terça-feira, 3 de julho de 2007

Sebastian Vettel e o risco de jogar a carreira fora

A BMW ainda não anunciou, mas o processo de renovação do contrato de Nick Heidfeld já está em sua fase de finalização. Contratado inicialmente como um piloto de transição, o alemão cresceu dentro da equipe e fez por merecer a extensão de seu compromisso. Assim como ele, o polonês Robert Kubica também deve continuar na equipe em 2008.

Sendo assim, como fica a situação de Sebastian Vettel? O jovem alemãozinho, que se tornou no Grande Prêmio dos Estados Unidos o mais jovem da história a marcar pontos, já tem seu nome envolvido emum forte boato que circula pelo Paddock. Piloto de testes e reserva da BMW, ele está sendo apontado como provável titular da Toro Rosso no ano que vem.

Essa parece ser a vontade dos dirigentes das duas equipes envolvidas. Hoje, Mario Theissen, da BMW, e Gerhard Berger, da Toro Rosso, não confirmaram nem negaram os rumores. O que é um sinal claro de que o assunto pode não passar de mera especulação.

Caso o boato se confirme, Vettel assumiria um dos cockpits da Toro Rosso no ano que vem. Seu companheiro seria Vitantonio Liuzzi ou o quase-xará Sebastien Bourdais (muda a penúltima letra, num é "a" no outro "e", repararam? Não? Tudo bem, isso não é mesmo importante...). Scott Speed, nesse cenário, estaria descartado para a Fórmula 1, e seu destino provavelmente seria as corridas da ChampCar na América do Norte.

O compromisso de Vettel com a Toro Rosso seria de dois anos. Depois desse período, ele voltaria para a BMW. Mas, claro, nunca há garantias totais. Será que vale a pena, para o jovem alemão, forçar a entrada na Fórmula 1 já no ano que vem? Muita calma nessa hora.

Sebastian já provou que é bom. Tem um futuro todo pela frente. E sua idade ainda é excepcionalmente pouca - ele faz 20 anos exatamente hoje, dia 3. Não existe a menor necessidade de acelerar as coisas. Na Toro Rosso, Vettel dificilmente conseguiria resultados de destaque. Não há, pelo menos em curto prazo, qualquer possibilidade de melhora por parte da sucursal da Red Bull.

O alemão estaria condenado, inevitavelmente, às últimas posições do grid. Criada para ser uma equipe projetora de novos talentos, a Toro Rosso está fazendo justamente o contrário. A carreira do promissor Scott Speed já foi praticamente arruinada após dois anos no ostracismo. Embora quase na mesma situação, Vitantonio Liuzzi ainda se salva pela reputação - foi campeão mundial de kart e esmagou a concorrência na extinta Fórmula 3000.

Sebastian Vettel poderia ir facilmente pelo mesmo caminho. Por mais que a BMW o proteja, uma dupla temporada na Toro Rosso poderia acabar com sua carreira. Além disso, não há como garantir, na equipe alemã, uma vaga para 2010. Até lá, muita coisa pode mudar. É bom que se diga que começar numa equipe pequena nem sempre é sinônimo de fracasso. Fernando Alonso, por exemplo, cumpriu um ano na Minardi antes de passar à Renault.

O espanhol, porém, tinha a equipe toda a sua disposição e, mesmo lá atrás, conseguia destaque. Na Toro Rosso, Vettel seria um piloto como qualquer outro. Se for batido por Bourdais, Liuzzi ou qualquer que seja o seu companheiro, sua carreira poderia ir para o ralo. O alemão tem potencial, repito, mas ele precisa ser trabalhado da maneira mais cuidadosa possível.

Melhor do que dois anos na sucursal da Red Bull, seria ficar na BMW durante esse período, como piloto de testes. Ou, quem sabe, Vettel não poderia tentar a GP2, como fez Hamilton? É uma opção.

Descoberto pelo mesmo olheiro de Schumacher, Sebastian é um diamente que precisa ser lapidado. Nada de o jogar aos leões, por enquanto. Correr uma corrida na BMW como substituto é uma coisa. Uma temporada inteira numa equipe de final de pelotão e sem perspectivas de ponto, é outra, completamente diferente.

A BMW tem de seguir o exemplo da McLaren. Fazer com Vettel o que a escuderia inglesa fez com Lewis Hamilton. Assim - quem sabe? - o alemão poderia chegar na Fórmula 1 tão preparado quanto o inglês. Considerando todo o potencial de Sebastian, não é nada impossível.

11 comentários:

Anônimo disse...

concordo. Se ele for para STR acaba com a carreira, assim como o Liuzzi. Agora, o Speed é ruim mesmo. Podia botar ele no lugar do Hamilton que mesmo assim ele não ia conseguir bons resultado.s

Anônimo disse...

ele faz aniversário hoje? Parabéns para ele então rsrsrs

Anônimo disse...

Concordo com a opinião, mas acredito que ir ou não para a Toro Rosso é uma decisão que não está nas mãos dele, Vettel.

Felipão disse...

Na Toro, ele tá arriscado a ficar apagado...

Felipe Maciel disse...

Não entendi bem a parte do "Contratado inicialmente como segundo piloto" no 1º parágrafo. Talvez Nick tenha começado como primeiro piloto apenas no papel, mas na prática a BMW nunca teve nenhuma preferência pelo Villeneuve, pelo contrário, o canadense ficou no time por causa do contrato com a Sauber.

Teoricamente, talvez fosse o segundo piloto, mas a alemã BMW sempre teve uma certa preferência pelo alemão, desde a época em que Heidfeld duelava com Pizzonia pelo cockpit titular da Williams. Acredito eu que também gostem mais dele que do Kubica. Pode ser que eu esteja errado mas tenho esse impressão desde o início deste ano.

Felipe Maciel disse...

Quanto ao Vettel, não vejo que benefícios podem vir com sua passagem pela Toro. Relamente, a BMW deveria se espelhar na atitude de Ron Dennis, que não permitiu que Hamilton pilotasse para mais ninguém, embora tenha recebido proposta.

Blog F1 Grand Prix disse...

Felipe, acho que me expressei mal quanto ao Heidfeld. Não é que ele tenha sido contratado como segundo piloto, mas a importância dele dentro da equipe não era a de um líder. Se fosse apenas razoável, aposto que já seria substituído no fim desse ano. Troquei, no texto, o trecho que você indicou. Obrigado pela dica!

Pezzolo disse...

vai lá no meu blog que eu falo sobre isso. a toro rosso vai corre de carro e motor ferrari ano que vem. e está atrás do nico rosberg,mas este deve ir para a toyota. a unica peça que nao encaixo nesse quebra cabeça é o mark webber

Pezzolo disse...

DU-VI-DO que ninguem vá pra toyota por uma boa grana. pra mim vai o rosberg.

Anônimo disse...

Amigo, eu não sei não....posso estar falando besteira, mas acho que o Vettel é piloto da RBR emprestado para a BMW... li esta informação no começo do ano e não consigo me lembrar em que Jornal foi.... Verifica ai e se eu estiver errrado peço desculpas... as vezes a memória falha....

Blog F1 Grand Prix disse...

Pantaneiro:

A situação de Vettel, na verdade, cria um conflito de interesses. Ele é contratado pela BMW, mas apoiado pela Red Bull. Tecnicamente, a empresa de bebidas energéticas daria só o patrocínio, o apoio através da carreira, mas não é assim que funciona na prática, não é? Hoje, Vettel é empregado da BMW, mas também tem contrato com a Red Bull. A situação dele é, realmente, meia complicada de explicar mesmo...