quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: Os Dez Maiores Duelos da História - Número 3

Falta muito pouco agora. Já conhecemos sete das disputas da lista, mas ainda faltam justamente os três primeiros lugares. Estamos quase lá. Sem perder mais tempo, vamos dar continuidade à contagem:

10. Senna x Alesi - Estados Unidos/1990
9. Piquet x Mansell - Austrália/1990
8. Schumacher x Hill - Bélgica/1995
7. Alonso x Massa - Europa/2007
6. Senna x Mansell - Mônaco/1992
5. de Angelis x Rosberg - Áustria/1982
4. Alonso x Schumacher - San Marino/2005
TERCEIRO COLOCADO - Alain Prost x Ayrton Senna no Grande Prêmio da Inglaterra de 1993

Ayrton Senna e Alain Prost foram, provavelmente, os maiores rivais que já passaram pela Fórmula 1. Não poderiam faltar, de maneira nenhuma, na lista dos Dez Maiores Duelos da História. Mas qual de suas inúmeras disputas foi a mais impressionante?

Antes do primeiro ano em que correram juntos na McLaren - em 1988 - a rivalidade entre Senna e Prost era apenas comum. Não haviam tido, ainda, um grande duelo digno de nota. Encontraram-se na pista várias vezes, mas nunca com destaque.

Tudo começou a mudar em 1988. Naquele ano, Ron Dennis juntou o chassis mais refinado da Fórmula 1 - o MP4/4, projetado por Gordon Murray - e o motor Honda, considerado o mais confiável e potente da categoria. Isso sem falar, é claro, nos dois melhores pilotos do mundo.

Naquele ano, Senna e Prost disputaram o título corrida a corrida. Em 16 provas, dividiram entre si o triunfo em 15 delas. Só não venceram o G.P. da Itália, um raro caso de dupla abandono. Ayrton terminou o ano campeão e Alain foi o vice. O brasileiro ganhou oito vezes. O francês, sete.

Tiveram disputas memoráveis em mais de uma oportunidade. Senna conseguiu grandes vitórias em Grandes Prêmios como Canadá, Hungria e Japão. Prost também teve seus belos momentos, derrotando o companheiro em batalha direta no México, na França e em Portugal, por exemplo.

No ano seguinte, o duelo continuou. Dessa vez, com um desfecho inesperado e com uma pitada de farsa. Prost foi campeão após colidir com Senna no Japão. O brasileiro voltou à pista mas foi desclassificado, numa manobra da direção nunca bem explicada.

Ayrton daria o troco em 1990. Exatamente da mesma forma. Ele ganharia seu segundo título ao bater com Alain na mesma pista japonesa de Suzuka. O francês, que havia se transferido para a Ferrari, ficou sem poder alcançar o brasileiro no campeonato após o abandono.

A rivalidade deu um leve esfriada entre 1991, quando Prost foi muito mal na temporada, e 1992, ano em que o francês não disputou a Fórmula 1. Em 1993, porém, Alain voltou à categoria ao assinar com a Williams, nessa altura, a equipe mais forte do grid.

Senna estava hipermotivado para atrapalhar os planos de Prost, favorito indiscutível ao troféu de campeão. E o brasileiro conseguiu performances marcantes, vencendo nas pistas de Interlagos, Donington Park e Monte Carlo, ainda na primeira metade do ano. Entretanto, na disputa entre os dois pelo título, Prost conseguia levar vantagem.

Quando chegaram para a disputa do nono Grande Prêmio da temporada, em Silverstone, o francês tinha 57 pontos, contra 45 do brasileiro. Senna ainda tinha chances, mas era muito difícil. Seu carro era equipado com um motor Ford de segunda categoria, que destruía suas pretensões de vitória nos circuitos mais rápidos.

E Silverstone (à esquerda) era um deles. Mesmo assim, nas primeiras sete voltas daquela corrida, Senna conseguiria um desempenho fenomenal. Sua disputa com Prost seria memorável. Talvez, a maior que os dois rivais já tiveram em suas carreiras.

O grid de largada atestava a superioridade das Williams. Prost era o pole, com seu companheiro de equipe, Damon Hill, em segundo. Michael Schumacher, com uma Benetton, vinha em terceiro. Senna não passava de quarto, com uma distância de 2.9s para o seu grande rival. Na saída, porém, o brasileiro inverteria a ordem das coisas.

Ayrton deu um pulo sensacional e subiu para segundo. Só não conseguiu superar Damon Hill, que também fez ótima largada. Mesmo assim, Senna havia batido Prost e Schumacher, que, agora, estavam presos atrás da McLaren do brasileiro. O francês precisaria recuperar a posição. Começava o duelo.

Era fato que Prost tinha muito mais carro. E que, numa pista rápida como Silverstone, não deveria ter maiores dificuldades para realizar uma ultrapassagem sobre Senna. Mas o que se viu foi muito diferente. Alain foi para cima de seu rival, mas Ayrton bloquearia todas as tentativas.

A primeira delas acontece logo na segunda volta. Prost ameaça na curva Bridge, mas Senna muda sua trajetória e evita a ultrapassagem. O francês da Williams precisaria ser paciente. O brasileiro não estava para brincadeiras.

Prost não demora para colar de novo. Na terceira volta, tenta no final da reta Hangar, na curva Stowe. Porém, Senna se mantém impassível. O francês é obrigado a recolher. Logo depois, o brasileiro balança na saída da Club e perde um pouco de velocidade.

Poderia ser agora? Ainda não. Prost chega muito perto mas, outra vez, Senna coloca-se no meio da pista para evitar a manobra. Mais uma volta completada e o brasileiro ainda conseguia se manter na frente.

Quarta volta. Prost sai muito forte da Copse. Porém, de novo, não é o suficiente. Como também não seria no final da reta Hangar, quando o francês volta a colocar o carro de lado, apenas para receber mais uma fechada do brasileiro.

Outro giro completado. E nada de ultrapassagem. Hill já abre vantagem na ponta, enquanto seu companheiro continua preso em terceiro. Michael Schumacher, ao mesmo tempo, mantém-se em quarto, assistindo a disputa entre Senna e Prost de camarote.

Na quinta volta, o momento mais tenso da disputa. Prost vai decidido e tenta na curva Abbey. Chega a colocar meio carro na frente, mas balança em altíssima velocidade ao ser apertado por Senna. O francês não perde o controle por muito pouco. No último instante, consegue evitar uma rodada ou um eventual choque com o brasileiro.

Mas perde tempo. E, assim, fica sem maiores oportunidades na sexta volta. A não ser a tradicional tirada de lado no final da reta Hangar. Mais uma vez, Senna não se intimida. O brasileiro, porém, não conseguiria mais segurar sua posição por muito tempo.

Na sétima volta, Prost fica lado a lado com Senna na curva Copse. Ainda não consegue passar. Logo depois, porém, coloca por dentro na Stowe. Dessa vez, o brasileiro não pode fazer nada. Finalmente, a segunda posição era do francês.

Pensa que acabou? Ainda não. Nas duas voltas seguintes, Senna ainda teria uma árdua batalha com Schumacher. O alemão, depois de receber duas fechadas do brasileiro, consegue, enfim, fazer a manobra exatamente no ponto em que Prost havia ultrapassado anteriormente.

No final da corrida, o francês venceu. Ele aproveitou o abandono de Hill, que liderava com tranqüilidade. Schumacher foi o segundo e Senna terminou apenas em quinto. Uma prova de que seu carro não era nada demais.

O ano de 1993 seria o último com Senna e Prost juntos na pista. O francês ganharia seu quarto título ao fim do campeonato, tendo o brasileiro como vice-campeão. Ao final da temporada, Alain retirou-se das pistas.

Pouco tempo depois, em maio de 1994, Ayrton encontrava a morte na curva Tamburello de Imola. Senna já se foi, mas nunca será esquecido. Em grande parte pelas disputas memoráveis que teve com o maior rival. A principal delas, em Silverstone, 1993.

Pela paciência, tranqüilidade e calculismo do francês, pela raça, impressionante habilidade e fantástica defesa de posição do brasileiro, e por ter representado a mais incrível batalha entre os maiores rivais de todos os tempos, a disputa de Senna e Prost em Silverstone, 1993, leva o terceiro lugar na lista dos Dez Maiores Duelos da História.

A seguir, o vídeo com os melhores momentos da disputa:



A seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta semana que vem, com os números 2 e 1 da lista dos Dez Maiores Duelos da História, além de um balanço com as disputas que não entraram no ranking. Ao longo do dia de hoje, o Blog volta comentando as principais notícias do mundo do automobilismo. Até mais!

Crédito das fotos:
Número Três - http://www.dkimages.com/
Williams de Prost - http://www.abc.se/

10 comentários:

Anônimo disse...

caríssimo, ainda não havia conhecido seu site. Parabéns pelo trabalho, gostei muito. Gosto de ler sobre a história dos esportes, e conhecer essa história sobre o Senna que foi um dos meus principais ídolos foi muito bom. parabéns.

Blog F1 Grand Prix disse...

Abreu,

Muito obrigado pelos elogios! Se tiver qualquer sugestão, pode mandar para blogf1grandprix@hotmail.com

Grande abraço!

Anônimo disse...

sensacional essa disputa mesmo. pena que o youtube não tá querendo abrir hoje. Tava com vontade de ver...

Anônimo disse...

Mto bom o texto!
Pena q com final triste...

Anônimo disse...

Mais uma vez parabens pelo seu blog, é um dos melhores sobre F1.
Gostaria de saber se vc sabe alguma coisa da trajetoria ate aqui do filho do Prost (Nicolas)?
E quais as reais chances dele e do Bruno Senna de chegarem na F1 pra reeditarem este duelo.
no link abaixo tem uma breve noticia dele...
http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Motor/0,,MUL96221-1310,00-NICOLAS+PROST+E+APROVADO+EM+TESTE+DA+AGP.html

Anônimo disse...

Desculpe esqueci de me identificar o cmt anterior sobre o filho do Prost é meu.
Abraços..
Jean

Blog F1 Grand Prix disse...

Jean,

Vou colocar no ar um post sobre ele daqui a pouco!

Grande abraço!

Anônimo disse...

Absolutamente Fantástico

DEpois manda o link deste duelo para meu email. Tenho planos de reproduzir este duelo. Em miniaturas é claro !!!!!

Anônimo disse...

Valeu pelo texto, blog! gostei e do vídeo tambem. Quero ver quais vão ser os 2 primeiros. UM é Arnoux-Gilles. Mas nao consigo adivinhar o outro..

Abs,

Maurício - RJ

Anônimo disse...

Se este foi o numero 3 ...TO muito curioso para saber sobre o 2 e o 1 !!!! Dá para adiantar o resultado ???


Abraços