segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Mídia européia bate forte em Fernando Alonso

Dentro da pista, Fernando Alonso vive ótima fase. Afinal, sua seqüência de bons resultados estão encurtando a distância para Lewis Hamilton no campeonato de forma progressiva. Nos bastidores, porém, o prestígio do bi-campeão mostra-se extremamente abalado após uma sucessão de episódios polêmicos.

Sua participação no caso de espionagem que abalou a Fórmula 1, em especial, ascendeu a ira do jornal alemão Bild. Uma das principais publicações da Europa - com uma tiragem diária que ultrapassa quatro milhões de exemplares - o periódico jogou fortes acusações sobre Alonso em sua edição dessa segunda-feira.

"Vigarista", "chantagista" e "mercenário" foram algumas das mais bondosas palavras usadas pelo Bild em referência ao bi-campeão. Tudo em virtude da ainda mal explicada participação do piloto espanhol na troca de e-mails comprometedores entre ele e o piloto de testes da McLaren, Pedro de la Rosa. Ao que parece, Alonso conhecia, sim, as informações secretas da Ferrari.

A raiva do Bild tem uma explicação: a mancha que o episódio causou à Mercedes, principal parceira da McLaren. Embora não tenha tido nenhuma responsabilidade no imbróglio, a montadora alemã também saiu chamuscada. Tudo culpa, supostamente, de Alonso.

"Não há lugar nas flechas de prata para grandes mercenários sem caráter", conclui o Bild, dramaticamente. De fato, o bi-campeão foi personagem central do caso de espionagem. Mas jogar tudo sobre as costas de Alonso é injusto. Se Ron Dennis ainda mantém o espanhol em sua equipe, deve haver uma razão.

E ela existe: a competência de Alonso. No Grande Prêmio da Bélgica, no último domingo, o espanhol deu mais uma prova de sua personalidade extramamente competitiva, ao fechar Lewis Hamilton de uma maneira agressiva e contestada ainda na primeira curva da prova. Dessa vez, foi a vez dos jornais ingleses chiarem.

As publicações da Terra da Rainha criticaram bastante a manobra de Alonso, considerada exagerada e desnecessária. Uma declaração de Lewis Hamilton, em especial, foi bastante endossada. "Acho estranho alguém que sempre reclama de manobras injustas agir dessa forma", falou o novato-sensação da temporada.

Alonso se defendeu: "É uma questão de fisíca e lógica. Se você contorna a Eau Rouge do lado de fora, precisa parar de acelerar", disse o espanhol. Realmente, nesse caso, ele até tem razão. O que Hamilton esperava? Que seu principal adversário simplesmente deixasse a porta aberta, sem tentar defender a posição até o último momento?

Como qualquer um em sua situação, Alonso forçou para cima do rival. Foi agressivo, sim, mas não chegou a ser desonesto, como sugeriram alguns. Nessa altura do campeonato, não há mais espaço para gentilezas.

Por fim, uma derradeira polêmica envolvendo o nome do bi-campeão apareceu nessa segunda. De acordo com uma reportagem do inglês Daily Mirror, Alonso tentou oferecer um "incentivo" a seus mecânicos para cada corrida em que conseguisse bater Hamilton . O "bônus" seria algo em torno de 2.500 reais, uma ninharia perto do salário multi-milionário do bi-campeão.

Não ficou claro se a intenção de Alonso era oferecer uma ajuda ou, talvez, algum tipo de propina. Certo mesmo é que o chefe do espanhol, Ron Dennis, proibiu a prática logo depois que descobriu a vontade de seu piloto. Ao tentar essa cartada desnecessária, Alonso errou duplamente. Primeiro porque a atitude não é nada correta.

Mas, pior do que isso, ela sugere que os mecânicos do bi-campeão não são profissionais o suficiente para já não estar dando o máximo a cada Grande Prêmio. No grau de competição a que chegou, Alonso nem deve percebido o estrago que pode ter feito com seus próprios companheiros da McLaren.

O espanhol, porém, nem deve mais se importar com as críticas. Seu objetivo cego e único é levar o troféu de campeão para casa no fim do campeonato. O problema é que Hamilton tem um pensamento exatamente igual. Com o Mundial de Construtores já decidido, os dois pilotos da McLaren estão livres para correr um pouco mais de riscos, se precisarem.

Sinceramente, não vou me surpreender nem um pouco se o campeonato acabar numa colisão entre Alonso e Hamilton.


As polêmicas de bastidores continuam rendendo na Fórmula 1. Infelizmente. Ao que parece, a categoria está prestes a enfrentar outro longo e desgastante caso de espionagem industrial. Dessa vez, a Renault é a acusada e a McLaren - ironicamente - faz o papel da vítima.

Pelo que foi revelado até agora, um ex-engenheiro da equipe inglesa teria levado, ao transferir-se para a Renault, três disquetes com informações ultra-secretas da McLaren. O time de Ron Dennis descobriu e montou um dossiê, que deve ser enviado à FIA nos próximos dias.

Em entrevista à rádio BBC, Max Mosley, presidente da entidade, comentou estar esperando a documentação da McLaren até quarta-feira. A Renault, aparentemente, já encaminhou sua defesa à FIA. O chefe da equipe da montadora do losango, Flavio Briatore, minimizou as acusações. Para ele, Ron Dennis está apenas "jogando pedras num lago".

Por enquanto, assim como no caso Ferrari x McLaren, não há muito o que comentar antes que sejam revelados mais detalhes. Mas o engenheiro contratado pela Renault não era do alto escalão da equipe inglesa e, portanto, não deve ter "roubado" dados tão importantes assim.

Ron Dennis, após ver a imagem de seu time tão arranhada nos últimos meses, precisa mesmo levar o caso adiante?


Nessa segunda, foi finalmente confirmado que a Índia vai ter presença garantida no calendário da Fórmula 1 a partir de 2010. De acordo com o presidente da Associação Olímpica Indiana - entidade que vem cuidando do assunto - a FIA aprovou dois terrenos de Nova Délhi para a construção de um autódromo de última geração.

Os organizadores vão ser os responsáveis por eleger a localidade da nova pista, que será projetada pela firma de Hermann Tilke. O arquiteto alemão é o mentor da maioria dos circuitos mais modernos do mundo, tendo em seu currículo as reformas de Hockeinheim e Nurburgring, além da construção completa de Istambul Park, Sepang e Shangai, por exemplo.

Falando em calendários, o Mundial de Turismo (WTCC, na sigla em inglês) anunciou, hoje, as primeiras datas de suas corridas do ano que vem. O campeonato, que tem apenas três anos de história, cresce a cada temporada e já ganha bastante popularidade entre os fãs do automobilismo.

A escolha das sedes do WTCC alterna pistas históricas - como Monza e Brands Hatch - com circuitos relativamente desconhecidos do público mundial, casos de Curitiba e Oschersleben. O campeonato de 2008 vai ter doze rodadas duplas, uma a mais do que nesse ano. Zandvoort foi a única baixa, enquanto México e Okayama fazem suas estréias.

Logo abaixo, o calendário provisório:

2 de Março - Etapa de Curitiba
6 de Abril - Etapa do México, num circuito a ser confirmado
18 de Maio - Etapa de Valência
1º de Junho - Etapa de Pau
15 de Junho - Etapa de Brno
6 de Julho - Etapa do Estoril
27 de Julho - Etapa de Anderstorp
31 de Agosto - Etapa de Oschersleben
21 de Setembro - Etapa de Brands Hatch
5 de Outubro - Etapa de Monza
26 de Outubro ou 2 de Novembro - Etapa de Okayama
16 de Novembro - Etapa de Macau

Curitiba volta a abrir a temporada, como foi nesse ano. Uma prova do sucesso e da rentabilidade da etapa brasileira.


O fugaz mas espetacular duelo entre Fernando Alonso e Lewis Hamilton foi o melhor momento do Grande Prêmio da Bélgica. Para quem ainda não viu, vale a pena conferir as primeiras voltas da prova de Spa-Francorchamps. Como de costume, elas foram as mais emocionante da corrida:



Mantenho o que disse anteriormente. Alonso forçou, foi agressivo mas não chegou a ser desleal. Se quiser vencer o campeonato, Hamilton vai precisar enfrentar situações de muito mais risco do que essa. A batalha direta entre os dois pelo título está só começando...

Nessa terça, o Blog volta com a seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix, com o número 7 da lista dos Dez Erros Mais Constrangedores da História. E, ao longo do dia, comentários sobre as principais notícias do mundo da velocidade. Até amanhã!

Crédito das fotos:
Hermann Tilke - http://www.dw-world.de/

5 comentários:

Anônimo disse...

penso que nem você: o Alonso não fez nada demais. O Hamilton precisará enfrentar estas situações repetidamente até o fim do ano. è melhor se preparar!

Valeu!

Anônimo disse...

lembro do Alonso reclamando do massa depois do g.p. da alemanha e fico pensando com meus botões, e se fosse o Hamilton fechando o Alonso? Certamente, ele iria reclamar de tudo que é possibilidade. Não houve nada nessa manobra. Eles estão discutindo o título afinal de contas!

Felipe Maciel disse...

O Hamilton não estava se referindo à disputa na Eau Rouge e sim ao chega pra lá na primeira curva.

Ali realmente o Alonso jogou duro mas não podemos dizer que foi ilegal. Não interpreto a crítica do Hamilton como um protesto à manobra e sim à contradição entre o que Alonso fala e o que ele faz. De fato, para alguém que reclama tanto dos outros, não parece nada razoável forçar daquele jeito pra obrigar o companheiro a ir para a área de escape pra a não bater. Se ele não fosse chorão, vá lá, mas como é cheio de frescuras a coisa fica bastante contraditória.

Anônimo disse...

Penso como a reportagem do jornal alemão.
Alonso é chantagista, mau carater e vigarista!
Aliás, de ser vigarista os alemães entendem bem não é!?

Marcio Kohara disse...

Circuito de Okayama... É o inóspito circuito de TI Aida, que marcou época na Fórmula 1...

Nunca a Fórmula 1 se meteu tão no meio do mato como lá... hehehe =OP []´s