Montoya: "Brasileiros vão ter um ano bastante difícil"

Mesmo afastado da Fórmula 1 desde meados de 2006, Juan Pablo Montoya continua acompanhando de longe a movimentação da categoria. Nesta terça, em entrevista à agência EFE, o colombiano fez prognósticos nada animadores para os três brasileiros que vão alinhar no grid da próxima temporada. Para Montoya, tanto Felipe Massa quanto Nelsinho Piquet e Rubens Barrichello começam o ano com uma série de desvantagens.

"Apesar de estarem em situações muito diferentes dentro de seus times, acredito que os três vão ter um campeonato bastante difícil", falou Montoya, que comentou as possibilidades de cada um deles: "Massa tem carro para disputar o título, mas é visto como segundo piloto na Ferrari. Por sua vez, Nelsinho ainda não tem experiência suficiente na Fórmula 1, e deve ficar na sombra de Fernando Alonso. Ele precisa encontrar uma maneira de superar esse obstáculo".

Sobre o amigo Rubinho, Montoya foi claro: o problema principal é mesmo o carro da Honda. "Rubinho é um piloto maduro e com bastante quilometragem, mas a equipe dele simplesmente não tem condições de lutar pelas primeiras posições", disse o colombiano. Apesar da sua conhecida reputação como "língua solta", Montoya conseguir ser bem sensato em suas análises dessa vez. De fato, a temporada será um tremendo desafio para a trinca de brasileiros.

Afinal, Massa precisa se afirmar como um piloto capaz de brigar pelo título, Nelsinho luta para arranjar seu espaço na Renault e Rubinho trava uma intensa batalha para não cair na desmotivação.

A temporada 2008 nem começou, e a Ferrari já está pensando no seu modelo para o ano que vem. Nesta terça, o diretor esportivo do time de Maranello, Stefano Domenicali, confirmou que a equipe já deve iniciar o desenvolvimento do F-2009 no mês que vem. "Em abril, vamos fazer os primeiros testes em túnel de vento com um modelo em escala reduzida. É preciso trabalhar rápido, porque as novas regras vão equilibrar a Fórmula 1 em vários setores", contou Baldisseri. Por incrível que pareça, o ritmo da Ferrari - e da maioria de suas adversárias - é esse aí mesmo.

Enquanto isso, o co-proprietário da Williams, Patrick Head, soltou hoje uma declaração delirante à rádio BBC. Falando sobre propostas para tornar a Fórmula 1 mais competitiva, Head defendeu uma idéia bizarra: inverter o grid de acordo com o resultado do campeonato. "Assim, as corridas teriam mais ultrapassagens. Como os melhores já vão para a frente do pelotão após o treino classificatório, as disputas acabam reduzidas", defendeu o dirigente. Caro Head: se fosse assim, a Fórmula 1 não seria mais um esporte. Seria apenas um circo.

Por fim, vale registrar uma entrevista que o chefão da Renault, Flavio Briatore, concedeu hoje ao The Guardion. Sem economizar nas palavras, o dirigente italiano desferiu fortes críticas a Lewis Hamilton. "Ele só costuma dar ouvidos ao seu ego. Na posição de estreante, Hamilton poderia ter aprendido muito com Fernando Alonso, mas perdeu essa oportunidade", cravou Briatore. Pelo visto, o manda-chuva da Renault já está com um discurso bem preparado para agradar ao bicampeão.

A equipe francesa está fazendo de tudo para que Alonso consiga se sentir em casa. E o espanhol - podem acreditar - não vai deixar de retribuir.

O vídeo do dia mostra uma antiga reportagem do Globo Esporte, gravada em 1987. A matéria fala da recém-anunciada transferência de Ayrton Senna, que saiu da Lotus para a McLaren. Curioso perceber como o brasileiro fazia questão de elogiar Alain Prost naquela época, e como a McLaren garantia não haver possibilidade de problemas de relacionamento entre os seus pilotos. Vale a pena conferir:

Nos vemos por aí!

Crédito das fotos: http://www.motorsport.com/