domingo, 17 de maio de 2009

Bernie Ecclestone, o fiel da balança

Meio esquecido nessa troca de farpas entre FIA e Fota está aquele que é conhecido como o grande chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone.

O homem que comanda a categoria com mão-de-ferro desde meados dos anos 70 parece ter perdido um pouco de seu antigo poder.

Mas ainda pode ser o fiel da balança na guerra entre as equipes e o presidente da FIA, Max Mosley.

Neste fim de semana, Ecclestone declarou que não acredita que a Fórmula 1 vai se dividir em dois regulamentos em 2010 e acrescentou que basta encontrar um valor ideal para o teto orçamentário para acabar com a crise nos bastidores da categoria.

Embora seja um aliado histórico de Mosley, Ecclestone parece ter uma opinião mais próxima à das equipes.

A ideia de dividir o regulamento da F-1 em dois é estúpida - e Ecclestone já percebeu isso.

Para derrubar a proposta de Mosley, bastaria encontrar um valor um pouco maior para o teto orçamentário.

Um valor que as atuais equipes tenham condições de obedecer e que as novas equipes - como a Lola e a USGPE - possam aguentar.

É nisso que Ecclestone deve estar trabalhando no momento.

No encontro da semana passada em Londres, a Fota fracassou em obrigar Mosley a recuar justamente porque não tinha uma alternativa para a proposta do presidente da FIA.

A expectativa é que as equipes apresentem seu projeto de teto orçamentário no próximo encontro com Mosley.

Se o presidente da FIA aceitar, é o fim da crise. Caso contrário, a briga ainda vai se estender durante algum tempo.

Especialista em costurar acordos entre desafetos, Ecclestone é aquele sujeito que poderia servir de mediador entre a FIA e a Fota.

Por enquanto, ele ainda está um pouco descartado porque as duas entidades ainda tentam se entender sozinhas.

Mas, se a disputa realmente atingir um impasse, será Ecclestone o recrutado para propor uma solução.

E, nesse cenário, no papel de "salvador da pátria", ele só tem a ganhar.

Não se surpreenda se, no fim da guerra, a FIA e a Fota perderam força e Ecclestone sair mais poderoso do que nunca.

Um comentário:

Ron Groo disse...

É este nosso medo... Que um dos dois velhinhos da fuzarca se sobressaia e vire um tirano com o poder centralizado em suas mãos.
Ai amigo.. Adeus f1 como conhecemos.