terça-feira, 10 de julho de 2007

Christijan Albers: a retrospectiva de uma carreira recém-terminada e completamente desprezível

E hoje, finalmente, a Spyker resolveu dar fim à carreira de Christijan Albers na Fórmula 1. Depois da incrível trapalhada no Grande Prêmio da França e do seu desempenho constantemente mais fraco que o do companheiro de equipe novato, Adrian Sutil, o piloto holandês não resistiu ao processo de fritura movido pelo time e pela imprensa.

Mas, sejamos honestos, o ex-astro da DTM não vai fazer muita falta. Apontado em 2005, quando estreou na Fórmula 1, como uma promessa do automobilismo da Holanda, Albers estragou sua carreira com anos pouco produtivos em equipes do fundo do pelotão.

Primeiramente na Minardi, depois na Midland e, por fim, na Spyker, Christijan, em nenhum momento, conseguiu demonstrar seu proclamado potencial. Tornou-se um piloto praticamente insignificante no meio da categoria mais forte do automobilismo mundial. E, depois da demissão de hoje, pode ser considerado desprezível também.

Se não fosse a farsa do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 2005, Albers teria passado 46 corridas sem pontuar na Fórmula 1. Em meio ao constrangimento daquela corrida patética, o holandês marcou os únicos pontos de sua carreira. Foi o quinto entre seis carros. Levou para casa míseros quatro pontos.

Os resultados completamente escassos no resto do tempo transformaram Christijan num mero figurante. Sua única disputa era contra seus companheiros de equipe. Na Minardi, em 2005, venceu com dificuldade o austríaco Patrick Friesacher, demitido depois que seu dinheiro acabou.

Em sua vaga, entrou um compatriota de Albers, Robert Doornbos. Mesmo com experiência quase nula na Fórmula 1, o hoje líder da ChampCar conseguiu ser superior ao companheiro de equipe que corria com aquele carro desde o início do ano. Apesar disso, Christijan conseguiu um lugar, para 2006, na Midland, ajudado, como sempre, por seus generosos patrocinadores.

Foi mais um ano no ostracismo. Durante todo esse período, Albers só saiu do escuro em que se meteu quando foi atingido pelo péssimo Yuji Ide no Grande Prêmio de San Marino. Pelo menos, ao capotar, Christijan saiu nos jornais no dia seguinte.

Na estranha e suspeita escuderia russa, Albers teve uma dura disputa, ao longo do ano, com o português Tiago Monteiro. Entre os jornalistas e as pessoas do Paddock, porém, a torcida por Vagoroso era quase unânime.

Piloto simpático e esforçado, Tiago contrastava com a personalidade mascarada e introspectiva de Christijan, que abominava qualquer tipo de contato com os jornalistas. Ao final do ano, nenhum dos dois fez pontos.

Nas corridas em que terminaram juntos, Albers foi melhor em quatro de seis. Mas foi Monteiro quem conseguiu a melhor posição: um nono lugar, contra apenas um décimo do holandês. Mais uma vez, uma temporada completamente esquecível para Christijan. Estaria ele fora da Fórmula 1? Ainda não.

Ajudado agora não só pelos patrocinadores, mas também por sua nacionalidade e seu parentesco com os diretores da Spyker, Albers conseguiu lugar na equipe holandesa. Seu novo parceiro seria um alemão saído da Fórmula 3, sem passagem pela GP2 nem qualquer experiência em provas com um Fórmula 1, Adrian Sutil. Tarefa fácil para Christijan então?

Errado mais uma vez. Contrariando todas as expectativas, Sutil conseguiu ser superior a Albers desde o início. Em nove corridas, bateu o companheiro de equipe em seis de nove classificações. No começo, a inexperiência do alemão atrapalhava nas corridas. Mas quando Adrian pegou o jeito, passou a chegar na frente do holandês também nos domingos.

E aí a situação de Albers começou a ficar insustentável. Alguns erros, que vinham desde os ano anteriores, também não ajudaram. A trapalhada grotesca e constrangedora em Magny-Cours, quando arrancou antes do tempo do pit stop e quase levou seus mecânicos juntos, não fez mais do que precipitar as coisas.

Quem será seu substituro agora? Tanto faz. O fato é que a Fórmula 1 perde tempo com pilotos que já deram tudo o que podiam. Não servem para mais nada além de ocupar vagas que poderiam estar sendo preenchidas por pilotos jovens e cheios de motivação. Albers, pelo menos, já foi embora. Agora só faltam Alexander Wurz e Ralf Schumacher.

Entre os candidatos a substituir o holandês, não há nenhum fenômeno. Ninguém que vá se destacar de primeira. Mas, pelo menos, eles vão ter a sua chance. Algo que Christijan já teve muitas vezes, mas nunca soube aproveitar.

Resta agora, ao holandês, tentar reconstruir sua carreira. Talvez, na própria DTM, que o alavancou à Fórmula 1 lá no início. O fato, porém, é que na categoria máximo do automobilismo mundial, dificilmente Christijan Albers terá outra oportunidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

concordo com vc. Agora só faltam wurz e ralf irem embora. Bem que podia entrar gente bem melhor no lugar deles também. Podia sobrar um lugar pro nelsinho, pro di grassi. Seria uma boa.

Anônimo disse...

Agora que van der garde vem aí o bicho vai pegar. Quero ver Galvão falando o nome dele rsrsrs

Anônimo disse...

o kovalainen também tem que ir embora

cassio

Felipe Maciel disse...

Fala-se muito no Klien mas tor�o para o Gierdo. mas n�o � por causa do galv�o, n�o. � porque esse pode inventar alguma coisa na F1 mesmo.