segunda-feira, 10 de setembro de 2007

No caso de espionagem, McLaren contra-ataca e ameaça Ferrari e Renault

Já não era sem tempo. Na defensiva desde o estouro do caso de espionagem que abalou a Fórmula 1, a McLaren partiu para a revanche. Segundo o jornal espanhol Marca, a equipe inglesa tem conhecimentos de informações que também incrimam duas de suas principais rivais: Ferrari e Renault.

Na próxima quinta-feira, o Conselho Mundial da FIA vai decidir, de uma vez por todas, se pune ou absolve a McLaren, acusada de roubar dados sigilosos da Ferrari. A pena máxima - caso seja aplicada - suspende o time prateado até o fim de 2008, eliminando do campeonato também seus pilotos.

Diante de uma perspectiva tão sombria, já era de se esperar que a McLaren, em algum momento, contra-atacasse. Também não é segredo para ninguém que Flavio Briatore, mais importante dirigente da Renault, teve encontros com Ron Dennis e outras figuras da equipe inglesa durante o fim de semana do Grande Prêmio da Itália.

As primeiras informações davam conta de que o manda-chuva do time francês custurava um acordo com a McLaren. Briatore (à direita, com Ron Dennis) teria sido enviado por Bernie Ecclestone para propor a desclassificação da equipe inglesa do Mundial de Construtores. Em compensação, os pilotos - Lewis Hamilton e Fernando Alonso - não receberiam punições.

Mas as reuniões de Briatore com Ron Dennis podem ter tido outro significado. De acordo com a reportagem do Marca, o chefe da McLaren descobriu um "segredo inconfessável" usado no carro da Renault, que poderia excluir a equipe francesa do campeonato. Teria sido por isso que Briatore pediu o encontro com Dennis, em que supostamente não chegaram a um consenso.

Além disso, na versão do jornal espanhol, a McLaren tem, em mãos, uma série de informações que complicam a vida da Ferrari. A fonte seria Nigel Stepney (à esquerda), ex-mecânico chefe da equipe vermelha e um dos principais acusados no caso de espionagem. Agora, ele seria "assessor" do time inglês.

Certo mesmo é que todo o imbróglio vai tomando rumos diferentes e atingindo cada vez mais personagens. A reputação da Fórmula 1, sem dúvida alguma, já foi abalada. Na próxima quinta, na reunião do Conselho Mundial, o futuro da categoria e do esporte estarão em xeque.

Qual seria o procedimento correto? Excluir a McLaren - e, na hipótese mais fantástica, Ferrari e Renault também - para "limpar" de vez a imagem da Fórmula 1? Ou perdoar os erros das grandes equipes, não comprometendo os rumos do campeonato? Eis, aí, um belo de um dilema.

É praticamente impossível prever o final de tudo isso. Há alguns dias, apostei numa punição leve para a McLaren, mas essa possibilidade vai se tornando menor. Ainda mais depois que Bernie Ecclestone (à direita), numa entrevista dada ontem à rede inglesa ITV, revelou "lamentar muito por Lewis (Hamilton)".

O que ele quis dizer com isso? Não dá para saber. A McLaren já pode esquecer uma absolvição. Isso, pelo menos, não acontece mais. Mas qual vai ser a punição da equipe inglesa? Como a Mercedes - antiga e poderosa parceira da equipe inglesa - reagirá se a pena for muito pesada?

Infelizmente, a reunião do Conselho Mundial vai ter um peso muito maior na decisão do título desse ano do que qualquer Grande Prêmio.


Para quem acompanha diariamente as notícias do caso de espionagem, um aviso: tome cuidado com o que lê. Não, não tenho nenhuma teoria da conspiração contra os jornalistas. Até porque também vou ser - no futuro - um deles. Mas nem todos os profissionais que cobrem a Fórmula 1 zelam pela verdade no que escrevem.

Prova disso é que um jornalista italiano admitiu ter inventado o conteúdo dos malfadados e-mails trocados entre Pedro de la Rosa (à esquerda) e Fernando Alonso. Só relembrando: nas mensagens, o piloto de testes da McLaren teria revelado ao bi-campeão alguns dos dados roubados da Ferrari. Até agora, não ficou claro se de la Rosa conhecia ou não a origem dessas interpretações.

Em sua reportagem, usando uma mal explicada "interpretação livre", o jornalista transcreveu uma suposta conversa travada entre os dois pilotos. Segundo ele, para "tornar sua reportagem mais real". Só que os diálogas da matéria, por incrível que pareça, foram completamente inventados! Criar o que foi dito entre Pedro de la Rosa e Fernando Alonso (à direita), convenhamos, é absurdo!

Ao defender-se, o jornalista afirmou que, apesar de não saber o texto exato dos e-mails, conhecia o assunto principal das mensagens. Mas daí a inventar - repito, inventar! - o que foi escrito é demais! O caso de espionagem, é verdade, tem dado muito o que falar. Porém, nem toda notícia chega perto da verdade.

Até a própria capa desse post - eu admito - pode ser uma total cascata. Como saber?


Em meio à confusão do caso de espionagem, pouca gente dá atenção aos boatos de troca de pilotos. Apesar de receberem menos espaço na imprensa, eles continuam brotando. No último fim de semana, uma possibilidade já conhecida foi reafirmada. Outra, desmentida.

Segundo o empresário de Timo Glock (à esquerda), piloto que lidera o campeonato da GP2 na atual temporada, é grande a chance de acordo com alguma equipe de Fórmula 1 para 2008. A informação é da rede alemã Premiere. A principal possibilidade para Glock seria a Toyota, time que deve ter uma vaga aberta no ano que vem com a saída de Ralf Schumacher.

Ao mesmo tempo, o site f1-live colocou no ar uma entrevista com Alexander Wurz (à direita), em que o austríaco nega a chance de acerto com a Prodrive para o ano que vem. De acordo com o piloto da Williams, a equipe inglesa - que vai fazer sua estréia na Fórmula 1 na próxima temporada - precisa de alguém que traga um suporte financeiro. E Wurz não tem nenhum patrocinador forte.

Analisando essa e outras notícias anteriores, chega-se a uma mesma conclusão: a nova geração do automobilismo está engolindo a antiga. Os velhos nomes - David Coulthard, Alexander Wurz, Giancarlo Fisichella e Ralf Schumacher, por exemplo - andam em baixa. Rubens Barrichello, por enquanto, é a única exceção do grupo. Afinal, continua valorizado na Honda.

Mas a tendência é irreversível. Agora, a vez é de Timo Glock, Nelsinho Piquet, Lucas di Grassi, Kazuki Nakajima e vários outros...


Há exatos trinta e cinco anos - no dia 10 de setembro de 1972 - Emerson Fittipaldi conquistava seu primeiro título na Fórmula 1, ao vencer o Grande Prêmio da Itália. Não sou muito ligado a datas, mas não poderia deixar essa passar. Como não há imagens da conquista do velho Rato na internet, faço minha homenagem ao colocar o vídeo a seguir, com as últimas voltas do Grande Prêmio do Brasil de 1973:



Outros tempos. De Interlagos antiga, da Lotus preta e dourada e dos carros gigantescos que escorregavam de lado em todas as curvas de alta velocidade. Não voltam mais, porém, vale sempre a pena relembrar.

Nessa terça, o Blog volta com a seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix, inaugurando nossa nova lista: os Dez Erros Mais Contrangedores da História. E, ao longo do dia, posts comentando as principais notícias do mundo da velocidade. Até mais!

Crédito das fotos:
Dupla da McLaren - http://www.f1-live.com/
Flavio Briatore e Ron Dennis - http://www.derapate.it/
Bernie Ecclestone - http://www.news.bbc.co.uk/
Fernando Alonso - http://www.f1-live.com/
Alexander Wurz - http://www.f1-live.com/

9 comentários:

Anônimo disse...

ai, ai, ai... estão querendo acabar com a fórmula-1. Sinceramente, não sei o que eu faria se tivesse neste conselho mundial. Só espero que não acabem com o melhor campeonato que eu acho que ja vi.

Abs,

Maurício - RJ

Anônimo disse...

é difícil esta situação. Nâo sei o que comentar, só falo que a entrada do Glock na Toyota seria merecida. O Wurz já deu o que tinha de dar, de toda essa turma de veteranos é um dos piores...

Valeu!

Anônimo disse...

que isso... parece que o buraco é mais fundo. não duvido nada que tenha muito mais lama aí embaixo. ferrari, mclaren, renault... essa galera toda pode ficar comprometida.

Felipe Maciel disse...

Se for pra todo mundo denunciar todo mundo então é melhor ninguém ser punido, senão não sobra ninguém. No grid da F1 não tem santo, e a McLaren está com uma cartada boa nas mãos, se isso for mesmo verdade. Sei lá vai que o jornalista do Gazetta seja um semlhante ao do Marca, vai saber... Só na quinta-feira mesmo pra gente saber como esse quebra-pau vai terminar. Terminar em termos, ainda tem coisa pra acontecer depois disso acho que nada por aí nao.

abs

Carlos Garcia disse...

É... eu já penso que toda caca deve ser jogada no ventilador enquanto é tempo pois acho que a Fórmula-1 resiste a isso!!!

Sinceramente espero que a Fórmula McLaren não tenha tanta sujeira para mostrar assim pois caso isso aconteça aumentam as chances do campeonato aacabar em pizza!!!

Mas se tiver... que falem...

ps. Vc virou meu ídolo... Wurz como um erro foi demais!!! kkk

Anônimo disse...

Não só o Wurz, mas um monte de gente já está fazendo hora extra na F1. Alguém tem que avisar a eles que chega uma hora que é melhor ir para a DTM, Stock Car, KArt, etc.....

Anônimo disse...

Sobre o Julgamento, eu só espero que acabe logo com isso, pois as corridas estão ficando em 2 º plano..

Abraços

Fleetmaster

Vinicius Grissi disse...

Muito bom seu blog também! Bom ter a possibilidade de ler sobre F1, o que é raro de encontrar.

Confesso que há alguns anos já não tenho tanto tesão neste esporte, mas sempre que dá assisto as corridas.

Vou linkar seu blog no meu e continuar visitando.

Abraços!

Anônimo disse...

eu já não sei mais o que pensar nesse caso todo.

Não tem santo nenhum !!!