quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Sem meio-termo

A FIA anunciou hoje, de forma abrupta e inesperada, o cancelamento da reunião da Corte das Apelações que estava marcada para o dia 13 de setembro. Na ocasião, seria aprovado ou não o veredito que culpou a McLaren mas não puniu a equipe inglesa no caso de espionagem que abalou a Fórmula 1. Pensam que o time de Ron Dennis (à esquerda) se safou? Muito pelo contrário.

Nesse mesmo 13 de setembro, o Conselho Mundial da FIA vai se reunir para julgar uma misteriosa "nova evidência" sobre o imbróglio, que apareceu hoje. Ninguém sabe que novidade é essa. Mas, se ela comprovar que a McLaren usou dados conseguidos ilicitamente da rival Ferrari, a equipe inglesa pode até ser excluída do campeonato desse ano e suspensa da temporada 2008.

"Não estou em condições de comentar algo sobre o assunto", limitou-se a dizer um porta-voz da FIA. O mistério está no ar. Que diabos está acontecendo? Será que a McLaren corre risco mesmo de ficar fora da Fórmula 1 até o final do ano que vem?

Na quinta-feira que vem, teremos a resposta - provavelmente, final - da FIA sobre o caso de espionagem. Culpada ou absolvida: sem outro meio-termo. O dia 13 não cai numa sexta, mas vai dar enormes calafrios em todos os funcionários da McLaren. Incluindo, aí, seus dois pilotos.

Será que a péssima atmosfera da equipe vai prejudicar Lewis Hamilton e Fernando Alonso? Não dá para saber. Fato é que a McLaren nunca esteve tão ameaçada de punição quanto antes. Arriscaria dizer, inclusive, que a equipe inglesa não sabe qual é essa tal de "nova evidência" que surgiu hoje.

Mais um motivo para tirar o sono de todos os funcionários do time prateado.


Uma das regras mais idiotas da Fórmula 1 atual pode ser extinta já em 2008: a obrigatoriedade de carregar, na terceira e decisiva parte da classificação, a mesma quantidade de combustível usada na largada. Por causa disso, os pilotos usam os minutos iniciais da superpole apenas para gastar gasolina, sem preocupação de marcar tempos competitivos.

É aquele instante em que o Galvão costuma dizer "agora é a hora da verdade, mas não agora, daqui a pouco!". Os carros ficam rodando pela pista sem que nada de importante aconteça. Até hoje, não houve um único momento de emoção durante esse período, à exceção de uma briguinha boba entre Michael Schumacher e Fernando Alonso no G.P. da França do ano passado.

Pois bem, o diretor de engenharia da Renault, Pat Symonds (à direita), declarou que as equipes têm encontro marcado em Monza para discutir uma saída para o problema. Para mim, é bem simples. Basta eliminar essa obrigação imbecil de andar no treino de classificação com uma quantidade pré-estabelecida de combustível.

É só liberar geral. Como antigamente. Cada piloto vai para o tudo ou nada com o carro mais leve possível. Não teríamos mais aquela chatisse de parque fechado, de "fulano foi mais rápido do que seu companheiro de equipe, mas deve fazer o primeiro pit stop antes". Poderíamos ter até a volta do warm-up na manhã de domingo, quem sabe?

Não consigo aceitar que os dirigentes não admitem - nunca - voltar atrás nas suas decisões.


Impressionante a má sorte da IRL com a previsão do tempo na sua atual temporada. Se não bastasse as chuvas que atrapalharam várias corridas ao longo do ano - incluindo as 500 milhas de Indianapolis (à esquerda) - a categoria corre o risco de ter sua prova final, em Chicago, adiada em virtude do mau tempo. Mais uma vez.

De acordo com os metereologistas, a chance de cair água no sábado é de 60%, o que causaria o cancelamento dos treinos livres e da classificação. Pior seria, porém, se a chuva resolvesse aparecer no domingo, na hora da prova.

Essa probabilidade, ao que parece, é um pouco menor, mas ainda preocupante: 30%. Bastaria uma garoa para que a corrida fosse adiada ou paralisada. E não é por frescura não. As provas nos super-ovais já são extremamente perigosas. Com chuva, então, equivaleria a correr no antigo circuito de Nurburgring na década de 60 (à direita).

Para nós, aqui do Brasil, resta torcer para que a Rede Bandeirantes não interrompa ou desista de mostrar a corrida ao vivo. Segundo a emissora, a transmissão está garantida para as 17 horas de domingo. Mas, e se chover? Vão continuar até o final?

Não faço idéia.



O vídeo do dia é mais uma propaganda engraçadinha que usa a Fórmula 1 como pano de fundo. Sem estragar a surpresa, lá vai:



Para quem não entendeu, a tradução: "Quem está dentro, quem está fora, quem foi para onde. Sessenta e oito páginas de Fórmula 1. Grátis amanhã, no The Guardian". Sinceramente, nunca vi uma anúncio mais bem bolado de um mero guia da temporada...

Antes de me despedir, um aviso: o Sportv2 mostra, depois de amanhã, o VT das corridas da rodada dupla da GT3 em Curitiba, realizada no último fim de semana. As provas vão ao ar na faixa Grid Motor, às 21:30 de sexta-feira.

Nessa quinta, o Blog volta com a seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix, repassando algumas grandes disputas que acabaram de fora da lista dos Dez Maiores Duelos da História. E, ao longo do dia, comentários sobre as principais notícias do mundo da velocidade. Até amanhã!

Crédito das fotos:
Classificação - http://www.f1-live.com/

5 comentários:

Anônimo disse...

eu não aguentava mais essa historia de espionagem não acredito que voltou de novo. tomara que a mclaren tome uma multa sei la mas não mais do que isso. ganhar o titulo no tapetão é feio, ferrari!

Anônimo disse...

to meio sem tempo d ler o texto agora, só digo uma coisa: mto bom o vídeo ueheuhehue

Anônimo disse...

Porra, o azar naum é da Indy, é nosso que já perdemos corridas na Band pq choveu justo no dia q o canal ia passar uma mísera corrida! Só falta essa!

Anônimo disse...

essas falcatruas me lembra a época do senna, quando um francês chamado balestre prejudicava o nosso piloto em todas as oportunidades que podia. Tomara que a McLaren seja punida justamente porque pelo que vejo ela é culpada.

Um abraço.

Anônimo disse...

Aurélio,


Já estou cansado de ouvir, vezes sem conta, as histórias do Senna vs o resto do mundo.

Essa do Balestre - como tantas outras - não passa de uma mera campanha de desinformação do Senna, apresentada como coisa certa e sabida pelo Galvão Bueno.

Ora, não passava um dia sem que Senna se queixasse seja da FIA (em geral), do Balestre (em particular) ou, já agora e sem ordem preferencial, do Piquet, do Prost, do Mansell, do Irvine, do Schumacher, dos fiscais de Suzuka, das decisões em prol da segurança, etc...

Quanto ao Balestre, antes de ser francês (desculpa fácil) ou qualquer outra coisa, ele era presidente da FIA - nota bem o "I" de "Internationale" - logo, a sua função não era de proteger os interesses pessoais do Senna ou de qualquer outro piloto - ou nação - mas sim de garantir equidade desportiva na F1 bem como em todas as outras categorias sob a sua responsabilidade, e isso a nível mundial. Além disso, quem conhece um pouco o assunto sabe que as decisões da FIA são colegiais e não de um homem só.

Olha, assim o "francês" prejudicou o "teu" piloto em "todas as oportunidades" que pôde?

Como quando, por conta do regulamento, ele entregou a Senna o título de ‘88 de presente, tirando-o do melhor piloto da temporada, que também era o novo recordista de pontos (olha só o absurdismo: recordista mas não campeão...)? Senna conformou-se muito bem com aquela situação e desta vez "se esqueceu" de reclamar do regulamento…

Como quando, cansado de ver os outros pilotos dançar por causa dos ataques-kamikaze de Senna, resolveu falar com ele em vez de pedir sanções? Até o sereníssimo Jackie Stewart estava-se a passar.

Como quando, no Japão em ’89, se limitou a pedir aos fiscais do evento para examinar a eventual desqualificação de Senna em seguimento do seu accidente com Prost. Balestre até foi muito cauteloso, já que o conselho mundial da FIA acabou por considerar que havia motivo para muito mais, e decidiu agravar a sanção, infligindo ainda a Senna uma coima de 100.000$ e uma suspensão provisória da super-license.

Como quando, em ‘90, se recusou a exigir a desclassificação de Senna depois dele admitir publicamente ter jogado seu carro sobre Prost no Japão (de lembrar que por menos, Schumacher ficou zerado em ‘97)?

Como quando, praticamente durante toda a carreira, ele deixou Senna, em entrevistas, sujar a imagem da modalidade, cuspir na FIA, nos adversários e até no cão da vizinha sem sequer lhe dar um puxão de orelhas?

Olha, para mim, Senna foi o piloto mais "protegido" que alguma vez passou pela F1. Era uma personagem e tanto e a sua contribuição marketing para a F1 foi considerável, especialmente numa época em que a FIA e Ecclestone estavam a tentar afogar a CART de vez. Mas que usou e abusou desta aura de intocabilidade, isso sim.

Senna foi um excelente piloto e um grande artista, mas que foi um anjinho - ufanismo e má fé de lado – nem em sonhos…