quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O alemão voltou

Anote aí na sua agenda: 14 de março de 2010.

Dia do Grande Prêmio do Bahrein, prova que marcará a abertura da próxima temporada da Fórmula 1.

Um campeonato que já começaria recheado de expectativas por conta da chegada de Alonso à Ferrair, de Button à McLaren, de Bruno Senna e de quatro equipes novatas ao grid da categoria.

Agora, enfim, veio a cereja do bolo.

É oficial: a Mercedes fechou um acordo com Michael Schumacher, que vai retornar à Fórmula 1 em 2010.

O alemão assinou um contrato de três anos com a montadora de Stuttgart. Um acordo de média duração, portanto, para não deixar dúvida sobre o comprometimento dele em sua volta às pistas.

Seja qual for o resultado desse retorno, a Fórmula 1 terá uma atração à parte no ano que vem.

Schumacher pode não ser mais um garoto, mas não perdeu nada de sua capacidade técnica. Continua tão talentoso como sempre foi, e vai iniciar o próximo campeonato como um forte candidato ao título.

Além disso, aquela velha e inesgotável vontade de vencer permanece ali. Schumacher parece realmente empolgado com seu retorno à F-1. Motivação e dedicação plena não vão faltar.

Com 91 vitórias no currículo, o heptacampeão vai em busca de alcançar a marca dos 100 triunfos. E também o oitavo título, é claro.

Dois objetivos bem realistas, nada fantasiosos.

Quem não gosta de Schumacher pode até duvidar, mas parece evidente que o alemão vai ganhar corridas em 2010 e tem tantas chances de vencer o campeonato quanto Alonso ou Hamilton, por exemplo.

Se o carro que a Mercedes fizer for tão superior quanto o Brawn de 2009, então, Schumacher talvez consiga emplacar mais uma temporada demolidora, bem como nos seus tempos de Ferrari...

A concorrência, nessa altura, deve ter estremecido. Hamilton veio à público desejar boa sorte ao alemão, mas os demais adversários ainda não se manifestaram.

A Ferrari, em especial, se manteve em silêncio. Pelos lados de Maranello, ninguém deve ter ficado muito feliz com a notícia.

Schumacher, cuja imagem ficou tão associada à Ferrari, será agora um dos mais duros rivais dos carros vermelhos em 2010.

E, por mais que Alonso seja um bicampeão mundial cheio de prestígio, não há dúvidas: se pudessem escolher, os "tifosi" certamente prefeririam ter o alemão.

Ainda faltam três meses para o início do campeonato de 2010. Nenhum carro foi lançado ainda, e os testes de pré-temporada nem começaram.

Sim, mas a expectativa para a próxima temporada já supera bastante o que se via nos últimos anos.

Poucas vezes em sua história a Fórmula 1 teve um campeonato tão aguardado. Ao que tudo indica, 2010 será realmente espetacular.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O retorno de Schumacher... será que agora vai?

Michael Schumacher está de volta.

Ao menos, é isso o que informam a conceituada revista alemã Focus e o respeitado jornal inglês Daily Mirror.

Não é mera especulação. O retorno do alemão já é, nessa altura, uma hipótese bastante provável.

Mas ainda é cedo para comemorar - ou lamentar, dependendo do ponto de vista - a presença de Schumacher no grid de 2010.

Há alguns meses, quando Massa foi tirado de combate e a Ferrari precisou encontrar um substituto, o heptacampeão já mostrou que realmente tem vontade de voltar à Fórmula 1.

Na época, não teve condições de sentar no cockpit de Massa e precisou cancelar (ou adiar?) o retorno às pistas.

Mas agora a situação é outra. E Schumacher pode assinar com a Mercedes para 2010.

Seria uma voltas às origens para o alemão, que iniciou sua carreira na Fórmula 1 apoiado pela montadora de Stuttgart.

O heptacampeão já provou que ainda tem motivação para correr na categoria.

A capacidade técnica também continua ali - uma prova disso foi a fácil vitória que Schumacher conquistou no Desafio das Estrelas de Kart, em Florianópolis.

Schumi não perdeu nada de seu talento, nem sua vontade incansável de vencer a qualquer custo. Mas há dois obstáculos que ele precisa superar se quiser fechar com a Mercedes.

O primeiro é o aspecto físico. Quando esteve no auge, esse era um ponto forte do alemão, um piloto que sempre teve um preparo atlético exemplar.

Após três anos de aposentadoria, porém, é natural que Schumacher não esteja mais na melhor da forma física. E isso é algo que conta cada vez mais na Fórmula 1 atual.

Além disso, há também a provável barreira familiar. Corinna, a esposa de Schumacher, foi a principal razão que levou à saída do alemão da Fórmula 1 no fim de 2006. Por que motivo teria mudado de ideia depois disso?

Resta saber até que ponto a influência da mulher pesa sobre o heptacampeão...

Se desistir do retorno, Schumacher deixaria livre um cockpit na Mercedes que provavelmente seria ocupado pelo compatriota Nick Heidfeld.

Mas, caso contrário...

Para Heidfeld, sobraria um lugar na equipe Sauber. E na Mercedes... lá estaria, de novo, o alemão.

Seria espetacular para a Fórmula 1. Um ganho de mídia que a categoria mal poderia sonhar.

Gostando ou não de Schumacher, o fato é que o alemão seria uma atração à parte no campeonato de 2010.

Se a possibilidade de retorno realmente existe, o poderoso Bernie Ecclestone deve estar trabalhando de maneira incessante a favor dela.

O capítulo final da novela não deve demorar muito para acontecer.

Schumacher de volta à Fórmula 1... será que agora vai?

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Quem já está garantido no grid de 2010 é Lucas di Grassi.

O talentoso piloto brasileiro finalmente vai ganhar sua chance na Fórmula 1 e correrá no ano que vem pela novata equipe Virgin Racing.

O anúncio oficial deve ser feito nesta terça-feira, mas tudo indica que Di Grassi já assegurou a vaga.

Ao lado do alemão Timo Glock, o brasileiro vai formar uma dupla de pilotos forte e equilibrada. Os dois já brigaram juntos pelo título da GP2 em 2007 - na ocasião, Glock levou a melhor por muito pouco - e devem travar uma disputa muito parelha dentro da Virgin.

Difícil dizer qual dos dois vai levar a melhor.

Quem ganha nisso é a equipe, que terá à disposição uma dupla que ainda precisa se estabelecer na Fórmula 1. Tanto Glock como Di Grassi iniciam o campeonato altamente motivados.

Bem estruturada, a escuderia pode ser a grande surpresa entre as equipes estreantes.

Na escolha dos pilotos, ao menos, a Virgin já começou bem.

Por sua vez, a também novata Lotus anunciou que vai correr em 2010 com dois nomes bem experientes: Jarno Trulli e Heikki Kovalainen.

O italiano e o finlandês, sem dúvida alguma, formam a dupla mais sem graça do grid até agora.

Em 2009, os dois fizeram uma temporada abaixo do esperado, sendo ambos superados com boa frequência pelos companheiros de equipe.

Precisam, no ano que vem, provar que ainda merecem um lugar na Fórmula 1.

Trulli, depois de tanto tempo, já parece perto de uma despedida. A Lotus, muito provavelmente, será sua derradeira equipe na categoria.

Por outro lado, Kovalainen ganha sua terceira e última chance para dar certo na Fórmula 1. Não deu na Renault, muito menos na McLaren.

Agora, se falhar de novo, não terá mais outras opções.

E, assim, a Lotus começa 2010 com dois pilotos extremamente pressionados a conquistar bons resultados. O problema é que tanto Trulli como Kovalainen não costumam reagir bem nesse tipo de situação.

Ao optar pelos dois, a equipe mostrou uma postura conservadora, sem querer arriscar a entrada de um piloto estreante.

Nesse caso, porém, mais valia a pena lançar um novato agressivo como Kobayashi ou um veterano carismático como Sato ou até mesmo Villeneuve.

Trulli e Kovalainen não chamam muita atenção. Foram contratados mais por falta de opção do que por qualquer outro motivo.

Na escolha dos pilotos, ao menos, a Lotus já não começou muito bem.

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Mudança no sistema de pontuação para 2010.

A princípio, radical: o vencedor passa a ganhar 25 pontos - 15 a mais do que no modelo que valia até este ano.

Na sequência, o segundo colocado leva 20; o terceiro, 15; o quarto, 10; e depois 8, 6, 5, 3, 2 e 1 até o décimo colocado.

Algumas considerações.

A primeira delas: por algum motivo estralho, o sétimo colocado vai levar 5 pontos, ao invés de 4.

Observe bem: do sexto para o sétimo colocado, a diferença é de apenas um ponto (6 para 5). Depois, do sétimo para o oitavo, ela voltar a crescer para dois pontos (5 para 3). Então, nas posições seguintes, volta a ser de apenas um ponto (3 para 2, e 2 para 1).

Simplesmente não faz muito sentido. Será que a FIA não prestou muita atenção?

Outro ponto importante: embora pareça radical, a mudança não proporciona uma alteração significativa na briga pelo campeonato.

O cálculo é simples. Até este ano, os três primeiros levaram 10, 8 e 6 pontos. Agora, levam 25, 20 e 15.

A proporção, portanto, segue a mesma. O segundo colocado vai continuar levando 80% dos pontos do primeiro. O terceiro, 60%.

O que muda realmente é o peso das três primeiras posições. Terminar no pódio, a partir de agora, vale muito mais. Mas a "importância da vitória" continua basicamente a mesma...

No mais, o novo sistema de pontuação serve para enterrar de vez as comparações históricas entre pilotos que correram em épocas diferentes.

Se antes já era difícil, agora fica impossível comparar nomes como Hamilton e Alonso com lendas do porte de Fangio e Ascari levando em conta apenas fatos estatísticos.

Antigamente, o número de corridas era menor e o sistema de pontuação já era diferente - até 1960, por exemplo, a vitória valia apenas 8 pontos. Isso sem falar nos variados modelos de descartes usados até 1990, quando a regra foi definitivamente abolida.

Para quem gosta de números, o novo sistema de pontuação é uma lástima. Mas, de certa forma, o modelo de 2010 será mais justo e mostrará, com mais exatidão, quem são os melhores pilotos do meio e do fim do grid.

As equipes novatas agradecem.

No ano em que fazem sua estreia na Fórmula 1, dificilmente vão passar a temporada toda em branco.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Raikkonen assina com a Citroën e vai correr de rally em 2010

O grid da Fórmula 1 em 2010 não terá Kimi Raikkonen.

Nesta sexta-feira, o campeão mundial de 2007 anunciou que vai correr a próxima temporada no Mundial de Rally, junto com a Citroën.

O finlandês vai pilotar pela equipe "B" da marca francesa, sem sofrer maiores pressões para conquistar bons resultados. A pura presença de Raikkonen e toda a publicidade que isso vai gerar já são motivos suficientes para a Citroën contratar o "Homem de Gelo".

A Fórmula 1 perde assim uma de suas maiores estrelas, mas ainda é muito cedo para afirmar que o futuro de Raikkonen nunca mais estará atrelado à categoria.

Para começar, o contrato do finlandês com a Citroën é de apenas um ano, o que claramente deixa uma porta aberta para um retorno em 2011.

E, segundo a imprensa europeia, ele já estaria planejando a volta junto com a Red Bull - que, coincidência ou não, é a principal patrocinadora da Citroën no Mundial de Rally...

Quando decidiu não correr na Fórmula 1 em 2010, Raikkonen levou em conta dois motivos principais.

O primeiro: à exceção da Mercedes, que não ofereceu o salário desejado por ele, nenhuma outra equipe ainda com vagas disponíveis poderia garantir o nível de performance esperado por um campeão mundial.

Raikkonen não é piloto para fazer mera figuração. Mais vale a pena tirar um ano sabático da Fórmula 1 do que passar a temporada toda correndo na parte de trás do grid.

Além disso, ao decidir se afastar da Fórmula 1, também pesou a cláusula contratual com a Ferrari que vai render vários milhões de dólares a mais em sua conta corrente.

Dizia o contrato com o time de Maranello: se Raikkonen fosse dispensado e assinasse com outra equipe, teria direito a ganhar uma indenização de "apenas" 10 milhões de euros.

Como o piloto não vai correr por nenhum outro time, vai acabar recebendo os mesmos 10 milhões e mais tudo o que ganharia de salário se ainda estivesse com a Ferrari em 2010.

No total, os valores chegam a cerca de 18 milhões de euros, quase o dobro do montante inicial.

Talvez "mordido" pela demissão da Ferrari, Raikkonen quis dar um prejuízo um pouquinho maior à escuderia italiana. E, enquanto isso, vai procurando outra equipe para um possível retorno em 2011.

O contrato de Mark Webber com a Red Bull termina no fim do ano que vem. A tendência é que a equipe das bebidas energéticas procure um novo companheiro para Sebastian Vettel.

Nesse contexto, Raikkonen - sem dúvida alguma - seria uma opção bastante interessante.

Tirando a Red Bull, é complicado apontar alguma outra equipe que poderia atrair o "Homem de Gelo" em 2011. Talvez a Mercedes, ou a Renault, ou quem sabe até uma Virgin Racing.

Raikkonen é um sujeito imprevisível, alguém que poderia surpreender todo mundo na hora de escolher a melhor opção para o futuro.

Certo mesmo, porém, é que ele não estará na Fórmula 1 em 2010.

E, por mais que Raikkonen mantenha uma postura calada e pouco simpática, sua ausência será muito sentida.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Testes em Jerez marcam tímido início de pós-temporada

Começou só nesta terça-feira o período de pós-temporada da Fórmula 1.

Na verdade, o teste coletivo realizado com nove equipes em Jerez de la Frontera não sinaliza o início "para valer" dos preparativos do campeonato de 2010.

De qualquer maneira, já é a primeira vez que os motores roncam após a última corrida do ano, em Abu Dhabi.

Em ação, apenas pilotos "novatos" - nenhum tem experiência em corridas e apenas alguns poucos, como Gary Paffett e Lucas di Grassi, já andaram distâncias razoáveis em carros de Fórmula 1.

Trata-se, portanto, de um pequeno aquecimento para o que vem por aí nos próximos meses.

Ao menos, os testes servem para avaliar nomes que certamente estarão no grid num futuro não muito distante.

Um deles - o brasileiro Di Grassi - parece bem próximo de assinar com a nova Virgin GP, onde seria o companheiro de Timo Glock.

O currículo e as conquistas de Lucas na GP2 já são bem conhecidos pelo fã mais apaixonado da Fórmula 1, então os testes não devem acrescentar muito.

Por outro lado, pelo menos mais três jovens pilotos têm em Jerez a chance de mostrar seus cartãos de visitas ao público da categoria.

O chinês Ho-Pin Tung fez duas temporadas absolutamente apagadas na GP2 e também não apareceu com muito destaque nas corridas que disputou na Fórmula Superliga, mas ganhou força nos últimos dias na briga para levar a segunda vaga na equipe Renault.

Sua ligação com o time francês pode indicar, inclusive, a venda da estrutura da escuderia para uma firma de capital de risco chamada Mangrove - parceira da empresa que cuida dos interesses de Tung, a Gravity Sports Management.

Parece um cenário um tanto mirabolante, mas o chinês tem lá suas chances de alinhar em 2010 como companheiro de Robert Kubica. Seria uma presa fácil para o polonês, sem dúvida um piloto bem mais completo que o inexperiente e instável Tung.

Em compensação, dois outros jovens pilotos merecem mais respeito e atenção de quem está em busca de novos talentos.

O australiano Daniel Ricciardo venceu o tradicional campeonato da Fórmula 3 Inglesa neste ano e é a nova menina dos olhos da Red Bull.

Não seria surpresa alguma se ganhar uma chance na Toro Rosso em 2011 - ou até antes disso, dependendo do desempenho do pouco brilhante Jaime Alguersuari.

Outro nome que merece destaque é o do francês Jules Bianchi. Um piloto que, desde já, aparece como o grande favorito ao título da GP2 no ano que vem.

Herdeiro de uma família de pilotos - o pai Mauro foi três vezes campeão mundial na categoria GT e o tio Lucien venceu as 24 Horas de Le Mans em 1968, além de correr 18 provas da F-1 entre 1959 e 1968 - Jules conquistou o título da concorrida F-3 Europeia neste ano e tem padrinhos bem fortes.

O principal deles é Nicholas Todt, filho do recém-empossado presidente da FIA, Jean Todt, e empresário mais badalado do paddock da Fórmula 1.

Pela equipe de Todt filho - a fortíssima ART - Jules Bianchi vai disputar a GP2 Asia neste fim de ano e o campeonato principal em 2010. Deve alcançar bons resultados, suficientes para que ganhe uma chance na Fórmula 1 dentro de pouco tempo.

Em Jerez, Bianchi testa pela Ferrari ao lado de outros jovens pilotos italianos, cuja importância para a escuderia de Maranello é reduzida. A atenção da Ferrari está concentrada mesmo é no francês.

Se for bem, Bianchi se credencia para ganhar uma vaga na Sauber, que deve alinhar no grid em 2010 com apoio e motores da Ferrari.

Mesmo se não for escolhido de pronto, o francês vai seguir na lista de possíveis contratados de Peter Sauber. E, não demora muito, tem tudo para receber uma oportunidade.

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A FIA divulgou no início da semana a lista de equipes e pilotos para a temporada de 2010.

Nenhuma grande surpresa, apenas algumas confirmações.

A Manor vai mudar de nome mesmo para Virgin GP. A Brawn também deve se tornar Mercedes, mas até agora a mudança não foi oficializada.

O espanhol Alguersuari ainda não está confirmado na Toro Rosso, mas tudo indica que será ele mesmo o companheiro do suíço Buemi.

Na Campos, Bruno Senna vai aproveitar a chance de usar o número 21, o mesmo da sua patrocinadora Embratel.

Felipe Massa vai com o 7 e Rubens Barrichello, com o 9.

Como todos já sabiam, Jenson Button será o 1 e Lewis Hamilton vai usar o 2.

Das 24 vagas do grid, nove ainda precisam ser preenchidas. Com a Sauber, seriam 26 vagas e 11 lugares ainda disponíveis.

Restam muitas opções, portanto.

Na "dança das cadeiras" da Fórmula 1, ainda não dá para prever com exatidão quem vai ficar de pé quando a música parar de tocar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

McLaren vai de Button e Hamilton; Mercedes fica sem o campeão mundial

Este Blog tirou um pequeno recesso nas últimas semanas, mas aos poucos vai voltando ao normal.

Não dá mais para ficar calado diante das grandes novidades que o mundo da Fórmula 1 recebeu desde o início desta semana.

Primeiro, o anúncio da separação entre a Mercedes e a McLaren. A fábrica alemã vai continuar fornecendo motores para o tradicional time inglês até 2015, mas terá uma equipe própria a partir do ano que vem, assumindo o lugar da Brawn GP.

Bizarra, no mínimo, é como pode ser definida a curta e espetacular trajetória da escuderia de Ross Brawn na Fórmula 1.

Um ano, oito vitórias, título de pilotos e de construtores. E vai ser só isso, já que a Brawn GP vai deixar de existir em 2010.

Será que Ross percebeu que seria difícil manter o nível e resolveu vender o time para sair ainda por cima? Provavelmente. Com a Mercedes no comando, será muito mais fácil arrumar recursos para se manter como equipe de ponta.

Caso se mantivesse como independente, a Brawn GP experimentaria um declínio inevitável. Agora, a renomeada Mercedes GP já começa a temporada 2010 como uma das principais favoritas.

Pena que não terá o campeão mundial Jenson Button, que anunciou nesta terça-feira uma sensacional mudança para a McLaren.

Sensacional sob ponto de vista dos ingleses, é claro, que devem estar se sentindo como os torcedores do Real Madrid quando Cristiano Ronaldo e Kaká foram comprados ao mesmo tempo pelo time espanhol.

Para a McLaren, Hamilton e Button formam o "dream team". Pela primeira vez desde Senna e Prost, uma equipe vai alinhar no grid com dois campeões mundiais lado a lado.

É claro que isso tem um lado bom. Mas tem também aquela óbvia desvantagem: quando dois pilotos de ponta correm juntos na mesma equipe, a tendência é que tirem pontos um do outro. E aí, o título pode sobrar para um terceiro concorrente...

A própria McLaren experimentou isso há dois anos, quando Hamilton e Alonso viram o troféu de campeão escapar para Raikkonen. Mas a escuderia inglesa parece não se importar.

Para Ron Dennis, parece estar claro que vale a pena unir Button e Hamilton sob o mesmo teto. Os ganhos com publicidade já estão garantidos.

Se a Ferrari achava que a dupla Massa e Alonso seria a que mais chamaria atenção em 2010, acabou de ver que estava enganada...

E Button? Será que terá calibre para enfrentar Hamilton?

Desde já, a aposta deste Blog é que o menino-prodígio da McLaren deve levar vantagem sobre o recém-chegado da Brawn GP. Mas Button, ao contrário do que pensam muitos, não é um piloto apenas mediano que chegou ao título por estar no lugar certo, na hora certa.

Não, Button é mais do que isso. É um piloto realmente rápido e consistente.

E que tem o talento raro de saber poupar o equipamento ao longo de uma corrida - algo que será muito valorizado em 2010 com a proibição dos reabastecimentos.

Como os pit stops serão somente para troca de pneus, quem melhor conseguir poupar a borracha para permanecer mais tempo na pista vai ter uma grande vantagem.

Hamilton parece mais veloz do que Button, mas tem um estilo de pilotagem às vezes selvagem. Em 2007 e 2008, sofreu furos de pneu em momentos cruciais do campeonato. E sua tendência de travar as rodas em curvas de baixa e média velocidade já foi percebida por muitos.

Se não corrigir esse defeito em 2010, pode ser que Hamilton perca, sim, a disputa para Button. Mas os preparativos para o ano que vem estão só começando.

A Ferrari vai de Alonso e Massa. A McLaren, de Button e Hamilton. A Red Bull tem Vettel. A Mercedes provavelmente apostará em Rosberg. Só aí são seis pilotos que já começam o ano com aspirações de título.

O ano de 2010 promete, e promete muito. Se a política não se sobrepor sobre o esporte, a próxima temporada tem tudo para se tornar uma das mais especiais da história da Fórmula 1.

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Quase ninguém falou disso, mas outro piloto que também já está confirmado em 2010 é Timo Glock.

O alemão, sem dúvida um dos mais combativos e raçudos nomes do grid, fechou acordo com a estreante Manor, onde provavelmente terá o brasileiro Lucas di Grassi como companheiro de equipe.

Se for isso mesmo, a Manor já sai na frente das outras novatas pelo menos nesse aspecto fundamental: os pilotos.

Glock é realmente bom, embora não seja brilhante, e tem a capacidade de manter a motivação em alta mesmo quando as coisas não vão bem - algo que seu ex-parceiro na Toyota, Jarno Trulli, sempre lutou para conseguir.

Se tiver Di Grassi ao lado, o alemão vai encarar mais uma dura batalha pela liderança dentro de sua equipe. A tendência é que Glock leve vantagem, principalmente pela experiência.

Mas a disputa entre os dois será ainda mais ferrenha do que em 2007, quando Glock foi campeão da GP2 apenas alguns pontos à frente de Di Grassi.

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Toyota fora da Fórmula 1. Nenhuma surpresa.

Renault quase fora da Fórmula 1. Não seria nenhuma surpresa também.

Mercedes compra a Brawn GP e vai correr com equipe própria. Agora, sim, uma notícia inesperada.

E assim a Fórmula 1 mostra como vive em ciclos.

Mesmo durante um momento de crise, a categoria acaba de ganhar mais uma escuderia totalmente comandada por uma montadora.

As montadoras vão e vêm - no caso, estão mais saindo do que chegando, mas o processo vai acabar se invertendo em algum momento.

A Toyota já deixou a Fórmula 1, e a Renault pode até seguir o mesmo caminho. Seria ruim, mas faz parte.

Não seria o fim do mundo para a F-1, que já passou tantas vezes por inúmeras crises, e sempre acaba superando tudo no final.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Senna na Campos, Barrichello na Williams e Bridgestone longe da F-1

A Williams confirmou nesta segunda-feira que Rubens Barrichello e Nico Hulkenberg vão formar sua dupla de pilotos em 2009.

Todo mundo já sabia, mas ainda não era oficial.

Assim, o automobilismo brasileiro já tem três pilotos garantidos na próxima temporada da Fórmula 1.

Além de Barrichello, Felipe Massa permanece na Ferrari e Bruno Senna vai estrear pela Campos.

O anúncio da contratação do sobrinho de Ayrton pela novata equipe espanhola foi feito no fim da semana passada e ainda não tinha recebido comentários deste Blog.

Pois bem, vamos lá: Bruno fez uma escolha que está longe de ser a ideal.

Dizem que a Campos é a mais fraca das equipes que vão estrear em 2010. Se for isso mesmo, Bruno está condenado a andar sempre entre os últimos no ano que vem.

Mas isso não significa que ele tenha errado ao assinar com o time espanhol.

Assim como no ano passado - quando perdeu a vaga na Brawn e ficou à pé no resto da temporada - as opções de Bruno eram poucas e o futuro, bem nebuloso.

A Campos, ao menos, deixou claro desde o início que estava bem interessada em contratar o brasileiro e que vai dar todo o suporte a ele em 2010.

Se correr ao lado do veterano Pedro de la Rosa - o que parece mais provável neste momento - Bruno terá uma ótima chance de ser o principal homem da equipe e de se estabelecer como piloto do grid da Fórmula 1.

É verdade que a Campos é pequena e limitada. Mas é com ela que Bruno pode conquistar seu lugar na categoria.

Caso consiga provar que merece estar na Fórmula 1, Bruno verá as portas das outras equipes se abrirem naturalmente.

Vale lembrar que o próprio tio teve um início de carreira semelhante, estreando pela modesta Toleman em 1984...

Enquanto isso, Rubens Barrichello assinou contrato para correr pela Williams.

O tempo do acordo não foi divulgado. O que leva a crer que o compromisso é de apenas um ano.

Mas que o futuro de Barrichello na Fórmula 1 só existe a curto prazo mesmo. O próprio piloto já admitiu que pretende correr apenas mais duas ou três temporadas antes da aposentadoria definitiva.

A Williams será provavelmente a última casa de Rubinho na Fórmula 1.

Quanto tempo vai durar, ainda não dá para saber. Um, dois ou três anos no máximo.

De qualquer maneira, Barrichello já tem garantido um lugar na categoria até o momento que decidir não correr mais nela.

Ele é quem vai escolher quando não vai querer mais competir na Fórmula 1.

A grande maioria dos pilotos não consegue chegar nesse ponto. Ponto para Rubinho.

Não é exatamente a grande vitória que ele e os torcedores sonhavam. Mas não deixa de ser mais uma conquista na longa carreira de Barrichello.

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Notícia surpreendente: a Bridgestone, fornecedora única dos pneus da Fórmula 1 desde 2007, vai deixar a categoria no fim do ano que vem.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira, logo após o encerramento da temporada em Abu Dhabi.

A Bridgestone, muito afetada pela crise econômica, quer "direcionar seus investimentos para outras áreas" - um eufemismo para "não temos mais dinheiro para gastar aqui".

E, assim, a Fórmula 1 vai precisar sair atrás de uma nova fornecedora já para 2011.

O que leva à inevitável pergunta: e se nenhuma companhia se interessar? As equipes vão fabricar os próprios pneus? Claro que não, mas como esse problema seria resolvido?

A Fórmula 1 já quase deixou de correr em algumas ocasiões por falta de carros no grid. Mas por falta de pneus... seria uma situação inédita, sem dúvida.

Até 2011, é muito provável que Bernie Ecclestone encontre uma nova fornecedora para a categoria.

Mas... e se não conseguir encontrar ninguém?

Análise do Grande Prêmio - Abu Dhabi/Yas Marina (01/11/2009)

Análise dos pilotos:

Sebastian Vettel. Soube aproveitar a quebra de Hamilton e venceu de forma fácil. Nota 10
Mark Webber. Batido por Vettel sem muita luta, defendeu bem o segundo lugar. Nota 8
Jenson Button. Combativo, não desistiu da briga mesmo tendo um carro inferior. Nota 8
Rubens Barrichello. Uma pequena bobeada na largada comprometeu sua corrida. Nota 7
Nick Heidfeld. Sem errar, somou mais quatro pontos e fechou o ano à frente de Kubica. Nota 8
Kamui Kobayashi. Surpreendente, voltou a andar muito bem e até superou Trulli. Nota 8
Jarno Trulli. Ficou atrás de Kobayashi em sua provável despedida da Toyota. Nota 7
Sebastien Buemi. Brigou bastante e foi recompensado com um suado pontinho. Nota 8
Nico Rosberg. Sem brilhar, levou o carro até o fim sem ser muito notado. Nota 6
Robert Kubica. Chegou a rodar ao tentar uma manobra atrapalhada. Ao menos, tentou. Nota 6
Heikki Kovalainen. Sempre azarado, largou lá atrás e não conseguiu se recuperar. Nota 4
Kimi Raikkonen. Sua despedida da Ferrari foi realmente melancólica. Nota 5
Kazuki Nakajima. Manteve o nível do resto do ano e andou sempre no grupo de trás. Nota 4
Fernando Alonso. Cortado no "Q1", mal deve esperar para deixar logo a Renault. Nota 3
Vitantonio Liuzzi. Pelo menos foi mais rápido que Sutil durante todo o fim de semana. Nota 5
Giancarlo Fisichella. Assim como Badoer, estragou sua reputação na Ferrari. Nota 2
Adrian Sutil. Saiu lá de trás, tentou uma estratégia diferente e não deu nada certo. Nota 3
Romain Grosjean. Até que não foi tão mal. Pena que ficou em último de novo. Nota 3
Lewis Hamilton. Era o provável vencedor da corrida, mas faltou um pouco de sorte. Nota 7
Jaime Alguersuari. Só foi percebido quando simplesmente entrou no box errado. Nota 3

Análise das equipes:

Brawn GP. Fechou o ano sem o melhor carro. E daí? Foi campeã em tudo... ****
Red Bull. Uma dobradinha categórica. Vai voltar mais forte ainda em 2010. *****
McLaren. Hamilton quebrou. Ao menos, terminou à frente da Ferrari na tabela. **
Ferrari. Fim de temporada melancólico para a turma de Maranello. *
Toyota. Concluiu o ano de maneira digna, pontuando com os dois carros. ***
BMW. Assim como a Toyota, teve um encerramento de campeonato bem razoável. ***
Williams. Quase não apareceu durante todo o fim de semana, presa no meio do pelotão. **
Renault. Muito mal. Vexame na classificação, corrida para lá de discreta. *
Force India. Terminou o ano como começou: nas últimas posições. *
Toro Rosso. O esforço de Buemi rendeu um pontinho muito suado. ***

Análise da corrida:

Como era de se esperar, o ultra-moderno circuito de Abu Dhabi não conseguiu produzir uma corrida emocionante. Muito pelo contrário. Não fosse os esforços solitários de Kobayashi, Button, Kubica e Sutil, a prova teria terminado sem nenhuma tentativa de ultrapassagem...
Nível da corrida: Ruim

Análise do campeonato:

Não foi uma temporada tão espetacular quanto as duas anteriores. Em 2007 e 2008, o título foi decidido na última corrida, com reviravoltas inesperadas. Dessa vez, o piloto que disparou no início do ano soube administrar a vantagem até o fim. Méritos para Button. Mas o campeonato não foi lá tão ruim. Até que a briga pelo troféu de campeão gerou algumas batalhas bem interessantes.
Nível do campeonato: Bom

Balanço dos palpites:

Vitória: Jenson Button. O vencedor foi Sebastian Vettel
Pole Position: Jenson Button. A pole position foi de Lewis Hamilton
Melhor Volta: Jenson Button. A melhor volta foi de Sebastian Vettel.
Grid aleatório (18º lugar): Jaime Alguersuari. O 18º no grid foi Heikki Kovalainen
Tempo da pole: 1:42.115. O tempo da pole foi 1:40.948
Primeiro abandono: Sebastien Buemi. O primeiro a abandonar foi Jaime Alguersuari
Zona de pontuação:
1. Jenson Button (Sebastian Vettel)
2. Sebastian Vettel (Mark Webber)
3. Lewis Hamilton (Jenson Button)
4. Nico Rosberg (Rubens Barrichello)
5. Rubens Barrichello (Nick Heidfeld)
6. Kimi Raikkonen (Kamui Kobayashi)
7. Fernando Alonso (Jarno Trulli)
8. Adrian Sutil (Sebastien Buemi)
Placar da temporada:
Austrália - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Rubens Barrichello (segundo)
Malásia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
China - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Rubens Barrichello (quarto)
Bahrein - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Espanha - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Sebastian Vettel (quarto)
Mônaco - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Mark Webber (quinto)
Turquia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Inglaterra - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Jenson Button (sexto)
Alemanha - Vencedor: Mark Webber. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)
Hungria - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Europa - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Bélgica - Vencedor: Kimi Raikkonen. Palpite: Kimi Raikkonen (PRIMEIRO)
Itália - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Lewis Hamilton (abandono)
Cingapura - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)
Japão - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Sebastian Vettel (PRIMEIRO)
Brasil - Vencedor: Mark Webber. Palpite: Rubens Barrichello (oitavo)
Abu Dhabi - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Jenson Button (terceiro)

Não foi um fim de campeonato muito honroso nos palpites do Blog. Minhas apostas para o GP de Abu Dhabi foram um verdadeiro desastre. Errei tudo mesmo. Ao menos, o desempenho geral ao longo da temporada foi bastante razoável. Em 17 corridas, acertei o vencedor cinco vezes - repetindo a performance de 2008, aliás.
Nível dos palpites: Ruim
Placar da temporada: Cinco acertos em 17 possíveis

É isso aí. Logo mais, o Blog volta falando de Bridgestone, Barrichello e Bruno Senna.

domingo, 1 de novembro de 2009

Temporada termina com dobradinha da Red Bull

Foi em clima de fim de feira que a temporada da Fórmula 1 terminou neste domingo.

Uma corrida chata no suntuoso autódromo de Abu Dhabi - que, como se esperava, não conseguiu produzir nada de muito emocionante.

Vitória fácil de Vettel, que passeou na liderança após o abandono de Hamilton. O inglês, que largara na pole, era o único homem capaz de bater o alemão.

Depois da saída de Hamilton, ficou fácil para Vettel.

O piloto da Red Bull cruzou a linha de chegada mais de 17 segundos à frente do companheiro Webber e conquistou o vice-campeonato com estilo.

Para o australiano, garantir a segunda posição foi uma tarefa bem mais complicada.

Nas últimas voltas, o duelo de Webber com Button salvou o GP da completa monotonia.

O novo campeão não conseguiu a ultrapassagem, mas a disputa entre os dois foi bonita de se ver.

Ao contrário da previsão do Blog, Button ficou longe da vitória em Abu Dhabi. Mas terminou a temporada em alta, com uma performance combativa e digna de alguém que acabou de ganhar um título mundial.

Em quarto, Barrichello encerrou o campeonato de forma discreta. Superou Button na classificação, mas permaneceu o tempo inteiro atrás do companheiro de equipe na corrida.

A impressão é que o leve toque com Webber na largada atrapalhou um pouco o desempenho de Barrichello, que manteve um ritmo de corrida mais lento do que o esperado.

Apesar disso, Rubinho ainda conseguiu levar seu carro até o quarto posto. Mais do que isso seria realmente difícil.

A quinta posição ficou com Heidfeld, um piloto que não merece ser deixado de fora da Fórmula 1 em 2010.

Com os quatro pontos marcados neste domingo, o alemão passou o companheiro Kubica e foi o mais bem colocado piloto da BMW no campeonato.

Apesar disso, o futuro ainda é tenebroso para Heidfeld, enquanto Kubica já tem um contrato garantido com a Renault para o ano que vem.

Injustiça? Nem tanto, já que o polonês correu a maior parte do ano claramente desmotivado. Mas Heidfeld, um piloto consistente e lutador, ainda tem muito o que render na Fórmula 1.

Tomara mesmo que o GP de Abu Dhabi não tenha sido o último da carreira de "Quick Nick".

Em sexto e sétimo, a Toyota fechou a temporada de maneira bem digna.

A equipe mais uma vez falhou em conquistar seu grande objetivo - uma vitória - mas teve um ano bastante razoável.

E que ganhou bastante brilho nas últimas duas corridas com a estreia do jovem Kobayashi, um piloto que ainda pode dar muito o que falar na Fórmula 1.

Em Abu Dhabi, o japonês bateu o veterano Trulli e terminou num excelente sexto. Suas chances de continuar na Toyota em 2010 aumentaram bastante, enquanto as de Trulli vão na direção contrária.

Por fim, o último piloto da zona de pontuação foi Buemi. O suíço fechou o ano pontuando nas últimas duas corridas e fez um campeonato acima do esperado.

Se continuar nesse processo de evolução, pode ficar em condições de correr na parte da frente do grid num futuro não tão distante assim.

Na última corrida do ano, muita gente teve um desempenho melancólico.

Rosberg, Kubica, Kovalainen, Raikkonen, Alonso, Nakajima, Grosjean, Fisichella... todos esses se despediram de suas equipes de uma maneira nada espetacular.

Outros, como Alguersuari, Sutil e Liuzzi, não devem mudar de endereço em 2010, mas também tiveram um fim de ano pouco brilhante.

Agora, a Fórmula 1 entra de férias e fica um mês longe das pistas.

A próxima sessão de testes está marcada para os dias 1, 2 e 3 de dezembro, em Jerez de la Frontera. Serão dias decisivos para quem ainda não tem onde correr em 2010.

Corrida, mesmo, só em março do ano que vem. Até lá, ainda há muito o que acontecer.

Na próxima temporada, o grid poderá ter até 28 vagas - e a maioria ainda não foi preenchida.

Os motores já pararam de roncar, mas o noticiário da Fórmula 1 vai permanecer sempre agitado.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Palpitão do Grande Prêmio de Abu Dhabi

Pouco mais de oito meses após a abertura do campeonato, em março, a temporada 2009 da Fórmula 1 vai acabando com o Grande Prêmio de Abu Dhabi, no recém-inaugurado circuito de Yas Island.

Mais uma pista encravada num cenário espetacular, com estrutura impressionante e caríssima.

Resta saber se Abu Dhabi será capaz de produzir uma corrida interessante. O trabalho feito até aqui, ao menos, foi impecável.

Pista nova e desconhecida, Yas Island vai provocar muitas dificuldades para os pilotos. Será provavelmente uma daquelas corridas cheias de erros, com carros saindo do circuito e quem sabe até entradas de safety car.

Sim, os muros de proteção ficam bem perto da pista e não será surpresa nenhuma se o carro de segurança precisar fazer uma intervenção.

E quem vai vencer?

A aposta do Blog - uma aposta bem confiante, por sinal - é no recém-coroado campeão Jenson Button.

O inglês não vence uma corrida desde o GP da Turquia, sétima etapa da temporada. De lá para cá, esteve mais preocupado em acumular pontos do que disputar vitórias.

Deu certo: em Interlagos, Button se sagrou campeão com uma corrida de antecipação.

Agora, o piloto da Brawn GP quer fechar o ano provando que mereceu o caneco. E minha intuição diz que Button vai fazer uma corrida convicente para vencer em Abu Dhabi. Com direito a pole e melhor volta.

Na briga pelo vice-campeonato, o palpite é que Vettel leva a melhor sobre Barrichello. Nenhum dos dois considera a disputa lá muito importante, mas fica aqui a aposta.

McLaren ou Ferrari em terceiro lugar nos construtores? McLaren. E com Hamilton no pódio.

Rosberg vai marcar pontos na sua despedida da Williams. Assim como Raikkonen, que deixa a Ferrari, e Alonso, de saída da Renault.

E Sutil termina em oitavo com a simpática Force India. O alemão tem tido azar ultimamente e merece um pontinho, pelo menos...

O palpitão completo está logo abaixo:

Vitória: Jenson Button
Pole Position: Jenson Button
Melhor Volta: Jenson Button
Grid aleatório (18º lugar): Jaime Alguersuari
Tempo da pole: 1:42.115
Primeiro abandono: Sebastien Buemi
Zona de pontuação:
1. Jenson Button
2. Sebastian Vettel
3. Lewis Hamilton
4. Nico Rosberg
5. Rubens Barrichello
6. Kimi Raikkonen
7. Fernando Alonso
8. Adrian Sutil

Os primeiros treinos acontecem nesta sexta-feira, às 7h e 11h de Brasília. A classificação de sábado e a corrida de domingo começam às 11h.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Jean Todt é o novo presidente da FIA

A FIA elegou nesta sexta-feira seu novo presidente.

Sai Max Mosley, entra Jean Todt.

O dirigente francês derrotou com sobras o adversário Ari Vatanen, ex-campeão mundial de rally, e foi eleito com o apoio de mais de 70% dos delegados da entidade.

Todt venceu, o que já era esperado. Mas a folgada vantagem sobre Vatanen, que teve só 25% dos votos, foi até um pouco surpreendente.

O ex-chefão da Ferrari começa seu mandato à frente da FIA com bastante moral. Não será fácil se equilibrar em meio à interminável disputa de poder dentro da entidade.

Ao menos, porém, o início da caminhada de Todt na presidência da FIA promete ser bem mais tranquila do que a gestão de Max Mosley.

Por enquanto, o francês tem o respaldo da maioria absoluta dos delegados. E até das próprias equipes da Fórmula 1 - que, unidas na Fota, divulgaram uma nota respeitosa e educada parabenizando Todt pela vitória na eleição.

Evidente que a Fota preferia ver Vatanen na presidência da FIA. Mas, entre Todt e Mosley, é óbvio que as equipe escolheriam o francês.

Mudanças à vista na entidade? Sim e não.

Todt promete ser um presidente mais, digamos, democrático do que Mosley. Um homem disposto a ouvir mais opiniões antes de tomar uma decisão, por assim dizer.

Mas é ingênuo pensar que a postura histórica da FIA vai mudar só porque o francês chegou ao poder.

A FIA é - e vai continuar a ser - uma autocracia, nada mais do que um clube formado por federações que defendem apenas seus próprios interesses.

Ainda é difícil imaginar, no futuro próximo, uma entidade que funcione pura e somente para o esporte a motor.

Os acordos escusos e as trocas mútuas de acusação devem continuar a fazer parte da rotina da FIA. A briga pelo poder, as disputas políticas, nada disso vai mudar muito com a chegada de Todt.

Apesar disso, a vitória do francês na eleição desta sexta-feira traz um pouco de esperança, como sempre.

Que o esporte prevaleça sobre a política quando regras e contratos forem discutidos. É isso o que todos os fãs do automobilismo desejam ver com Todt.

domingo, 18 de outubro de 2009

Análise do Grande Prêmio - Brasil/Interlagos (18/10/2009)

Análise dos pilotos:

Mark Webber. Fez uma prova sem erros e obteve a vitória como recompensa. Nota 10
Robert Kubica. Parece que o acerto com o Renault trouxe sua motivação de volta. Nota 9
Lewis Hamilton. Saiu de 17º para terceiro. Tática certeira, performance fantástica. Nota 9
Sebastian Vettel. Lutou muito, mas também viu as esperanças de título sumirem. Nota 7
Jenson Button. Corajoso e batalhador, provou em Interlagos que mereceu o título. Nota 9
Kimi Raikkonen. Poderia até ter vencido se não fosse o choque com Webber no início. Nota 7
Sebastien Buemi. Ótima classificação e ritmo consistente durante toda a corrida. Nota 8
Rubens Barrichello. Pole espetacular, corrida de pouca sorte, sonho adiado de novo... Nota 8
Heikki Kovalainen. Rodou na largada e não conseguiu se recuperar. Nota 4
Kamui Kobayashi. Grande surpresa da prova, foi muito agressivo e ganhou vários fãs. Nota 9
Giancarlo Fisichella. Muito apagado, andou sempre entre os últimos. Nota 3
Vitantonio Liuzzi. Batido com facilidade por Sutil, também fez uma corrida obscura. Nota 4
Romain Grosjean. Uma chicane ambulante. Ultrapassado facilmente por todo mundo. Nota 2
Jaime Alguersuari. Até que se classificou bem, mas terminou lá atrás de novo. Nota 4
Kazuki Nakajima. Vinha fazendo uma de suas melhores provas até bater feio. Nota 4
Nico Rosberg. Certamente terminaria no pódio se não tivesse quebrado. Nota 7
Nick Heidfeld. Outro que não teve sorte. Estava se recuperando bem, mas quebrou. Nota 5
Adrian Sutil. Um excelente terceiro lugar no grid desperdiçado logo na largada. Nota 6
Jarno Trulli. Não teve culpa na batida com Sutil. Mas a reação irada foi um papelão. Nota 2
Fernando Alonso. Vítima da confusão inicial, perdeu uma boa chance de pontuar. Nota 5

Análise das equipes:

Brawn GP. Campeão mundial de pilotos e construtores. Com todos os méritos. *****
Red Bull. Se não fosse o azar de Vettel no sábado, a dobradinha seria fácil. ****
McLaren. Passou a Ferrari entre os construtores e está um ponto à frente da rival. ****
Ferrari. Fisichella continua perdido e Raikkonen voltou a ter má sorte. ***
Toyota. Perdeu Trulli no início e escolheu muito mau a estratégia de Kobayashi. **
Williams. Pela primeira vez no ano, nenhum dos carros completou a prova. **
BMW. Está se despedindo da Fórmula 1 com dignidade. ****
Renault. Superada pela BMW, está só em oitavo entre os construtores. *
Force India. Tem um carro rápido, mas perde muitas oportunidades de pontuar. **
Toro Rosso. Voltou aos pontos pela primeira vez em dez corridas. ***

Análise da corrida:

Que diferença faz um circuito de verdade como Interlagos! A corrida deste domingo foi agitada, com diversas ultrapassagens e alguns acidentes. Na segunda metade da prova a ordem se acalmou e as mudanças foram poucas. Mesmo assim, o GP do Brasil foi um dos melhores do ano.
Nível da corrida: Muito boa

Análise do campeonato:

A briga pelo título deste ano não foi tão dramática quanto em 2007 (Raikkonen x Hamilton x Alonso) ou 2008 (Hamilton x Massa). Apesar disso, o campeonato se manteve indefinido até a penúltima corrida. Sim, poderia ter sido melhor, mas a disputa entre Button, Rubinho e os pilotos da Red Bull teve boas doses de emoção.
Nível do campeonato: Bom

Balanço dos palpites:

Vitória: Rubens Barrichello. A vitória foi de Mark Webber
Pole Position: Mark Webber. O pole position foi Rubens Barrichello
Melhor Volta: Lewis Hamilton. A melhor volta foi de Mark Webber
Grid aleatório (17º lugar): Romain Grosjean. O 17º no grid foi Lewis Hamilton
Tempo da pole: 1:13.350. O tempo da pole foi 1:19.576
Primeiro abandono: Romain Grosjean. Os primeiros a abandonar foram Fernando Alonso, Adrian Sutil e Jarno Trulli
Zona de pontuação:
1. Rubens Barrichello (Mark Webber)
2. Sebastian Vettel (Robert Kubica)
3. Mark Webber (Lewis Hamilton)
4. Nico Rosberg (Sebastian Vettel)
5. Jenson Button (PALPITE CORRETO)
6. Kimi Raikkonen (PALPITE CORRETO)
7. Fernando Alonso (Sebastien Buemi)
8. Adrian Sutil (Rubens Barrichello)
Placar da temporada:
Austrália - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Rubens Barrichello (segundo)
Malásia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
China - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Rubens Barrichello (quarto)
Bahrein - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Espanha - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Sebastian Vettel (quarto)
Mônaco - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Mark Webber (quinto)
Turquia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Inglaterra - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Jenson Button (sexto)
Alemanha - Vencedor: Mark Webber. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)
Hungria - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Europa - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Bélgica - Vencedor: Kimi Raikkonen. Palpite: Kimi Raikkonen (PRIMEIRO)
Itália - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Lewis Hamilton (abandono)
Cingapura - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)
Japão - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Sebastian Vettel (PRIMEIRO)
Brasil - Vencedor: Mark Webber. Palpite: Rubens Barrichello (oitavo)

Foram dois acertos na mosca: o quinto lugar do campeão Button e o sexto de Raikkonen. Bom para o bolão. Apesar disso, o Blog não foi lá tão bem nos palpites. Primeiro, porque joguei minhas fichas na superioridade da Brawn frente à Red Bull. E, além disso, também apostei que a decisão ficaria para Abu Dhabi...
Nível dos palpites: Regular
Placar da temporada: Cinco acertos em 16 possíveis

Por hoje, é só. Até a próxima!

Jenson Button, campeão mundial de Fórmula 1

E não deu para Rubens Barrichello.

Rubinho lutou bastante e tentou ao máximo compensar as deficiências do carro, mas não foi o suficiente.

O título ficou para Button, digno campeão da Fórmula 1 em 2009. O inglês mereceu vencer o campeonato deste ano.

Embora tenha feito várias corridas apagadas após sua sequência de vitórias no início da temporada, Button foi o piloto mais regular e também o mais inteligente.

E compensou a fase ruim da segunda metade do ano com uma pilotagem espetacular em Interlagos.

Na prova deste domingo, Button fez uma corrida com cara de campeão. Com sorte e estrela de campeão. Foi só o quinto, é verdade, mas ele não precisava de mais do que isso.

Largando de 14º, o inglês evitou problemas nas primeiras voltas e soube tirar proveito do azar dos demais para escalar o pelotão.

Mas o progresso de Button não pode ser atribuído apenas à falta de sorte alheia.

O novo campeão também teve que trabalhar bastante.

E, sempre que precisou, mostrou personalidade e coragem para ganhar várias posições na pista, no braço.

Enquanto isso, Rubinho teve uma corrida de pouca sorte. Não havia mesmo muito a fazer para mudar o resultado final do campeonato.

O brasileiro se encaminhava para um tranquilo terceiro quando começou a perder rendimento no segundo "stint", de forma semelhante ao que ocorreu nas duas corridas anteriores - Cingapura e Japão.

Na briga por um lugar no pódio, foi ultrapassado por Hamilton e, na disputa com o piloto da McLaren, parece ter furado o pneu por causa de um leve toque na asa dianteira do inglês.

Estava selada a sorte de Rubinho, que precisou ir ao box pela terceira vez e caiu para oitavo. Nessa altura, o título já estava nas mãos de Button mesmo.

Lá na frente, Webber conquistou uma merecida vitória e Kubica faturou um ótimo segundo lugar - uma recompensa para o polonês após a frustrante temporada da BMW.

Sobrou para Hamilton o terceiro posto, resultado espetacular para quem largou de 17º no grid.

Outro que também evoluiu bastante foi Vettel, que pulou de 15º para quarto. O jovem alemão não desistiu nunca do sonho do título e conseguiu um resultado que o coloca à frente de Rubinho na briga pelo vice.

Atrás de Button, o quinto, completaram a zona de pontuação Raikkonen, Buemi e Barrichello. O finlandês e o suíço fizeram o bastante. Com o carro que têm, não poderiam ir mais à frente.

Kovalainen terminou em nono, em mais um corrida obscura. Já o estreante Kobayashi surpreendeu muitos, foi sempre combativo e merecia algo bem melhor do que o décimo.

Sem dúvida, o japonês da Toyota foi a grande surpresa da prova, embora seu resultado final não dê a dimensão da ótima corrida que fez.

Fisichella e Liuzzi foram coadjuvantes de luxo, assim como Grosjean - uma chicane ambulante - e Alguersuari, cuja tática confusa da Toro Rosso o derrubou para a última posição.

Abandonaram Heidfeld e Rosberg por problemas mecânicos. Os dois deveriam pontuar, mas faltou sorte.

Nakajima bateu ao tentar uma afobada ultrapassagem sobre Kobayashi. Na disputa dos japoneses, o novato começa a ganhar a preferência na Toyota.

Já Trulli, Alonso e Sutil foram vítimas de um típico acidente de primeira volta. O espanhol, sem culpa, foi acertado pelo carro desgovernado do alemão, que havia se tocado com o italiano momentos antes.

Batida de corrida, sem vilões. Mas Trulli - um veterano perto do desemprego, irado com mais uma boa prova desperdiçada - partiu para cima de Sutil e acusou o piloto da Force India de ser desleal.

Um papelão. Sutil, ao menos, teve calma para não retribuir o dedo na cara do italiano. Fosse um piloto mais esquentado, a zona de escape do Laranjinha teria virado um ringue de box.

Daqui a duas corridas, a Fórmula 1 estreia em Abu Dhabi. Será uma corrida amistosa, sem nenhuma grande decisão.

Mais uma vez, o circuito de Interlagos provou sua vocação para decidir títulos. Desde 2004, quando a prova foi realocada para o fim da temporada, a pista coroou cinco campeões em seis edições do GP Brasil - Alonso (duas vezes), Raikkonen, Hamilton e Button.

Neste e no ano passado, um brasileiro levou a pior na disputa com um inglês.

Resta torcer para que a história não se repita pela terceira vez em 2010.

O grid promete ser recheado de brasucas - Massa e Rubinho já estão garantidos; Senna está bem perto, enquanto Di Grassi e Nelsinho ainda têm esperanças.

Será que o jejum de títulos tupiniquins cai no ano que vem? É esperar para ver.

Em 2009, já não dá mais.

A taça é de Button. Salve o novo campeão.

sábado, 17 de outubro de 2009

Rubinho faz pole emocionante e mantém viva chance de título

Paciência é o que não falta a Rubens Barrichello.

Ninguém esperou tanto tempo quanto ele para ter uma chance de disputar o título da Fórmula 1. Poucos pilotos passaram por tantos percalços, tantas frustrações, tantos momentos em que qualquer outro teria perdido a esperança.

Mas Rubinho sempre manteve sua fé de que teria uma possibilidade de chegar lá. Ela veio neste ano. E, mesmo que não chegue a ser campeão, o brasileiro da Brawn GP já pode se considerar a temporada 2009 como a melhor de sua carreira.

A classificação deste sábado durou quase três horas, com inúmeros interrupções por causa da forte chuva sobre Interlagos. Para Rubinho, a longa espera não foi problema.

Já são 16 temporadas na Fórmula 1, em busca do sonhado título. Algumas horinhas a mais não fariam a menor diferença.

E foi assim que Barrichello conquistou neste sábado aquela que talvez tenha sido a pole mais emocionante de sua carreira.

Na chuva, na raça, para manter viva a possibilidade ainda remota de ser campeão.

O rival Jenson Button só precisa de um quarto lugar para garantir o campeonato. Mas foi só o 14º na classificação.

Largando na chuva e no meio do pelotão, tem muito a se preocupar - as lembranças do acidente na primeira volta do GP da Bélgica ainda devem estar na cabeça do inglês.

Sem Button por perto, Rubinho correu contra o australiano Mark Webber e o alemão Adrian Sutil, que acabaram sendo seus adversários mais próximos.

No fim, deu Barrichello na cabeça, com um décimo de vantagem para Webber e quatro para Sutil.

Sim, o título ainda continua bem distante.

Mas a tão esperada vitória em Interlagos, no quintal de casa, está mais perto do que nunca.

E já seria uma tremenda recompensa para a longa e árdua caminhada de Rubinho na Fórmula 1.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Palpitão do Grande Prêmio do Brasil

É hora de decisão.

O campeão da temporada 2009 da Fórmula 1 pode sair já neste fim de semana. Para isso, Jenson Button precisa apenas de um quarto lugar no Grande Prêmio do Brasil.

Parece fácil. E é. Mas o título, ao menos por enquanto, continua indefinido.

Assim como na maior parte da temporada, a corrida de Interlagos deve ser um duelo particular entre Brawn GP e Red Bull.

Como McLaren e Ferrari interromperam o desenvolvimento de seus carros atuais para se concentrar em 2010, só mesmo as duas principais equipes do ano continuam focadas na atual temporada.

Em Interlagos, vale a mesma lógica de todos os outros circuitos: com calor, a Brawn leva vantagem. Se esfriar, ponto a favor para a Red Bull.

E se chover? Aí qualquer tipo de previsão se torna quase impossível. Nas duas únicas corridas chuvosas do ano, dá empate entre as duas escuderias: Button venceu na Malásia e Vettel, na China.

Apesar da óbvia desvantagem na luta pelo título, parece que todo mundo - inclusive os que não são brasileiros - está torcendo por Barrichello, talvez porque esta seja a primeira e única chance que ele terá para se sagrar campeão.

A tarefa de Rubinho é complicada. Mas, se o título é um objetivo distante, a vitória na etapa brasileira é algo bem mais próximo de alcançar.

Barrichello não tem que se preocupar com as contas do campeonato enquanto estiver na pista. O principal é se concentrar em vencer, puramente isso.

É nele que o Blog aposta para a vitória em Interlagos. E, apenas para colocar um pouco mais de emoção, o palpite é que Button termina apenas em quinto e a decisão fica para a corrida de Abu Dhabi.

A Red Bull vai correr próxima da Brawn e terminar com os dois pilotos no pódio. Vettel chega em segundo. Webber, em terceiro. E o australiano também vai fazer a pole.

O palpitão completo para o Grande Prêmio do Brasil está logo abaixo:

Vitória: Rubens Barrichello
Pole Position: Mark Webber
Melhor Volta: Lewis Hamilton
Grid aleatório (17º lugar): Romain Grosjean
Tempo da pole: 1:13.350
Primeiro abandono: Romain Grosjean
Zona de pontuação:
1. Rubens Barrichello
2. Sebastian Vettel
3. Mark Webber
4. Nico Rosberg
5. Jenson Button
6. Kimi Raikkonen
7. Fernando Alonso
8. Adrian Sutil

Os treinos de sexta-feira já estão rolando. O treino classificatório de sábado e a corrida, no domingo, começam às 14h, horário de Brasília.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Rubinho, Williams e Cosworth juntos em 2010

A notícia ainda não é confirmada oficialmente, mas tudo indica que Rubens Barrichello será piloto da Williams em 2010.

E que a equipe inglesa, assim como fez em 2006, vai alinhar no grid com motores Cosworth.

Nesta quarta, a Williams anunciou o fim da parceria com a Toyota, que durou dois anos e não rendeu lá tantos frutos.

Os motores japoneses não são especialmente ruins, mas ficam devendo em relação a Renault, Ferrari e Mercedes.

Na Inglaterra, a fábrica da Williams fica ao lado das instalações da Cosworth. Mas o negócio entre as duas partes não está sendo motivado apenas pelas vantagens logísticas.

Ao contrário das adversárias, a Cosworth teve condições de desenvolver seus motores para 2010 sem obeceder ao congelamento que paralisou a evolução de todos os outros propulsores do grid.

Quem tiver Cosworth no ano que vem provavelmente vai levar certo benefício.

Em meio a tudo isso, a Williams está perto de perder o alemão Nico Rosberg, mas vai substituí-lo por um jovem novato também de grande potencial: o xará Nico Hulkenberg.

Como a presença de Kazuki Nakajima não se faz mais necessária - afinal, o japonês era apenas uma imposição da Toyota - a Williams ficou com outra vaga aberta.

E, obedecendo à famosa lógica de combinar um piloto jovem e rápido com um veterano bastante experiente, a equipe busca a contratação de Barrichello.

Para Rubinho, é realmente a melhor escolha que pode fazer no momento.

Ele não tem chances de ficar na Brawn GP - muito mais por culpa das circunstâncias do que por seu desempenho na pista, que superou bastante as expectativas.

Nas demais equipes, não tem espaço. Talvez até a Renault ou a Toyota poderiam se interessar em Barrichello, mas esse não parece ser o caso.

A Williams, embora não vença uma corrida desde 2004, é uma equipe comprometida com a Fórmula 1. E que vem evoluindo a passos lentos nos últimos anos, melhorando progressivamente de 2007 para cá.

A parceria com a Cosworth pode, sim, representar o salto que faltava para a escuderia inglesa.

Rubinho, sem muito exagero, tem condições de sonhar com vitórias ao lado da Williams em 2010.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Kubica e Renault: os franco-atiradores de 2010

Pouco a pouco, o grid da próxima temporada vai tomando forma.

A Red Bull foi a primeira a confirmar seus pilotos: Vettel e Webber, que permanecem em 2010.

Na McLaren, Hamilton continua e o companheiro ainda é uma incógnita - pode ser Kovalainen, pode ser Raikkonen, pode ser Rosberg ou até mesmo uma surpresa como Sutil.

Como todos já sabem, a Ferrari anunciou Alonso e continua com Massa no ano que vem.

Agora, foi a vez da Renault revelar parte de seus planos. O time francês confirmou a esperada chegada de Kubica, mas não adiantou quem será o parceiro do polonês em 2010.

Ex-protegido da Renault quando ainda corria nas categorias de base, Kubica retorna às origens e forma com a equipe uma dupla promissora.

Os dois andam em baixa na atual temporada. Kubica está perdendo a disputa para o companheiro Heidfeld na BMW, embora continue muito melhor cotado do que o alemão.

Já a Renault, nem precisa dizer, quer esquecer 2009 e os acontecimentos que foram desenterrados de 2008.

Em 2010, tanto Kubica quanto a Renault tentam um recomeço na Fórmula 1. Ninguém espera que o polonês dispute o título já no ano que vem, mas certamente é esse o pensamento que passa pela cabeça dele.

Kubica e a Renault são franco-atiradores. Se chegarem a brigar pelo campeonato, ótimo. Se não conseguirem, poucos vão cobrá-los por isso.

Agora, é esperar pelos próximos lances para a próxima temporada. Muitas vagas estão em jogo e um número razoável de pilotos de bom nível continuam no mercado - gente como Glock, Trulli, Heidfeld, Kovalainen, Sutil, Senna e Di Grassi, por exemplo.

Isso sem falar em Raikkonen, a grande dúvida do momento. À exceção de Ferrari, Red Bull e Brawn GP, o finlandês tem o poder de escolher a equipe que quiser.

As próximas semanas serão interessantes. Mesmo depois que o campeonato acabar, a Fórmula 1 ainda terá bastante assunto para os jornais.

domingo, 4 de outubro de 2009

Análise do Grande Prêmio - Suzuka/Japão (04/10/2009)

Análise dos pilotos:

Sebastian Vettel. Domínio total do início ao fim. Uma corrida perfeita. Nota 10
Jarno Trulli. Foi um valente segundo. Será o canto do cisne de sua carreira na Toyota? Nota 9
Lewis Hamilton. Não foi brilhante, mas obteve mais um bom resultado. Nota 8
Kimi Raikkonen. Após ser demitido, mostrou que não perdeu a velocidade. Nota 8
Nico Rosberg. O safety car deu sorte. Um quinto lugar acima das expectativas. Nota 8
Nick Heidfeld. Discreto como de costume, somou mais uns pontinhos. Nota 7
Rubens Barrichello. Lutando com o acerto do carro, foi um frustrante sétimo. Nota 5
Jenson Button. Perto de se tornar um dos campeões mais sem graça da história. Nota 5
Robert Kubica.
Combativo, brigou para chegar aos pontos, mas não conseguiu. Nota 6
Fernando Alonso. Mal nos treinos, nem apareceu direito na corrida. Nota 4
Heikki Kovalainen. De bom, apenas a esperta ultrapassagem sobre Fisichella. Nota 4
Giancarlo Fisichella.
Pouco à vontade, não consegue se acertar na Ferrari. Nota 3
Adrian Sutil. Merecia mais. O acidente com Kovalainen foi culpa do finlandês. Nota 5
Vitantonio Liuzzi. Largou lá atrás e manteve um ritmo de corrida decente. Nota 5
Kazuki Nakajima. É lento demais. Nem mesmo em casa conseguiu aparecer direito. Nota 2
Romain Grosjean. Andou em último quase o tempo inteiro. Nota 1
Mark Webber. Fez a volta mais rápida só para mostrar que também correu. Nota 4
Jaime Alguersuari.
Até que vinha correndo direitinho, mas aí destruiu o carro no fim. Nota 4
Sebastien Buemi. Pela primeira vez, foi batido pelo inexperiente companheiro. Nota 3
Timo Glock. Arrebentou-se no treino e viu a corrida pela TV. Sem nota

Análise das equipes:

Brawn GP. Esteve longe de brilhar, mas ficou a um passo dos títulos. **
Red Bull. Não fossem os problemas de Webber, teria feito uma dobradinha fácil. *****
Ferrari. Terá dificuldade para vencer a McLaren entre os construtores. **
McLaren. Perdeu para a Red Bull, mas continua competitiva. ***
Toyota. Confirmou sua evolução com o segundo pódio consecutivo. ****
Williams. Como sempre, só pontuou graças a Rosberg. ***
Renault. Uma corrida fraquíssima, sempre entre os últimos. *
BMW. Vai encerrando sua passagem pela Fórmula 1 com dignidade. ***
Force India. Caiu de produção, mas ainda tem condições de brigar por pontos. **
Toro Rosso. Seus pilotos parecem empenhados em destruir todos os carros do time. *

Análise da corrida:

O retorno de Suzuka ao calendário não rendeu um GP do Japão emocionante. Tudo bem que os treinos de sexta, em meio à chuva, e de sábado - com todas as pancadas na classificação - foram animados. Mas a corrida, em si, foi uma das piores da temporada. Prova de que nem mesmo um circuito de verdade é suficiente para proporcionar um GP marcante.
Nível da corrida: Chata

Análise do campeonato:

Agora, sim, a parada está praticamente definida a favor de Button. O inglês ainda pode perder o título para Barrichello e Vettel, mas precisa apenas de um quarto lugar nas duas corridas que restam para levantar o caneco. A reta final do campeonato está menos emocionante do que nos últimos anos.
Nível do campeonato: Poderia ser melhor

Balanço dos palpites:

Vitória: Sebastian Vettel. Na mosca!
Pole Position: Sebastian Vettel. Na mosca!
Melhor Volta: Mark Webber. Na mosca!
Grid aleatório (16º lugar): Romain Grosjean. O 16º no grid foi Fernando Alonso
Tempo da pole: 1:42.450. O tempo da pole foi 1:32.569
Primeiro abandono: Jarno Trulli. O primeiro a abandonar foi Sebastien Buemi
Zona de pontuação:
1. Sebastian Vettel (PALPITE CORRETO)
2. Rubens Barrichello (Jarno Trulli)
3. Mark Webber (Lewis Hamilton)
4. Lewis Hamilton (Kimi Raikkonen)
5. Jenson Button (Nico Rosberg)
6. Kimi Raikkonen (Nick Heidfeld)
7. Timo Glock (Rubens Barrichello)
8. Nico Rosberg (Jenson Button)
Placar da temporada:
Austrália - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Rubens Barrichello (segundo)
Malásia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
China - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Rubens Barrichello (quarto)
Bahrein - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Espanha - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Sebastian Vettel (quarto)
Mônaco - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Mark Webber (quinto)
Turquia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Inglaterra - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Jenson Button (sexto)
Alemanha - Vencedor: Mark Webber. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)
Hungria - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Europa - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Bélgica - Vencedor: Kimi Raikkonen. Palpite: Kimi Raikkonen (PRIMEIRO)
Itália - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Lewis Hamilton (abandono)
Cingapura - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)
Japão - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Sebastian Vettel (PRIMEIRO)

A bola de cristal do Blog funcionou neste fim de semana. O palpite principal - Vettel para a vitória - foi na mosca. Além disso, também acertei a pole do alemão e a melhor volta de Webber. Erros aconteceram como sempre - o chute do tempo da pole, por exemplo, ficou 10 segundos acima da marca de Vettel no sábado - mas, no geral, o Blog mandou bem.
Balanço dos palpites: Muito bom
Placar da temporada: Cinco acertos em 15 possíveis

Por hoje, é só. Até mais!

Vitória tranquila de Vettel e Button tem o título nas mãos

O GP do Japão frustrou as expectativas.

Corrida chata, com quase nenhuma ultrapassagem e posições definidas principalmente nas paradas de pit stop, para variar.

Lá na frente, Vettel chegou perto de conseguir uma façanha.

O alemão largou na pole, liderou todas as voltas das provas e venceu. Só faltou cravar a melhor volta para fazer o que os ingleses chamam de "Grand Slam" - na Fórmula 1, isso não acontece desde a vitória de Schumacher no GP da Hungria de 2004.

De qualquer maneira, foi um triunfo maiúsculo do piloto da Red Bull. Que se mantém na briga pelo campeonato, embora ainda com chances remotas.

Perto de ser dispensado pela Toyota, Trulli conquistou um excepcional segundo lugar. Resultado que o italiano nem comemorou direito, talvez por saber que o futuro continua bastante incerto para ele...

Hamilton fechou o pódio, levando a McLaren ao limite. Raikkonen também merece elogios por terminar em quarto com uma Ferrari que não está lá essas coisas.

Com uma tática diferenciada, Rosberg ganhou três posições nos boxes ao permanecer mais tempo na pista e fechou em quinto. Mais alguns pontinhos para o alemão, que já deve estar contando os dias para sentar num carro mais competitivo em 2010.

Heidfeld largou em quarto, terminou em sexto e consolidou sua vantagem sobre o companheiro Kubica no campeonato. Apesar disso, está em situação muito mais complicada do que o polonês quando se trata de arrumar uma vaga para o ano que vem.

Na briga pelo campeonato, mais um empate técnico. O que, no caso, é vantagem para Button.

O inglês finalizou em oitavo, marcando apenas um pontinho. Mas o resultado da corrida foi ótimo para ele: como Rubinho não passou de sétimo, a distânica entre os dois ainda está em 14 pontos, restando apenas duas provas.

Para o brasileiro, a corrida da Suzuka foi uma frustração.

Logo de início, ficou claro que Rubinho não conseguiria evoluir muito. Mas o segundo "stint" do brasileiro foi particularmente lento e tirou qualquer possibilidade de melhor resultado.

Se Button não tivesse perdido tanto tempo atrás de Kovalainen e Sutil na parte inicial da prova, certamente teria terminado à frente de Barrichello. O ritmo do inglês era, de fato, mais forte que o do companheiro.

Rubinho ainda se manteve à frente de Button, mas não adiantou muito. Tirou apenas um ponto - se fosse sempre assim, precisaria de quase um campeonato inteiro para virar o jogo. Tem apenas duas corridas para tentar a recuperação.

O título segue indefinido, mas tudo indica que a decisão será mesmo no Brasil. O Mundial de Pilotos e o de Construtores devem ser confirmados para Button e a Brawn GP em Interlagos.

Para Barrichello e Vettel, ainda resta esperança. A distância deles para Button é de 14 e 16 pontos, respectivamente. Menor do que os 17 que Raikkonen tinha atrás de Hamilton em 2007, a duas provas do fim. Naquele ano, o finlandês foi campeão.

Mas é muito difícil que a história se repita.

Button tem as duas mãos na taça de campeão. Só falta levantar mesmo.

sábado, 3 de outubro de 2009

Vettel faz a pole e Suzuka não perdoa...

"Esse circuito não perdoa", foram as palavras do alemão Nico Rosberg sobre o treino classificatório do GP do Japão.

E não perdoa mesmo.

O piloto da Williams conseguiu manter seu carro na pista e foi recompensado com um bom sexto lugar. Mas Rosberg foi a exceção. A maior parte do grid teve um dia bem complicado em Suzuka.

Após a chuva de sexta-feira, o circuito ficou bem sujo e isso provavelmente contribuiu para o número excepcional de incidentes no treino classificatório.

Buemi (duas vezes), Alguersuari, Kovalainen e Glock encontraram o muro. Outros quatro pilotos - Barrichello, Button, Sutil, Alonso - foram penalisados por não obedecerem às bandeiras amarelas.

Isso sem falar nas punições técnicas, recebidas por Liuzzi e Webber, que vão largar nas duas últimas posições por precisarem trocar, respectivamente, o câmbio e o chassis inteiro do carro.

Quando a poeira baixou, Sebastian Vettel fez a pole.

O alemão da Red Bull já havia o mais rápido no "Q1" e no "Q2". Estabeleceu a melhor marca com certa folga e pinta como o grande nome à vitória no Japão.

Em segundo, Trulli mostrou força com a Toyota, que corre em casa neste fim de semana. O italiano é o típico piloto que não sabe aproveitar oportunidades direito, mas não pode ser descartado na briga por um pódio, ao menos.

Os maiores rivais de Vettel na disputa pela vitória são Hamilton e Raikkonen. O inglês, que vem de um triunfo em Cingapura, larga de terceiro. O finlandês, de quinto. Entre eles, ainda há o discreto Heidfeld.

Com a vantagem do "KERS", Hamilton e Raikkonen podem ganhar posições na largada e ameaçar Vettel. Mas o favoritismo ainda é do alemão.

Num dia recheado de acidentes, os protagonistas da temporada perderam terreno por causa de um erro bobo.

Tanto Barrichello quanto Button ignoraram as bandeiras amarelas e foram justamente punidos. Um deslize que poderia ter sido evitado pelos dois.

Agora, o brasileiro sai de nono. O inglês, de 11º. Cenário semelhante ao de Cingapura: com os dois longe das primeiras posições, Button vai se concentrar em marcar Rubinho. O importante para o líder do campeonato é minimizar o prejuízo e não deixar que a sua vantagem caia muito.

A largada para o GP do Japão está marcada para 2h. Não esqueça de botar o despertador.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Palpitão do Grande Prêmio do Japão

E Alonso finalmente assinou com a Ferrari...

O segredo mais mal guardado do mundo se revelou, enfim. Já estava na hora mesmo.

Em 2010, a Ferrari terá dois pilotos extremamente fortes. Com Alonso e Massa, a equipe italiana tem a dupla que considera ideal.

Mas, enquanto o ano que vem não chega, o espanhol continua na Renault e o brasileiro segue com sua recuperação no Brasil.

A temporada de 2010 será mesmo bem interessante. Entretanto, a Fórmula 1 se prepara agora é para o Grande Prêmio do Japão.

Afastado da categoria desde a decisiva prova de 2006 - que praticamente deu o título a Alonso após uma quebra de motor no carro de Schumacher - o circuito de Suzuka faz seu retorno ao calendário.

Sua combinação de curvas de média e alta velocidade é cada vez mais rara hoje em dia, mas ainda encontra semelhança em outras pistas - como Spa-Francorchamps e Silverstone, por exemplo.

E foi justamente no circuito inglês que Sebastian Vettel conquistou sua última vitória na temporada. O alemão e a Red Bull não vivem a melhor das fases, mas são a aposta do Blog para este fim de semana.

Vettel é quase carta fora do baralho na disputa pelo título. Apesar disso, mostrou evolução na corrida passada, em Cingapura, e não pode ser descartado na briga pela vitória em Suzuka.

Vencedor no circuito japonês em 2003, Rubens Barrichello é outro nome que aparece muito bem cotado. Ele seria a aposta do Blog - mas, como nunca acerto o palpite quando jogo minhas fichas em Rubinho, achei melhor não secar o brasileiro.

De qualquer maneira, a aposta é que Barrichello vai correr melhor em Suzuka do que Button, um piloto que jamais conquistou grandes resultados em solo japonês.

Falta tempo, falta inspiração, sobram sono e cansaço. Prometo que vou tentar cuidar melhor do Blog neste fim de semana, com análises um pouco mais aprofundadas.

Mas, por hora, ficamos apenas com o palpitão deste fim de semana:

Vitória: Sebastian Vettel
Pole Position: Sebastian Vettel
Melhor Volta: Mark Webber
Grid aleatório (16º lugar): Romain Grosjean
Tempo da pole: 1:42.450
Primeiro abandono: Jarno Trulli
Zona de pontuação:
1. Sebastian Vettel
2. Rubens Barrichello
3. Mark Webber
4. Lewis Hamilton
5. Jenson Button
6. Kimi Raikkonen
7. Timo Glock
8. Nico Rosberg

Os primeiros treinos estão rolando enquanto escrevo essas linhas. Prepare o despertador de sábado para domingo: a corrida acontece às 2h da madrugada.

domingo, 27 de setembro de 2009

Análise do Grande Prêmio - Cingapura/Marina Bay (27/09/2009)

Análise dos pilotos:

Lewis Hamilton. Impecável do início ao fim, venceu com uma performance perfeita. Nota 10
Timo Glock. Com garra, arrancou um resultado espetacular para o nível da Toyota. Nota 9
Fernando Alonso. Enfim, subiu ao pódio pela primeira vez na temporada. Nota 8
Sebastian Vettel. Vinha brigando pela vitória quando passou a velocidades nos boxes. Nota 7
Jenson Button. Sem brilhar, conquistou um ótimo resultado para o campeonato. Nota 6
Rubens Barrichello. Faltou um pouco mais de sorte para frear Button. Nota 5
Heikki Kovalainen. Largou de trás por azar e não conseguiu se recuperar muito. Nota 6
Robert Kubica. Fez o possível com o carro da BMW e salvou um pontinho. Nota 7
Kazuki Nakajima. Lento como de costume, ainda chegou perto dos pontos. Nota 5
Kimi Raikkonen. Com um equipamento instável, caiu bastante de rendimento. Nota 4
Nico Rosberg. A bobagem na saída dos boxes custou um pódio quase certo. Nota 3
Jarno Trulli. Muito abaixo de Glock, teve um fim de semana apático. Nota 2
Giancarlo Fisichella. Mal adaptado à Ferrari, ficou sempre entre os últimos. Nota 2
Vitantonio Liuzzi. Ao menos levou o carro até o fim, sem maiores sustos. Nota 4
Jaime Alguersuari. Vai mantendo um nível de corrida decente, sem comprometer. Nota 5
Sebastien Buemi. Vinha no meio do pelotão quando o carro quebrou. Nota 5
Mark Webber. Batido por Vettel, teve uma falha de freios e saiu da disputa por título. Nota 4
Adrian Sutil. Desistiu da prova após rodar numa manobra afobada sobre Buemi. Nota 3
Nick Heidfeld. Vítima de Sutil, abandonou pela primeira vez em 41 corridas. Nota 5
Romain Grosjean. Um fim de semana horrível, bem ruim desde a sexta-feira. Nota 1

Análise das equipes:

Brawn. Não foi bem, mas ficou bem perto do título de construtores. ***
Red Bull. Sofreu com problemas de freio nos dois carros. ***
Ferrari. Vive uma temporada muito irregular. Agora, esteve bem mal. *
McLaren. Hamilton venceu na raça, com um carro que não era o mais rápido. ****
Toyota. Ressuscitou através do ótimo segundo lugar de Glock. ****
Williams. Tinha um carro muito bom, mas os pilotos não corresponderam. ***
Renault. Após o escândalo, celebrou seu primeiro pódio na temporada. ****
BMW. Prejudicada pela batida de Rubinho no sábado, fez uma corrida mediana. **
Force India. Ao menos dessa vez, voltou para o fim do pelotão. **
Toro Rosso. Tem prazo de validade: os dois carros quebraram na volta 47. *

Análise da corrida:

O GP de Cingapura foi, convenhamos, um pouco chato. Dessa vez, nem a entrada do safety car ajudou a tornar a corrida um pouco mais interessante e o resultado foi quase todo definido nas paradas de box.
Nível: Chata

Análise do campeonato:

Em termos de chance de título, digamos que Button tem 90% de possibilidade de levar o título. Rubinho teria uns 9% e Vettel, 1%. O cenário é bem favorável, mas tudo ainda pode mudar a três provas do fim.
Nível: Bom

Balanço dos palpites:

Vitória: Rubens Barrichello. O vencedor foi Lewis Hamilton.
Pole Position: Lewis Hamilton. Na mosca!
Melhor Volta: Kimi Raikkonen. A melhor volta foi de Fernando Alonso.
Grid aleatório (15º lugar): Kazuki Nakajima. O 15º no grid foi Jarno Trulli.
Tempo da pole: 1:42.450. O tempo da pole foi 1:47.891
Primeiro abandono: Jarno Trulli. O primeiro a abandonar foi Romain Grosjean.
Zona de pontuação:
1. Rubens Barrichello (Lewis Hamilton)
2. Kimi Raikkonen (Timo Glock)
3. Lewis Hamilton (Fernando Alonso)
4. Heikki Kovalainen (Sebastian Vettel)
5. Adrian Sutil (Jenson Button)
6. Jenson Button (Rubens Barrichello)
7. Vitantonio Liuzzi (Heikki Kovalainen)
8. Fernando Alonso (Robert Kubica)
Placar da temporada:
Austrália - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Rubens Barrichello (segundo)
Malásia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
China - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Rubens Barrichello (quarto)
Bahrein - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Espanha - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Sebastian Vettel (quarto)
Mônaco - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Mark Webber (quinto)
Turquia - Vencedor: Jenson Button. Palpite: Jenson Button (PRIMEIRO)
Inglaterra - Vencedor: Sebastian Vettel. Palpite: Jenson Button (sexto)
Alemanha - Vencedor: Mark Webber. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)
Hungria - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Europa - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Sebastian Vettel (abandono)
Bélgica - Vencedor: Kimi Raikkonen. Palpite: Kimi Raikkonen (PRIMEIRO)
Itália - Vencedor: Rubens Barrichello. Palpite: Lewis Hamilton (abandono)
Cingapura - Vencedor: Lewis Hamilton. Palpite: Rubens Barrichello (sexto)

Um fim de semana particularmente ruim nos palpites do Blog. Tirando a pole position de Hamilton, quase acertei a sexta posição de Button e... mais nada. Dessa vez, a bola de cristal não funcionou nada bem.
Balanço dos palpites: Ruim
Placar da temporada: Quatro acertos em 14 possíveis

Por hoje, é só. Até mais!

Hamilton domina GP de Cingapura, mas Button é o grande vencedor do dia

O GP de Cingapura foi um passeio ao luar para o campeão Lewis Hamilton.

Largando da pole, o inglês da McLaren jamais perdeu o controle da prova e venceu de ponta a ponta, com bastante autoridade.

Foi a segunda vitória do ano para Hamilton, que já havia triunfado na Hungria. Dessa vez, sua performance foi realmente dominadora.

A ótima corrida do inglês impediu que o alemão Timo Glock comemorasse a primeira vitória de sua carreira.

O piloto da Toyota fez uma prova segura e sem erros, levando o irregular carro da equipe japonesa a um excelente segundo lugar.

Na sequência, o espanhol Fernando Alonso - um ano após sua polêmica vitória no GP de Cingapura de 2008 - voltou a subir ao pódio na corrida asiática. Dessa vez, em terceiro.

Foi o primeiro pódio de Alonso no ano, uma prova de que a Renault realmente não esteve nada bem nesta temporada.

Apesar das boas corridas de Hamilton, Glock e Alonso, o grande vencedor do dia foi o homem que completou apenas em quinto lugar.

Saindo lá do meio do grid, numa posição perigosa, Jenson Button evitou problemas e conseguiu salvar quatro pontos vitais para a disputa pelo título.

O inglês da Brawn conseguiu até terminar à frente do companheiro Rubens Barrichello, aumentando para quinze pontos sua vantagem no campeonato.

A princípio, a prova de Cingapura parecia favorável a Barrichello, mas Button conseguiu virar o jogo - ajudado por um safety car na vigésima volta da prova, que eliminou sua desvantagem para o piloto brasileiro.

A partir daí, Button marcou Barrichello de perto e fez a ultrapassagem na última rodada de pit stops. Ainda levou um susto no fim da prova - mais umas três ou quatro voltas e o freio de seu carro ia para o espaço - mas conseguiu segurar o quinto posto.

Rubinho, por outro lado, precisou se contentar com o sexto lugar. O veterano segue com chances razoáveis de título, mas o favoritismo de Button ficou bem mais evidente após a corrida deste domingo.

Para a Red Bull, o dia praticamente encerrou as esperanças de título da equipe.

O australiano Mark Webber perdeu de vez suas chances de levar o campeonato ao bater por causa de uma falha nos freios. E o alemão Sebastian Vettel ficou só em quarto - tem 25 pontos de desvantagem para Button, com 30 em jogo, e possibilidades remotas de ser campeão.

A briga mesmo é entre Button e Barrichello. Com ampla vantagem para o inglês.

Rubinho ainda tem esperanças - basta lembrar que as duas maiores viradas da história, em 1986 (Prost para cima de Mansell) e 2007 (Raikkonen para cima de Hamilton), tiveram pilotos ingleses como perdedores.

Será que a história vai se repetir de novo?

É improvável, mas não é impossível.

Barrichello segue sonhando, por mais favorável que o GP de Cingapura tenha sido para Button.

sábado, 26 de setembro de 2009

Hamilton faz a pole e Rubinho sai no lucro

A pole do Grande Prêmio de Cingapura é de Lewis Hamilton.

Foi a segunda consecutiva do inglês - nas últimas quatro corridas, em três o atual campeão largou na posição de honra do grid.

Dessa vez, o trabalho de Hamilton foi facilitado por um erro de Rubens Barrichello. O brasileiro bateu a 30 segundos do fim da sessão, provocou uma bandeira vermelha e impediu que a maioria dos pilotos melhorassem suas marcas.

Com isso, o inglês da McLaren garantiu a pole, que era ameaçada por pelo menos dois adversários: Sebastian Vettel e Nico Rosberg.

Num circuito de rua difícil de se passar e onde o carro da McLaren parece estar à vontade, o atual campeão já começa a corrida de amanhã com meio caminho andado para vencer.

Apesar disso, é precipitado afirmar que Hamilton tem a vitórias nas mãos. O inglês não pode esquecer que corridas em circuitos urbanos são famosas por serem imprevisíveis.

A entrada de um safety car no momento errado, por exemplo, pode tirar Hamilton do páreo. O inglês também vai precisar andar no limite mantendo seu carro na pista - algo que ele não conseguiu no GP da Itália, quando bateu forte na última volta.

De qualquer maneira, Hamilton é o favorito. Vettel e Rosberg, a princípio, parecem os únicos em condição de desafiá-lo.

Isso porque os grandes nomes da temporada estiveram longe de brilhar.

Mark Webber, meio apagado, ficou em quarto e não parece ter forças para brigar por mais do que um pódio.

Kimi Raikkonen caiu de performance junto com a Ferrari e larga só de 13º, totalmente afastado da disputa pelas primeiras posições.

E os pilotos da Brawn, ao menos dessa vez, não justificaram a posição de protagonistas na luta pelo título.

Apático, Jenson Button andou mal e foi só o 12º. Vai largar bem pesado para fazer uma parada e, com alguma sorte, salvar uns pontinhos.

Seu parceiro Barrichello também não tem tanto a comemorar.

O veterano saiu para o treino com pouca gasolina para buscar a pole, mas bateu e amargou apenas o quinto lugar. Como vai trocar o câmbio, cairá ainda para a décima posição.

Ruim, mas poderia ter sido pior - menos mal para Rubinho que Button também não foi bem.

Na verdade, o brasileiro até saiu no lucro. Mesmo perdendo cinco posições no grid, ainda vai largar à frente do companheiro na Brawn. E isso é o mais importante

Ao que tudo indica, a corrida de Cingapura não vai alterar bastante a distância entre Button e Rubinho na classificação, já que dificilmente os dois vão marcar muitos pontos na prova de amanhã.

Ainda assim, a prova é vital para o destino do campeonato. Para Button, o importante é manter a vantagem, minimizando os prejuízos.

Para Rubinho, é tudo ou nada mesmo. Ele não tem muitas possibilidades de um grande resultado, mas vai precisar ser agressivo para chegar o mais à frente possível.

Como sempre, a largada será crucial - tanto para a briga pela vitória, entre Hamilton e os alemães, quanto para a luta pelo título, entre os dois pilotos da Brawn GP.

A prova de Cingapura, anote aí, começa amanhã às 9h de Brasília.