quarta-feira, 25 de julho de 2007

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos - Número Oito

Perdoem-me o pequeno atraso na publicação deste post. Resolvi aguardar o fim da viagem para não sofrer mais com a lenta e cara conexão de Internet por telefone. Por isso, tive de esperar até o fim do dia para escrever os textos. Agora, sem perder mais tempo, vamos dar continuidade à contagem das Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos:

10. Michael Schumacher - Espanha/1996
9. Damon Hill - Hungria/1997
OITAVA COLOCADA - John Watson, Grande Prêmio de Long Beach de 1983

Alguns de vocês podem achar que, nesta, estou inventando. Afinal de contas, a atuação de John Watson - um piloto que jamais foi campeão mundial - não é das mais celebradas e comentadas da história da Fórmula 1. Mas a vitória do norte-irlandês tem uma particularidade especial, que nem os maiores nomes do automobilismo conseguiram igualar.

Nunca, em todo o curso da principal categoria do esporte a motor, um piloto conseguiu vencer uma corrida saindo de uma posição do grid tão ruim quanto a de Watson naquele G.P. de Long Beach. John era, nada mais nada menos, o 22º na largada. Trinfou mesmo assim, e ainda por cima num circuito de rua!

É verdade que as ultrapassagens, naquela época, eram muito mais fáceis de serem executadas. E o índice de quebras alto também ajudou Watson em sua recuperação. Nada disso, porém, tira o mérito da atuação do piloto da McLaren.

Um ano antes, em 1982, John já havia mostrado do que era capaz. Inaugurou o que os comentaristas chamavam de "técnica Watson de vencer saindo de trás". Na Bélgica, no mesmo fim de semana em que Gilles Villeneuve morreu, o norte-irlandês ganhou saindo de 10º. Mais tarde naquela temporada, em Detroit, ele venceria saindo de 18º.

Este recorde, porém, Watson bateria logo no início da temporada de 1983. Quando a Fórmula 1 chegou a Long Beach, na California, para a segunda corrida daquele ano, ainda não haviam favoritos destacados para o campeonato.

O equilíbrio era total. Prever resultados, uma tarefa ingrata. Pelo menos cinco ou seis equipes tinham chances de vitórias. Uma delas era a McLaren de Watson e deu seu companheiro, Niki Lauda. Na primeira corrida de 1983, no Brasil, no finado autódromo de Jacarepaguá, o austríaco foi terceiro, enquanto John abandonou.

Em Long Beach, entretanto, os dois pareciam estar em péssima situação após os treinos classificatórios de sábado. Watson era 22º no grid. Lauda, o 23º. Seus tempos eram em torno de quatro segundos mais lentos que o do pole position, Patrick Tambay, da Ferrari.

Mas o domingo veria outra história. Saindo de terceiro no grid, o campeão do ano anterior, Keke Rosberg, estava num dia errático. Logo na largada, o finlandês já bateu com o outro piloto da Ferrai, Rene Arnoux.

Nenhum dos dois, entretanto, teve danos significativos nos carros. Assim, ambos conseguiram prosseguir. Mas o show de Rosberg ainda não havia terminado. Antes que a primeira volta terminasse, o finlandês daria um giro de 360º ao tentar ultrapassar o líder Tambay. Mais uma vez, Keke continuaria na corrida sem perder muito tempo.

Durante as trinta voltas iniciais, o público foi entretido com uma briga emocionante no grupo da frente. Tambay, Rosberg, Jacques Laffite, Michele Alboreto, Jean Pierre Jarier e Riccardo Patrese se mantinham colados um nos outros. Às vezes, trocavam o de posição entre si.

Na volta 22, Alboreto e Jarier bateram, e o italiano foi o primeiro a perder contato com a turma. Algumas voltas mais tarde, Rosberg perdeu a paciência e foi para cima de Tambay. Não deu outra: os dois se tocaram e tiveram de abandonar.

Com isso, a liderança caiu no colo de Laffite, com Patrese aparecendo em segundo. O terceiro colocado, Marc Surer, estava bem atrás. E, logo a seguir, já apareciam as McLaren de Lauda e Watson.

No 33º giro, John resolveu desafiar seu companheiro. Numa ultrapassagem sem riscos, deixou Lauda para trás. Tendo poupado seus pneus durante a primeira metade da corrida, Watson estava, agora, livre para atacar.

Os dois líderes, que haviam desgastado seus carros além da conta, eram bem mais lentos. Em duas voltas, John tomou a liderança. Na 44ª, ele passou Patrese, quando o italiano errou e saiu da pista. Um giro depois, Watson passava para primeiro, ao ultrapassar Laffite sem que o francês conseguisse esboçar alguma resistência.

A partir daí, foi um passeio para John. Era realmente o dia dele. No final da corrida, sua diferença para o companheiro Niki Lauda, que conseguiu subir para segundo, foi de aproximadamente 28 segundos.

Ao abrir esta distância, Watson demonstrou sua enorme superioridade naquele dia. Não era só o carro. O piloto teve seu papel também. Ir de 22º para primeiro em apenas 45 voltas, ainda mais num circuito de rua, não é para qualquer um.

Pela recuperação absolutamente sensacional, pelo trabalho perfeito de poupar o carro para atacar na parte final da corrida e por ter estabelecido um recorde praticamente impossível de ser batido, John Watson leva o oitavo lugar da nossa lista das Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos.

A seguir, temos um pequeno resumo da corrida. A narração, meio monótona, é em inglês. De qualquer forma, são imagens interessantes de uma época em que a Fórmula 1 era completamente diferente:



O Blog volta daqui a pouco comentando as notícias do dia. Até!

3 comentários:

Anônimo disse...

o galvão vive falando dessa vitória do watson mas nunca explica. valeu blog!

Anônimo disse...

Nem sabia dessa vitória do Watson! Eu pensava q a melhor corrida q alguem tinha feito em Long Beach tinha sido quando o Emerson Fittipaldi saiu de 20º com Copersucar pra terminar em 3º, no dia da primeira vitória do Nelson Piquet.
Valeu pelo texto!

Italo Augusto disse...

Grande Watson1 Depois de cuidar da Babro pro Ronnie, ele ganha espetacularmente!
Valeu Blog!