sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O delírio de Briatore

O chefe da Renault, Flavio Briatore, não entende absolutamente nada de corridas.

Entende, isso sim, de como comandar uma equipe para transformá-la em vencedora.

Mas de corridas, em si, Briatore não sabe nada.

Antes de ser recrutado por Luciano Benetton para liderar a equipe Benetton de Fórmula 1, na virada dos anos 80 para 90, Briatore jamais havia assistido a uma GP inteiro.

Natural, portanto, que tenha uma idéia distorcida do que representa a categoria.

Nesta sexta-feira, Briatore propôs que a Fórmula 1 passe a ter duas baterias por fim de semana, seguindo o modelo adotado pela GP2.

O grid da segunda prova seria invertido, de acordo com o resultado da primeira.

Tudo para favorecer o "espetáculo".

Mas será que a Fórmula 1 é feita apenas de "espetáculo"?

Na visão de Briatore, a categoria serve exatamente para isto: promover um show, expor patrocinadores e, acima de tudo, ganhar dinheiro.

Será que é só isso?

É claro que não.

Briatore se esquece do princípio fundamental da F-1: apontar, ao fim de cada ano, o melhor piloto e a melhor equipe do planeta.

Quando mais "espetaculares" ficam as regras, mais distorcidos ficam os resultados de cada corrida.

Até que ponta vale a pena influenciar o andamento normal de um GP apenas para criar uma falsa sensação de "emoção"?

É isso o que os dirigentes precisa definir.

Pequenas mudanças, como adotar um novo modelo para o treino classificatório e abolir os pit stops, são válidas e bem-vindas.

Entretanto, promover a revolução que Briatore deseja vai além de um certo limite.

A idéia do chefe da Renault não passa de um pequeno delírio.

Daqui a pouco, Briatore vai sugerir que o safety car a entre na pista toda vez que o líder abrir mais de dez segundos de vantagem.

Melhoraria o "espetáculo", é verdade.

Mas transformaria a Fórmula 1, agora sim, num autêntico circo.

2 comentários:

Aderson disse...

A ideia do Briatore é lá bem sonhadora, mas ele não deixa de ter uma certa razão. O espectador quer ver uma boa corrida, com ultrapassagens.
Mas pra isso não é necessario inverter o grid e ter duas corridas num final de semana. Se uma largada a coisa já é tensa, imagina duas?? Os riscos para os pilotos vão aumentar.
E vida de um Lewis Hamilton ou Kimi Raikkonem não será facil largando das ultimas posições só porque tem um carro muito superior.

Brasil Empreende disse...

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