quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Permanência de Max Mosley no comando da FIA não seria tão ruim assim

Max Mosley não quer largar o osso.

Nesta quinta-feira, em jantar com jornalistas ingleses, o presidente da FIA reconheceu que está considerando concorrer ao quinto mandado consecutivo à frente da entidade.

Em suas próprias palavras, permanecer no comando da FIA é "tentador".

Em época de crise e incertezas, Mosley vem recebendo o apoio de muita gente que tem medo do que poderia acontecer com o esporte a motor se o dirigente deixasse a presidência da FIA.

É a velha lógica do "ruim com ele, pior sem ele".

Desde que assumiu o comando da entidade, em 1991, Mosley alcançou alguns progressos notáveis, mas também cometeu erros que são fruto de pura incompetência.

Vamos começar pelo que ele fez de bom.

No aspecto da segurança, por exemplo, Mosley apoiou iniciativas regulares para diminuir o risco de acidentes graves e não dá para negar que foi bem-sucedido.

Mais importante do que isso, o presidente da FIA também atuou com firmeza para evitar um racha na Fórmula 1, o que poderia ter acontecido se o dirigente mais importante da entidade fosse alguém menos atuante.

Entretanto, os erros de Mosley não foram poucos.

A Fórmula 1 chegou a um nível insustentável de gastos e os alertas de Mosley, embora constantes, não foram suficientes para frear o processo.

Em outras categorias, como no Mundial de Rally, a FIA teve atuação pífia e os campeonatos ficaram claramente enfraquecidos diante da politicagem e de regulamentos muito confusos.

Por fim, Mosley manchou a imagem de todo o esporte a motor ao se envolver num escândalo sexual até hoje mal explicado.

O dirigente conseguiu se manter no poder, mas perdeu parte da credibilidade que vinha construindo desde 1991.

Em suma: Mosley teve seus méritos, mas é óbvio que os erros vão ser bem mais lembrados.

Será que a sua saída é algo bom para o esporte?

Tudo depende de quem seria escolhido para substituí-lo.

Dizem que o campeão mundial de rally Ari Vatanan, o narigudo Jean Todt e o lendário Jackie Stewart são alguns dos possíveis candidatos a sucedê-lo.

Mas também há outras possibilidades bem menos animadoras.

Na semana passada, jornais europeus noticiaram que um Lord britânico, responsável por levar à falência um dos maiores bancos da Escócia, seria o mais forte candidato a assumir a vaga de Mosley.

O tal sujeito, Sir Fred Goodwin, negou qualquer interesse de suceder Mosley, mas ligou o sinal de alerta.

Assim como ele, há vários outros figurões que poderiam assumir o controle da FIA e causar prejuízo ao esporte.

Analisando por este ponto de vista, a lógica do "ruim com Mosley, pior sem Mosley" faz mais sentido.

Por mais que o dirigente mereça ser criticado pelos vários erros que cometeu desde 1991, talvez a sua permanência no comando da FIA não seja tão ruim assim.

4 comentários:

Anônimo disse...

Mais 3 anos com essa maleta nazista no poder e a Fórmula 1 acaba de vez!
www.motorizado.wordpress.com

Ron Groo disse...

Eu gostaria de ver um ex piloto, como Stewart no comando. Embora isto não fosse garantir nada.
Max é odiado por muitos, mas o mais bacana é que estes muitos que o odeiam lucraram com as gestões dele.
Vai entender...

Anônimo disse...

sem comentários. Não era ele que garantiu que cumpriria este mandato e sairia? Tá parecendo os cartolas brasileiros.

Anônimo disse...

"manchou a imagem de todo o esporte a motor" que exagero hein...
outros problemas tornaram ele bastante odiado, não esse...