O presidente da FIA, Max Mosley, é um homem de muitas ideias. A maioria delas, descartáveis.
Certa vez, no seu delírio mais famoso, Mosley sugeriu que os pilotos trocassem de equipe a cada corrida, para mostrar o valor em carros mais fracos.
"Quero ver Schumacher numa Minardi", deve ter pensando o brilhante dirigente.
Evidentemente, ninguém levou o projeto a sério.
Nos últimos tempos, entretanto, Mosley vem ganhando uma liberdade inédita e perigosa.
Com o surgimento da Associação das Equipes de Fórmula 1 (Fota), os dirigentes que comandavam a categoria perderam força e precisam se unir. Mosley e Bernie Ecclestone, que andavam meio afastados, voltaram a ser aliados.
E o presidente da FIA, apesar do polêmico escândalo sexual em que se viu envolvido no ano passado, ganhou força para impor suas ideias como jamais havia feito antes.
Depois de transformar o regulamento de 2008 para 2009, Mosley planeja mudar tudo de novo para 2010.
Das suas propostas, apenas duas - o aumento do número de equipes no Mundial e a proibição dos reabastecimentos - foram bem recebidas.
Por outro lado, ao impor um teto orçamentário de 40 milhões de libras, o inglês realmente conseguiu irritar a Fota.
A ideia de Mosley é criar dois regulamentos: um para as equipes que gastarem mais do que o teto orçamentário, e outro para os times que se adequarem ao limite de gastos.
Quem não passar do teto teria direito a benefícios como testes ao longo do ano e motores sem limite de giros.
Ou seja: seriam duas categorias dentro de uma só.
Se a FIA já se enrola toda para fazer apenas um regulamento, que dirá dois?
Sem nenhuma surpresa, a Fota reagiu rapidamente e pediu para ter voz nos debates sobre as regras do ano que vem.
A resposta de Mosley, neste sábado, foi aterrorizadora.
Ao jornal Financial Times, o manda-chuva reclamou da influência do presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, e soltou a pérola.
"A Fórmula 1 pode sobreviver sem a Ferrari", afirmou Mosley.
Uma declaração infeliz, para dizer o mínimo.
Não, a Fórmula 1 não sobrevive sem a Ferrari.
Porque, no momento em que a escuderia italiana deixar o Mundial, a Fórmula 1 vai se tornar um outro campeonato.
Perderá qualquer vínculo com o automobilismo dos anos românticos e vai dar as costas para o último resquício de tradição que ainda tinha.
Ignorar o que a Ferrari significa para a Fórmula 1 é um absurdo.
O homem que comanda a FIA deveria ter consciência do que o time de Maranello representa, mas não dá a mínima para a história da equipe.
Tudo porque a Ferrari é um obstáculo e não aceita a maneira como as transformações na Fórmula 1 vêm acontecendo.
Max Mosley está passando dos limites em sua cruzada para tornar a Fórmula 1 um "show".
O dirigente vai esquecendo os princípios do esporte e da livre competição.
Para ele, pouco importa se o vencedor é o melhor.
O que vale mesmo é o espetáculo.
E, nesse ritmo, a Fórmula 1 está cada dia mais se parecendo um autêntico circo.
Certa vez, no seu delírio mais famoso, Mosley sugeriu que os pilotos trocassem de equipe a cada corrida, para mostrar o valor em carros mais fracos.
"Quero ver Schumacher numa Minardi", deve ter pensando o brilhante dirigente.
Evidentemente, ninguém levou o projeto a sério.
Nos últimos tempos, entretanto, Mosley vem ganhando uma liberdade inédita e perigosa.
Com o surgimento da Associação das Equipes de Fórmula 1 (Fota), os dirigentes que comandavam a categoria perderam força e precisam se unir. Mosley e Bernie Ecclestone, que andavam meio afastados, voltaram a ser aliados.
E o presidente da FIA, apesar do polêmico escândalo sexual em que se viu envolvido no ano passado, ganhou força para impor suas ideias como jamais havia feito antes.
Depois de transformar o regulamento de 2008 para 2009, Mosley planeja mudar tudo de novo para 2010.
Das suas propostas, apenas duas - o aumento do número de equipes no Mundial e a proibição dos reabastecimentos - foram bem recebidas.
Por outro lado, ao impor um teto orçamentário de 40 milhões de libras, o inglês realmente conseguiu irritar a Fota.
A ideia de Mosley é criar dois regulamentos: um para as equipes que gastarem mais do que o teto orçamentário, e outro para os times que se adequarem ao limite de gastos.
Quem não passar do teto teria direito a benefícios como testes ao longo do ano e motores sem limite de giros.
Ou seja: seriam duas categorias dentro de uma só.
Se a FIA já se enrola toda para fazer apenas um regulamento, que dirá dois?
Sem nenhuma surpresa, a Fota reagiu rapidamente e pediu para ter voz nos debates sobre as regras do ano que vem.
A resposta de Mosley, neste sábado, foi aterrorizadora.
Ao jornal Financial Times, o manda-chuva reclamou da influência do presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, e soltou a pérola.
"A Fórmula 1 pode sobreviver sem a Ferrari", afirmou Mosley.
Uma declaração infeliz, para dizer o mínimo.
Não, a Fórmula 1 não sobrevive sem a Ferrari.
Porque, no momento em que a escuderia italiana deixar o Mundial, a Fórmula 1 vai se tornar um outro campeonato.
Perderá qualquer vínculo com o automobilismo dos anos românticos e vai dar as costas para o último resquício de tradição que ainda tinha.
Ignorar o que a Ferrari significa para a Fórmula 1 é um absurdo.
O homem que comanda a FIA deveria ter consciência do que o time de Maranello representa, mas não dá a mínima para a história da equipe.
Tudo porque a Ferrari é um obstáculo e não aceita a maneira como as transformações na Fórmula 1 vêm acontecendo.
Max Mosley está passando dos limites em sua cruzada para tornar a Fórmula 1 um "show".
O dirigente vai esquecendo os princípios do esporte e da livre competição.
Para ele, pouco importa se o vencedor é o melhor.
O que vale mesmo é o espetáculo.
E, nesse ritmo, a Fórmula 1 está cada dia mais se parecendo um autêntico circo.
3 comentários:
Gustavo,
A perspectiva é sombria: mais briga entre os caciques e campeonatos confusos.
1abraço
Vou discordar de você.
Ele não passou dos limites porque simplesmente ele não tem limites.
E não existe alguém pra apontar um para ele.
Ou seja: Estamos f...
Discordo de você, gustavo.Eles sabem o quanto a ferrari significa para a categoria mas Não acho que a FIA tem que se curvar diante dos gostos da ferrari. Sua decisão levou em consideração a continuidade de uma categoria onde poucos têm condições de estar ali (tanto que, das 10 equipes, 3 têm o perigo de saírem próximo ano).
Postar um comentário