por diversos especialistas, não são seguidas. A volta dos pneus slicks, por exemplo. Embora, neste caso, até dê para compreender porque isso acontece - foi Max quem os aboliu em 1997, e permitir sua volta seria algo como admitir o erro.

Será que alguém com o ego do presidente da FIA seria capaz de fazer isso? Escondido atrás de uma linguagem excessivamente técnica e pouco didática, o plano da entidade impede que sejam percebidas suas diversas falhas. Para quê aumentar o arrasto aerodinâmico? Não é justamente isso que impede as ultrapassagens?

Ainda bem que as idéias são todas provisórias e, como de costume, devem ser, em maioria, descartadas pelas equipes. Agora, resta torcer para que os chefes das escuderias tenham bom-senso. Excluindo Flavio Briatore, é claro - desse, não podemos esperar nada.

Querem transformar a categoria num espetáculo? Então joguem pregos em quem estiver liderando com mais de dez segundos de vantagem. Assim é mais fácil.
Honda e Ferrari ganharam as manchetes, hoje, por causa de notícias envolvendo seu comando técnico. De um lado, o desabafo de um ex-diretor cansado da incompetência de seus antigos companheiros. Do outro, uma equipe à espera do seu salvador da pátria, o mesmo homem que ajudou a reconduzí-la ao caminho das vitórias.

Na escuderia japonesa, o antigo diretor Geoff Willis botou a boca no trambone para falar o que todo mundo já sabia: o comando da Honda é cheio de falhas. Fora da equipe desde meados de 2006, o inglês anteviu o fracasso que viria a ser a temporada 2007 dos japoneses, e, agora, resolveu desabafar sobre tudo o que enxergou de errado.

Para Willis, a decisão de afastar as decisões do Japão e a divisão de poderes entre vários homens-fortes atrapalhou a equipe. Por causa disso, grande parte do desenvolvimento alcançado pelo carro de 2006 foi perdido, culminando no enorme desastre que é o modelo deste ano da escuderia. Nada mais do que a verdade.

Falta, na Honda, uma figura forte e conciliadora no centro das decisões. Diretores como Nick Fry, por mais simpáticos que sejam, não condizem com o ambiente hiper-competitivo da Fórmula 1. É preciso que os japoneses tenham alguém com experiência e ambição, como Ron Dennis, na McLaren, Pat Symonds, na Renault, e Mario Theissen, na BMW.

Na Ferrari, também falta esse personagem principal. Mas ele pode estar voltando. Após tirar um ano sabático, rumores dizem que Ross Brown pode substituir Jean Todt na escuderia do cavalinho rampante, a partir do ano que vem. O francês, sozinho, não têm conseguido segurar as pontas na equipe, que caiu muito de produção após começar com o carro dominador.

Se confirmada, é uma daquelas típicas notícias que colocam calafrios nos adversários. Ross Brown já provou a sua competência, que vem desde os tempos de Benetton. Resta saber se, na ausência de Michael Schumacher, ele consegue repetir suas magias com Felipe Massa e Kimi Raikkonen.

Para alguém que quase ganhou um título com Eddie Irvive, trata-se de um desafio perfeitamente superável.
Essa não deve interessar tanto o público médio de Fórmula 1. Mas para quem acompanha a categoria a fundo, como este Blog, trata-se de algo excepcional: a volta de Murray Walker a uma cabine de transmissão de Grande Prêmio. Quem? Você não conhece o inglês?

Digamos, apenas, que alguns narradores esportivos brasileiros deveriam aprender bastante com ele. Porque Murray erra sim (aliás, demais até da conta), mas sempre mantém um espírito carismático e bem-humorado. Fala bobagens o tempo todo, só que é ídolo na Inglaterra, onde cobre corridas desde a década de 50.

Qual é o segredo dele? Não ter vergonha do erro, nem ego suficiente para deixar de admití-lo. E, por fim, não exagera na torcida por seus pilotos, embora, é claro, sempre tenha tido uma grande preferência por ingleses como Nigel Mansell e Damon Hill - esse último, seu grande amigo pessoal. Apesar disso, Murray nunca chegou ao ponto de secar os rivais de seus compatriotas, uma prática mais do que comum aqui no Brasil.

Para quem quiser conhecer um pouco mais do narrador inglês, não custa nada uma visitinha a sua página da Wikipedia. Lá, encontra-se uma lista das maiores pérolas de Murray. Coisas como "o segundo está tão perto do terceiro quanto o terceiro está perto do segundo", "as chances do piloto, que antes eram nulas, agora são zero" e "chove em Mônaco mas no túnel está seco!".

Nada, entretanto, que supere a melhor de todas: "Ukyo Katayama é, sem sombra de dúvida, o melhor piloto de todos os tempos". Coitado do Murray. Esqueceu de acrescentar o "japonês" depois de "piloto".

Mas a gente perdoa ele.
Depois de Pizzonia, é a vez de Sérgio Jimenez perder a sua vaga na GP2. E, assim, a trupe brasileira se vê, de repente, reduzida de cinco a três pilotos a partir da próxima rodada, neste fim de semana, em Magny-Cours. Uma pena e uma injustiça.

Diferentemente do amazonense, que brigou com a equipe e já desperdiçou todas as chances que a carreira poderia lhe dar, Jimenez batalhou para prosseguir no automobilismo. Kartista brilhante e campeão no primeira ano da Fórmula Renault Brasileira - quando esta ainda valia alguma coisa - o paulista terá de retroceder mais uma vez por falta de apoio financeiro.

Estranho pensar que, ao mesmo tempo em que isso acontece, são gastos um bilhão de reais nos Jogos Pan-Americanos. De onde veio tanto dinheiro? Será poderia restar algum para o automobilismo e os pilotos que tentam a sorte lá fora? Só um pouquinho, vai...

Pois bem, substituído pelo venezuelano Ernesto Viso, restam agora poucas opções para Jimenez. StockCar é, obviamente, a mais plausível delas. Mas juntar-se a ela seria admitir o fim da carreira. Que tal uma, digamos, Fórmula 3 Sul-Americana. Ela ainda existe?

Sim, está lá ainda. Aliás, terá neste final de semana a primeira das três corridas que a categoria fará na Argentina. Estranho, porque não há pilotos desse país competindo. Só há brasileiros.

Em tempo: você seria capaz de dizer, sem qualquer consulta, o nome de três, quatro... ou pelo menos um, dois pilotos da Fórmula 3 Sul-Americana? Pois é, eu também não. E assim, infelizmente, vai morrendo o automobilismo no Brasil.

Amanhã, não esqueçam: é dia da Agenda do Fim de Semana. Anotem bem os meus palpites. Porque provavelmente vou errar todos.

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Maiores Manobras de Ultrapassagem - Número 9

Depois de estrear, ontem, com a magnífica manobra de Fernando Alonso sobre Michael Schumacher no G.P. da Hungria de 2006, a seção 10+ do Blog F1 Grand Prix continua hoje uma ultrapassagem não menos espetacular. Com vocês, a número 9 do nosso ranking:

10.Alonso sobre Schumacher - Hungria/2006
NONA COLOCADA - Villeneuve sobre Schumacher, G.P. de Portugal de 1996

Quando chegou ao circuito do Estoril, penúltima etapa do campeonato de 1996, Jacques Villeneuve tinha 13 pontos de desvantagem para o líder de pontos, seu companheiro de equipe Damon Hill. Isso significava que, se o canadense não chegasse entre os três primeiros colocados, perderia o título mesmo que o inglês não pontuasse. O filho de Gilles, ex-lenda da Fórmula 1, estava sob pressão.

A batalha de sábado foi épica. No final da classificação, Villeneuve fechou sua última volta apenas nove milésimos de segundo mais lenta que a melhor de Hill. Pouco, mas suficiente para colocar o inglês em vantagem.

Para a piorar ainda mais a situação do Jacques, ele fez uma péssima largada, e caiu para quarto ao final da primeira volta, atrás de Jean Alesi e Michael Schumacher, além de Hill. Era justamente a posição em que ele não podia terminar. Villeneuve precisava reverter sua sorte, mas estava preso atrás do alemão da Ferrari.

Durante quinze voltas, o canadense tentou de tudo para passar o, até ali, bicampeão mundial. Chegaram juntos, então, à última curva da pista portuguesa, ao final da volta 16. Villeneuve percebeu sua chance e foi em frente.

Num movimento repentino e surpreendente, Jacques colocou seu carro numa linha por fora, espremendo Schumi no lado de dentro da pista. Ao perceber o canadense exatamente do seu lado, o alemão deu uma leve - minúscula - tirada de pé. Foi o suficiente.

Os dois fizeram a curva lado a lado, no limite extremo. Quando entraram na reta, entretanto, Villeneuve colocou uma vantagem de meio carro. Na sua frente, vinha o retardatário Giovanni Lavaggi, da Minardi.

Aproveitando o vácuo do italiano, Jacques ganhou um pouco de velocidade, o suficiente para superar o alemão até a curva seguinte. Estava completa - com um pouco de sorte, é claro - a manobra daquele ano. A partir dali, Villeneuve partiu à caça de Hill.

Ao longo da corrida, o canadense foi tirando a diferença para o companheiro de equipe. Superou Jean Alesi nos boxes e começou a se aproximar sistematicamente do inglês. Depois que os dois fizeram suas últimas paradas, Villeneuve, que tinha parado uma volta mais tarde do que Hill, saiu do pitlane na frente.

Magnífico. Até o fim da corrida, foi um passeio para o canadense. Abrindo um segundo por volta para o inglês, terminou com quase vinte segundos de vantegem para Hill. Sem dúvida nenhuma, foi a melhor performance individual de Jacques Villeneuve durante toda a sua carreira na Fórmula 1.

Aquela foi, também, a última vez que o circuito do Estoril sediou uma corrida da categoria máxima do automobilismo. Reformas incompletas impediram o retorno ao calendário de 1997 e, desde então, nunca mais Portugal conseguiu lugar ao centro do automobilismo (exceção feita ao podium de Tiago Monteiro no G.P. dos Estados Unidos de 2005). De qualquer forma, fica o conforto de que a derradeira corrida disputada em solo português foi espetacular, graças à garra de Jacques Villeneuve.

Para quem conhece o estado de descrédito que o canadense alcançou, atualmente, não custa nada relembrar sua época de ouro. Naquele distante 1996, Villeneuve ainda era considerado um fenômeno, de personalidade única. Situação parecida com a que vive, hoje, Lewis Hamilton, embora o atual piloto da McLaren seja reconhecidamente mais completo do que Jacques.

Nem sempre as previsões se confirmam. Depois de anos de ostracismo na B.A.R., o canadense saiu da Fórmula 1 pela porta dos fundos. Mas pelo incrível arrojo, por ter superado uma situação completamente adversa, e pela performance absolutamente perfeita durante aquela corrida, Jacques Villeneuve merece o nono lugar na lista das Dez Maiores Manobras de Ultrapassagem de Todos os Tempos.

A seguir, um pequeno replay da manobra, o melhor que se pode encontrar na Internet, infelizmente. A ultrapassagem, pelo seu espetáculo, merecia mais do que só esse curto vídeo:




Terça que vem, continuamos a nossa contagem regressiva. Será que Schumacher será a vítima mais uma vez?

GP2 de cara nova

O Blog deixou passar, ontem, a notícia de que a GP2, principal categoria-escola da Fórmula 1, está renovando seus contratos com Dallara, Renault e Bridgestone para o próximo triênio. As três empresas fornecem, respectivamente, chassis, motores e pneus iguais para todas as equipes. O novo carro, já pronto, deu suas primeiras voltas semana passada, em Paul Ricard, com Nelsinho Piquet ao volante.

Como era de esperar, a renovação dos acordos com as empresas se dá após três anos de bem-sucedida experiência como sucessora da defunta Fórmula 3000. Ao contrário de sua antecessora, a GP2 se caracteriza por corridas emocionantes e cheias de alternativas. Mais importante do que isso, tem conseguido revelar, para a Fórmula 1, novos pilotos.

Essa talvez tenha sido a grande falha da antiga Fórmula 3000, que nunca viu um campeão seu repetir o sucesso na principal categoria do automobilismo. A GP2, entretanto, já tem Heikki Kovalainen, Nico Rosberg, Nelson Ângelo Piquet e, principalmente, Lewis Hamilton na Fórmula 1. Nem todos já se destacaram até agora, mas possuem, sem exceção, potencial inclusive para disputar títulos.

O desenho do novo chassis da Dallara é agressivo e promete aumentar, ainda mais, as possibilidades de ultrapassagem na categoria. Além disso, é plasticamente belo e foi concebido com a ajuda das equipes da GP2. Tem tudo para dar certo, portanto.

Depois de não acompanhar a Fórmula 1 na rodada norte-americana da categoria top, a GP2 volta a correr neste fim de semana, em Magny-Cours, França. Ficamos a imaginar se, um dia, ela virá a ter um etapa aqui no Brasil também. Vale a pena ficar mais tempo no autódromo para assistir.


Depois dos comerciais, o Blog volta com o número 9 na contagem das Dez Maiores Manobras de Ultrapassagem de Todos os Tempos, dando prosseguimento aos 10+ do Blog F1 Grand Prix.

terça-feira, 26 de junho de 2007

A hora de Kimi, de Speed, de Bourdais...

Três pilotos completamente diferentes. Com realidades totalmente diversas. Mas com um único objetivo em comum, o mesmo de todos os outros, aliás: obter sucesso na mais difícil categoria do mundo, a Fórmula 1.

De todos, aquele que chegou mais longe até agora foi Kimi Raikkonen. O que não significa que ele esteja seguro. O finlandês, um piloto com dez vitórias para colocar no currículo, vem tendo um péssimo início de temporada, apesar do triunfo no G.P. da Austrália.

Mesmo com toda a história da época da McLaren, Kimi enfrenta críticas que, às vezes, passam um pouco do limite. Sim, seu desempenho realmente é uma das maiores decepções da temporada. Mas elevar isso ao ponto de uma demissão - como alguns jornais chegaram a especular - não passa de uma grande injustiça.

Kimi até vem melhorando ultimamente. Em Indianapolis, teria ficado na frente de Massa se não tivesse largado tão mal. Mesmo assim, ainda fez a volta mais rápida da corrida vencida por Lewis Hamilton.

Para a nova fase européia da Fórmula 1, Raikkonen chega a demonstrar otimismo, algo incomum em sua personalidade quase cética. Segundo ele, os testes de Silverstone foram ótimos e o carro está muito melhor do que aquele que se apresentou nos EUA. Além disso, é fato que Kimi tem, atualmente, mais potencial de melhora do que Massa, que já parece estar andando no seu limite.

Entretanto, hoje, pela primeira vez, Kimi recebeu uma leve cutucada do próprio presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo. Ele cobrou a volta do "verdadeiro Raikkonen, aquele que todos temiam." Não creio que a equipe italiana esteja arrependida de ter contratado Kimi. Mas já é tempo do finlandês voltar a andar tudo o que sabe.

Essa é a hora de Kimi.

Certamente, se estivesse no lugar de Raikkonen, Scott Speed estaria dando vivas de alegria. O americano, a bordo de um dos carros menos competitivos do grid, não tem muitos motivos para comemorar. Sua carreira na Fórmula 1 é pífia - vinte e cinco corridas sem ponto - e pode estar de encaminhando para o seu final.

São cada vez mais fortes os rumores de que Speed perderá sua vaga na Toro Rosso, em 2008. Uma pena para os raros fãs americanos de Fórmula 1, que ficariam sem o único piloto do país desde Michael Andretti. Scott não fez, é verdade, o bastante para se manter na categoria.

Sua saída precoce, porém, seria uma grande pena. O americano teve graves problemas de saúde no começo da carreira, que quase o fizeram desistir de tudo. Mas conseguiu dar a volta por cima, tornando-se protegido da Red Bull e chegando à Fórmula 1.

O conto de fadas, entretanto, termina aqui. Na categoria, Speed é sistematicamente batido pelo companheiro de equipe, o veloz e extrovertido Vitantonio Liuzzi, que passou a ofuscar o americano. Depois de um ano e meio na categoria mais importante do automobilismo, parece que a história de Scott na Fórmula 1 vai chegando ao final. A não ser que ele encontre forças para reagir.

Essa é a hora de Speed.

e, ao final de tudo, o americano perder o emprego, seu substituto mais provável é Sebastien Bourdais. O francês, possivelmente o melhor piloto de monopostos fora da Fórmula 1, já merece há muito uma chance na categoria. Que pode vir através de uma simples troca com Speed.

O americano iria para a Newman-Haas-Laningan, na ChampCar, e Bourdais pegaria sua vaga na Toro Rosso. Nada, porém, está fechado, e há inúmeros outros pretendentes, desde Michael Ammermüller (o novo "Michael" alemão) até o brasileiro Bruno Senna. Em entrevista, hoje, Sebastien afirmou que, se não conseguir estreiar na Fórmula 1 até 2008, não corre na categoria nunca mais.

Essa é a hora de Bourdais.
Equipes como a Spyker e personalidades antigas da Fórmula 1, como Damon Hill, só conseguem aparecer quando abrem a boca para darem os seus pitacos. Escolheram esta terça-feira para isso. Não custa nada examinar o que falaram.

Primeiro, vamos à gloriosa equipe holandesa, certamente chateada até hoje com a Super Aguri por tê-la deixado sozinha na rabeira do pelotão. O diretor-técnico da escuderia, Colin Kolles, disse que a Spyker está animada com a estréia, programada para o G.P. da Turquia, de uma versão nova do carro atual. Falou, também, que o objetivo principal, por enquanto, é só marcar pontos.

Para uma equipe como ela, que só anda lá atrás no pelotão, só costumam aparecer chances de pontuação uma ou duas vezes, no máximo, durante uma temporada inteira. Em 2007, já desperdiçaram o confuso G.P. do Canadá. Agora, resta torcer para que chova em Spa-Francoshamps.

De qualquer forma, ao menos, a afirmação de Kolles é realista. Não há como esperar, num futuro próximo, que a Spyker consiga vitórias ou podiums. Todo resquício de bom-senso do diretor-técnico, entretanto, some quando se lê a própria fala do sujeito.

Para Kolles, Adrian Sutil, um dos pilotos da Spyker, vai ser o maior rival de Lewis Hamilton na Fórmula 1. Hein? Menos, muito menos.

Este Blog até simpatiza com o alemão, filho de uruguaios, mas não pode concordar com as palavras do diretor-técnico da equipe holandesa. Sutil até tem - é verdade - potencial para andar no grupo da frente. Mas ainda erra muito e está preso a um contrato de três anos com a Spyker. Assim, pelo menos até o fim de 2009, ele não vai ser páreo para Lewis e sua McLaren.

Enquanto isso, o campeão mundial de 1996, Damon Hill, vem à imprensa expressar seu temor pela possibilidade do G.P. da Inglaterra acabar em 2008. Uma jogada estratégica, diga-se. A etapa de Silverstone parece ser sempre uma das mais ameaçadas, mas nunca sai do calendário. Não deve ser desta vez, também.

Além disso, Hill falou que o favorito dele para o título é Lewis Hamilton. Sabe o que isso vai mudar na batalha do campeonato? Nada, rigorosamente nada.


Notícia interessante: Sidney pode sediar o G.P. da Austrália de Fórmula 1 a partir de 2011. Segundo a imprensa local, o governo da região já negocia a construção de um autódromo cujo orçamento inicial seria de 85 milhões de dólares. O contrato de Melbourne com a categoria top do automobilismo acaba em 2010.

Além da Fórmula 1, o objetivo seria também tirar de Phillip Island a corrida australiana da MotoGP. Qualquer que seja o local, o importante é nenhuma dessas duas categorias sair do país. A Austrália é um dos países mais originais e divertidos do mundo, e merece - já que Mark Webber não consegue - um lugar ao centro do automobilismo pelo menos uma vez por ano.
Reviravolta no embrólio Nigel Stepney-Ferrari. Agora, o ex-mecânico chefe da equipe italiana é acusado não de sabotagem, mas de espionagem. Ele estaria, aliás, envolvido em mais de um caso, incluindo um que condenou dois ex-empregados da escuderia do cavalinho rampate, mais tarde funcionários da Toyota.

De qualquer forma, para quem acompanha o caso pelo jornal, nada está claro. Ainda. Esperemos pelo futuro das negociações para desenvolver uma opinião formada. Por enquanto, qualquer palpite sobre culpados não passa de mera especulação.