quarta-feira, 18 de novembro de 2009

McLaren vai de Button e Hamilton; Mercedes fica sem o campeão mundial

Este Blog tirou um pequeno recesso nas últimas semanas, mas aos poucos vai voltando ao normal.

Não dá mais para ficar calado diante das grandes novidades que o mundo da Fórmula 1 recebeu desde o início desta semana.

Primeiro, o anúncio da separação entre a Mercedes e a McLaren. A fábrica alemã vai continuar fornecendo motores para o tradicional time inglês até 2015, mas terá uma equipe própria a partir do ano que vem, assumindo o lugar da Brawn GP.

Bizarra, no mínimo, é como pode ser definida a curta e espetacular trajetória da escuderia de Ross Brawn na Fórmula 1.

Um ano, oito vitórias, título de pilotos e de construtores. E vai ser só isso, já que a Brawn GP vai deixar de existir em 2010.

Será que Ross percebeu que seria difícil manter o nível e resolveu vender o time para sair ainda por cima? Provavelmente. Com a Mercedes no comando, será muito mais fácil arrumar recursos para se manter como equipe de ponta.

Caso se mantivesse como independente, a Brawn GP experimentaria um declínio inevitável. Agora, a renomeada Mercedes GP já começa a temporada 2010 como uma das principais favoritas.

Pena que não terá o campeão mundial Jenson Button, que anunciou nesta terça-feira uma sensacional mudança para a McLaren.

Sensacional sob ponto de vista dos ingleses, é claro, que devem estar se sentindo como os torcedores do Real Madrid quando Cristiano Ronaldo e Kaká foram comprados ao mesmo tempo pelo time espanhol.

Para a McLaren, Hamilton e Button formam o "dream team". Pela primeira vez desde Senna e Prost, uma equipe vai alinhar no grid com dois campeões mundiais lado a lado.

É claro que isso tem um lado bom. Mas tem também aquela óbvia desvantagem: quando dois pilotos de ponta correm juntos na mesma equipe, a tendência é que tirem pontos um do outro. E aí, o título pode sobrar para um terceiro concorrente...

A própria McLaren experimentou isso há dois anos, quando Hamilton e Alonso viram o troféu de campeão escapar para Raikkonen. Mas a escuderia inglesa parece não se importar.

Para Ron Dennis, parece estar claro que vale a pena unir Button e Hamilton sob o mesmo teto. Os ganhos com publicidade já estão garantidos.

Se a Ferrari achava que a dupla Massa e Alonso seria a que mais chamaria atenção em 2010, acabou de ver que estava enganada...

E Button? Será que terá calibre para enfrentar Hamilton?

Desde já, a aposta deste Blog é que o menino-prodígio da McLaren deve levar vantagem sobre o recém-chegado da Brawn GP. Mas Button, ao contrário do que pensam muitos, não é um piloto apenas mediano que chegou ao título por estar no lugar certo, na hora certa.

Não, Button é mais do que isso. É um piloto realmente rápido e consistente.

E que tem o talento raro de saber poupar o equipamento ao longo de uma corrida - algo que será muito valorizado em 2010 com a proibição dos reabastecimentos.

Como os pit stops serão somente para troca de pneus, quem melhor conseguir poupar a borracha para permanecer mais tempo na pista vai ter uma grande vantagem.

Hamilton parece mais veloz do que Button, mas tem um estilo de pilotagem às vezes selvagem. Em 2007 e 2008, sofreu furos de pneu em momentos cruciais do campeonato. E sua tendência de travar as rodas em curvas de baixa e média velocidade já foi percebida por muitos.

Se não corrigir esse defeito em 2010, pode ser que Hamilton perca, sim, a disputa para Button. Mas os preparativos para o ano que vem estão só começando.

A Ferrari vai de Alonso e Massa. A McLaren, de Button e Hamilton. A Red Bull tem Vettel. A Mercedes provavelmente apostará em Rosberg. Só aí são seis pilotos que já começam o ano com aspirações de título.

O ano de 2010 promete, e promete muito. Se a política não se sobrepor sobre o esporte, a próxima temporada tem tudo para se tornar uma das mais especiais da história da Fórmula 1.

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Quase ninguém falou disso, mas outro piloto que também já está confirmado em 2010 é Timo Glock.

O alemão, sem dúvida um dos mais combativos e raçudos nomes do grid, fechou acordo com a estreante Manor, onde provavelmente terá o brasileiro Lucas di Grassi como companheiro de equipe.

Se for isso mesmo, a Manor já sai na frente das outras novatas pelo menos nesse aspecto fundamental: os pilotos.

Glock é realmente bom, embora não seja brilhante, e tem a capacidade de manter a motivação em alta mesmo quando as coisas não vão bem - algo que seu ex-parceiro na Toyota, Jarno Trulli, sempre lutou para conseguir.

Se tiver Di Grassi ao lado, o alemão vai encarar mais uma dura batalha pela liderança dentro de sua equipe. A tendência é que Glock leve vantagem, principalmente pela experiência.

Mas a disputa entre os dois será ainda mais ferrenha do que em 2007, quando Glock foi campeão da GP2 apenas alguns pontos à frente de Di Grassi.

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Toyota fora da Fórmula 1. Nenhuma surpresa.

Renault quase fora da Fórmula 1. Não seria nenhuma surpresa também.

Mercedes compra a Brawn GP e vai correr com equipe própria. Agora, sim, uma notícia inesperada.

E assim a Fórmula 1 mostra como vive em ciclos.

Mesmo durante um momento de crise, a categoria acaba de ganhar mais uma escuderia totalmente comandada por uma montadora.

As montadoras vão e vêm - no caso, estão mais saindo do que chegando, mas o processo vai acabar se invertendo em algum momento.

A Toyota já deixou a Fórmula 1, e a Renault pode até seguir o mesmo caminho. Seria ruim, mas faz parte.

Não seria o fim do mundo para a F-1, que já passou tantas vezes por inúmeras crises, e sempre acaba superando tudo no final.

5 comentários:

Ron Groo disse...

Pois é... A estrela prateada não terá a companhia do numero um em seu bico.

Mas ainda pode pintar nego bom por lá.

Beatle Ed disse...

Excelente observação sobre o estilo de pilotagem dos pilotos britânicos.

O atual campeão conduz o carro de maneira muito mais suave que seu futuro companheiro.

Talvez Button leve realmente alguma vantagem nesse sentido.

Vai ser uma briga boa de assistir. Ainda mais se Jenson sair na frente.

Fábio Mandrake disse...

Uma correção o nome da escuderia novata é Manor e não Menor.
Seu dono é o inglês John Booth a equipe foi campeã na f-renault européia com Antoni Pizzonia.

Ah e gostaria se possivel que você fizesse uma análise justamente do seu ponto de vista das novas equipes.
Grande abraço

Guilherme (RJ) disse...

Boas disputas internas sempre deram o que falar e não deve ser diferente na McLaren com a dupla "ton-ton" e na Ferrari com a dupla "Fe-Fe"...

Ainda acho o Button um piloto mediano, mas que erra pouco e que soube manter a tranquilidade nos momentos mais difíceis nesta temporada. E errar pouco conta muito quando se tem um carro muito bom...

Abraços!

leandrotullii disse...

agora pde atualizar o blog, teu time ta respirando melhor agora.