Há poucos anos, a Fórmula 1 viveu, nos bastidores, um dos momentos mais tensos de sua história.
Irritadas com a divisão dos lucros, as montadoras envolvidas com a F-1 ameaçaram deixar o campeonato e criar uma categoria rival.
No ponto máximo de impasse, a GPMA - organização que reunia BMW, Mercedes, Honda, Toyota, Renault e Ferrari - chegou a contratar uma empresa para cuidar da promoção e divulgação da nova categoria.
Em meados de 2004, Bernie Ecclestone ofereceu 260 milhões de euros para os membros da GPMA assinarem a nova versão do Pacto da Concórdia, documento que estabelece as regras de divisão dos lucros da F-1.
Semanas depois, a Ferrari se tornou a primeira dissidente da GPMA.
Sem Ferrari, o projeto de uma nova categoria desandou.
Algum tempo depois, as montadoras se entenderam com a FIA e assinaram um ''Memorando de Entendimento'', em que se comprometiam a permanecer na F-1 e a discutir as regras para um novo Pacto da Concórdia.
Os bastidores da Fórmula 1 se acalmaram e a categoria, ao menos aparentemente, voltou a se fortalecer.
Isso até estourar a crise financeira das últimas semanas.
O primeiro sintoma foi a falência do banco Lehman Brothers, dono de cerca de 14% das ações da Formula One Management.
Antes que algum dano mais grave pudesse ser causado, Bernie Ecclestone garantiu que as ações do Lehman Brothers fossem compradas pela CVC, grupo de investimentos que agora detém 70% dos papéis da FOM.
Não demorou muito, porém, e a crise financeira fez surgir outra indefinição na F-1.
Temeroso de que a recessão mundial venha a cortar investimentos e gerar uma debandada em massa das equipes da F-1, o presidente da FIA, Max Mosley, veio a público na semana passada para dizer que a categoria atingiu um ponto ''insustentável''.
E nesta sexta, apenas alguns dias depois, Mosley apresentou seu plano para cortar custos na categoria.
Pelo visto, não era blefe de Mosley: o presidente da FIA deseja mesmo padronizar todos os motores da Fórmula 1.
A notícia caiu como uma bomba para as montadoras.
''Ridículo'', disse uma fonte da BMW ao jornalista Livio Oricchio, do Estadão. O chefe da McLaren Martin Whitmarsh ameaçou: ''Existe um risco de as montadoras abandonarem a F-1''.
Na próxima terça, Bernie Ecclestone, representantes da FIA e membros da Associação das Equipes vão se reunir em Genebra, na Suíça, para discutir os rumos do esporte.
O encontro será um marco na história da Fórmula 1.
Porque, além de analisar as propostas radicais no aspecto esportivo - como abolir os pit stops, diminuir o tamanho das corridas e criar competições extra-campeonato às sextas-feiras de GP - a reunião também vai definir o que será feito na questão da padronização de partes do carro.
No momento, a grande dúvida é saber se a Associação das Equipes vai se manter unida ou rachar.
Na primeira hipótese, o projeto da FIA e de Max Mosley sairia derrotado.
Por mais que o dirigente inglês venha chamando atenção com suas propostas radicais, ele não teria poder suficiente para passar por cima da vontade unânime de todas as equipes.
Mas, se as equipes independentes aceitarem o projeto de Mosley, as montadoras ficariam isoladas e seriam obrigadas a seguir o plano da FIA.
Neste caso, a possibilidade de uma debandada das montadoras - como previu Whitmarsh - não é lá tão improvável.
Embora Bernie Ecclestone continue garantindo que ninguém vai querer deixar a Fórmula 1 nos próximos anos, não há como ter certeza disso.
Se as montadoras deixarem a F-1, as conseqüências para a categoria poderiam ser terríveis.
O futuro da Fórmula 1, mais uma vez, está sob risco.
Ainda bem pequeno, é verdade. Mas real.
Irritadas com a divisão dos lucros, as montadoras envolvidas com a F-1 ameaçaram deixar o campeonato e criar uma categoria rival.
No ponto máximo de impasse, a GPMA - organização que reunia BMW, Mercedes, Honda, Toyota, Renault e Ferrari - chegou a contratar uma empresa para cuidar da promoção e divulgação da nova categoria.
Em meados de 2004, Bernie Ecclestone ofereceu 260 milhões de euros para os membros da GPMA assinarem a nova versão do Pacto da Concórdia, documento que estabelece as regras de divisão dos lucros da F-1.
Semanas depois, a Ferrari se tornou a primeira dissidente da GPMA.
Sem Ferrari, o projeto de uma nova categoria desandou.
Algum tempo depois, as montadoras se entenderam com a FIA e assinaram um ''Memorando de Entendimento'', em que se comprometiam a permanecer na F-1 e a discutir as regras para um novo Pacto da Concórdia.
Os bastidores da Fórmula 1 se acalmaram e a categoria, ao menos aparentemente, voltou a se fortalecer.
Isso até estourar a crise financeira das últimas semanas.
O primeiro sintoma foi a falência do banco Lehman Brothers, dono de cerca de 14% das ações da Formula One Management.
Antes que algum dano mais grave pudesse ser causado, Bernie Ecclestone garantiu que as ações do Lehman Brothers fossem compradas pela CVC, grupo de investimentos que agora detém 70% dos papéis da FOM.
Não demorou muito, porém, e a crise financeira fez surgir outra indefinição na F-1.
Temeroso de que a recessão mundial venha a cortar investimentos e gerar uma debandada em massa das equipes da F-1, o presidente da FIA, Max Mosley, veio a público na semana passada para dizer que a categoria atingiu um ponto ''insustentável''.
E nesta sexta, apenas alguns dias depois, Mosley apresentou seu plano para cortar custos na categoria.
Pelo visto, não era blefe de Mosley: o presidente da FIA deseja mesmo padronizar todos os motores da Fórmula 1.
A notícia caiu como uma bomba para as montadoras.
''Ridículo'', disse uma fonte da BMW ao jornalista Livio Oricchio, do Estadão. O chefe da McLaren Martin Whitmarsh ameaçou: ''Existe um risco de as montadoras abandonarem a F-1''.
Na próxima terça, Bernie Ecclestone, representantes da FIA e membros da Associação das Equipes vão se reunir em Genebra, na Suíça, para discutir os rumos do esporte.
O encontro será um marco na história da Fórmula 1.
Porque, além de analisar as propostas radicais no aspecto esportivo - como abolir os pit stops, diminuir o tamanho das corridas e criar competições extra-campeonato às sextas-feiras de GP - a reunião também vai definir o que será feito na questão da padronização de partes do carro.
No momento, a grande dúvida é saber se a Associação das Equipes vai se manter unida ou rachar.
Na primeira hipótese, o projeto da FIA e de Max Mosley sairia derrotado.
Por mais que o dirigente inglês venha chamando atenção com suas propostas radicais, ele não teria poder suficiente para passar por cima da vontade unânime de todas as equipes.
Mas, se as equipes independentes aceitarem o projeto de Mosley, as montadoras ficariam isoladas e seriam obrigadas a seguir o plano da FIA.
Neste caso, a possibilidade de uma debandada das montadoras - como previu Whitmarsh - não é lá tão improvável.
Embora Bernie Ecclestone continue garantindo que ninguém vai querer deixar a Fórmula 1 nos próximos anos, não há como ter certeza disso.
Se as montadoras deixarem a F-1, as conseqüências para a categoria poderiam ser terríveis.
O futuro da Fórmula 1, mais uma vez, está sob risco.
Ainda bem pequeno, é verdade. Mas real.
3 comentários:
Gustavo,
É tao óbvio a derrocata sem as montadoras que acho que nao dá em nada...é apenas guerra de nervos...
Abraco!
Essa estorinha de as montadoras deixarem a f1 já tem mais de 10 anos, e f1 ja teve época que a ford fornecia motores pra quase todas as equipes,a ferrari nunca deixará a f1, pelo que fatura de direitos de imagem e super exposiçao na midia mundial,nunca largaria um osso desse .E o que as outras montadores desejam, é apenas competir com a ferrari.
Como as outras montadoras convenceriam a midia e o telespectador leigo( a maioria), que uma categoria sem ferrari e que nâo chama formula 1, é interessante?
É meu amigo, mas duvido que eles não voltem atrás caso não consigam escapar da crise que por aí se instala. Quando chegar o momento das montadores sofrerem (e vai chegar) todos darão as mãos e andarão juntos ou então as feridas serão irreparáveis.
Acho que estamos próximos de mais uma grande transformação no mundo da Fórmula-1.
Aquele abraço
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