terça-feira, 26 de junho de 2007

A hora de Kimi, de Speed, de Bourdais...

Três pilotos completamente diferentes. Com realidades totalmente diversas. Mas com um único objetivo em comum, o mesmo de todos os outros, aliás: obter sucesso na mais difícil categoria do mundo, a Fórmula 1.

De todos, aquele que chegou mais longe até agora foi Kimi Raikkonen. O que não significa que ele esteja seguro. O finlandês, um piloto com dez vitórias para colocar no currículo, vem tendo um péssimo início de temporada, apesar do triunfo no G.P. da Austrália.

Mesmo com toda a história da época da McLaren, Kimi enfrenta críticas que, às vezes, passam um pouco do limite. Sim, seu desempenho realmente é uma das maiores decepções da temporada. Mas elevar isso ao ponto de uma demissão - como alguns jornais chegaram a especular - não passa de uma grande injustiça.

Kimi até vem melhorando ultimamente. Em Indianapolis, teria ficado na frente de Massa se não tivesse largado tão mal. Mesmo assim, ainda fez a volta mais rápida da corrida vencida por Lewis Hamilton.

Para a nova fase européia da Fórmula 1, Raikkonen chega a demonstrar otimismo, algo incomum em sua personalidade quase cética. Segundo ele, os testes de Silverstone foram ótimos e o carro está muito melhor do que aquele que se apresentou nos EUA. Além disso, é fato que Kimi tem, atualmente, mais potencial de melhora do que Massa, que já parece estar andando no seu limite.

Entretanto, hoje, pela primeira vez, Kimi recebeu uma leve cutucada do próprio presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo. Ele cobrou a volta do "verdadeiro Raikkonen, aquele que todos temiam." Não creio que a equipe italiana esteja arrependida de ter contratado Kimi. Mas já é tempo do finlandês voltar a andar tudo o que sabe.

Essa é a hora de Kimi.

Certamente, se estivesse no lugar de Raikkonen, Scott Speed estaria dando vivas de alegria. O americano, a bordo de um dos carros menos competitivos do grid, não tem muitos motivos para comemorar. Sua carreira na Fórmula 1 é pífia - vinte e cinco corridas sem ponto - e pode estar de encaminhando para o seu final.

São cada vez mais fortes os rumores de que Speed perderá sua vaga na Toro Rosso, em 2008. Uma pena para os raros fãs americanos de Fórmula 1, que ficariam sem o único piloto do país desde Michael Andretti. Scott não fez, é verdade, o bastante para se manter na categoria.

Sua saída precoce, porém, seria uma grande pena. O americano teve graves problemas de saúde no começo da carreira, que quase o fizeram desistir de tudo. Mas conseguiu dar a volta por cima, tornando-se protegido da Red Bull e chegando à Fórmula 1.

O conto de fadas, entretanto, termina aqui. Na categoria, Speed é sistematicamente batido pelo companheiro de equipe, o veloz e extrovertido Vitantonio Liuzzi, que passou a ofuscar o americano. Depois de um ano e meio na categoria mais importante do automobilismo, parece que a história de Scott na Fórmula 1 vai chegando ao final. A não ser que ele encontre forças para reagir.

Essa é a hora de Speed.

e, ao final de tudo, o americano perder o emprego, seu substituto mais provável é Sebastien Bourdais. O francês, possivelmente o melhor piloto de monopostos fora da Fórmula 1, já merece há muito uma chance na categoria. Que pode vir através de uma simples troca com Speed.

O americano iria para a Newman-Haas-Laningan, na ChampCar, e Bourdais pegaria sua vaga na Toro Rosso. Nada, porém, está fechado, e há inúmeros outros pretendentes, desde Michael Ammermüller (o novo "Michael" alemão) até o brasileiro Bruno Senna. Em entrevista, hoje, Sebastien afirmou que, se não conseguir estreiar na Fórmula 1 até 2008, não corre na categoria nunca mais.

Essa é a hora de Bourdais.
Equipes como a Spyker e personalidades antigas da Fórmula 1, como Damon Hill, só conseguem aparecer quando abrem a boca para darem os seus pitacos. Escolheram esta terça-feira para isso. Não custa nada examinar o que falaram.

Primeiro, vamos à gloriosa equipe holandesa, certamente chateada até hoje com a Super Aguri por tê-la deixado sozinha na rabeira do pelotão. O diretor-técnico da escuderia, Colin Kolles, disse que a Spyker está animada com a estréia, programada para o G.P. da Turquia, de uma versão nova do carro atual. Falou, também, que o objetivo principal, por enquanto, é só marcar pontos.

Para uma equipe como ela, que só anda lá atrás no pelotão, só costumam aparecer chances de pontuação uma ou duas vezes, no máximo, durante uma temporada inteira. Em 2007, já desperdiçaram o confuso G.P. do Canadá. Agora, resta torcer para que chova em Spa-Francoshamps.

De qualquer forma, ao menos, a afirmação de Kolles é realista. Não há como esperar, num futuro próximo, que a Spyker consiga vitórias ou podiums. Todo resquício de bom-senso do diretor-técnico, entretanto, some quando se lê a própria fala do sujeito.

Para Kolles, Adrian Sutil, um dos pilotos da Spyker, vai ser o maior rival de Lewis Hamilton na Fórmula 1. Hein? Menos, muito menos.

Este Blog até simpatiza com o alemão, filho de uruguaios, mas não pode concordar com as palavras do diretor-técnico da equipe holandesa. Sutil até tem - é verdade - potencial para andar no grupo da frente. Mas ainda erra muito e está preso a um contrato de três anos com a Spyker. Assim, pelo menos até o fim de 2009, ele não vai ser páreo para Lewis e sua McLaren.

Enquanto isso, o campeão mundial de 1996, Damon Hill, vem à imprensa expressar seu temor pela possibilidade do G.P. da Inglaterra acabar em 2008. Uma jogada estratégica, diga-se. A etapa de Silverstone parece ser sempre uma das mais ameaçadas, mas nunca sai do calendário. Não deve ser desta vez, também.

Além disso, Hill falou que o favorito dele para o título é Lewis Hamilton. Sabe o que isso vai mudar na batalha do campeonato? Nada, rigorosamente nada.


Notícia interessante: Sidney pode sediar o G.P. da Austrália de Fórmula 1 a partir de 2011. Segundo a imprensa local, o governo da região já negocia a construção de um autódromo cujo orçamento inicial seria de 85 milhões de dólares. O contrato de Melbourne com a categoria top do automobilismo acaba em 2010.

Além da Fórmula 1, o objetivo seria também tirar de Phillip Island a corrida australiana da MotoGP. Qualquer que seja o local, o importante é nenhuma dessas duas categorias sair do país. A Austrália é um dos países mais originais e divertidos do mundo, e merece - já que Mark Webber não consegue - um lugar ao centro do automobilismo pelo menos uma vez por ano.
Reviravolta no embrólio Nigel Stepney-Ferrari. Agora, o ex-mecânico chefe da equipe italiana é acusado não de sabotagem, mas de espionagem. Ele estaria, aliás, envolvido em mais de um caso, incluindo um que condenou dois ex-empregados da escuderia do cavalinho rampate, mais tarde funcionários da Toyota.

De qualquer forma, para quem acompanha o caso pelo jornal, nada está claro. Ainda. Esperemos pelo futuro das negociações para desenvolver uma opinião formada. Por enquanto, qualquer palpite sobre culpados não passa de mera especulação.

5 comentários:

Anônimo disse...

Sebastian Bourdias realmente é muito bom. Não entendo como nenhuma equipe de Fórmula 1 não quer ele. Ele é melhor do que muito gente que tá hoje lá.

Anônimo disse...

Se essa pista de Sidney for de rua vai ficar iraaada rsrsrs

Anônimo disse...

O Massa tá acabando com o Kimmi esse ano e vai continuar assim, vcs vão ver.

Felipe Maciel disse...

A declaração do Luca deixa claro a insatisfação com os gastos com o finlandês. Ele custou muito e não está rendendo como se esperava, indiscutivelmente. Vamos ver até quando vai ser assim.

Esqueci de dizer: visitarei seu blog diaramente, até já deixei o link nas minhas indicações.

abs

Felipão disse...

Com certeza... a vida é dura para as Spykers da vida...

Quanto à Silverstone, confesso que não vejo mais tanta graça naquela pista, maculada por todas aquelas chicanes.

Entretanto, assisti a corrida da F3 européia no traçado curto de Brands Hatch e quase morri de tédio...

Não te condição de rolar F1 por lá...

Muito menos Donington...

Tomara que Silverstone permaneça, mesmo sob todas essas circunstâncias...