Ele tem apenas 26 largadas na Fórmula 1 no currículo, mas já é considerado por muitos um futuro campeão da categoria.
Sebastian Vettel venceu o GP da Itália de forma magistral, numa das melhores performances de um piloto nas últimas décadas.
Em 2009, o alemão vai correr pela Red Bull. E a equipe das bebidas energéticas certamente vai dar um salto de desempenho com o jovem de 21 anos a bordo.
Sobre Vettel, o mais interessante é perceber que o piloto não tem um destino traçado na F-1.
Hamilton, por exemplo, está intrinsicamente ligado à McLaren.
Raikkonen e Massa só devem conquistar títulos pela Ferrari.
Até mesmo Alonso, que já foi ligado a dezenas de equipes, parece ter apenas duas opções viáveis para os próximos anos: Renault e, a partir de 2010, Ferrari.
Vettel, por outro lado, tem um futuro imprevisível.
O alemão é um futuro campeão mundial. Tudo bem. Mas por qual equipe?
A Red Bull, por mais que gaste milhões na F-1, não parece capaz de algum dia chegar ao topo.
Talvez até consiga vencer, como já fez a "filial" Toro Rosso, mas não dá para pensar muito em título.
Ou seja: Vettel terá de escolher, daqui a dois ou três anos, a equipe que o levará a disputar campeonatos.
Depois da longa e arrastada novela sobre o futuro de Alonso, já dá para prever uma grande disputa pelo "passe" de Vettel.
O alemão, que nem empresário tem, será o objeto de desejo mais cobiçado da Fórmula 1.
Para onde iria Vettel?
Quem sabe McLaren ou BMW, aproveitando as raízes alemãs?
Talvez Toyota e Honda, caso as japonesas encontrem o caminho das primeiras posições?
Será que já passou pela cabeça de Vettel a Renault, que já tem uma parceria com a Red Bull?
Nenhuma delas, porém, desponta como a favorita no momento.
Caso Vettel se mantenha valorizado do mercado no curto prazo, a equipe que provavelmente venceria o leilão pelo piloto chama-se Ferrari.
Perguntaram a Vettel, nesta segunda, o que ele acharia de pilotar pelo time de Maranello.
"Correr pela Ferrari seria um sonho", respondeu Vettel.
McLaren, BMW, Toyota, Honda, Renault e companhia podem oferecer o mundo ao jovem alemão.
Quando Vettel precisar fazer sua escolha, entretanto, a Ferrari já vai despontar como a sua primeira opção.
A Fórmula 1 mudou de maneira radical ao longo das últimas décadas.
O que não muda é o fascínio que o cavalinho rampante continua exercendo sobre os jovens pilotos da categoria.
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O próximo ano será o mais difícil para a BMW desde que a montadora entrou na Fórmula 1 com equipe própria, em 2006.
Sob o comando do competente Mario Theissen, a escuderia alemã manteve uma evolução constante.
Neste ano, alcançou o ponto máximo ao vencer o GP do Canadá, com o excelente Kubica.
A BMW terminou a temporada em terceiro, sem nenhuma falha mecânica e bem próxima de McLaren e Ferrari.
O "problema" é justamente este.
Quanto melhor os resultados, maior a cobrança e a pressão por resultados.
Em 2009, os altos executivos da montadora já avisaram: querem o título da Fórmula 1.
E o chefe de equipe Mario Theissen confessou, pela primeira vez,
que não se sente confortável com a pressão que está sofrendo.
Mas a Fórmula 1 é assim mesmo. Um dos ambientes mais instáveis do planeta.
Se Theissen queria tranqüilidade, deveria ter escolhido outra profissão, como ele mesmo reconheceu.
Agora, é esperar para ver o que a BMW vai trazer em 2009.
Não dá para prever ainda se a equipe irá mesmo disputar o título.
Se depender da ambição dos alemães, porém, Ferrari e McLaren podem ir se preparando para uma batalha tríplice pelo troféu de campeão no ano que vem.