sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Toro Rosso acerta ao escolher Bourdais

Se a Honda não conseguir encontrar um comprador para correr em 2009, o grid da Fórmula 1 para este ano está fechado.

Nesta sexta-feira, a Toro Rosso confirmou as expectativas e anunciou que o francês Sebastien Bourdais será o companheiro do suíço Sebastien Buemi na próxima temporada.

Bourdais disputava a vaga com o japonês Takuma Sato, com quem chegou a disputar um "vestibular" em dezembro do ano passado.

Andaram num ritmo parecido, mas o francês foi levemente superior.

Embora não tenha patrocinadores fortes, Bourdais ganhou a vaga porque a Red Bull tem interesse de aumentar a exposição de sua marca na França, onde a bebida energética só começou a ser vendida há poucos meses.

Depois de fechar acordo com outro francês veloz - Sebastien Loeb, do Mundial de Rally - a Red Bull decidiu investir em Bourdais também.

E, assim, o francês foi o escolhido para a vaga.

Tetracampeão da antiga ChampCar, Bourdais foi ofuscado pelo alemão Sebastian Vettel no ano passado, mas não fez uma temporada especialmente ruim.

Teve má sorte em momentos cruciais e foi um dos pilotos mais prejudicados por decisões rigorosas demais dos comissários.

Fez apenas quatro pontos, quando poderia ter marcado pelo menos 15 ou 20 se não tivesse sido tão azarado.

O francês não foi brilhante, mas mostrou potencial para merecer uma segunda chance.

Em 2009, voltam os pneus slicks, com os quais Bourdais deve se entender muito bem, e a aerodinâmica ganha uma característica mais parecida com aquela que o francês estava acostumado nos Estados Unidos.

Bourdais tem tudo para fazer uma boa temporada e a briga com o novato Buemi será uma atração à parte na Toro Rosso.

O suíço não é um fenômeno como Vettel, mas já provou ser extremamente rápido.

Difícil cravar qual dos dois vai levar a melhor na briga interna da equipe italiana.

De qualquer maneira, a Toro Rosso está bem-servida de pilotos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Permanência de Max Mosley no comando da FIA não seria tão ruim assim

Max Mosley não quer largar o osso.

Nesta quinta-feira, em jantar com jornalistas ingleses, o presidente da FIA reconheceu que está considerando concorrer ao quinto mandado consecutivo à frente da entidade.

Em suas próprias palavras, permanecer no comando da FIA é "tentador".

Em época de crise e incertezas, Mosley vem recebendo o apoio de muita gente que tem medo do que poderia acontecer com o esporte a motor se o dirigente deixasse a presidência da FIA.

É a velha lógica do "ruim com ele, pior sem ele".

Desde que assumiu o comando da entidade, em 1991, Mosley alcançou alguns progressos notáveis, mas também cometeu erros que são fruto de pura incompetência.

Vamos começar pelo que ele fez de bom.

No aspecto da segurança, por exemplo, Mosley apoiou iniciativas regulares para diminuir o risco de acidentes graves e não dá para negar que foi bem-sucedido.

Mais importante do que isso, o presidente da FIA também atuou com firmeza para evitar um racha na Fórmula 1, o que poderia ter acontecido se o dirigente mais importante da entidade fosse alguém menos atuante.

Entretanto, os erros de Mosley não foram poucos.

A Fórmula 1 chegou a um nível insustentável de gastos e os alertas de Mosley, embora constantes, não foram suficientes para frear o processo.

Em outras categorias, como no Mundial de Rally, a FIA teve atuação pífia e os campeonatos ficaram claramente enfraquecidos diante da politicagem e de regulamentos muito confusos.

Por fim, Mosley manchou a imagem de todo o esporte a motor ao se envolver num escândalo sexual até hoje mal explicado.

O dirigente conseguiu se manter no poder, mas perdeu parte da credibilidade que vinha construindo desde 1991.

Em suma: Mosley teve seus méritos, mas é óbvio que os erros vão ser bem mais lembrados.

Será que a sua saída é algo bom para o esporte?

Tudo depende de quem seria escolhido para substituí-lo.

Dizem que o campeão mundial de rally Ari Vatanan, o narigudo Jean Todt e o lendário Jackie Stewart são alguns dos possíveis candidatos a sucedê-lo.

Mas também há outras possibilidades bem menos animadoras.

Na semana passada, jornais europeus noticiaram que um Lord britânico, responsável por levar à falência um dos maiores bancos da Escócia, seria o mais forte candidato a assumir a vaga de Mosley.

O tal sujeito, Sir Fred Goodwin, negou qualquer interesse de suceder Mosley, mas ligou o sinal de alerta.

Assim como ele, há vários outros figurões que poderiam assumir o controle da FIA e causar prejuízo ao esporte.

Analisando por este ponto de vista, a lógica do "ruim com Mosley, pior sem Mosley" faz mais sentido.

Por mais que o dirigente mereça ser criticado pelos vários erros que cometeu desde 1991, talvez a sua permanência no comando da FIA não seja tão ruim assim.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Equipe baseada nos EUA pretende estrear na F-1 em 2010

Um dos maiores sonhos chefão Bernie Ecclestone é conseguir fazer a Fórmula 1 popular no único lugar do mundo onde a categoria nunca teve quase nenhum sucesso: os Estados Unidos.

Nos anos 80, o dirigente experimentou várias possibilidades, todas fracassadas.

Tentou organizar corridas em Las Vegas, Detroit, Dallas e Phoenix, mas nada deu certo.

A Fórmula 1 deixou os EUA em 1991 e só voltaria no ano 2000, num circuito misto construído dentro do histórico autódromo de Indianapolis.

A primeira corrida foi um sucesso e levou um dos maiores públicos que um GP da Fórmula 1 já teve. Infelizmente, o interesse foi diminuindo ano após ano.

Desgastada pelo episódio de 2005, quando apenas seis carros largaram para a corrida, a F-1 deixou Indianapolis em 2007.

Mais uma vez, a tentativa de aproximação com os Estados Unidos terminava em decepção.

Desde o ano passado, representantes das equipes pedem a volta do GP dos EUA, mas a situação parecia inalterada.

Então, nesta quinta-feira, veio à tona uma surpreendente notícia, que pode mudar todo o panorama.

De acordo com a revista Motorsport-Total, uma equipe baseada no estado da Carolina do Norte já foi aceita por Bernie Ecclestone vai ingressar na Fórmula 1 em 2010.

Dirigida por Peter Windsor, ex-Williams e Ferrari, e por Ken Anderson, ex-Ligier, a nova USF1 estaria sendo concebida para promover a estreia de pilotos americanos na F-1 e para mostrar que o país continua na vanguarda das inovações tecnológicas.

A equipe já tem até um site oficial - "usf1.com" - embora até agora tudo o que conste no endereço seja um logo.

De qualquer maneira, é sinal de que a notícia divulgada pela Motorsport-Total não passa de um mero boato.

A chegada de uma equipe americana na Fórmula 1 vai de encontro ao que Bernie Ecclestone sempre desejou e também ajuda a solucionar a escassez de carros no grid.

A USF1 provavelmente teria todo o apoio de Ecclestone e das outras equipes, que desejam ver a Fórmula 1 ganhar popularidade num mercado tão importante como o americano.

Apesar de tudo isso, ainda é muito cedo para garantir que o projeto vai se concretizar.

Para começar, os EUA vivem uma crise quase sem prescedentes e a busca por patrocínios, neste momento, é realmente árdua.

Na Fórmula Indy e na Nascar, várias escuderias passam por dificuldades e algumas correm risco até de encerrar suas operações.

Nada indica que a USF1 teria mais facilidade de arrumar parceiros do que as demais.

Além disso, há um problema logístico.

Com a maior parte das corridas sendo realizadas na Europa, incluindo todas no período de maio a setembro, ter uma base fora do Velho Continente é uma grande desvantagem.

Se mantiver sua fábrica mesmo nos Estados Unidos, a USF1 vai gastar bem mais em transporte e logística do que qualquer outra adversária...

Segundo a Motorsport-Total, um anúncio oficial para confirmar os planos da USF1 será feito ainda este mês.

Será que dá para acreditar na entrada da equipe na F-1?

O Blog não duvida que haja um esforço para criar um time de Fórmula 1 nos Estados Unidos, o que seria ótimo para toda a categoria.

Mas, no momento, parece bastante improvável que o projeto da USF1 supere a crise para ingressar na Fórmula 1 num futuro tão próximo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Nick Heidfeld: será que um dia ele chega lá?

A BMW começa a temporada 2009 mais forte do que jamais esteve na Fórmula 1.

A equipe conquistou sua primeira vitória no ano passado e, se mantiver a evolução, vai no mínimo disputar acirradamente o título contra Ferrari e McLaren.

É se notar que todo mundo - de jornalistas a torcedores, passando até por membros da própria BMW - parecem depositar muito mais esperanças em Robert Kubica do que em Nick Heidfeld.

Mas será o alemão é um peso tão morto assim dentro da escuderia?

Com mais de 153 GPs da carreira, 200 pontos e um total de 11 pódios, Heidfeld é provavelmente um dos melhores pilotos da história da Fórmula 1 que nunca obteve uma única vitória.

No GP do Canadá do ano passado, vinha em ótima posição para quebrar o tabu, mas deixou Kubica passar sem que a equipe mandasse e viu o polonês roubar o primeiro posto.

A partir dali, Heidfeld se reduziu a segundo piloto da BMW e não mais conseguiu igualar Kubica até o fim do ano.

Terminado o campeonato, a BMW saiu mais forte do que entrou e já é cotada para disputar o troféu de campeão em 2009. Com Kubica, é claro, e não com Heidfeld.

Pois nesta terça o alemão resolveu dar um recado. Em entrevista à imprensa europeia, Heidfeld afirmou que não quer somente vencer uma corrida.

O objetivo dele é ser campeão.

Ganhar um campeonato da Fórmula 1 é o sonho de todo piloto da categoria, mas poucos podem almejar o título de forma realista.

Seriam as palavras de Heidfeld apenas um delírio de piloto decadente ou o prenúncio de uma grande surpresa?

Vale lembrar que a entrada do "KERS" no carro deste ano trouxe um aumento de cerca de 30 kg no peso total do bólido.

Pilotos altos e corpulentos como Kubica vão levar alguma desvantagem.

Os baixos e franzinos como Heidfeld tendem a se dar bem.

E se a BMW fizer um carro realmente bom, melhor do que qualquer outro, e Kubica encontrar dificuldade por causa do peso extra? Quem sabe...

Será que Heidfeld poderia chegar lá?

É difícil, para não dizer quase impossível, imaginar o alemão como campeão da Fórmula 1 neste ano.

Mas não seria nenhum absurdo apostar que Heidfeld vai, ao menos, quebrar a barreira da vitória.

Já passou da hora disso e, se Heidfeld quer mesmo sonhar com título, precisa começar a ganhar GPs.

Se o alemão não vencer uma corrida em 2009, nunca mais vai conseguir...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mercedes quase abandonou Fórmula 1 no início do ano

Depois que a notícia sobre a saída da Honda explodiu, boatos garantiam que várias montadoras poderiam seguir o mesmo caminho.

Parecia inevitável que pelo menos mais uma ou duas também desistissem da categoria.

As candidatas mais prováveis eram Renault e Toyota, que já reafirmaram várias vezes o desejo de permanecer na F-1.

Também houve rumores sobre a BMW, logo abafados pela cúpula da equipe.

Ninguém falou da Ferrari, por motivos óbvios: se a escuderia italiana encerrar suas atividades, a Fórmula 1 acaba no dia seguinte.

E, no meio da confusão, a Mercedes foi esquecida.

Pois bem: nesta segunda-feira, a revista Focus revelou que a montadora alemã chegou realmente perto de deixar a Fórmula 1, mas desistiu por muito pouco.

Os membros da diretoria da Daimler AG, que controla a Mercedes, foram consultados a respeito do assunto e fizeram uma votação.

O resultado foi apertado: 3 a 2 para os que preferiam continuar com a marca associada à McLaren.

Assim, por um triz, a Mercedes garantiu sua permanência.

E os dirigentes da Fórmula 1 respiraram aliviados.

De todas as montadoras que investem na Fórmula 1, a Mercedes é a única que não corre com equipe própria.

No passado, apenas fornecer motores era a prática mais comum, mas isso mudou nos últimos anos.

Insatisfeitas com a exposição limitada que tinham, Renault, BMW e Honda passaram a ter seus próprios times. A Toyota também entrou investindo pesado, mas a Mercedes continuou na sua.

Em 2007, quando estourou o escândalo de espionage, houve quem garantisse que a Mercedes compraria a McLaren de uma vez por todas.

Isso não aconteceu, mas a marca alemã ainda é a principal acionista da escuderia de Ron Dennis.

Se a Mercedes deixasse a McLaren de uma hora para a outra, o futuro da equipe ficaria em seríssimo risco.

Felizmente, o time prateado e a Fórmula 1 escaparam do que seria quase um golpe de misericórdia.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Hamilton evita previsões e acerta ao manter cautela

Lewis Hamilton é um piloto fora do comum, mas tem um defeito claro: sob pressão, o inglês fica bem mais sujeito a erros.

Mostrou isso em seu ano de estreia, ao deixar escapar o título na reta final do campeonato, e também na temporada passada, quando foi campeão apesar de alguns deslizes.

Tendo isso em mente, Hamilton já tratou de evitar qualquer tipo de insinuação de que o bicampeonato é o único resultado que interessa para ele em 2009.

Em entrevista ao site SpeedTV, o inglês mostrou humildade ao afirmar que não é o "número 1" e que não tem a obrigação de defender o título que ganhou no ano passado.

Uma declaração inteligente para não criar expectativas exageradas entre seus fãs e, consequentemente, não aumentar a pressão que terá de carregar em seus ombros nesta próxima temporada.

Como campeão, é claro que Hamilton será tão ou até mais cobrado do que já foi até hoje.

Mas a postura do inglês fora da pista também é vital para determinar se a paciência dos torcedores será maior ou menor.

Há pilotos que não costumam reagir bem à pressão e, mesmo assim, contribuem para que o nível de cobrança aumente através de declarações otimistas demais.

Um exemplo claro disso, infelizmente, é Rubens Barrichello.

Conhecido por ser um piloto extremamente confiante, que acredita de forma cega em suas capacidades, Hamilton corria o risco de cair na mesma armadilha de Rubinho, mas começou o ano de maneira bem prudente.

O inglês poderia muito bem prometer o bicampeonato, o que renderia ótimas capas para os tabloides ingleses.

Mas, numa temporada em que as regras vão mudar tanto, é impossível prever o que vai acontecer realmente.

Hamilton preferiu a cautela, no que acertou totalmente.

Relaxado, o piloto da McLaren consegue ser mais rápido e consistente do que quando está pressionado.

A postura que vai mantendo é exatamente aquela que precisa ter para afastar a pressão, eliminar seu ponto fraco e já iniciar a temporada mais forte na busca por mais um troféu de campeão.