quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O ciclo da Fórmula 1

Tenho um priminho pequeno. Outro dia, ele pediu para ver O Rei Leão comigo. Uma fábula bonitinha que eu, quando criança, também adorava. A lição principal do filme era sobre um tal de "ciclo da vida". As coisas, as criaturas, as estações, enfim... tudo se repete de tempos em tempos.

Na Fórmula 1 também é assim. Principalmente quando estamos falando das equipes. Elas chegam e vão, algumas voltam enquanto a maioria desiste. Tirando o trio de ferro da categoria - Ferrari, McLaren e Williams - todas as outras escuderias têm uma história mais do que recente (embora Honda e Renault já tivessem tido equipes num passado já distante).

Duvida? Então vamos fazer um exercício de memória. 1997, exatos dez anos atrás. Sabe quantas equipes que correram naquela temporada persistem até hoje? Apenas três. Ferrari, McLaren e Williams.

Aonde foram parar as outras? Benetton, Jordan, Prost, Sauber, Arrows, Stewart, Tyrrell, Minardi e Lola (à direita)... onde estão? Não existem mais. Essa é a lógica, esse é o ciclo da Fórmula 1. A categoria principal do automobilismo prova a Teoria da Evolução de Darwin com perfeição. Só o mais forte resiste.

Assim continua até hoje. Por mais que os dirigentes lutem contra a escalada dos gastos e a debandada das equipes pequenas, não há nada a fazer. Vai ser sempre assim. Os mais novos exemplos da tendência são Super Aguri e Spyker. O time japonês está na Fórmula 1 desde o início de 2006. Mais tarde, nessa mesma temporada, os holandeses entraram na categoria.

E ambos correm sério risco de nem alinharem para o campeonato de 2008. A Super Aguri já admitiu estar negociando suas ações para sair do vermelho. O mais recente comprador em potencial é o ex-piloto Adrian Campos, dono de equipe na GP2.

Por sua vez, a Spyker vive séria crise. Há alguns dias, o presidente da empresa, Michiel Mol, foi demitido. Segundo a equipe, por conflito de interesses. Explica-se: o próprio Mol quer comprar o time, e não poderia realizar seu desejo enquanto chefe da escuderia.

Não ficou claro, porém, se foi essa mesma a razão da saída de Mol. Afinal, a Spyker tem tido dificuldades financeiras desde o início da temporada, agravadas pelo baixo desempenho ao longo do ano. Uma demissão do presidente não seria tão estranho assim, portanto.

Não vou ficar nem um pouco surpreendido se Super Aguri e Spyker não competirem na temporada do ano que vem, por falência ou venda de equipe. Essa é a lógica da Fórmula 1 e sempre será. Nem grandes montadoras resistem, como a Jaguar provou recentemente.

Até o outrora trio de ferro pode ficar desfalcado num futuro próximo. Afinal, a Williams já deixou de ser grande e, de tempos em tempos, é obrigada a economizar gastos e ceder vaga a pilotos pagantes para se garantir. Pode parecer triste, injusto...

Mas ó somente o ciclo da Fórmula 1.

5 comentários:

Anônimo disse...

concordo com vc. Agora que minhas equipes favoritas: Lotus, Tyrrell e Minardi não está mais na fórmula-1, nem me importo mais com troca de equipes. Eu sei, mas, que isso vai continuar acontecendo sempre. Como vc. disse, é o 'ciclo da fórmula-1.

Fabio disse...

Na minha faculdade um professor já usou O rei Leão para explicar o Cristianismo. Agora, a F1. O que mais?

*Deu saudade da Arrows com o de la Rosa... sempre torcia por ele.

Felipe Maciel disse...

Cara, nem fala da Jaguar... aquela equipezinha pavorosa, com suas pataquadas inacreditáveis. Lembro bem como foi a última corrida do time: Webber e Klien se arrebentaram na pista de Interlagos, um batendo no outro.
A escuderia deixou a F1 condizendo perfeitamente com o seu trabalho ao longo do tempo que figurou no grid da categoria.

Anônimo disse...

É uma pena essas equipes que prometem e vão embora cedo ou q vão a falencia depois de anos de tradição. Pra mim, a mais surpreendente foi a saída da Jordan, pq em 98/99 ela prometia muito, mas do nada teve uma queda brusca. Espero q um dia ela volte a F-1 (principalmente se for com a pintura do primeiro ano deles)

Schuey2007 disse...

Bom texto.

A Arrows, assim como a Prost sucumbiram por falta de posses monetárias.

A Sauber é hoje em dia a BMW Sauber

A Stewart passou a ser Jaguar e é actualmente Red Bull (seguindo a lógica)

Por essa mesma lógica, a Minardi é a Toro Rosso.

Jordan foi Midland e mais recentemente Spyker (uma nova Minardi digamos...eheh).

A Benneton já tinha motores Renault em 2001, de modo a preparar a entrada como equipa do construtor frances em 2002.

Grande ABRAÇO