Continuamos, hoje, a primeira lista do ano da seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix. Dessa vez, o assunto são corridas animadas, confusas e emocionantes, que certamente ficaram marcadas na memória dos fãs da velocidade. Sem perder mais tempo, vamos em frente:
10. Europa/1999
9. Mônaco/1982
8. Mônaco/1984
SÉTIMA COLOCADA - Grande Prêmio da Inglaterra de 1975
Quem acompanha a Fórmula 1 já sabe: se existe um fator que pode bagunçar qualquer G.P. e transformar até a mais sem-graça das corridas numa prova emocionante é a chuva. Na pista molhada, a sorte e o talento de cada piloto fazem a diferença, e as previsões dos "especialistas" se tornam nada mais do que meros chutes.
Quem acompanha a Fórmula 1 já sabe: se existe um fator que pode bagunçar qualquer G.P. e transformar até a mais sem-graça das corridas numa prova emocionante é a chuva. Na pista molhada, a sorte e o talento de cada piloto fazem a diferença, e as previsões dos "especialistas" se tornam nada mais do que meros chutes.
A situação é ainda mais imprevisível quando a chuva vai e volta, confundindo as equipes e transformando a corrida numa verdadeira loteria. Foi exatamente esse o caso do Grande Prêmio da Inglaterra de 1975, uma das provas mais animadas da história da Fórmula 1. Naquele dia, São Pedro devia estar de péssimo humor...
Quando a Fórmula 1 chegou a Silverstone, Niki Lauda já tinha o título de 1975 praticamente garantido. Faltando apenas cinco provas para o fim do campeonato, o austríaco somava 47 pontos, quase o dobro do vice-líder na tabela de classificação, Carlos Reutemann, que tinha 25. Em terceiro, Emerson Fittipaldi contava 24 pontos, e estava em jejum de vitórias desde o primeiro G.P. do ano, na Argentina.
Era a primeira vez que Fórmula 1 voltava a Silverstone após a caótica corrida de 1973. Naquela oportunidade, Jody Scheckter rodou no início da segunda volta e ficou atravessado no meio da pista, causando um dos maiores acidentes da história. Nove carros bateram, e a prova precisou ser interrompida por horas. Por causa disso, a famosa curva Woodcote deu lugar a uma chicane, como forma de previnir confusões como aquela que Scheckter causou.
Não seria suficiente, porém, para evitar que o G.P. de 1975 se transformasse num completo caos. De início, a prova não teve nada de anormal. Largando da pole, o inglês Tom Pryce saiu mal e perdeu a liderança para o brasileiro José Carlos Pace, que comandou o pelotão nas primeiras voltas. Nessa altura, Emerson Fittipaldi era um discreto oitavo.
Pace liderou durante 12 voltas, antes de perder a primeira posição para o suíço Clay Regazzoni. As trocas de posições no pelotão de frente eram constantes, e a prova prosseguia num ritmo bastante animado. De repente, tudo mudou. Na volta 19, uma enorme temporal atingiu o circuito de Silverstone, mudando o destino da corrida.
O primeiro a ter problemas é Regazzoni, que erra e sai da pista na curva Club. O suíço danifica sua asa dianteira, e perde qualquer chance de lutar pela vitória. Assim, quem assume a liderança é Pryce, que havia acabado de superar Pace. Mas o momento de glória do inglês não dura muito: na volta 21 ele bate, deixando a primeira posição para o "Moco". Logo depois, porém, o brasileiro perde a ponta para Scheckter. A chuva diminiu de intensidade, mas a pista continua molhada.
Como os pit stops eram absolutamente amadores naquela época, muitos pilotos relutam em trocar de pneus. Sem querer arriscar, Jean Pierre-Jarier, Lauda e o líder Scheckter são uns dos que escolhem visitar os boxes, enquanto outros - como Emerson, Pace e James Hunt - continuam na pista. Lauda perde muito tempo e sai da disputa, mas Scheckter e Jarier retornam num ritmo suficientemente rápido para alcançar os primeiros colocados em poucas voltas.
Parecia que a vitória estava entre os dois, mas... a chuva havia parado. Sem outra opção, Scheckter e Jarier são obrigados a fazer mais uma parada, o que deixa a liderança nas mãos de James Hunt. Correndo em casa, o inglês era uma autêntica zebra, mas seu motor começa a falhar e ele perde a ponta para Emerson. Faltavam 25 voltas para o fim. Será que a corrida já estava decidida?
Muito pelo contrário. Na volta 55, a Fórmula 1 assiste a uma das cenas mais insólistas de sua história. A chuva volta, em proporsões ainda piores. Não era mais um temporal. Era quase um dilúvio. Não demora muito e vários rios se forma no meio da pista. Pior do que isso: apenas numa parte da pista. Como não poderia deixar de ser, começam os acidentes.
O primeiro a bater é Jarier. Logo depois, Pace e Tony Brise também saem da pista. Então - um atrás do outro - praticamente todos os pilotos que descem a reta Hangar vão perdendo o controle de seus carros ao se depararem com o paredão de água. Outros seis batem no fim da Hangar - Scheckter, Hunt, Brian Henton, John Nicholson, David Morgan e Wilsinho Fittipaldi - enquanto mais três se acidentam na curva Stowe: Patrick Depailler, Mark Donohue e John Watson.
Enquanto isso, Emerson vai para os pits e coloca pneus de chuva, voltando ainda na liderança. A troca nem serviria para muita coisa, porém: com apenas cinco pilotos na pista, os organizadores são obrigados a interromper a prova. No fim da reta Hangar, vários carros se amontoam, produzindo um verdadeiro ferro-velho da Fórmula 1. E, no resto do circuito, fica a dúvida: no meio de toda aquela água, será que alguém ainda tinha noção da classificação da corrida?
Após um momento de indefinição, a direção de prova classifica os pilotos de acordo com a ordem da volta 56, logo após a chegada da chuva. Emerson é o vencedor indiscutível, com Pace, Scheckter, Hunt, Donohue e Vittorio Brambilla ocupando as posições seguintes. Na prática, portanto, apenas dois dos seis primeiros permaneciam na pista quando a bandeira vermelha foi acionada.
O primeiro a bater é Jarier. Logo depois, Pace e Tony Brise também saem da pista. Então - um atrás do outro - praticamente todos os pilotos que descem a reta Hangar vão perdendo o controle de seus carros ao se depararem com o paredão de água. Outros seis batem no fim da Hangar - Scheckter, Hunt, Brian Henton, John Nicholson, David Morgan e Wilsinho Fittipaldi - enquanto mais três se acidentam na curva Stowe: Patrick Depailler, Mark Donohue e John Watson.
Enquanto isso, Emerson vai para os pits e coloca pneus de chuva, voltando ainda na liderança. A troca nem serviria para muita coisa, porém: com apenas cinco pilotos na pista, os organizadores são obrigados a interromper a prova. No fim da reta Hangar, vários carros se amontoam, produzindo um verdadeiro ferro-velho da Fórmula 1. E, no resto do circuito, fica a dúvida: no meio de toda aquela água, será que alguém ainda tinha noção da classificação da corrida?
Após um momento de indefinição, a direção de prova classifica os pilotos de acordo com a ordem da volta 56, logo após a chegada da chuva. Emerson é o vencedor indiscutível, com Pace, Scheckter, Hunt, Donohue e Vittorio Brambilla ocupando as posições seguintes. Na prática, portanto, apenas dois dos seis primeiros permaneciam na pista quando a bandeira vermelha foi acionada.
No livro Fórmula 1 - Pela Glória e Pela Pátria, o jornalista Eduardo Correa transcreve um trecho do anuário Autosport, onde os autores tentam imaginar como poderia ter sido o discurso do diretor de prova, pouco antes da corrida. A brincadeira mostra bem o grau de animação da corrida, e o caos em que se transformaram as últimas voltas daquele G.P. da Inglaterra. Diria o diretor de prova:
- Pace, você lidera da primeira à 12ª volta. Clay, você pode liderar as próximas seis, então Pryce lidera duas e Scheckter, uma. Hum... Pace, pode liderar outras cinco, depois Scheckter volta por mais seis. Jean-Pierre, você lidera por duas voltas e nós então teremos Hunt por oito. Emerson pode liderar o resto da prova. Deixa eu ver: nós teremos duas tempestades e dezesseis de vocês podem bater, dos quais doze nas últimas voltas. Ok? Entenderam bem?
Pelas constantes e animadas trocas de posições entre os líderes, por conta das mudanças súbitas e imprevisíveis do clima e, principalmente, pela inacreditável seqüência de acidentes durantes as últimas voltas, o Grande Prêmio da Inglaterra de 1975 leva o sétimo lugar na lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História.
O vídeo a seguir retrata bem as caóticas últimas voltas do G.P. da Inglaterra de 1975. Vários carros saem da pista no fim da reta Hangar, enquanto Emerson Fittipaldi pára nos pits para colocar pneus de chuva:
A seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix volta amanhã, com o número seis da lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História. E hoje, até o fim do dia, comentários sobre as principais notícias do dia. Nos vemos por aí!
Crédito das fotos:
Pelas constantes e animadas trocas de posições entre os líderes, por conta das mudanças súbitas e imprevisíveis do clima e, principalmente, pela inacreditável seqüência de acidentes durantes as últimas voltas, o Grande Prêmio da Inglaterra de 1975 leva o sétimo lugar na lista das Dez Corridas Mais Caóticas da História.
O vídeo a seguir retrata bem as caóticas últimas voltas do G.P. da Inglaterra de 1975. Vários carros saem da pista no fim da reta Hangar, enquanto Emerson Fittipaldi pára nos pits para colocar pneus de chuva:
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Crédito das fotos:
Número Sete - http://www.onflex.org/
Largada e Emerson Fittipaldi - http://www.f1-facts.com/
Circuito de Silverstone - http://www.wikipedia.com/
Demais - http://www.youtube.com/
7 comentários:
Esta corrida foi incrível realmente. Eu ainda era muito moço e não cheguei a vê-la ao vivo mas lembro perfeitamente dos relatos dos mais velhos. É que o Emerson foi para a Copersucar justamente no momento quando eu comecei a acompanhar a Formula-1, e eu ficava perguntando para o meu pai e para os meus tios como era a época quando ele ganhava provas. Salvo engano, esta foi a última vitória que o Emerson conseguiu na Formula-1. Gustavo, só uma pergunta que faço agora: no vídeo aparece rapidamente a imagem de um piloto/fiscal de pista (não dá para identificar direito) que parece preso nas ferragens dos acidentes da Hangar. Voce sabe dizer se ele se machucou?
Gostei do vídeo! Um carro batendo atrás do outro, parece até aquele GP Brasil tb onde todos batiam na curva do Sol. O Emerson era muito sortudo, mas nem só de sorte são feitas vitórias como essa!!
Gustavo primeiramente obrigado pelos links que vccê disponibilizou e pela resposta a minha pergunta.
Também já tinha ouvido falar dessa corrida. Parabéns pelo post.
Será que vc vai colocar as corridas de Indianapólis 2005 (Só seis carros largaram) e de Imola 1994?
Abração
ôpa... mais uma da antiga!!!
Não me lembro desses GPs, nem dos detalhes... mas o nome dos pilotos sim...
No O Globo aos domingos, antes do GP vinha o grid com nome do piloto, nacionalidade, equipe, tempo, tudo dentro de uns retângulos... lá ia eu recortar um por um e montava meu grid particular... e ficava vendo a corrida pra ver se os meus pilotos correspondiam à realidade... hehehe
Coisas da (boa e velha) infância...
Abraços!
Óitmo vídeo, os caras realmente aquaplanaram legal naquela curva. Parece até o início do GP da Europa de 2007!!! Aliás, será que essa corrida tá na lista tb??
Abs!
Obrigado por todas as mensagens!
André: Também notei o momento em que aparece um homem sendo atendido pelos "fiscais de pista". Procurei em vários sites, mas não há menções sobre ele. O mais provável é que o sujeito tenha se machucado, mas não deve ter passado de um ferimento mais leve...
Fernando: Tanto Imola/1994 quanto Indy/2005 foram muito consideradas para esta lista. Acontece que as confusões, nesses duas provas, foram mais nos bastidores. Optei por corridas onde as agitações tenham se concentrado dentro da pista. Por isso, as duas citadas por você ficaram de fora. De qualquer maneira, elas vão aparecer na lista das "menções honrosas".
Maurício: Espere e você vai ver!
Grande abraço a todos!
Gustavo Coelho
Ah meu Deus, o lindo carro da Copersucar indo pra sucataria...q desperdicio...
Se naum me engano, no GP da Europa ano passado o Galvao lembrou desse GP, mas como sempre ele naum lembrou de tudo e o Reginaldo teve q consertar tudo e dar informações adicionais...
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