domingo, 15 de fevereiro de 2009

Autódromo de Jacarepaguá próximo do fim

O assunto já vem se arrastando há anos e - verdade seja dita - não interessa lá a tanta gente assim, mas é impossível evitá-lo.

O Autódromo Internacional Nelson Piquet, única praça disponível para o esporte a motor na cidade do Rio de Janeiro, está prestes a ser desativado por completo.

Recentemente, em virtude das obras para os Jogos Pan-Americanos de 2007, o circuito foi cortado à metade e perdeu toda a sua identidade.

Já havia desaparecido de certa maneira, mas agora será oficial.

Neste fim de semana, o Comitê Olímpico Brasileiro divulgou seus planos para Jacarepaguá.

No lugar do autódromo, será construído um moderno Centro Nacional de Treinamento Olímpico, que deve atender a diversas modalidades.

O projeto faz parte dos planos da candidatura carioca à sede das Olimpíadas de 2016.

Mas, mesmo se o Rio não for escolhido para receber os Jogos, o Autódromo de Jacarepaguá deve ser destruído de qualquer maneira.

Nessa altura, o circuito parece não ter salvação mesmo.

É questão de tempo até que Jacarepaguá seja totalmente desativado.

Aos cariocas que gostam de automobilismo, resta torcer para que um novo autódromo seja erguido na cidade antes do fechamento de Jacarepaguá.

Há um acordo, lavrado na Justiça, que obriga a Prefeitura a construir outro circuito antes de desativar o atual.

Apesar disso, não há muitos motivos para otimismo.

No passado recente, vários acordos sobre Jacarepaguá foram simplesmente ignorados pelo COB e pela Prefeitura.

Havia a promessa, por exemplo, de que as obras para o Pan-2007 não afetariam a pista, o que se revelou uma grande mentira.

Mesmo se o Rio ganhar um novo autódromo, os cariocas não têm razão para se animar muito.

A quantia prometida para a obra do novo circuito é de R$ 100 milhões, muito pouco para que construa um autódromo realmente de primeiro nível.

Considerando que o investimento para as Olimpíadas pode chegar a R$ 30 bi, dá para concluir que o esporte a motor está longe de ser uma prioridade dos governantes cariocas...

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Em tempo, vai aí um rápido desafio: qual foi o último piloto carioca a estrear na Fórmula 1?

A resposta: Roberto Pupo Moreno, em 1982.

De lá para cá, predominaram paulistas e paranaenses. Também surgiram um mineiro e um amazonense.

Mas nem sinal de um carioca.

Uma prova de que o automobilismo do Rio nunca conseguiu ganhar muita expressão nem mesmo dentro do próprio país.

E, com o fim de Jacarepaguá, a tendência é que o panorama se torne ainda mais nebuloso...

2 comentários:

Anônimo disse...

Difícil encontrar um culpado numa hora dessas, mas, acho que todos nós temos uma parcela de culpa, seja o Governo, seja a Confederação, seja a opinião pública. Esse é um momento de reflexão ...

Dêem um a olhada na cobertura da DAYTONA 500 no Blog do AemD: www.automobilismoemdebate.zip.net

Anônimo disse...

Acho um crime dixar isso acontecer, mas não vejo alternativas a não ser do governo do estado em demonstrar que quer que o Autódromo continue lá. Fizeram um complexo olímpico de péssima qualidade construtiva, venderam os imóveis inacabados e cheios de problemas, quem comprou não vai conseguir resolve-los e vai ficar tudo como está. Acho que o final está próximo. Infelizmente.