Os fãs da categoria dizem que seus pilotos são os melhores do mundo. Afinal de contas, que outra competição mistura pistas de asfalto, cascalho, terra batida e até gelo? O fato é que o Campeonato Mundial de Rally (WRC, na sigla em inglês) retorna neste fim de semana com o Rally da Finlândia, após mais de 60 dias de intervalo.
Nesta quinta-feira, os pilotos disputaram uma etapa especial, que não vale praticamente nada a não ser definir a ordem de largada para amanhã. Hoje, o mais rápido foi o australiano Chris Atkinson, da Subaru. Seu tempo foi apenas dois décimos mais veloz que o do finlandês Marcus Grönholm, da Ford.
Para quem não estava acompanhando o campeonato deste ano, uma pequena recapitulada.
Nas últimas três temporadas, o francês Sebastien Loeb (à direita), um verdadeiro fenônemo, acabou como grande campeão. No ano passado, aliás, ele nem chegou a correr com uma equipe de fábrica. Ao invés disso, fez parte de uma equipe particular da Citröen. Mesmo assim, conquistou o título com algumas etapas de antecipação.
No atual campeonato, porém, Loeb vem tendo bem mais dificuldades. A Citröen, é verdade, voltou com a ter um time oficial, com o francês como piloto. O modelo antigo, um Xsara, foi substituído pelo C4, novato no WRC.
Mesmo com o apoio de fábrica, Loeb não está na ponta da tabela da temporada. O líder, por enquanto, é Marcus Grönholm (à esquerda), da Ford. O finlandês, aliás, já é bi-campeão da categoria, tendo ganho o título em 2000 e 2002.
Até aqui, ele tem 65 pontos, contra 56 de Loeb. O francês venceu mais etapas - 4 a 3 - mas não tem a regularidade do bi-campeão. O piloto da Citroën abandonou dois rallies neste ano, enquanto seu rival marcou pontos em todas as oportunidades.
Em terceiro na tabela, está outro piloto da Finlândia, Mikko Hirvonen (à direita). Ele é o companheiro de Gronhölm na Ford, e tem 49 pontos. Na seqüência, aparecem o espanhol Daniel Sordo (Citröen) e os irmãos noruegueses Petter Solberg (Subaru) e Henning Solberg (Ford). Cada um possui, respectivamente, 28, 26 e 24 pontos.
No campeonato de fabricantes, a Ford tem uma liderança até certo ponto tranqüila, com 114 pontos. Sua principal adversária, a Citröen, tem 86. A Subaru aparece na terceira colocação, com 43.
Amanhã, recomeça a batalha de pilotos e equipes na Finlândia. O trajeto, na sua grande maioria, é sobre terra. O Blog estará acompanhando as atividades e, como sempre, dando seus sensacionais palpites ao longo do fim de semana.
Confirmando as expectativas, Sebastian Vettel (à esquerda) foi anunciado como um dos pilotos da Toro Rosso para a temporada do ano que vem. O jovem alemão, que já assume o cockpit da equipe a partir da etapa deste fim de semana, na Hungria, vai substituir o demitido Scott Speed.
Hoje, um dos dirigentes da Toro, Franz Tost, afirmou que a saída de Speed já estava definida até antes do incidente da última corrida, em Nurburgring. Na ocasião, Tost e o norte-americano quase foram às vias de fato após o abandono do piloto logo na terceira volta.
De qualquer forma, é justa a saída de Scott (à direita), que não fez por merecer uma renovação de contrato. 28 corridas sem um único ponto é demais. No lugar do norte-americano, Vettel entratá motivado e com fome de bola. Para a Toro, uma troca que muito vale a pena.
Enquanto isso, Heikki Kovalainen está praticamente certo como um dos pilotos da Renault em 2008. Seu companheiro de equipe será Giancarlo Fisichella ou Nelson Angelo Piquet. O perdedor da disputa deverá ingressar na Williams, no lugar do austríaco Alexander Wurz, em acerto próximo de ocorrer entre os chefes dos dois times, Flavio Briatore e Frank Williams.
Caso o acordo fracasse, o nome mais cotado para uma vaga na escuderia inglesa no próximo ano é o de Narain Karthikeyan (à esquerda). Titular da Jordan em 2005 e atual piloto de testes da Williams, o indiano conta com um gordo apoio financeiro para comprar um lugar como companheiro de equipe de Nico Rosberg.
Triste pensar que a Williams, um dia, já foi grande...
Já comentei, ontem, a resposta da McLaren sobre o caso de espionagem. Só esqueci de falar sobre um detalhe: Ron Dennis acusou a Ferrari de correr com um carro ilegal no G.P. da Austrália deste ano. Ao dizer isso, o chefão da equipe inglesa comete um pequeno erro.
O modelo que o time italiano utilizou se tornou ilegal somente após a corrida, pela presença de assoalhos móveis. Antes, porém, ainda não havia sido proibido. Se o carro estivesse realmente fora das regras, alguém duvida que a McLaren, sabendo do caso como estava, não iria reclamar na hora?
Compreende-se que o time inglês está descontente com a descarada pressão política da Ferrari, que tenta forçar uma punição para cima da equipe prateada. Mas, ao fazer essa acusação, Ron Dennis já está exagerando.
E o caso de espionagem continua rendendo novas notícias. Hoje, o espanhol Fernando Alonso (à esquerda) deixou de comparecer à entrevista coletiva para a qual estava escalado. O motivo: lei da mordaça para a dupla de pilotos da McLaren.
Dá para entender, é claro. Mas será que a proibição é realmente necessária? Em vez de calar seus pilotos, Ron Dennis poderia ter, pura e simplesmente, orientado os dois a não responderem perguntas sobre o assunto. É fácil e prático.
E, de quebra, ainda respeitaria os interesses dos jornalistas que estão trabalhando e do público que está assistindo.
A previsão metereológica aponta 60% de chance de chuva tanto para a classificação quanto para a corrida deste fim de semana. No ano passado, já aprendemos que o G.P. da Hungria pode se tornar interessante com pista molhada. Será que São Pedro dá mais uma ajudinha?
Amanhã, o Blog volta com a seção Agenda do Fim de Semana, com todos os eventos do mundo da velocidade dos próximos três dias e os palpites (quase) sempre infalíveis do escriba. E, ao longo do dia, comentários e análises sobre as categorias que estarão em atividade nesta sexta. Até!
5 comentários:
adoro rally e seu resumo veio a calhar. Estarei sempre a acompanhar este seu Blog.
Abraço!
ridiculo o ron dennis dizendo que a ferrari estava ilegal. como vc disse, ela so ficou ilegal depois da corrida. ele esta tentando desviar a atenção da pizza que aconteceu lá na fia.
Lamy,
Muito obrigado pelos elogios! Sempre que quiser, comente e dê sugestões.
Grande abraço!
Karthikeyan na Williams não... Essa vai ser difícil de aturar. Olha, já não acredito mais em recuperação da Williams. Seu dias estão contados. E se o Frank resistir, vai sofrer igual ao Jordan.
Chegou a era das montadoras, essa é a verdade.
Felipe Maciel,
Infelizmente, esse parece ser o destino da Williams: o fim.
Grande abraço!
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