sábado, 23 de maio de 2009

Button a caminho de mais uma vitória

Ninguém segura Jenson Button.

Em Mônaco, o inglês vai repetindo o roteiro da maioria das provas neste ano. Desempenho modesto nos treinos livres e nas duas primeiras fases da classificação, apenas para dar o bote na hora que interessa mesmo.

Não deu outra: pela quarta vez em seis provas na temporada, Button cravou a pole position.

Que, em Mônaco, vale ainda mais do que nos outros circuitos onde o líder do campeonato já venceu em 2009.

Parece que Button não perde a corrida de amanhã. Mas, como é em Mônaco, não dá para garantir nada.

A Ferrari renasceu através de Kimi Raikkonen, que obteve um ótimo segundo lugar.

Mesmo perdendo a pole por centésimos, o finlandês tem boas possibilidade de conseguir pelo menos um pódio saindo da primeira fila.

O "Homem de Gelo" mostrou lampejos do piloto que, há dois anos, foi campeão mundial e andava meio adormecido nos últimos tempos.

Em terceiro, Rubens Barrichello foi batido por Button de novo.

Numa pista onde tem retrospecto muito melhor do que o inglês, Rubinho era até o favorito na disputa interna da Brawn. Mais uma vez, entretanto, foi superado pelo companheiro.

Barrichello é cada vez mais o segundo piloto da Brawn, por mais que lute contre isso. Mônaco parecia a oportunidade de reagir, mas Button está levando a melhor.

Na Red Bull, uma performance um pouco abaixo do esperado.

Sebastian Vettel, que foi bloqueado em sua última volta rápída, ficou em quarto lugar.

E Mark Webber, aparentemente com o carro mais pesado, não passou de oitavo.

Os dois devem pontuar com tranquilidade na corrida, mas não oferecem muita resistência ao domínio da Brawn.

Superado por Raikkonen, Felipe Massa ainda conseguiu um bom quinto lugar. Ao menos, está voltando a figurar com regularidade entre os primeiros colocados.

O que ainda não é o caso de Fernando Alonso. O espanhol luta bastante, mas tem óbvias dificuldades de acompanhar os líderes.

Em Mônaco, o bicampeão vai largar do nono lugar. E, se terminar na zona de pontuação, já vai sair no lucro.

A Williams conseguiu colocar os dois carros no "top 10", mas não brilhou como se esperava. Nico Rosberg ficou em sexto, enquanto Kazuki Nakajima foi o décimo.

O alemão poderia ter sido mais ousado, arriscando largar com o carro bem leve. Pelo visto, ambos os pilotos da equipe inglesa vão precisar batalhar bastante para salvar alguns pontinhos.

Na McLaren, a esperança agora é Heikki Kovalainen.

O finlandês larga do sétimo lugar, com boas chances de marcar pontos. O que certamente não vai acontecer com Lewis Hamilton, que bateu já no "Q1" e sai somente de 16º.

Para o campeão, a corrida de amanhã será apenas para cumprir tabela. Em condições normais, Hamilton não tem a menor chance de pontuar.

No meio do pelotão, Nelsinho Piquet larga de um razoável 12º. Com o carro que tem, não dava para ir muito além disso mesmo.

Por outro lado, a Force India tem muito a comemorar.

Com Giancarlo Fisichella em 13º e Adrian Sutil em 15º, o time indiano alcançou o melhor resultado de sua modesta história.

Nenhum dos pilotos tem maiores perspectivas para a corrida, mas o dia foi animador.

Em contraste, BMW e Toyota terminaram o sábado com o rosto vermelho de vergonha.

A equipe alemã, mais uma vez, foi um desastre. Nick Heidfeld foi o 17º, com Robert Kubica uma posição atrás.

Os dois pilotos da BMW teriam ficado nas duas últimas posições se não fossem as peripécias da dupla da Toyota.

Timo Glock rodou, ficou parado na pista e atrapalhou o companheiro Jarno Trulli, que vinha logo atrás.

Como nenhum dos dois tinha virado bons tempos, o resultado foi uma catástrofe: o italiano em penúltimo e o alemão na lanterna do grid.

Em pensar que, apenas duas corridas atrás, os dois formavam a primeira fila no GP do Bahrein...

Largada amanhã para o GP de Mônaco às 9h de Brasília.

Todos contra Jenson Button. Será que alguém vai parar o inglês?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Fim da novela mais próximo

Parece que a fase mais quente da guerra entre a FIA e a Associação das Equipes (Fota) já passou.

Neste fim de semana, o clima nos boxes de Mônaco é de distensão. As duas entidades ainda não chegaram a um acordo, mas a indefinição sobre as regras para 2010 ficou mais perto do fim.

Imaginou-se que a Ferrari poderia ficar isolada na ameaça de boicote, só que isso não se concretizou. Antes de se encontrarem com a FIA, todos os chefes de equipe reafirmaram a união da Fota e, assim, ganharam mais força na luta contra Max Mosley.

O presidente da FIA ainda resiste com a ideia do teto orçamentário em 40 milhões de libras, mas já admite negociar.

Basta as equipes não perderem a união e apresentaram um plano viável e sensato para que Mosley comece a ceder.

Para que a disputa chegue ao fim, é necessário que os dois lados abram mão de parte de suas exigências.

A FIA não pode obrigar que o teto orçamentário fique só em 40 milhões de libras. Mas as equipes também vão precisar fazer um corte de custo maior do que planejavam.

A Fórmula 1 ainda permanece mais dois dias em Mônaco, período no qual as atividades de pista vão dividir atenções com a movimentação nos bastidores.

Sim, o clima já é bem mais tranquilo entre os chefões da categoria.

Mas ainda é cedo demais para comemorar o fim da novela entre FIA e Fota.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Rosberg, para variar, lidera treinos livres

Depois de uma semana tão atribulada fora das pistas, os treinos desta quinta-feira foram um refresco para quem já não aguentava mais tanto falatórios nos bastidores.

Uma rápida análise do resultado final permite concluir que o dia não teve muitas novidades.

Na liderança dos treinos livres, como vem sendo a regra neste ano, ficou o alemão Nico Rosberg.

O piloto da Williams, que tem um bom retrospecto em pistas de rua, deve cavar alguns pontos no fim de semana do Principado.

Mas, em condições normais, não terá chance nem de brigar pelo pódio.

O líder "real" do dia foi o campeão Lewis Hamilton, que teve um desempenho promissor com a McLaren.

Apesar disso, o inglês ainda não tem equipamento para acompanhar os pilotos de Brawn e Red Bull, que esconderam o jogo nesta quinta.

A equipe-sensação da temporada até andou entre os primeiros e colocou seus pilotos em terceiro e quarto lugares.

Mas tanto Rubens Barrichello quanto Jenson Button deram a impressão de que ainda não pilotaram até o limite do carro.

O brasileiro foi melhor do que o líder do campeonato. Entretanto, ainda é muito cedo para cravar que Rubinho vai derrotar o companheiro pela primeira vez no ano.

Assim como Hamilton, Felipe Massa voltou a figurar entre os líderes e teve um bom dia.

O piloto da Ferrari finalizou em quinto lugar e deve beliscar um pódio, no mínimo.

Na sequência, Sebastian Vettel terminou em sexto lugar, apesar de ter perdido parte da manhã por um problema de motor.

Seu companheiro Mark Webber - aposta do Blog para a vitória no domingo - veio apenas em 12º.

Os dois, tanto Vettel quanto Webber, claramente esconderam o jogo. Com o novo difusor duplo e outras novidades aerodinâmicas, não seria surpresa alguma se a Red Bull dominar o GP de Mônaco.

Na Renault, a novidade foi que Nelsinho Piquet superou Fernando Alonso, embora os dois tenham ficado muito próximo.

Mesmo assim, o resultado já dá um ânimo especial para o pressionado brasileiro, que precisa mostrar serviço no treino classificatório.

Mais atrás, a Toyota e a BMW foram as grandes decepções do dia.

A equipe japonesa, que monopolizou a primeira fila no GP do Bahrein, parece que vai descendo a ladeira.

Jarno Trulli não passou de 14º e Timo Glock veio só em 18º.

Pior ainda a BMW: Nick Heidfeld em 17º e Robert Kubica em último.

O polonês, francamente desmotivado, já jogou a toalha neste ano. O carro que a escuderia alemã produziu é um desastre.

Se há uma equipe que realmente está passando vexame em 2009, é a BMW.

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Os carros voltaram à pista, mas as atenções ainda estão nas movimentações que acontecem nos boxes.

Nesta sexta-feira, a guerra entre FIA e Associação das Equipes (Fota) tem mais um dia decisivo.

Max Mosley, o presidente da FIA em pessoa, está em Mônaco para ouvir a proposta da Fota para o campeonato de 2010.

Dependendo da boa vontade dos dirigentes, pode ser que a disputa entre as duas entidades termine de uma vez só.

Mas isso dificilmente vai ocorrer.

O mais provável é que Mosley siga resistindo com a ideia do teto orçamentário, as equipes continuem com a ameaça de boicote e a Fórmula 1 permaneça com as atenções voltadas para os bastidores.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

FIA vence primeira batalha contra Ferrari

Na guerra entre a FIA e a Ferrari, vantagem para a turma de Max Mosley.

Nesta quarta-feira, a equipe vermelha perdeu o recurso que havia encaminhado à Justiça Francesa. O regulamento estabelecido pela FIA para 2010, portanto, continua em vigor.

A briga ainda está longe do fim, mas a Ferrari perdeu a maior batalha até agora.

Antes de tentar um acordo com Mosley - situação em que seria obrigada a ceder mais do que o presidente da FIA - a escuderia do cavalinho ainda vai tentar uma última cartada, que foi revelada pelo ótimo blog F1 Around.

A estratégia da Ferrari é levar o caso à Comissão Europeia, órgão da União Europeia que legisla e implementa decisões entre Estados.

Não se sabe nem se a Comissão vai querer julgar o processo da Ferrari, mas o fato é que a equipe italiana deve fazer mais essa tentativa para mudar o regulamento de 2010.

Se perder, a Ferrari ficará na defensiva e a balança vai pender para o lado de Mosley.

Além de sair vitorioso da audiência em Paris, o presidente da FIA recebeu outra boa notícia: é grande o número de equipes interessadas em se inscrever para o campeonato do próximo ano.

O interesse de tanta gente coloca sob pressão as equipes que relutam em aceitar as regras de 2010. Se todas as vagas forem preenchidas, teoricamente times como Ferrari, Renault e Red Bull poderiam ficar de fora.

Não é isso o que vai acontecer, mas essa possibilidade será explorada ao máximo por Mosley.

Agora, a bola está com a Ferrari. Qual será o próximo lance da equipe de Maranello?

Por enquanto, o presidente da escuderia, Luca di Montezemolo, mantém uma postura agressiva e se recusa a aceitar o teto orçamentário da FIA.

Mas, se o panorama não mudar, a Ferrari será logo obrigada a começar a ceder.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Palpitão do Grande Prêmio de Mônaco

E aí, vai uma aposta de risco?

Até agora, o Blog não vinha se arriscando neste ano. Está na hora de tentar um palpite um pouco mais ousado.

No GP do Canadá do ano passado, a minha bola de cristal atingiu seu auge ao prever a vitória de Robert Kubica naquela corrida.

Desde então, nem o polonês e nem a BMW repetiram o triunfo, uma prova de como aquela aposta foi certeira mesmo.

Agora, vamos ver se o raio cai duas vezes no mesmo lugar.

Minha aposta para a vitória no GP de Mônaco é - lá vai - o australiano Mark Webber.

Mas logo ele? Por que um sujeito que disputou 126 provas e nunca ganhou nada vai se consagrar exatamente neste fim de semana?

A resposta, bem simples: porque Webber, pela primeira vez, tem um carro que lhe é capaz de dar vitórias.

E, no caso do GP de Mônaco, o australiano ainda tem um motivo a mais para ficar animado: a Red Bull vai estrear o famoso difusor duplo e, se o efeito for o esperado, deve deixar a Brawn GP para trás.

A vantagem não será muito grande, é verdade, mas pode fazer toda a diferença.

Se não bastasse o bom ritmo da Red Bull, a aposta em Webber também leva em conta o ótimo retrospecto que o australiano tem em Monte Carlo.

Foi lá que ele conquistou seu primeiro pódio na F-1, em 2005, e a última primeira fila da Williams em grids de largada, em 2006 (como faz tempo!).

No ano passado, inclusive, foi em que Mônaco que Webber obteve seu melhor resultado da temporada - um quarto lugar.

Pilotar bem nas ruas do Principado, portanto, o australiano sabe.

Além de tudo, é preciso considerar um detalhe: o GP de Mônaco, vez por outra, reserva um vencedor-surpresa.

O último foi Jarno Trulli. Em 2004, o italiano venceu pela primeira e única vez na Fórmula 1, quebrando um longo tabu sem triunfos.

Webber talvez possa fazer o mesmo neste fim de semana. Mas não será nada fácil, e o Blog tem consciência disso.

Se arrisquei ao jogar minhas fichas no australiano para o primeiro lugar, o mesmo não se repete nas demais apostas.

Para o pódio, o palpite é que Jenson Button e Sebastian Vettel chegam lá - o inglês em segundo, com o alemão em terceiro.

Mais atrás, separei um quarto lugar para Rubens Barrichello na minha lista. E, fechando a zona de pontuação, Fernando Alonso, Felipe Massa, Lewis Hamilton e Nico Rosberg.

O palpitão completo está logo abaixo:

Pole position: Sebastian Vettel
Tempo da pole: 1:15.200
Grid aleatório (7º lugar): Nico Rosberg
Melhor volta: Jenson Button
Primeiro abandono: Kazuki Nakajima
Zona de pontuação:
1. Mark Webber
2. Jenson Button
3. Sebastian Vettel
4. Rubens Barrichello
5. Fernando Alonso
6. Felipe Massa
7. Lewis Hamilton
8. Nico Rosberg

Os treinos para o GP de Mônaco começam nesta quinta-feira, às 5h e 9h de Brasília, com transmissão do Sportv.

A corrida, no próximo domingo, também é às 9h.

Deixe bem anotado na agenda.

Na correria...

Amigos, o Blog ficou um pouco abandonado nos últimos dias e essa será a tônica da semana, que está realmente complicada para mim.

O post de ontem, que falaria sobre o novo difusor duplo da Red Bull, não entrou no ar por pura falta de tempo.

Espero que tudo volte ao normal dentro de alguns dias.

Logo mais, o Blog retorna com os Palpites para o GP de Mônaco.

domingo, 17 de maio de 2009

Bernie Ecclestone, o fiel da balança

Meio esquecido nessa troca de farpas entre FIA e Fota está aquele que é conhecido como o grande chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone.

O homem que comanda a categoria com mão-de-ferro desde meados dos anos 70 parece ter perdido um pouco de seu antigo poder.

Mas ainda pode ser o fiel da balança na guerra entre as equipes e o presidente da FIA, Max Mosley.

Neste fim de semana, Ecclestone declarou que não acredita que a Fórmula 1 vai se dividir em dois regulamentos em 2010 e acrescentou que basta encontrar um valor ideal para o teto orçamentário para acabar com a crise nos bastidores da categoria.

Embora seja um aliado histórico de Mosley, Ecclestone parece ter uma opinião mais próxima à das equipes.

A ideia de dividir o regulamento da F-1 em dois é estúpida - e Ecclestone já percebeu isso.

Para derrubar a proposta de Mosley, bastaria encontrar um valor um pouco maior para o teto orçamentário.

Um valor que as atuais equipes tenham condições de obedecer e que as novas equipes - como a Lola e a USGPE - possam aguentar.

É nisso que Ecclestone deve estar trabalhando no momento.

No encontro da semana passada em Londres, a Fota fracassou em obrigar Mosley a recuar justamente porque não tinha uma alternativa para a proposta do presidente da FIA.

A expectativa é que as equipes apresentem seu projeto de teto orçamentário no próximo encontro com Mosley.

Se o presidente da FIA aceitar, é o fim da crise. Caso contrário, a briga ainda vai se estender durante algum tempo.

Especialista em costurar acordos entre desafetos, Ecclestone é aquele sujeito que poderia servir de mediador entre a FIA e a Fota.

Por enquanto, ele ainda está um pouco descartado porque as duas entidades ainda tentam se entender sozinhas.

Mas, se a disputa realmente atingir um impasse, será Ecclestone o recrutado para propor uma solução.

E, nesse cenário, no papel de "salvador da pátria", ele só tem a ganhar.

Não se surpreenda se, no fim da guerra, a FIA e a Fota perderam força e Ecclestone sair mais poderoso do que nunca.