quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Os 10+ do Blog F1 Grand Prix: As Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos - Número Cinco

Já chegamos à segunda metada da nossa lista. Daqui para a frente, as atuações são ainda mais memoráveis e extraordinárias. Verdadeiros presentes de pilotos simplesmente fantásticos. Vamos adiante, então, sem perder mais tempo:

10. Michael Schumacher - Espanha/1996
9. Damon Hill - Hungria/1997
8. John Watson - Long Beach/1982
7. Jackie Stewart - Alemanha/1968
6. Nigel Mansell - Hungria/1989
QUINTA COLOCADA - Stirling Moss no Grande Prêmio de Mônaco de 1961

Em 1961, Stirling Moss já havia conquistado quatro vice-campeonatos mundiais. Mesmo assim, o inglês nunca conseguira alcançar seu objetivo maior: o título. De qualquer forma, poucos ousavam duvidar do talento, da coragem e da velocidade de um dos maiores pilotos da era romântica da Fórmula 1.

Se ainda existia alguém que não acreditava em Stirling, mudou completamente de opinião após o Grande Prêmio de Mônaco de 1961. É bom dizer que, antes dessa corrida, Moss já havia conseguido uma outra obra-prima.

Em 1957, correndo em casa, no circuito de Aintree, o inglês derrotou seu grande rival Juan Manuel Fangio numa prova épica. Em dupla com o compatriota Tony Brooks, Stirling recuperou uma grande desvantagem e conquistou o primeiro triunfo de um carro britânico na Fórmula 1, o Vanwall.

Quatro anos mais tarde, em 1961, Moss continuava fiel às equipes de seu país. Agora, pilotava para uma Lotus no time privado de Rob Walker. Naquela temporada, Stirling conseguiria mais duas performances simplesmente histórica. A primeira e mais imporante delas aconteceu na etapa de abertura do campeonato, em Mônaco.

Com a mudança no regulamento técnico da Fórmula 1, que passava a instituir motores de 1,5 litros, havia preocupaçõs de que as corridas poderiam se tornar monótonas. Mas a corrida no Principado acabaria com todas as dúvidas. Empolgante e agitada do início ao fim, foi daquelas que manteve o público ligado o tempo inteiro.

A Ferrari, com seu novo modelo 156 nariz-de-tubarão, era a grande favorita. As equipes inglesas, superiores até o ano anterior, estavam agora em desvantagem. Mesmo assim, na classificação, as posições da frente foram ocupadas pelas Lotus 18 de Moss e do escocês Jim Clark.

Eles eram pole e terceiro, respectivamente. Entre os dois na primeira fila - que, naquela época, tinha três carros - estava a Ferrari do americano Richie Ginther. A BRM-Climax de Graham Hill vinha na seqüência, em quarto, seguido pelo futuro campeão do ano, o americano Phil Hill (à esquerda), de Ferrari.

Na largada, Ginther saiu melhor e tomou a ponta. Clark era o segundo e Moss havia caído para terceiro. Stirling demorou catorze voltas para recuperar a liderança. Passou o escocês - que tinha problemas na bomba de combustível - e, na 14ª volta, tomou a ponta do norte-americano.

Jo Bonnier, com uma Porsche, também fazia corrida impressionante. Ele também ultrapassou Ginther (à direita), pulando para segundo. Um problema de injeção, porém, arruinaria a corrida do sueco, que foi ficando para trás.

Correndo em terceiro, Phil Hill ultrapassou Bonnier no 30º giro, partindo, então, à caça de Moss. Nas trinta voltas seguintes, os dois duelaram de forma espetacular. Stirling, com um carro inferior, de algum modo conseguia se manter na liderança.

Hill tirou cinco segundos de distância até a volta 68, quando começou a ter problemas de freios e motor. Sem condições de vencer, o americano sinalizou ao seu companheiro e compatriota, Richie Ginther, que passasse à frente.

Tendo poupado seu carro durante a corrida, Ginther começou a tirar a distância para Moss. Na 84ª volta, o piloto da Ferrari praticamente igualou o recorde de Bruce McLaren, feito no ano anterior com um motor de 2,5 litros.

Contra todas as expectativas, Moss respondeu virando um tempo praticamente idêntico na volta seguinte. Ginther acelerava mais ainda. Stirling conseguia resistir. Na batalha antológica que se seguiu nas quinze voltas finais, ambos rodaram nada mais nada menos do que três segundos mais rápidos do que o tempo da pole!

Moss, com um carro inferior, era ainda mais impressionante. Finalmente, ao final de 100 exaustivas voltas e 2 horas e 45 minutos de corrida, o inglês cruzou a linha de chegada em primeiro. Após todos os seus esforços, Ginther terminou a apenas 3,6 segundos de Stirling.

Phil Hill fechou o podium, com outro piloto da Ferrari, Wolfgang von Trips, em quarto. Dan Gurney, com um Porsche, e Bruce McLaren, de Cooper, completaram a zona de pontuação. Outras figuras da corrida, Jim Clark e Jo Bonnier acabaram abandonando.

O triunfo em Mônaco não seria suficiente, porém, para colocar Moss na luta pelo campeonato. As Ferrari eram muito superiores e o inglês nada podia fazer. Foi ficando para trás ao longo do ano, só voltando a brilhar no Grande Prêmio da Alemanha.

Em Nurburgring, Stirling voltaria a bater as Ferrari. Num dia de clima instável, o inglês fez as escolhas certas de pneu e contou com a sorte para vencer pela segunda vez na temporada. Ao final do ano, terminaria num sensacional terceiro lugar em pontos.

Em sete temporadas, entre 1955 e 1961, Moss foi quatro vezes vice-campeão e por três oportunidades terceiro colocado no campeonato. Uma carreira brilhantes, em que só faltou o título. Apesar de nunca ter sido campeão, Stirling foi daqueles pilotos capazes de proporcionar mais de uma obras-primas. A maior delas, em Mônaco, 1961.

Por fazer prevalecer suas habilidades sobre a superioridade dos carros adversários, pela atuação fantástica numa pista em que o piloto faz a diferença e pelo desempenho absolutamente perfeito na mais longa e desgastante das corridas da temporada, Stirling Moss leva o quinto lugar na lista das Dez Maiores Performances Individuais de Todos os Tempos.

O vídeo a seguir não é o mais completo sobre o G.P. de Mônaco de 1961. Mas consegue resumir bem os acontecimentos daquela corrida memorável em apenas pouco mais de um minuto e meio, em imagens raras e marcantes:



O Blog volta ao longo do dia comentando as notícias desta quarta-feira. Nos vemos por aí!

4 comentários:

Anônimo disse...

ótimo texto, blog. moss ainda teve uma outra vitória, na argentina em 1958, que foi a primeira de um carro com motor traseiro. essa também foi histórica.

Anônimo disse...

belo texto e ótimo video. valeu, blog!

Blog F1 Grand Prix disse...

Anônimo,

É verdade. A atuação de Moss em Buenos Aires, 1958, foi também uma das maiores de sua vida. Deixei passar mas também conheço essa estória. Obrigado pelo comentário.

Grande abraço!

Anônimo disse...

não conheço muito dessa época da fórmula-1 mas posso dizer que os pilotos desse tempo eram verdadeiros heróis. Tinha que ser muito macho para correr nessas condições meu