quinta-feira, 26 de julho de 2007

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos - Número Sete

Acabo de chegar em casa após assistir à fenomenal atuação da seleção feminina de futebol na final dos Jogos Pan-Americanos e passar o dia quase inteiro fora. Já li sobre a decisão do Conselho Mundial da FIA e logo irei comentar o caso num post, em breve. Antes disso, porém, vamos adiante na contagem das Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos:

10. Michael Schumacher - Espanha/1996
9. Damon Hill - Hungria/1997
8. John Watson - Long Beach/1983
SÉTIMA COLOCADA - Jackie Stewart no G.P. da Alemanha de 1968

A performance de Jackie Stewart é mais uma grande atuação que é desconhecida da maioria do público em geral. O escocês estava num dia absolutamente genial, e esmagou a concorrência no temido e perigosíssimo circuito antigo de Nurburgring. Com um detalhe: as condições do tempo durante toda a prova foram sempre instáveis.

Até o G.P. da Alemanha de 1968, Stewart ainda não tinha o status que alcançou após a sua aposentadoria. Não havia ganho nenhum de seus três títulos. Sua contagem de vítória também estava apenas no seu começo: Jackie tinha, naquele ponto, apenas três triunfos. Terminou a carreira com 27.

A maioria dos especialistas da época considerava o escocês um campeão mundial em potencial. Havia, obviamente, algumas exceções. Gente que não conseguia enxergar o talento de Stewart. Os poucos que ainda duvidavam de Jackie, porém, mudaram de opinião após sua atuação em Nurburgring, na oitava etapa da temporada de 1968.

Ao chegar naquela corrida, Stewart era o terceiro na tabela do campeonato. Contava 17 pontos, e perdia para Graham Hill, com 24, e Jacky Ickx, com 20. O título, portanto, ainda estava totalmente em aberto, faltando cinco corridas para o fim da temporada.

Em Nurburgring, Jackie era apenas o sexto no grid. Considerado o grande especialista do gigantesco e praticamente imemorizável traçado de 22 km do circuito alemão, Jacky Ickx era o pole position. Chris Amon, Jochen Rindt, Graham Hill e Vic Elford eram os outros pilotos à frente de Stewart.

A largada se deu em meio à chuva torrencial. Na primeira curva, Hill tomou a liderança, seguido de Amon e Rindt. Jackie, já nessa altura, havia ganho duas posições e era o quarto. Era o começo de uma escalada rápida e sensacional.

Antes do fim da primeira volta, Stewart lá era o líder. De alguma forma, o escocês encontrou maneiras de ultrapassar Rindt, Amon e Hill em diferentes pontos do circuito de Nurburgring em apenas um giro. Mais do que isso: na primeira passagem pela reta dos boxes, já havia aberto nove segundos de diferença.

O dia era totalmente dele. Os pneus Dunlop de seu carro Matra funcionavam perfeitamente, mas isso não explicava tudo. Jackie voava numa pista de tamanho gigantesco, que tinha pontos molhados e outros completamente secos.

Era, portanto, um gigantesco desafio para os pilotos. Nessa condição, os melhores se sobressaíam. E Stewart não só venceu, como humilhou os adversários. Enquanto os outros encontravam enormes dificuldades, o escocês parecia estar passeando.

Ao final da corrida, ele havia conseguido colocar incríveis quatro minutos de vantagem sobre o segundo colocado, Graham Hill. Se a pista de Nurburgring tivesse o tamanho de um circuito habitual, bem mais curto, Stewart teria ganho com duas voltas de diferença.

A atuação de Jackie também teve seu toque de ironia. O escocês, ferrenho defensor da segurança nas competições de automóvel, veio a ter sua maior vitória no mais perigoso de todos os circuitos. Mais: em condições de pista que hoje seriam consideradas totalmente impraticáveis.

No final daquele ano, Stewart não foi campeão. Ele acabou perdendo o título para Graham Hill. Mas a atuação do escocês naquela tarde chuvosa e fria de Nurburgring deixou todos com a certeza de que, num futuro próximo, seria ele o grande dominador da Fórmula 1.

Por ter imposto uma derrota humilhante a todos os seus adversários e pela pilotagem corajosa, ousada e sensacional no mais perigoso dos circuitos, nas mais complicadas das situações climáticas, Jackie Stewart leva o sétimo lugar na lista das Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos.

Não há, pelo menos na Internet, registros em vídeo do G.P. da Alemanha de 1968. Deixo vocês com imagens da corrida anterior, de 1967. Se no seco já era assim, imagine na chuva:



A sessão Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta terça que vem. Na próxima semana, os números 6, 5 e 4 da nossa lista. Em instantes, o Blog volta comentando as notícias do dia, em especial a decisão do Conselho Mundial da FIA. Até!

5 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimo texto, Blog! Não conhecia essa história, parece que o Stewart não era um cara medroso como alguns dizem.

Sobre as performances que faltam, acho que você deveria botar a do Senna em Doninton, a do Villeneuve em Jerez e a do Piquet na Hungria.

São só sugestões, ok? Valeu!

Anônimo disse...

depois disso fico com vontade de assistir um video mas so tem fotos na internet. Que droga!

Anônimo disse...

Ah, Nurburgring antigamente...
Ei Blog, está assistindo o Pan tb? Fui no futebol hje tb, jogaço do Brasil! E ainda fui pro basquete dpois!
E amanha ainda tem canoagem e atletismo pra ir!

Blog F1 Grand Prix disse...

Fala Leandro,

Cara, sou carioca que nem você mas acabei não aproveitando tanto o Pan quanto poderia. Fui só num dos dias do remo e ontem na final do futebol feminino. Tenho acompanhado quase tudo pela televisão.

O único evento de esportes que eu não abro mão de assistir ao vivo é o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. E, pela oitava vez em dezoito anos de vida, estarei lá na arquibancada do setor A neste ano também.

Grande abraço!

Italo Augusto disse...

Grande Stewart! Conduzia magicamente antes mesmo de ser campeão em 69.
Bom Post Blog, Stewart era o melhor daquela época, Junto com Graham Hill, Jim Clark (que morreria no mesmo ano de 1968.), Jacky Icky entre outros. Valeu Blog!