quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: Os Dez Maiores Duelos da História - Número 9

Continuamos, hoje, com a contagem dos Dez Maiores Duelos da História. Ainda estamos no início da listagem, mas todas as disputas são sensacionais e dignas de lembrança. O Blog anda meio sem tempo, então o texto será um pouco condensado dessa vez. Sem perder mais tempo, vamos continuar:

10. Senna x Alesi - EUA/1990
NONO COLOCADO - Nelson Piquet x Nigel Mansell no G.P. da Austrália de 1990

Se Alain Prost e Ayrton Senna não tivessem nascido, a rivalidade entre Nigel Mansell e Nelson Piquet teria sido, provavelmente, a maior da história da Fórmula 1. A dupla travou batalhas épicas no tempo em que lutaram diretamente um contra o outro pelo título, entre os anos de 1986 e 1987.

Correndo juntos na Williams nesses dois anos, o inglês e o brasileiro faziam uma verdadeira guerra dentro da equipe. Mas foi apenas em 1990 que a dupla travou aquele que foi uma dos maiores embates que a Fórmula 1 já viu.

O cenário era a pista australiana de Adelaide (à esquerda), sede da última etapa do campeonato daquele ano. Era, também, o G.P. 500 da história da Fórmula 1, o que contribuiu para tornar o clima da prova mais leve e animado.

A luta pelo título estava definida em favor de Ayrton Senna. No Mundial de Construtores, a McLaren também já era campeã. Restava, então, a luta pela vitória na histórica corrida. Quem seria o ganhador do G.P. 500 da Fórmula 1?

No grid de largada, Senna era pole com Gerhard Berger, seu companheiro de equipe, em segundo. As Ferrari de Mansell e Prost vinham logo a seguir. Piquet, com sua Benetton, não passava de sétimo. Na saída, Senna manteve a ponta, com Berger e Mansell atrás. Ao mesmo tempo, Piquet ganhava duas posições e pulava para quinto ao final do primeiro giro.

Logo na segunda volta, Berger cometeu um erro ridículo. Acidentalmente, o austríaco bateu no botão de ignição, desligando o motor de repente. Não demorou muito para que o piloto da McLaren percebesse o problema, mas foi o bastante para que Mansell passasse para segundo.

Na sexta volta, Piquet superou Prost. Três girou mais tarde, chegou ao terceiro lugar ao ultrapassar Berger. A ordem era, então, Senna-Mansell-Piquet. O inglês queria a vitória e perseguiu Ayrton durante toda a corrida.

Na 43ª volta, Mansell errou e saiu da pista. Voltou sem perder sua segunda posição, mas teve de fazer uma parada nos boxes para trocar os pneus. Com isso, retornou em quinto, e parecia fora da luta pela vitória.

Mas as coisas mudaram rapidamente. Liderando com tranqüilidade, Senna teve um suposto problema de câmbio, que selecionou a marcha errada e jogou o carro do brasileiro contra a barreira de pneus. Não importando se foi culpa do brasileiro ou não, o fato é que o piloto da McLaren estava fora da corrida.

Com isso, a ponta caiu no colo de Nelson Piquet. Prost era segundo, com Berger em terceiro e Mansell em quarto. O inglês, porém, estava voando. Em poucas voltas, recuperou sua desvantagem, passando o austríaco e o francês.

Aí começava o duelo. Nas últimas quinze voltas, Piquet e Mansell davam o seu máximo, com o inglês reduzindo gradativamente a diferença. Seria o suficiente? Atrapalhado pelo desgaste de seus pneus e pelo exército de retardatários, Nelson ia perdendo tempo, enquanto Nigel chegava cada vez mais perto.

Com oito voltas para o final, após bater o recorde da pista sucessivas vezes, Mansell alcançou Piquet. O inglês tinha mais carro, mas o piloto da Benetton não venderia barato o triunfo. A torcida se levantou e quem assistia no Brasil, em plena madrugada, perdeu o sono completamente.

Em mais de uma oportunidade, Mansell tentava usar os retardatários para forçar uma ultrapassagem. Mas Piquet, contando com a sua experiência, sempre tomava a melhor trajetória para se manter na frente. Os dois abriram juntos a última volta. O inglês teria uma derradeira chance.

Ao chegar no trecho mais rápido de Adelaide, Piquet encontra a Brabham de Stefano Modena à frente. Perde um pouco de velocidade no início da reta principal e permite a aproximação de Mansell. O inglês sabe que é tudo ou nada e parte para o ataque.

No fechado grampo ao final da reta, Mansell vai com tudo por dentro. Mas Piquet não se intimida. Então, o brasileiro dá aquela que talvez tenha sido a maior fechada da história da Fórmula 1. Os dois não se tocam por milímetros.

Piquet completa a curva com tranqüilidade, enquanto Mansell perde tempo demais. As esperanças de vitória do inglês iam, definitivamente, para o espaço. De qualquer forma, foi uma excelente performance do piloto da Ferrari.

Na bandeirada final, Piquet vence com três segundos de distância para Mansell. O público já podia soltar a respiração. O ano de 1990 tinha um final digno para um grande temporada. Se, na corrida inicial do ano, Ayrton Senna e Jean Alesi deram um show, Nelson Piquet e Nigel Mansell fizeram melhor ainda no G.P. final do campeonato.

Pelo significado da 500ª corrida da história da Fórmula 1, por causa da persistência e da força de vontade do inglês e pela aula de defesa de posição dada pelo brasileiro, Nelson Piquet e Nigel Mansell levam o nono lugar na lista dos Dez Maiores Duelos da História.

O vídeo a seguir é raro e tem narração em português. As imagens ficam ruins em algums momentos - como no início - mas pegam os momentos mais importantes. A fechada de Piquet em Mansell, por exemplo, é bem nítida:



A seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta na semana que vem, com os números 8, 7 e 6 da nossa lista. E hoje, ao longo do dia, o Blog retorna comentando as principais notícias do mundo da velocidade. Até mais!

4 comentários:

Anônimo disse...

mais uma boa escolha, blog. Só não sabia que o cléber machado já narrava corridas nesta época..

Schuey2007 disse...

Optimo texto. Muito bem blog..gostei!

Grande duelo que não tive a oportunidade de viver!ol

Grande Abraço

Felipe Maciel disse...

Quando a briga chegou naquela curva ali... nossa, isso é que é um climax.
Excelente escolha, muito bom!
Se fosse o Galvão, já teria soltado um "haja coração!!!"

Abs

Anônimo disse...

REalmente muito bem lembrando. Foi emocionante a última volta. Show de bola !

Abraços