Hamilton e Kimi passeiam. Alonso e Massa sofrem.

Foi um típico Grande Prêmio da Hungria. Os pilotos andaram sempre muito próximos um dos outros, o trenzinho não demorou a se formar, mas as ultrapassagens foram raríssimas. Já que não houve possibilidade de mudança na pista, dá para dizer que a prova húngara se definiu no sábado.

Ou melhor, nas primeiras horas de domingo de Budapeste, quando Fernando Alonso recebeu a punição que o jogou para o sexto lugar no grid. Na largada, como era de se esperar, os pilotos que saíram pelo lado limpo - ou seja, os das posições ímpares - pularam muito melhor.

Lewis Hamilton manteve a ponta com tranqüilidade, Kimi Raikkonen passou para segundo e Ralf Schumacher chegou a estar em terceiro, antes de cair de volta para quinto. Mais atrás, Fernando Alonso conseguia, com grande esforço, não perder sua sexta posição.

E, no meio do pelotão, Felipe Massa descia de 14º para 16º. Começava, aí, o passeio dominical de Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen, que se distanciaram do resto do pelotão e fizeram uma corrida à parte. Nick Heidfeld, que andou a corrida toda em terceiro, não tinha como acompanhá-los.

Por outro lado, o suplício de Fernando Alonso e - principalmente - Felipe Massa estava só começando. No final da primeira volta, o espanhol errou na última curva e perdeu duas posições. Não demorou a recuperá-las, ao ultrapassar Mark Webber e Robert Kubica, mas logo ficaria preso atrás de Ralf Schumacher.

E, quando um piloto não consegue passar outro em Hungaroring, não há outro jeito além de esperar os pit stops. Foi esse o destino de Felipe Massa também, porque o brasileiro não conseguia achar uma maneira de superar a Super Aguri de Takuma Sato.

Na primeira rodada de paradas, não houve mudanças entre os líderes. Alonso demorou no box, colocando mais gasolina para ganhar as posições que precisava no segundo round de pit stops. Enquanto isso, para desespero de Massa, Sato não parecia ter intenções de fazer os mecânicos da Super Aguri trabalharem.

O brasileiro ficou preso atrás do japonês por mais de trinta voltas. Quando Sato finalmente fez sua parada, a tática de Felipe já tinha ido para o espaço. O piloto da Ferrari ainda teve de fazer duas visitas aos box, já que os pneus macios não resistiam por muito tempo na pista.

No final da corrida, Massa terminou em 13º. Um péssimo resultado. Na pista, só superou Alexander Wurz e Takuma Sato. Ganhou mais uma posição - de Anthony Davidson - quando o inglês rodou ao bater com o austríaco da Williams. E foi só.

Alonso, por sua vez, executou com correção sua tática e conseguiu ganhar algumas posições. Na bandeirada final, só não bateu Nick Heidfeld. O piloto da BMW sustentou-se em terceiro para conseguir seu segundo podium do ano.

Assim, Alonso teve de se contentar com o quarto lugar. O que, em Hungaroring, não é lá um péssimo resultado para quem saiu de sexto. O baixo número de abandonos contribuiu para tornar difícil o dia da turma que largou de trás.

Vitantonio Liuzzi e Jenson Button (à direita), os dois no fim do pelotão, foram as únicas quebras do dia. Sakon Yamamoto bateu sozinho logo na sétima volta, quando era o último, e Anthony Davidson abandonou por causa de seu toque com Alexander Wurz.

Para Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen, foi um dia tranqüilo. O inglês tinha mais carro e venceu, mas com uma pequena distância para o finlandês. O piloto da Ferrari fez uma ótima corrida, assim como Heidfeld, o terceiro.

Atrás do quarto colocado, Alonso, veio Robert Kubica, num correto quinto. O sexto foi Ralf Schumacher - definitivamente espantando os boatos de sua demissão - seguido de Nico Rosberg (à direita) e Heikki Kovalainen, que marcaram pontos importantes.

Detalhe para a horrorosa, péssima, terrível e desastrosa corrida da Honda. Além do abandono de Button, o time ainda viu Rubens Barrichello (à esquerda) terminar em 18º e último. O brasileiro ficou, inclusive, atrás da Spyker de Adrian Sutil!

Foi, definivamente, um dia esquecível para os brazucas. Felipe Massa e Rubens Barrichello fizeram, potencialmente, uma das piores corridas de suas carreiras nesse domingo.

No campeonato, Lewis Hamilton abriu uma pequena distância de sete pontos para Fernando Alonso: 80 a 73. Com seis corridas para o final, ainda é pouco. Kimi Raikkonen, por sua vez voltou a superar Felipe Massa. A dupla da Ferrari, porém, começa a ver o campeonato ficar mais longe.

O finlandês tem 60 pontos, vinte de desvantagem para Lewis, enquanto o brasileiro está logo atrás, com 59. Rubens Barrichello ainda não pontuou nessa temporada e aparece em 18º. Coincidência ou não, foi a posição de Rubinho hoje.

A seguir, a classificação do Grande Prêmio da Hungria e a tabela dos campeonatos:

1. Lewis Hamilton/Inglaterra/McLaren, 1h35:52.991s em 70 voltas

2. Kimi Raikkonen/Finlândia/Ferrari, a 0.715s

3. Nick Heidfeld/Alemanha/BMW-Sauber, a 43.129s
4. Fernando Alonso/Espanha/McLaren, a 44.858s
5. Robert Kubica/Polônia/BMW-Sauber, a 47.616s
6. Ralf Schumacher/Alemanha/Toyota, a 50.669s
7. Nico Rosberg/Alemanha/Williams, a 59.139s
8. Heikki Kovalainen/Finlândia/Renault, a 1:08.104s
9. Mark Webber/Austrália/Red Bull, a 1:16.331s
10. Jarno Trulli/Itália/Toyota, a 1 volta
11. David Coulthard/Escócia/Red Bull, a 1 volta
12. Giancarlo Fisichella/Itália/Renault, a 1 volta
13. Felipe Massa/Brasil/Ferrari, a 1 volta
14. Alex Wurz/Áustria/Williams, a 1 volta
15. Takuma Sato/Japão/Super Aguri, a 1 volta
16. Sebastian Vettel/Alemanha/Toro Rosso, a 1 volta
17. Adrian Sutil/Alemanha/Spyker, a 2 voltas
18. Rubens Barrichello/Brasil/Honda, a 2 voltas
Não terminaram:
Vitantonio Liuzzi/Itália/Toro Rosso, problema mecânico na volta 43

Anthony Davidson/Inglaterra/Super Aguri, acidente na volta 42

Jenson Button/Inglaterra/Honda, problema mecânico na volta 36
Sakon Yamamoto/Japão/Spyker, acidente na volta 7

Campeonato de Pilotos:
HAMILTON, 80 pts; Alonso, 73; Raikkonen, 60; Massa, 59; Heidfeld, 42; Kubica, 28; Fisichella, 17; Kovalainen, 16; Wurz, 13; Webber e Coulthard, 8; Rosberg e Trulli, 7; Schumacher, 5; Sato, 4; Button e Vettel, 1; Barrichello, Speed, Davidson, Sutil, Albers, Liuzzi, Winkelhock e Yamamoto, 0.
Campeonato de Construtores:

MCLAREN, 138 pts; Ferrari, 119; BMW, 71; Renault, 33; Williams, 20; Red Bull, 16; Toyota, 12; Super Aguri, 4; Honda, 1; Toro Rosso e Spyker, 0.
*A McLaren não marcou pontos para o Mundial de Construtores no G.P. da Hungria como punição da FIA pelas ações da equipe na classificação de sábado.

A Fórmula 1 volta daqui a três semanas, após a parada de férias européias, com o G.P. da Turquia, em Istambul Park. Em instantes, o Blog volta com a seção Análise do Grande Prêmio, repassando as atuações de pilotos e equipes, além da situação do campeonato. Até já!