sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

USF1 prestes a confirmar José Maria López

Depois de muitos meses de mistério, a USF1 finalmente vai abrindo o jogo.

Há duas semanas, a equipe americana enfim lançou seu site oficial e divulgou as primeiras imagens de sua fábrica em Charlotte.

O carro da escuderia - batizado de Type 1 - já foi aprovado no crash test da FIA e liberado para entrar na pista.

Falta apenas confirmar quem serão os pilotos em 2010. Um deles, ao menos, já está praticamente definido.

Nove anos após a apagada passagem de Gastón Mazzacane pela Fórmula 1, a Argentina nunca esteve tão perto de voltar a ter um representante na categoria.

O nome dele é José Maria López, que pode ser anunciado ainda nesta sexta-feira como o primeiro piloto da USF1.

A contratação de López, nessa altura, já é iminente.

Peter Windsor, principal figura por trás da USF1, já está em Buenos Aires para fechar os últimos detalhes do contrato e confirmar de vez o acordo com o piloto.

"Pechito López é o homem que queremos", declarou Windsor na redação da revista Corsa, onde esteve acompanhado do próprio piloto. O apelido "Pechito', vale explicar, sempre acompanhou López em toda a sua carreira e quer dizer, na tradução literal para o português, "peitinho".

Apelidos estranhos à parte, López ganha uma chance na Fórmula 1 justamente quando as portas da categoria já pareciam fechadas para ele.

Principal revelação do automobilismo argentino nesta década, Pechito chegou à Europa cercado de expectativas e logo foi adotado por ninguém menos do que Flavio Briatore.

Infelizmente, talvez tenha sido examente esse o motivo que levou López a fracassar em sua aventura europeia.

Sempre muito pressionado por Briatore, Pechito fez duas temporadas abaixo do esperado na GP2 - conquistando apenas uma vitória em 44 provas - e viu seu nome ser queimado junto às equipes da Fórmula 1.

Como costuma fazer em situações assim, Briatore abandonou o piloto à própria sorte e López precisou reconstruir sua carreira na Argentina, onde alcançou enorme sucesso nos últimos anos.

No competitivo automobilismo argentino, Pechito foi bicampeão do TC 2000 e também levou o título da Top Race V6, as duas principais categorias do país.

Foi o suficiente para chamar a atenção de Peter Windsor e da USF1. Com uma pequena ajuda de patrocinadores locais e do próprio governo argentino, López agora está prestes a realizar o sonho de correr na Fórmula 1.

O acordo entre ele e a USF1, inclusive, pode ser ainda mais amplo e incluir também a possibilidade de levar uma corrida da Fórmula 1 de volta ao país.

Vale lembrar que um nome fortemente cotado para ser o companheiro de López é do campeão mundial Jacques Villeneuve. Afastado da Fórmula 1 há quatro anos, o canadense vinha correndo esporadicamente em algums categorias - entre elas, a Top Race V6 argentina.

Unindo López e Villeneuve na USF1, o plano do governo da Argentina seria atrair a atenção do todo-poderoso Bernie Ecclestone para o espetacular circuito de Potrero de los Funes, em San Luiz.

Trata-se de uma pista de alta velocidade, cheia de subidas e descidas e que dá a volta ao redor de um lago, num cenário deslumbrante.

Se o plano vai dar certo ou não, ainda não dá para saber. O que já parece certo mesmo é a chegada de López à Fórmula 1 neste ano.

Na tarde desta sexta-feira, Windsor e López farão juntos uma visita ao Automóvel Clube da Argentina. Pode ser que o anúncio da contratação já seja feito lá.

Mesmo caso nada aconteça, o acordo deve ser selado nos próximos dias. E López será o responsável por conduzir os primeiros testes com o modelo Type 1, no circuito de Barber, no Alabama, provavelmente no início de fevereiro.

A USF1, ao contrário do que muita gente pensava, está mesmo saindo do papel.

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O polêmico difusor duplo está proibido na Fórmula 1 a partir de 2011.

Protagonista de um racha entre as equipes no início do ano passado, a peça introduzida por Williams, Brawn e Toyota parecia supostamente ilegal, mas depois foi liberada pela FIA e logo adotada por todas as equipes do grid.

A função dela é bastante simples: aumentar a carga aerodinâmica, o que deixa os carros mais rápidos nas curvas e, de quebra, gera uma turbulência que dificulta a aproximação de quem está atrás e tenta uma ultrapassagem.

Em suma: o difusor duplo representa uma solução para minimizar as mudanças introduzidas no regulamento técnico em 2009, que tinham como objetivo justamente diminuir o arrasto aerodinâmico e facilitar as trocas de posição dentro da pista.

A proibição do difusor demorou, mas enfim foi estabelecida. E acontece num momento em que todas as equipes já contam com o acessório - e, portanto, nenhuma delas sairá mais prejudicada

Fica a esperança de que o fim da peça diminua a turbulência gerada pelos carros e facilite as ultrapassagens.

Isso até que algum engenheiro esperto encontre outra brecha no regulamento e obrigue a FIA a rever suas regras mais uma vez.

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Valentino Rossi encerrou seus dois dias de testes com a Ferrari em Barcelona e até que não foi tão mal assim.

Correndo com o modelo de 2008 da equipe vermelha, o melhor tempo do italiano foi apenas oito centésimos mais lento do que a marca da pole position de Kimi Raikkonen no GP da Espanha daquele ano.

Vale ressaltar, no entanto, que Rossi treinou com pneus slicks, cerca de três segundos mais rápidos do que os compostos sulcados que Raikkonen e toda a Fórmula 1 usava em 2008.

Apesar disso, até que o desempenho de Valentino não decepcionou. O heptacampeão da MotoGP saiu da pista logo em sua segunda volta rápida, mas depois encontrou seu ritmo e acumulou uma quilometragem bastante razoável.

Depois do teste, Rossi garantiu que não tem interesse de correr na Fórmula 1.

Ainda bem.

Primeiro porque ele dificilmente teria sucesso na categoria.

E mais importante do que isso: a MotoGP perderia metade da graça sem a presença do carismático "Il Dottore".

3 comentários:

Ron Groo disse...

Se for pra andar no fundão, um argentino tá mais que bão.

Gabriel Pogetti Junqueira disse...

Rossi tem que ficar na Moto GP mesmo...
Ele da show, e corre muito!

Acho que a F1 precisa de um piloto nesse estilo na categoria!!

Unknown disse...

e ainda em algumas partes de hispanoamérica se chama de "pechito" ao cara que encara todas, corajoso. não sei se na Argentina é assim.

difusor duplo? preocupa não, eles vão achar outro buraco no regulamento

Rossi tem que ficar até porque a MotoGP é um ambiente mais descontraido, mais do jeito de il dottore.