sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Permanência de Rubinho não é um retrocesso para o automobilismo brasileiro

Rubens Barrichello ou Bruno Senna: um dos dois será titular da Honda caso a equipe sobreviva para disputar a temporada 2009 da Fórmula 1.

Até o início da semana, Senna era considerado o franco favorito à vaga, enquanto Rubinho parecia ocupar o papel de azarão.

Então, nos últimos dois dias, o panorama mudou de figura.

Beneficiado por sua experiência, Rubinho foi primeiramente cogitado para correr na nova USF1 e, logo depois, voltou a ter a preferência da Honda.

Se a equipe permanecer no grid, o comando tende a ser quase total de Ross Brawn e o dirigente tem profunda admiração pelo veterano.

Sendo assim, no momento, Rubinho está em vantagem sobre Bruno Senna na disputa para ser titular da "nova Honda".

É claro que ainda não há nada definido, mas parece que Barrichello tem boas possibilidades de ganhar a briga.

A questão que se levanta agora é: será que a permanência de Rubinho representa um retrocesso para o automobilismo brasileiro?

Por mais tenha sua capacidade reconhecida pelos chefes de equipe da F-1, o veterano não tem mais muitas aspirações na categoria.

Rubinho pode até não enxergar ainda, mas jamais terá mais uma chance para disputar um título, por exemplo. E mesmo vitórias já seriam um objetivo bastante distante para ele.

Apesar disso, Rubinho insiste em permanecer na F-1.

Do outro lado, há Bruno Senna, um piloto jovem, promissor e que está louco para fazer sua estreia na categoria.

Tem um sobrenome de enorme peso e pode atrair a atenção e a torcida que Rubinho, nessa altura, já não consegue mais.

Será que não seria o caso de o veterano abrir mão para a entrada de Bruno Senna?

Na verdade, não.

A briga pela vaga na equipe está só entre Rubinho e Senna, mas a disputa não é teoricamente entre os dois, mas sim entre os perfis que cada um representa.

Rubinho é o veterano experiente. Senna é o jovem promissor.

E Ross Brawn vai ter que escolher qual tipo de piloto vai querer no seu carro.

No topo da lista dos veteranos, está Rubinho. No topo da lista de novatos, está Senna.

E se Rubinho abrisse mão para a entrada de Senna? Poderia muito bem não dar certo.

Porque a Honda, ainda assim, possivelmente iria preferir um piloto do perfil que ela escolheu - o do veterano experiente.

Nesse caso, ainda haveria outras opções, como o espanhol Pedro de la Rosa ou o austríaco Alexander Wurz.

Assim como já aconteceu em outras ocasiões, Rubinho está sendo criticado por algo que não é de sua culpa.

O veterano já mereceu muitas das críticas que recebeu, mas dessa vez não é o caso.

Ele tem todo o direito de brigar para permanecer na Fórmula 1 e, se isso acontecer, não estará "impedindo" a estreia de Bruno Senna.

A escolha não é de Rubinho. É da Honda. Mesmo se Barrichello quisesse ajudar Senna, talvez a equipe não aceitasse promover o novato.

Para o automobilismo brasileiro, continuar com Rubinho e esperar um pouco mais pela estreia de Senna não é um retrocesso.

Retrocesso seria se a "nova Honda" não tivesse nenhum piloto brasileiro em 2009.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Di Grassi faz a escolha certa e continua mais um ano na GP2

Pelo menos uma das insuportáveis novelas que vinham se arrastando nas últimas semanas chegou ao capítulo final.

Nesta quinta-feira, o brasileiro Lucas di Grassi finalmente definiu seu futuro e anunciou que vai disputar mais uma temporada da GP2, desta vez pela equipe Racing Engineering.

Será o quarto campeonato do piloto de 25 anos na categoria e o primeiro pela escuderia espanhola, que levou o título de 2008 com o italiano Giorgio Pantano.

Uma escolha certeira, que deixará Di Grassi ainda perto daquele que é seu maio sonho: correr na Fórmula 1.

No fim do ano passado, ele esteve mais próximo do que nunca de garantir um lugar na F-1.

Mas já parecia ter perdido a briga com Bruno Senna quando a Honda anunciou sua saída, sepultando qualquer chance que o azarão Di Grassi poderia ter.

Apesar do contratempo, as portas da F-1 não estão completamente fechadas para ele.

Di Grassi não perdeu a chance na Honda por falta de competência, e sim porque as circunstâncias do momento não eram favoráveis.

Capacidade para correr na categoria, ele tem. Só falta uma oportunidade.

Sabendo que não foi descartado, Di Grassi optou por permanecer na GP2, onde continuará a ser observado de perto pelos chefes da F-1.

Ganhar uma chance não será fácil, mas está longe de ser impossível.

Di Grassi precisa quebrar o tabu de títulos na GP2.

Se alcançar este objetivo, inevitavelmente receberá uma merecida vaga na F-1.

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A decisão de Lucas foi a melhor possível e veio no momento certo.

O piloto não só evitou a F-Indy, onde ficaria longe da F-1, como também escolheu uma das equipes mais fortes e competitivas da GP2.

Na Racing Engineering, Di Grassi terá condições de brigar pelo campeonato e estará certamente entre os pilotos de ponta.

O problema é que a concorrência, desta vez, cresceu muito em qualidade.

Em 2009, a GP2 terá provavelmente o grid mais forte de sua história.

Além de Di Grassi e de Bruno Senna, que ainda estuda sua permanência na GP2, há pelos menos outros três pilotos de nível de Fórmula 1: o francês Romain Grosjean, o alemão Nico Hulkenberg e o japonês Kamui Kobayashi.

O primeiro é o reserva da Renault. O segundo, da Williams. O terceiro, da Toyota.

E há outros nomes fortes também.

Pilotos como o venezuelano Pastor Maldonado, o espanhol Roldan Rodriguez, o austríaco Andreas Zuber e o italiano Davide Valsecchi são candidatos a vitórias, assim como o holandês Giedo van der Garde, campeão mundial de kart em 2002.

Apesar de tudo, Di Grassi está numa equipe bastante competitiva e terá como companheiro o promissor espanhol Dani Clos, que ainda é jovem demais para desafiá-lo na liderança da equipe.

Di Grassi não tem nada a perder.

A partir de agora, é tudo ou nada para ele.

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Lucas di Grassi definiu seu futuro, mas ainda há outras chatas novelas sem data para acabar.

A Honda será mesmo vendida?

E Bruno Senna, para onde vai?

E Rubinho, se aposenta ou continua?

Perguntas ainda sem nenhuma resposta...

(E o Fred, alguém me responda, quando é que chega no Fluminense??)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Uma nova chance para Rubinho

Num dia tomado pela cansativa cobertura da apuração do Carnaval carioca, mal tive tempo de acompanhar as notícias do mundo da velocidade.

De importante, apenas uma notícia que ainda nem foi ao ar no Pit Stop: Rubens Barrichello pode ganhar mais uma chance na Fórmula 1 através da nova USF1.

A equipe americana, que promete estrear na categoria em 2010, quer um piloto rápido, experiente e com "poucas expectativas" para comandar o time na primeira temporada completa.

O nome de Rubinho é considerado "único" pelo principal dirigente da USF1, Peter Windsor.

O brasileiro ainda não recebeu qualquer proposta oficial, mas os primeiros contatos podem vir em breve.

No perfil pretendido pela USF1, Rubinho realmente não tem concorrentes no momento.

Pode ser que nomes como Trulli, Fisichella e Heidfeld fiquem à pé no fim deste ano e precisem procurar outro lugar para correm 2010.

No momento, porém, o único experiente e com "poucas expectativas" é Rubinho.

O veterano está muito perto de perder o lugar na Honda.

Mas talvez sua longa trajetória na F-1 esteja destinada a não terminar ainda.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

USF1 ainda está engatinhando

Nesta terça-feira, a nova equipe USF1 anunciou oficialmente que vai entrar na Fórmula 1 no ano que vem.

Os dirigentes Ken Anderson e Peter Windsor garantiram que a crise econômica não vai atrapalhar o time - muito pelo contrário, pode até ajudar - e asseguraram que a escolha de basear a equipe fora da Europa não será uma desvantagem.

Sobre a parte mais prática do projeto da USF1, os dois não deram quase nenhuma resposta.

Não falaram sobre patrocinadores e evitaram mencionar de onde virá o dinheiro para a empreitada.

Também não anunciaram acordo com nenhum piloto e muito menos com alguma fábrica para fornecimento de motores.

Por enquanto, tudo está no campo da especulação.

Segundo Windsor, o projeto da USF1 foi lançado durante o GP Brasil de 2006, quando ele apresentou a ideia a Bernie Ecclestone.

O chefão aprovou o plano e Windsor conseguir mantê-lo em segredo até poucas semanas trás.

Mas, apesar de antigo, o sonho da equipe americana ainda está engatinhando.

Não há nada praticamente nada definido, à exceção do local onde vai ficar a sede da equipe - em Charlotte, na Carolina do Norte.

Windsor e Anderson parecem muito motivados a levar o projeto da USF1 à frente, mas ainda precisam superar muitos obstáculos.

O recente fracasso da Prodrive de David Richards serve como alerta.

No momento, ainda é muito cedo para cravar que a USF1 estará realmente no grid no ano que vem.

Seria ótimo, mas não há nenhuma garantia.