segunda-feira, 25 de junho de 2007

Por enquanto, só otimismo...

O dia de hoje foi pródigo em press-releases. Faltam apenas alguns dias para o Grande Prêmio da França e as equipes, após a bateria de testes da semana passada, soltaram suas declarações para a imprensa. Ferrari, Honda e Toyota, principalmente, demonstram um otimismo fora do comum.

Semana que vem, veremos o que essas escuderias estarão falando. Por enquanto, porém, o jeito é esperar. E analisar o que cada um dos times fez durante o intervalo entre as corridas americana e francesa. Ou seja, as razões de tanto bom humor.

Comecemos com a Ferrari. A escuderia do cavalinho rampante teve uma última semana um tanto conturbada, principalmente pelo suposto caso de sabotagem por parte do ex-mecânico chefe Nigel Stepney. Durante os testes coletivos de Silverstone, entretanto, o time testou novidades aerodinâmicas que podem encurtar a distância para a McLaren.

As duas mais visíveis foram a colocação de asas na dianteira do carro, logo a frente do cockpit, uma solução que a Renault usa desde 2006. Além disso, as famosas calotas anti-turbulência, novidade que vem desde o G.P. da Turquia do ano passado, ganharam uma nova versão.

Não dá para afirmar se será suficiente para desbancar Hamilton e Alonso. Felipe Massa, porém, parece ter outra opinião. Para o brasileiro, a Ferrari tem totais condições de bater a McLaren na França. No press-release de hoje, Felipe terminou seu depoimento com aquela frase de praxe: "Estou otimista para as próximas provas". Aliás, tem que estar. Caso contrário, correria um grande risco de ser imediatamente enxotado para casa. Assim é a Fórmula 1, meus caros.

De fato, a distância da McLaren para a Ferrari não é lá grande coisa. Foi de Kimi Raikkonen, por exemplo, a melhor volta do G.P. dos Estados Unidos. Nunca se deve subestimar os italianos, mas, pelo menos até aqui, continua sendo dos ingleses a supremacia da Fórmula 1.

Em relação às outras equipes, a Honda teve, nos testes da última semana, uma vantagem e uma desvantagem. A boa notícia é que em Jerez, onde a equipe japonesa ficou, não choveu, ao contrário de Silverstone. Por outro lado, o time andou praticamente sozinho - só a Super Aguri estava lá também - e, assim, perde-se qualquer tipo de referência.

Pelo que se pode apurar, a escuderia de Rubinho e Button utilizou o carro "B" e conseguiu "avanços na parte mecânica e aerodinâmica do RA107, deixando o carro mais estável". Segundo o seu principal press release, a Honda espera melhoras na classificação e na corrida a partir do Grande Prêmio da França. Será o suficiente?

Se eu tivesse que palpitar hoje, iria com toda a certeza no "não". Incrível como um ano na Fórmula 1 muda tudo. Até o ano passado, a Honda era a revelação da temporada, a equipe com mais chances de sucesso no futuro próximo. Não precisamos dizer no que ela se tornou.

Recuperar-se do estágio atual leva muito mais do que as duas semanas de interrupção entre Indianapolis e Magny-Cours. Jenson Button e Rubens Barrichello precisarão ter um pouco mais de paciência. Até o fim desse ano, vitória não vai vir. Podium, até vai, talvez com muita sorte. O que a equipe precisa, hoje, é pura e simplesmente de um ponto. Quem diria.

A grande rival da Honda, a Toyota, lança no Grande Prêmio da França um novo pacote aerodinâmico, aperfeiçoado nos testes de Silverstone. Na Inglaterra, Ralf e Trulli lideraram um dia de treinos cada. Já é um bom começo.

O clima na equipe, como não poderia deixar de ser, é de bastante otimismo. Até porque Jarno Trulli fez uma excelente corrida em Indianapolis, onde se superou para chegar em sexto. Ralf Schumacher, por outro lado, faria um grande favor ao seu time se simplesmente pedisse demissão.

Apesar de tudo, os nipo-germânicos ainda estão degraus abaixo de BMW e Renault, por exemplo. A meta inicial deve ser modesta. Se a Toyota conseguir bater a Williams, que utiliza os mesmos motores, já deverá ser suficiente. Por enquanto.

A Renault, por sua vez, não esbanja tanto bom-humor. A equipe, porém, se prepara para o futuro. Hoje, anunciou uma reestruturação no seu departamento técnico, com vistas à temporada do ano que vem.

Vale lembrar que parte da queda dos franceses pode ser explicada pela grande atenção dada à batalha pelo campeonato de 2006. Com ela, o desenvolvimento do carro deste ano ficou atrasado. Junte isso à saída de Fernando Alonso, e os atuais campeões viram-se relegados ao estágio de quarta força da Fórmula 1.

Agora, a Renault olha para o futuro. Em 2008, promete uma reação. Para que isso aconteça, porém, ainda falta um ingrediente especial: piloto. Heikki Kovalainen até demonstra potencial, mas ainda é bastante irregular.

Muita gente, porém - e este Blog se inclui entre elas - continua a acreditar no finlandês. Fisichella, por sua vez, já passou há muito do seu prazo de validade. Dá para afirmar sem ufanismos patrióticos que Nelsinho Piquet merece muito mais a vaga de titular do que o italiano.

Por fim, a McLaren testa quieta e sem alardes. E consciente de seu dever. O piloto de testes do time, Pedro de la Rosa, afirmou, hoje, que "as diferenças para a Ferrari são mínimas". Não é para tanto. Mas a frase demonstra que, apesar de estar com a vantagem, o time inglês não calçou o salto alto.
Dizem que, certa vez, alguém perguntou a um metereologista o que levou ele a escolher essa profissão. A resposta:

- Em qual outra profissão você pode errar na metade das vezes e ainda assim manter seu emprego?

Pois bem, segundos os institutos metereológicos, a chances de chuva para o Grande Prêmio da França é pequena. 20% para sexta e sábado e nula para o domingo. Mas, considerando-se que eles sempre erram quando o percentual está lá para 60 ou 80%, continuamos sem poder descartar o piso molhado para essa corrida.

Ate hoje, uma das únicas corridas espetaculares que Magny-Cours viu foi a de 1999, quando o clima instável embaralhou o grid e animou as disputas. Além dessa, apenas a edição de 2004 valeu a pena. Naquela ocasião, Michael Schumacher parou nos boxes quatro vezes, trocando a tática no meio do caminho, e conseguindo, no final, aquela que foi uma das maiores vitórias de sua carreira.
Oficializada a saída de Antonio Pizzonia da GP2. A partir da próxima etapa, o brasileiro será substituído pelo inglês Adam Carroll. Com mais uma porta fechada em sua carreira, parece que o amazonense terá que aceitar, mesmo que contra a sua vontade, o destino de correr na Stock Car.

A escolha de Carroll para substituí-lo é elucidativa. O inglês já andou na categoria em 2005 e 2006, e neste ano vinha fazendo uma temporada apagada na DTM, onde não deveria permancer por muito tempo. Trata-se de alguém, portanto, com experiência e atributos perfeitos de um tapa-buraco.

A demissão de Antonio Pizzonia não estava nos planos da FMS. Mas, desde o início do ano, o amazonense e a equipe italiana não se entenderam. Depois de apenas um ponto em cinco corridas, a situação chegou a um ponto insustentável. A convocação de Adam Carroll, assim, veio perfeitamente a calhar para o time dirigido pelo piloto da Renault, Giancarlo Fisichella.
Roger Lee estreiará na MotoGP. Quem? Nada mais nada menos que o irmão do atual campeão, Nicky Hayden. Com um nome que mais parece de guitarrista de banda de rock, Lee já chega com autoridade.

A Kawasaki disponibilizará, especialmente para ele, uma terceira moto para a etapa dos Estados Unidos da categoria. Roger correrá ao lado de Randy de Puniet e Anthony West. Em seu país natal, Nicky Hayden sempre se destacou pelo conhecimento do traçado único de Laguna Seca, onde é realizada a prova.

Se Roger Lee fizer metade do que costuma fazer seu irmão na pista americana, a Kawasaki já pode esperar um belo retorno para o investimento.
O acusado de sabotagem pela Ferrari, Nigel Stepney, está de férias nas Filipinas. Hoje, ele deu o seguinte depoimento: "Estou confiante de que serei inocentado. Isto é parte de campanhas sujas e tudo está nas mãos de meu advogado. Como as pessoas podem dizer que estou incomunicável? Agendei meus vôos pela agência de viagens da Ferrari. Eles sabem onde estou".

Querem saber o que o Blog acha? A explicação dele soa bem convincente, muito mais convincente, aliás, do que a acusação da Ferrari. Mas, em se tratando de assunto tão obscuro, nada pode-se falar com muita segurança.

Em tempo: a fábrica de rumores da Fórmula 1 já aponta qual seria o novo destino de Stepney. Uma equipe já teria feito proposta ao inglês: a Honda.

6 comentários:

Anônimo disse...

Caramba esse irmão do Nicky Hayden é a cara dele! Será que é tão bom quanto?

Anônimo disse...

fico pensando no que essas equipes vão falar depois de mais 1 fracasso na corrida da frança. Duvido que honda ou toyota venham a melhorar até a próxima corrida. Pode até ser que dê uma melhoradazinha qualquer mas não acho que vão chegar nas equipes mais da frente. Tô torcendo para que caia chuva.

Anônimo disse...

pizzonia é um m**** rsrsrs

Anônimo disse...

Gostei do blog! Continue assim, não eh facil escrever tanto todo dia né hehehehehehe

Anônimo disse...

Realmente é uma pena para o Pizzonia..

..e faço minhas as palavras do Marcos Aurélio!

Felipão disse...

Cheguei aqui pelo seu comentário no Blog-F1! Gostei bastante do conteúdo e estarei sempre passando por aqui!!!

Parabéns!!!