Resumo de um domingo bem agitado

No bolão da Stock Car, ninguém apostou em Valdeno Brito.

Como um autêntico azarão, o paraibano conquistou a vitória na Corrida do Milhão e o baladado prêmio de 1 milhão de dólares. Valdeno não era favorito, mas isso não significa que ele não mereça o triunfo histórico.

Pelo contrário: poucos nomes da Stock lutaram tanto para chegar ao sucesso na categoria. Em 2004, quando estreou, Valdeno tinha dinheiro para apenas quatro provas, mas conseguiu chamar atenção dos chefes de equipe e cavou seu lugar na Stock.

A primeira vitória só veio neste domingo, no melhor momento possível.

É verdade que Valdeno não venceria se um miserável problema na bomba do combustível não enterrasse os esforços do ótimo Cacá Bueno.

Mas o paraibano, digno representante solitário do Nordeste na Stock, fez por merecer.

Antes que eu me esqueça: passei raspando no meu palpite. Luciano Burti ficou em segundo...



Escrevi ontem que o GP de San Marino da MotoGP só teria duas possibilidades: vitória fácil de Casey Stoner ou queda do australiano, com triunfo para Valentino Rossi.

Deu a segunda opção.

O atual campeão caiu sozinho quando liderava com três segundos de vantagem para o rival. E Rossi venceu mais uma.

Já está com uma mão no título deste ano. Com sorte, Rossi pode fechar o campeonato com três etapas de antecedência. Se Stoner continuar errando, não será surpresa se isso acontecer.

Mesmo se o australiano prolongar a disputa, porém, Rossi já não perde mais o caneco nessa altura.



Helio Castroneves parecia prestes a conseguir a segunda vitória consecutiva na Indy. Liderou o maior número de voltas em Detroit e mantinha um ritmo dominante, mas uma polêmica decisão dos comissários deu o triunfo de bandeja para o inglês Justin Wilson.

Os fiscais consideraram que Helinho bloqueou Wilson de maneira acintosa e mandaram inverter as posições.

Não posso falar nada porque não vi o lance ainda.

Mas a decisão é muito estranha. Há inúmeros casos de punições para pilotos que forçam ultrapassagens. Só que a situação oposta é bem mais rara. Helinho deve ter feito algo realmente acintoso para perder a vitória dessa forma.

De qualquer maneira, o brasileiro ainda sobrevive no campeonato. A liderança de Scott Dixon, quinto em Detroit, é de 30 pontos.

O neozelandês precisa de um oitavo lugar na finalíssima, semana que vem em Chicago, para levar o título. Dixon já desperdiçou duas oportunidades de fechar a fatura.

Mas nada indica que o piloto da Ganassi, destacadamente o melhor do ano, vai deixar o campeonato o caneco escapar em Chicago.



Também não tive oportunidade de acompanhar ao vivo as corridas da Fórmula Superliga, que pelo visto foram bastante agitadas.

Beijing e Sevilla venceram. As duas principais apostas dos organizadores tiveram sorte diferente. O Liverpool somou pontos em ambas as provas e já aparece na vice-liderança do campeonato.

Por outro lado, o Milan teve diversos problemas e não completou nenhuma corrida. O clube italiano foi o primeiro a ser apresentado como participante da categoria e certamente espera um retorno maior para o investimento.

Os brasileiros até que foram bem. Tuka Rocha, pilotando o carro do Flamengo, fez um segundo lugar na bateria final do dia. O Corinthians também vinha bem na corrida, mas o espanhol Andy Soucek rodou e abandonou no fim.

Ainda tenho dúvidas sobre a viabilidade da Superliga. É preciso admitir, porém, que a categoria teve um bom começo.



(E o Fla x Flu terminou empatado. Foi impressão minha ou o meu Tricolor incorporou o estigma do Botafogo quando era treinado por Cuca? O ilustre treinador não consegue segurar uma vitória contra os urubus...).