quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: Os Dez Erros Mais Constrangedores da História - Número 9

Continuamos, hoje, nossa saga pelas maiores bobagens já feitas na história da Fórmula 1. Depois de abrimos a contagem com a ilustre rodada de Juan Pablo Montoya na volta de apresentação do G.P. da Austrália de 2006, chega a hora de um besteira um pouco mais desconhecida. Mas não menos engraçada. Vamos dar prosseguimento à lista:

10. Juan Pablo Montoya - Austrália/2006
Erro: Rodar sozinho na volta de apresentação
NONO COLOCADO - Aguri Suzuki no Grande Prêmio do México de 1990
O erro: Destruir o carro enquanto aquecia os pneus na pré-classificação

Pilotos japoneses sempre foram folclóricos. A geração das décadas de 80 e 90, então, foi a mais querida pelos fãs da Fórmula 1. Não havia ninguém quem não simpatizasse com Satoru Nakajima, Ukyo Katayama e o melhor deles, Aguri Suzuki.

Conhecidos tanto pela simpatia fora das pistas quanto pelo estilo, digamos, kamikaze dentro delas, os japoneses marcaram época na categoria. Aguri Suzuki, então, foi um caso à parte. Da sua geração, foi o piloto de maior sucesso no seu país. Mas não escapou, é claro, das bobagens que, por algum motivo, os nipônicos pareciam sempre mais propensos a cometer.

Suzuki foi campeão da Fórmula 3000 japonesa em 1988, também conseguindo resultados relevantes no certame europeu da categoria. No fim da temporada, recebeu um convite para estrear na Fórmula 1, pela Larrousse. Correndo em casa, no G.P. do Japão, ele largou de vigésimo e levou o carro à 16ª posição, penúltima entre os que completaram a prova.

Uma estréia bastante promissora. O ano seguinte, porém, seria um desastre para Suzuki. Ele cometeu o erro de assinar com a decadente equipe Zakspeed (à esquerda), uma assídua freqüentadora da maldita pré-classificação.

Em todos os dezesseis Grandes Prêmios da temporada, Suzuki não conseguiu uma vaga para o grid. Na verdade, não chegou nem a passar de alguma pré-classificação. Apesar do péssimo desempenho, o japonês arranjou uma vaga, para 1990, na mesma Larrousse pela qual havia feito sua estréia na Fórmula 1.

As coisas começaram a melhorar. O carro era mais competitivo e Suzuki tornou-se figura regular nos grids da principal categoria do automobilismo. Finalmente, ele tinha uma oportunidade de mostrar serviço. A boa temporada que o japonês teve com a equipe, porém, quase foi arranhada por um episódio estúpido, ocorrido ainda na primeira metade do campeonato.

Apesar do bom desempenho do carro, a Larrouse ainda precisava disputar a pré-classificação. Ao longo do ano, Suzuki e seu companheiro de equipe, Eric Bernard, nunca deixariam de superar essa fase. No G.P. do México, porém, o japonês ficou muito perto disso, por causa de um erro grotesco e, até certo ponto, engraçado.

Havia chovido pela manhã e a pista estava ligeiramente molhada. Em sua primeira - primeiríssima - volta de reconhecimento, Suzuki resolve aquecer seus pneus. Escolhe a reta principal, na frente dos olhares de seus mecânicos.

Ginga de um lado para o outro. Nada de anormal. Então, de repente, o japonês perde completamente o controle, quando estava a mais de 200 km/h, deslizando na direção exata do muro. O impacto é relativamente forte e o carro fica bastante destruído.

Incrível. Mecânicos e diretores da Larrousse não acreditam no que aconteceu. Por causa do erro, Suzuki provavelmente não se classificaria para a largada. E isso, para uma equipe pobre e pequena como a Larrousse, era fatal. Não demora muito e Suzuki está de volta aos boxes. Afinal, a batida foi na reta principal. Alguns tentam consolar o japonês. Nem todos, porém.

Um dirigente chega e confronta seu piloto, exigindo explicações para o acidente. Não fosse a ação de outras figuras da Larrousse e a discussão poderia continuar ali mesmo. Apesar do erro ridículo, Suzuki conseguiu se classificar para a largada com o carro reserva, nos últimos segundos. Pensa que melhorou? Não muito. Na corrida, o japonês bate na décima volta.

Menos mal que Suzuki melhorou bastante seu desempenho ao longo do ano. Em sua corrida natal, no Grande Prêmio do Japão, consegue uma façanha: é terceiro e faz o primeiro podium de um piloto de seu país na história da Fórmula 1, transformando-se num verdadeiro ídolo nacional. Em 1995, após sete anos na categoria, ele encerra sua carreira de piloto. Mas sua missão ainda não estava completa.

Desde 2006, Suzuki chefia a equipe Super Aguri (à direita), tão simpática e esforçada quanto ele em seus tempos de Larrousse. Mesmo sem dinheiro e recebendo sucessivos calotes de patrocinadores, o time consegue resultados sensacionais. Na atual temporada de 2007, já tem quatro pontos no Mundial de Construtores, batendo, por exemplo, a Honda.

Apesar da bobagem inacreditável no Grande Prêmio do México de 1990, Aguri Suzuki é uma figura a ser respeitada. Uma referência em seu país e um chefe de equipe muito competente. Mas nada disso é suficiente para livrá-lo da menção na lista do Blog. Se fez besteira, não poderia ficar de fora.

Por ter destruído o carro de uma equipe em dificuldades financeiras após um erro insólito, por ter passado pelo constrangimento de ser confrontado pelo próprio time em pleno box, à frente dos olhares de todos, e, pura e simplesmento, pelo fato de ter perdido o carro de forma tão ridícula no meio da reta principal, Aguri Suzuki leva o nono lugar na lista dos Dez Erros Mais Constrangedores da História.

A seguir, o vídeo da pataquada. Na verdade, trata-se do review inteiro do G.P. do México de 1990, narrado num inglês bastante monótono. Ainda bem que o acidente é logo a primeira imagem que aparece:



A seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta amanhã, com o número oito do nosso ranking. Hoje, ao longo do dia, o Blog retorna comentando as principais notícias do mundo da velocidade. Até mais!

Crédito das fotos (na ordem):

10 comentários:

Anônimo disse...

não conhecia essa não! Que erro do Aguri!!

Ainda bem que ele virou chefe de equipe. Brincadeira, cara, como pode alguém bater desse jeito quando tá aquecendo os pneus?

Total falta de habilidade. Tô gostando dessa lista, quero ver os próximos!

Anônimo disse...

olha só o que o nosso querido suzuki fez. caramba, não conhecia essa história não. acho que foi pior que o do montoya, embora não tenha sido tão famosa. você tem que colocar aquela do prost em 190 e a do mansell quebrando na última volta da corrida do canadá hein, gustavo? esquece não...

Vinicius Grissi disse...

E o julgamento da FIA vem ái...o bicho vai pegar!

Anônimo disse...

grande aguri!! Esse é meu ídolo, junto com todos os outros japas. Eles são capazes de umas proezas que eu vou te contar, hein?

Abs,

Maurício - RJ

Schuey2007 disse...

"Blog" me desculpa, mas tenho andado ausente...apenas com tempo para actualizar o meu blog.

Quanto ao erro, desconhecia o do Aguri.

Grande Abra�o

Anônimo disse...

Nem pode faltar aquela do santo-guru-brazuca no Mónaco '88.

Anônimo disse...

Ei Blog, nem sabia desse erro do Suzuki, ainda mais q nakele DVD "Os anos do tri", com review de todas as corridas q fizeram parte do tricampeonato de Senna, naum passam esse acidente...q coisa...
Aliás, vc tem o vídeo do podio do Suzuki? Nunca achei no youtube.
Ateh!

Blog F1 Grand Prix disse...

Leandro,

Nesse vídeo aqui, temos o review da corrida, com cenas de Suzuki e também do podium:

http://www.youtube.com/watch?v=vnb_8ciWliY

Grande abraço!

Anônimo disse...

Piloto japones: ainda vai aparecer um ....

Felipe Maciel disse...

hahahah boa, Fleet

Se tem duas palavras que não combinam, são elas piloto e japonês.

Daqui a pouco é o filho do Satoru que apronta das suas.

como estamos falando dos japas, lembrei de uuma bizarrice que o Sato aprontou em N-Ring, quando estava em terceiro, fazendo uma bela corrida mas se empolgou tanto que decidiu praticamente não frear e tentar ganhar a segunda posição na marra. Jogou o carro para cima do Rubinho e acabou arranjando problema. O brasileiro ainda conseguiu se manter até o final, mas o Sato teve de voltar aos boxes para reparar e deixou o pódio no colo do Button, justo quando tava prestes a superar o companheiro de equipe. Não tenho certeza, talvez tenha sido em 2004, por aí...