quarta-feira, 20 de junho de 2007

Só falta congelarem os pilotos...


Max Mosley gosta de uma polêmica. Agora, de uns anos para cá, o presidente da FIA resolveu que a Fórmula 1 precisa se tornar ecologicamente sustentável. Até aí, tudo bem. O problema são as alterações malucas que o chefão da entidade máxima do automobilismo quer fazer no regulamento técnico da categoria.

Para alcançar seu objetivo, Max propõe a padronização total dos chassis até 2011. Segundo ele, "com pinturas diferentes, o carros não parecerão similares na visão do público em geral". Nossa, como somos burros, não é verdade? Continuando nesse ritmo, só falta congelarem os pilotos...

A Fórmula 1, pelo que eu sei, preza por uma supremacia técnica e pela busca constante do desenvolvimento tecnológico. Padronizar os chassis seria ir contra tudo que a transformou na maior categoria do automobilismo mundial. Tudo bem, teremos espetáculo. Mas a competição, nua e crua, vai caminhando cada vez mais para o seu desaparecimento.

Além de tudo isso, Mosley quer reintroduzir as asas flexíveis na Fórmula 1. No raciocínio do chefão, "os aerofólios móveis trarão mais estabilidade para o piloto, que não perderá performance quando estiver atrás de outro". Isso tudo é verdade, mas...

O problema aparece quando Mad Max afirma que "o desenvolvimento da F-1 atual é suficientemente avançado para acabar com os riscos de acessórios aerodinâmicos ativos e passivos". Muita, muita calma nessa hora. Negligenciar a segurança é uma atitude extremamente imprudente. Na última vez que a Fórmula 1 fez isso, pagou com as vidas de Senna e Ratzemberger.

De qualquer forma, é improvável que todas as idéias de Mosley sejam aproveitadas. Ele é assim mesmo. Chuta um bando de coisas diferentes e, somente quando as escuderias topam, ele vai em frente. Esperemos, então, um pouquinho de bom-senso dos diretores de equipe. Tirando Flavio Briatore, é claro.

O boato mais sem-noção do dia é esse em que Kimi Raikkonen estaria deixando a Ferrari no ano que vem. Segundo o rumor, o finlândes estaria saindo da equipe para dar lugar a Fernando Alonso, Nico Rosberg ou - adivinhem! - Michael Schumacher. O destino do ice-man seria a McLaren ou a Toyota. Pura lorota, façam-me o favor.

Na grau de profissionalismo da Fórmula 1 atual, não há mais espaço para que pilotos de ponta fiquem simplesmente trocando de equipe um ano após o outro. A tendência atual é de estabilidade. Schumacher, por exemplo, foi campeão mundial cinco vezes seguidas pela mesma escuderia.

Alonso acabou de sair da Renault para a McLaren, tem mais alguns anos de contrato, e não teria nada a ganhar com essa troca maluca. Kimi, por sua vez, saiu da equipe inglesa porque queria ser campeão mundial e não teria motivos para voltar atrás depois de somente sete corridas. Além disso, com as atuações que teve até agora em 2007, não teria a menor autoridade para reinvincar um lugar de primeiro piloto ao lado de Lewis Hamilton.

Em relação a Nico Rosberg, o cenário é outro. Nesse caso, o que teria a Ferrari a ganhar? Trocar Kimi por Nico é correr um risco muito grande. O finlandês, por pior que esteja, ainda é mais piloto que alemão, cuja curva de aprendizado ainda é alongada.

Quanto a Schumacher, não vou nem comentar. Hoje, sua assessoria de imprensa divulgou uma declaração em que nega quaisquer rumores envolvendo o hepta e um cockpit de Fórmula 1.

Aliás, adivinhem quem publicou a história? O Bild, óbvio. Ainda está para aparecer uma matéria do jornal que tenha, lá no fundo, algum pingo de verdade.

Schumi pode ter se aposentado da Fórmula 1, mas tem convite para estar na Corrida dos Campeões, a ser disputada na Inglaterra, em pleno estádio de Wembley. O evento reúne os maiores pilotos das principais categorias do mundo, desde a Nascar até o mundial de Rally.

Outro que mostrou interesse em participar foi Lewis Hamilton. Se, de fato, os dois confirmarem presença, Wembley vai ter muito mais gente do que nesse último amistosozinho da pseudo-seleção brasileira de futebol.

Dias de testes na Fórmula 1, GP2 e na ChampCar.

No segundo dia de atividades em Silverstone, a Toyota voltou a liderar a tabela de tempos, desta vez com o italiano Jarno Trulli. Sinal de que Ralf não teve lá tantos méritos em ser o mais rápido no dia de ontem. Os tempos, logo abaixo:

1. Jarno Trulli /Itália/Toyota, 1:21.420
2.Kimi Räikkönen/Finlândia/Ferrari, 1:21.548
3. Alexander Wurz/Áustria/Williams, 1:21.904
4. Pedro de la Rosa/Espanha/McLaren, 1:22.018
5. Heikki Kövalainen/Finlândia/Renault, 1:22.119
6. Vitantonio Liuzzi/Itália/Toro Rosso, 1:22.365
7. Mark Webber/Austrália/Red Bull, 1:22.447
8. Timo Glock/Alemanha/BMW, 1:22.481
9. Adrian Sutil/Alemanha/Spyker, 1:23.284

Pelo que consta, Mark Webber interrompeu o treino três vezes, por diferentes falhas mecânicas no seu Red Bull. Para atrapalhar ainda mais o dia das equipes, choveu. Por que isso só não acontece em dia de Grande Prêmio?

O único fato estranho foi a ausência de Nelson Ângelo Piquet, cuja participação havia sido anunciada ontem. Ele faria companhia a Heikki Kovalainen, mas não chegou a andar. De qualquer forma, o passe de Nelsinho continua valorizado.

Emerson Fittipaldi, por exemplo, declarou que ele vai ser o "Lewis Hamilton brasileiro". Comparação que, a princípio, viria só a prejudicar o piloto da Renault. Igualar o início de carreia do novato inglês, convenhamos, é uma tarefa praticamente impossível.

Na GP2, Andreas Zuber repetiu o domínio do primeiro dia e voltou a assinalar o melhor tempo nos testes coletivos em Paul Ricard, França. Javier Villa, que substitui Antonio Pizzonia, foi o terceiro. A equipe FMS deve estar sentindo uma falta do amazonense...

Entre os brasileiros, Lucas di Grassi foi o melhor, em quinto. Bruno Senna também esteve bem, em oitavo. Xandy Negrão foi décimo-sétimo, sete posições atrás do companheiro de equipe, o mexicano Roldán Rodríguez. Há de ressaltar, porém, que a má posição de Xandinho veio depois de duas quebras, uma no período da manhã e outra durante a tarde.

Enquanto isso, o glorioso Henki Waldschmidt não participou dos testes de hoje. Confesso que depois da pequena pesquisa que fiz a respeito de sua carreira, passei a ter uma leve simpatia por esse sujeito. Agora, a GP2 encerrou seus dois dias de treinos e espera a próxima etapa, em Magny-Cours, preliminar do Grande Prêmio da França de Fórmula 1.

Por fim, a ChampCar realizou testes coletivos em Elkhart Lake. E o melhor tempo não poderia ser de outro. Sebastien Bourdais, o melhor piloto de monopostos do mundo fora da Fórmula 1, não deu chances aos seus adversários. O único brasileiro presente, Bruno Junqueira, da Dale Coyne, foi sexto entre doze pilotos participantes.

Liberados os dados da pancada de Kubica. De acordo com os estudos, o polonês bateu a 230 km/h e teve que suportar uma força de aproximadamente 45G. Bobagem, não?

4 comentários:

Anônimo disse...

Acho que Mosley tá certo. Não aguento mais a Formula-1 como tá hoje, sem ultrapassagens. Tem que ter alguma coisa pra criar mais emoção. Pelo menos ele tá tentando.

Anônimo disse...

Não gostou das minhas idéias?

Anônimo disse...

Acredito que a Fórmula 1 tem muito a ganhar em termos de emoção com essas idéias do Max Mosley. Tudo bem que perde um pouco o interesse pela tecnologia, mas pelo menos agora nós vamos ter corridas mais agitadas. Não sou especialista mas pelo que vejo ele pode estar certo.

Anônimo disse...

45G é mita coisa?