terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Caso de espionagem envolvendo McLaren e Ferrari está oficialmente encerrado

A Federação Internacional de Automobilismo colocou hoje um ponto final no escândalo de espionagem que envolveu duas das principais escuderias da Fórmula 1 - McLaren e Ferrari - e abalou a imagem da categoria. Além de encerrar as investigações sobre o caso, a entidade também cancelou a vistoria do novo modelo da equipe inglesa, o MP4/23, marcada para fevereiro.

De acordo com um comunicado distribuído à imprensa, a decisão está ligada à carta divulgada pela McLaren na semana passada, em que o time prateado reconheceu sua culpa e pediu desculpas publicamente pelo mal-estar causado. Agora, a McLaren fica livre para trabalhar de forma livre no MP4/23, sem precisar se preocupar com potenciais punições da entidade máxima do automobilismo.

O encerramento definitivo do caso de espionagem pode decepcionar parte do público, mas foi uma escolha correta dos homens fortes da FIA. Nessa altura, aplicar uma pena mais pesada à McLaren já era praticamente inviável. A "oportunidade" de punir a equipe inglesa já passou. E, mesmo se a FIA fizesse a vistoria no MP4/23, seria praticamente impossível provar se a McLaren usou dados proibidos da Ferrari ou não.

Percebendo que o primeiro escândalo de espionagem já não poderia render muita coisa, os dirigentes da FIA encerraram o assunto para proteger a Fórmula 1. Aliás, o segundo spygate está próximo de ter o mesmo destino. Nesta terça, a FIA publicou em seu site a transcrição do encontro do Conselho Mundial do dia 5 de dezembro, que livrou a Renault de punição na denúncia de espionagem levantada pela McLaren.

No relatório de 77 páginas, destacam-se alguns depoimentos interessantes, como o do diretor-técnico da Renault, Bob Bell. Falando sobre Phil Mackareth - o engenheiro acusado de roubar as informações da McLaren - Bell foi claro: "Phil é um sujeito honesto e confiável, mas cometeu um erro. Suas atitudes foram estúpidas e ingênuas, é verdade. Só que não houve a menor intenção de fazer algo errado".

Para quem não lembra, Mackareth trabalhava na McLaren antes de ser contratado pela Renault. Quando se transferiu, levou consigo disquetes contendo informações confidenciais do time prateado. De acordo com Mackareth, sua vontade era guardar os dados como forma de "registro pessoal". A FIA considerou a Renault culpada, mas não aplicou punições.

Agora, os dois casos de espionagem já parecem estar encerrados. Para os fãs do automobilismo, porém, fica a pergunta que incomoda: será que ainda vai haver um terceiro?


Numa dessas eleições que ninguém consegue entender o resultado, Kimi Raikkonen perdeu o título de "atleta finlandês do ano" para Tero Pitkamaki, um dos melhores arremessadores de dardo do mundo. Sem querer tirar o mérito de Pitkamaki, mas é indiscutível que os feitos de Raikkonen em 2007 tiveram muito mais repercussão mundial. Alguém teria coragem de contestar isso?

Ao mesmo tempo, continua crescendo a reputação de Sebastian Vettel, principalmente após o ótimo desempenho do jovem alemão na Corrida dos Campeões do último domingo. Dessa vez, foi a vez de Michael Schumacher rasgar elogios a Vettel. "Sebastian já mostrou ser muito talentoso. Acho que ele tem um grande potencial para se tornar campeão da Fórmula 1", disse Schumi ao diário Bild. De fato, Vettel é uma aposta segura para a disputa do título em três ou quatro anos.

Enquanto isso, Lewis Hamilton resolveu copiar Michael Schumacher e Nelson Piquet. Acreditem: o inglês é o mais novo integrante do seletro grupo de pilotos com a carteira de motorista cassada. Tudo por causa de uma multa recebida por Hamilton no último mês, quando "passeava" na cidade francesa de Leon. Na ocasião, ele foi flagrado a incríveis 196 km/h numa das estradas da região. Resultado: perdeu a carteira, recebeu uma multa de 600 euros e ainda teve sua Mercedes apreendida...

Para terminar o giro pelas notícias da Fórmula 1, vale mencionar uma notícia do jornal Marca de hoje, que discute as possibilidades da Force India para 2008. De acordo com a reportagem, Giancarlo Fisichella e Roldán Rodríguez seriam os favoritos para ocupar a segunda vaga do time indiano, ao lado de Adrian Sutil. Considerando que a imprensa espanhola costuma fazer um forte lobby pelos pilotos de seu país, só resta uma só conclusão.

Fisico está quase certo na Force India mesmo.



Sucesso de público e crítica, a Corrida dos Campeões deve continuar no estádio de Wembley em 2008. Ao menos, essa é a intenção do principal organizador do evento, Frederik Johnsson. "A competição foi muito bem-sucedida. Temos várias cidades interessadas em sediar a Corrida dos Campeões no próximo ano, mas é provável que voltemos a Londres", falou Johnsson ao site Autosport.

Além disso, o organizador da Corrida dos Campeões também revelou que Lewis Hamilton foi convidado a correr na edição deste ano, mas foi vetado pela McLaren. Ao que parece, uma cláusula do contrato do inglês com o time prateado impede a sua participação em eventos desse tipo. Uma pena. Realmente, as equipes da Fórmula 1 - em especial a McLaren - conseguem atingir níveis de burocracia e rigidez realmente irritantes.

No Mundial de Rally, a notícia do dia é que a Suzuki anunciou seus pilotos para a próxima temporada, que marca o primeiro ano completo da montadora japonesa na categoria. Os escolhidos pela Suzuki foram o finlandês Toni Gardemeister, ex-piloto da Ford e da Skoda, e o sueco Per-Gunnar Andersson, bicampeão do Mundial Junior de Rally. Sem dúvida alguma, uma dupla de bastante respeito.

Por fim, vale registrar a entrevista que Emerson Fittipaldi concedeu à agência Lusa, falando da sua expectativa para o futuro da A1GP. "Existe um movimento que vem da Fórmula 1 para freiar o crescimento da A1GP, mas não é possível conter a evolução. Acredito que em pouco tempo a 'Copa do Mundo do Automobilismo' pode se tornar uma alternativa à própria Fórmula 1", disse Emerson. Será exagero? Nem tanto.

Se mantiver o atual crescimento lento, mas constante, a A1GP tem tudo para se transformar numa categoria ainda mais importante dentro do automobilismo mundial.


O vídeo do dia é a antológica seqüência de abertura do filme Grand Prix, uma verdadeira obra-prima do cinema da década de 60. Vários trechos do longa estão disponíveis na internet, mas os cinco minutos iniciais merecem destaque especial. Neles, são apresentados os quatro personagens principais do filme - Jean Pierre Sarti, Scott Stoddard, Pete Aron e Nino Barlini - em meio a uma edição de imagens e sons simplesmente arrepiante. Vale a conferida:


Reparem num detalhe: entre as marcas de 2:44s e 3:00s, os créditos mostram os nomes dos pilotos que participaram do filme, como dublês ou figurantes. A lista lista tem gente do calibre de Juan Manuel Fangio, Jack Brabham, Graham Hill e Jochen Rindt, por exemplo...

Nesta quarta, o Blog volta com a seção Os 10+ do Blog F1 Grand Prix, apresentando grandes nomes do esporte a motor nacional que terminaram de fora da lista dos Dez Maiores Pilotos Brasileiros da História. Mais tarde, comentários sobre as principais notícias do mundo da velocidade. E, a partir de quinta-feira, o Blog dá uma paradinha até o início de janeiro, mas deixa uma bela diversão para vocês: preparem-se porque vem aí o Desafio das Férias!

Crédito das fotos:
Corrida dos Campeões - http://www.raceofchampions.com/

3 comentários:

Anônimo disse...

comentário rápido cara: olha só o que esse Pitka-não-sei-o-que fez a pouco tempo atrás:

http://www.news.com.au/dailytelegraph/story/0,22049,22085109-5001023,00.html

O cara ACERTOU OUTRO ATLETA COM O DARDO!!!! E depois ainda ganha do Kimi??? Não dá pra entender rs..

Abs

Anônimo disse...

Esse movimento da F1 a A1GP é mesmo que acabou com o Mundial de Marcas em 1992 e promoveu a cisão da Cart em 1995? Se for tem um nome: Bernie Eclestone...

Blog F1 Grand Prix disse...

Obrigado pelas mensagens!

Maurício: Nossa, não sei o que comentar dessa notícia! Realmente, não dá para entender como o Kimi perdeu essa eleição...

Leandro: É isso aí mesmo. Sempre que a Fòrmula 1 se vê ameaçada, o Bernie age para mantê-la no topo. Outra categoria que está sofrendo com isso é o Mundial de Rally, que vai perder etapas nos próximos anos para "cortar curtos". Honestamente, parece desculpa esfarrapada para enfraquecer o campeonato...

Grande abraço a todos!

Gustavo Coelho