Dando continuidade à nossa saga, chegamos ao número seis na lista das dez maiores bobagens da história da Fórmula 1. Pela primeira vez, temos a presença ilustre de um campeão mundial. Aliás, bi-campeão. Como vocês vão ver, até os maiores fazem besteiras inacreditáveis. Sem perder mais tempo, vamos lá:
10. Juan Pablo Montoya - Austrália/2006 - Rodou na volta de apresentação
9. Aguri Suzuki - México/1990 - Destruiu o carro ao aquecer os pneus na pré-classificação
8. Nick Heidfeld - Brasil/2002 - Colidiu com o safety car durante o treino de aquecimento
7. David Coulthard - Austrália/1995 - Bateu dentro dos boxes quando liderava a corrida
9. Aguri Suzuki - México/1990 - Destruiu o carro ao aquecer os pneus na pré-classificação
8. Nick Heidfeld - Brasil/2002 - Colidiu com o safety car durante o treino de aquecimento
7. David Coulthard - Austrália/1995 - Bateu dentro dos boxes quando liderava a corrida
SEXTO COLOCADO - Mika Hakkinen no Grande Prêmio da Itália de 1999
O erro: Jogou fora uma vitória certa ao rodar sozinho na liderança
Quando Michael Schumacher espatifou-se no Grande Prêmio da Inglaterra de 1999, quebrando as pernas num fortíssimo acidente, parecia que o troféu de campeão já tinha dono: Mika Hakkinen. Afinal, o finlandês liderava a tabela de pontos e, na ausência do alemão, tinha muito facilitada sua campanha rumo ao título.
Seu mais próximo adversário era o companheiro de Schumacher na Ferrari, Eddie Irvine. A diferença de ambos, na largada daquela prova de Silverstone, estava em 14 pontos. Teoricamente, portanto, Hakkinen possuía uma vantagem bastante confortável. Será que ganhar o campeonato seria assim tão fácil?
Muito pelo contrário. Ja naquele G.P. da Inglaterra, as coisas começaram a dar errado para Hakkinen. O finlandês teve um problema de suspensão e precisou abandonar a corrida quando era o líder. Irvine foi o segundo o diminuiu a diferença para oito segundos.
Contrariando a expectativa da maioria, o irlandês cresceu a partir do momento em que passou a ser tratado como primeiro piloto da Ferrari. Nas duas provas seguintes, Irvine sairia vencedor enquanto Hakkinen conseguia apenas um terceiro lugar em ambas as corridas.
A situação do campeonato se invertia: agora, era o irlandês quem tinha a vantagem de oito pontos. Restando ainda seis Grandes Prêmios, porém, ainda havia muito tempo para uma recuperação de Hakkinen. E não deu outra: o finlandês venceu na Hungria e foi segundo na Bélgica, passando à frente na classificação, com um ponto a mais do que Irvine.
Então, a Fórmula 1 chegava a Monza, para a realização do Grande Prêmio da Itália. Como de costume, era a segunda corrida do ano em solo italiano. Na primeira, em Imola, Hakkinen havia batido sozinho quando liderava, levando os tiffosi ao delírio.
Em Monza, porém, não parecia provável que Hakkinen pudesse cometer outro erro semelhante. Desde o início do fim de semana, a vantagem parecia estar toda com o finlandês. Ele cravou a pole, enquanto Irvine não passou de oitavo no grid.
Na largada (à direita), o panorama não mudou. O finlandês tomou a ponta com tranqüilidade, seguido por Alex Zanardi e Heinz-Harald Frentzen. Nenhum dos dois tinha condição de acompanhar Hakkinen. Em pouco tempo, o piloto da McLaren já abria distância na ponta.
Um pouco mais atrás, Irvine sofria com o tráfego. Preso atrás da Stewart de Rubens Barrichello e da Jordan de Damon Hill, o irlandês foi ficando. Ele não tinha a menor condição de lutar por vitória. Aliás, tinha sérias dificuldades de entrar na zona de pontuação.
Se a corrida continuasssem dessa maneira, o Hakkinen sairia de Monza com onze pontos de diferença. O cenário conspirava a favor do finlandês, cada vez mais líder da prova e do campeonato. Nada poderia dar errado. Ou não?
Na 30ª volta, a corrida muda instantanemante. Hakkinen já tinha uma vantagem de oito segundos sobre Frentzen, e preparava-se para fazer seu único pit stop da corrida. Ao chegar na antiga primeira chicane de Monza, porém, tudo dá errado.
Por pura desconcentração, o finlandês erra na seleção de marcha. Sua McLaren, que havia entrado na curva em velocidade normal, trava as rodas de maneira repentina. Hakkinen percebe a bobagem e tenta consertar, mas é tarde demais.
O carro desliza na pista, já fora do controle do finlandês. Segue-se um ruído surdo de uma travada de rodas, que desperta a atenção dos torcedores nas arquibancadas. Hakkinen vai em direção à caixa de brita, e de lá não sai mais.
Ele estava fora da corrida. Os tiffosi explodem de alegria, sem acreditar no que vêem. E Hakkinen também não se conforma. Sai do carro, joga com raiva as luvas no chão e vai para uma zona reservada do circuito. Protegido pelas árvores em volta, agacha-se e chora. Um helicóptero, exatamente acima do finlandês, registra toda a cena.
Pela segunda vez no ano, o finlandês havia jogado pela janela uma vitória certa. Agora, porém, havia sido pior. Hakkinen estava prestes a sair de Monza com onze pontos de distância para Irvine. Com o erro, os dois passaram a estar empatados.
Ao voltar para os boxes, cercado por repórteres, Hakkinen não tem quase nada a declarar. "Foi erro meu, selecionei a marcha errada e foi isso", limita-se a dizer. A decepção era compreensível. Mais do que nunca, o título, naquele momento, estava comprometido.
Menos mal que, no encerramento da temporada, Hakkinen conquistaria o troféu de campeão com uma exibição perfeita na última prova do ano, no Japão. No fim, o finlandês teve um final feliz. Mesmo assim, não conseguiu apagar o constrangimento do erro incrível que ele cometeu naquele Grande Prêmio da Itália.
Por ter jogado fora uma vitória absolutamente garantida, por complicar-se na luta pelo campeonato com uma bobagem estúpida e por ter proporcionado uma grande alegria aos torcedores rivais - pela segunda vez no ano - da pior forma possível, Mika Hakkinen leva o sexto lugar na lista dos Dez Erros Mais Constrangedores da História.
A seguir, o vídeo da pataquada:
A seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta amanhã, com o número 5 da nossa lista. E hoje, ao longo do dia, comentários sobre as principais notícias do mundo da velocidade. Até mais!
Crédito das fotos:
Número Seis - http://www.onflex.org/
Mika Hakkinen - http://www.arhiva.autonet.hr/
Mika Hakkinen e sua McLaren - http://www.raisport.rai.it/
Erro - http://www.thef1.com/
Mika Hakkinen e sua McLaren II - http://www.forocoches.com/
Choro - http://www.dispatch.co.za/
Largada - http://www.f1-facts.com/
G.P. do Japão - http://www.grandprix.com/
9 comentários:
gostei do texto. Sou fã do Hakkinen mas admito que ele errou feio nessa corrida. Pelo menos ele ganhou o título no fim do ano, como você disse, com uma performance perfeita. Espero pelo próximo número da lista!
Valeu!
Acho um pouco vacilo colocar o Hakkinen, coitado, ele é um sujeito tão legal uehuehue..
Mas é verdade essa bobagem foi idiota. Não entendi até hoje como ele conseguiu fazer isso duas vezes no mesmo ano.
Em Imola ele também tinha errado...
Grande Mika! Errou mas admitiu e ainda foi ganhar o campeonato. Belo texto. Tá faltando a mangueira do Albers e o Mansell quebrando na última volta, hein?
Abs,
Maurício - RJ
Essa foi constrangedora mesmo!
Ô Hakkinen, que que eu vou dizer lá em casa...
Gustavo,
Imagine se fosse com o Rubinho o q nossa midia ia falar e zoar ele!
Que vascilada horrivel essa!
Não se esqueça de colocar na lista tb a batida do Senna na curva do cassino no GP de Monaco em 88 qdo estava quase 1 minuto a frente.
O negócio tá ficando pesado, esse erro já foi muito brabo... fez bem o Mika de chorar, tem que chorar muito mesmo.
É aquele negócio, não tem que andar no limite, perde a concentração e....
Essa série está muito boa!
Abraço
Mas fora esta bobagem Mika Hakkinen era um grande piloto de F1. Gostava dele. Tenho até uma foto ao lado do capacete dele no GP do BRasil de 1996
"Selecionei a marcha errada"? Ele disse isso mesmo? Curioso... Hoje em dia os pilotos não selecionam a marcha errada nem se quiserem.
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